Quando um burro fala o outro abaixa a orelha

Eu não costumo republicar ou compartilhar toda frase que vejo no Facebook. Se alguém faz isso direto pode saber que a intenção não é outra se não dar indireta. Já fiz o teste, minha irmã também e rimos de deixar a barriga doendo quando a pessoa a qual pensamos - que se encaixava perfeitamente na frase - foi a primeira a curtir. Se não bastasse ainda comentou "pura verdade!". Carapuça hoje em dia pode até ser usado como acessório, mas é tão descartável quanto garrafa PET.

Se a pessoa é adepta a sinceridades ela tende a sofrer muito. Vejo constantemente uma pessoa que conheço lamentar-se por ser sincero. Toda vez que ele protesta sobre algo, ele está coberto de razão. Sem papas na língua, ou sem medo de teclar - o que parece ser o mais adequado, no caso - sempre leio seus status sabendo que alguma verdade estará contida no momento do desabafo. 
Esses dias ele publicou que pela sua "chatice", ele estava perdendo amigos próximos. Uma pena. Acho que ele deveria era aumentar o círculo de amizade.
Pensando ainda nesse cara, ele era um cara engraçado, e certamente ainda é no dia-a-dia. Sofria, assim como muitos, na mão da professora de matemática - uma mãe carrasca de provas altamente difíceis. Digo "mãe" porque ela dava conselhos justos aos alunos. Mas "carrasca" porque suas provas as vezes fazia muita gente escorregar, inclusive eu.

Por incrível que pareça, ele também era alvo fácil dado exemplo de aluno com um certo grau de displicência. Depois topei com ele na universidade e tive segurança que ele só curtiu um pouco mais aquela fase de escola, não se responsabilizando tão cedo. Eu levei tudo muito a sério, principalmente no colegial e certamente estou em um patamar muito inferior a de muitos que até hoje não sabem nem onde está o nariz.  Eles acham que estão bem, pois buscaram estar onde estão. Mesmo assim para quem olha de fora, eu estou ruim na comparação. Não quer dizer que eu esteja infeliz, mas certamente, não rendeu de nada levar muito a sério certas coisas. Exemplo? Bem, esse cara de quem eu falava foi um curtidor, mas hoje tem uma visão super correta das coisas. Fora isso, está na faculdade, formando-se para engenheiro, o que faria a professora de matemática questionar seus gritos depois de notas ruins nas provas. Juntamente, também tinha aqueles outros que em reunião de pais era dado como "o garoto exemplo". Um deles, a mãe e avó sempre salientavam que ele estudava o dia todo, "pobre garoto". A última notícia que tive deste, foi que se apresentaria com um amigo em um bar e cantariam essas bobagens de sertanejo universitário. Não estava na faculdade, mas investindo em uma "carreira artística". 
Longe de mim julgar, mas pergunto, de que adiantou todo o esforço de estudos, se em uma parte da vida, você jogou para cima?

Mas não se engane que só acho interessante aqueles que publicam coisas de suprema utilidade nas redes socias. Ai de mim! Adoro os que expressão alguma boa brincadeira ou piada mesmo sobre fatos. Futilidades como garotas muito ruins ao se vestirem, montarem blogs sobre moda me faz até rir, mas na realidade é bom que façam algo que gostam e não se importem com que os outros vão pensar. Mesmo que seja ridículo, se quer, faça. Nessa vida, pelo menos podemos contar com o luxo de ser fiéis a nós mesmos, porque se anular pelos outros é algo que não faz muito sentido.
É de se confessar: status bobos são ignorados mesmo. Exclui esses dias uma garota, irmã de uma conhecida só pelo fato da garota publicar todo dia palavrões nada dignos de uma mulher (que dirá de uma adolescente cabeça de vento) para uma "recalcada". A "recalcada" estava dando de cima do paquera, ficante ou peguete. Cansei dos "c#ralh%s" e dos "f6d@-se" incansáveis nos textos com inúmeros erros de português lamentados no perfil, a cada cinco minutos. Não a conheço pessoalmente, só a irmã dela. Exclui mesmo, pois ainda não intendi porque adicionou. Então não tinha nenhuma obrigação em manter. 
Não digo que um momento de bobagem não seja relaxante. Basta acessar o meu perfil e verão que também tenho minha cota de futilidade. Muita coisa passa, até quando é amigo seu, ou parente, que tem péssimo gosto para música ou opinião retrógrada sobre alguma coisa. Tudo passa em nome do bom senso de aceitar afinal, você não tem que dar palpite em tudo, e também não é o senhor ou a senhora perfeita. O lance irritante são dos pseudo intelectuais e os graduados. Tenho um punhado deles, inclusive, acadêmicos.

Esse último é realmente a criatura mais cômica de se observar agindo como "ser social/virtual". Seus status são o cúmulo da bizarrice. Um destes exemplos máximos, sai de publicações comentadas com alto requinte e gastando o português sobre religião (seu objeto de estudo enquanto acadêmico) à confusões no campeonato mineiro de futebol. Pasmem, mas ao falar de futebol, ele usa o mesmo grau de textos com palavras escolhidas a dedo no Aurélio. 
Perdi as contas das vezes que este se exibiu, na sua grande pobreza de espírito, o fato de estar fazendo pós doutorado na Europa. Inveja minha? No começo sim, admito. Até perceber que o único desfrute dele, nos países próximos ao que está vivendo, resume-se a experimentar cervejas. 
Vá lá, pode amar cervejas tranquilamente, mas jamais compartilharia isso incansavelmente como se fosse um estudo acadêmico. Sim, ele passa essa sensação, até nesse momento de relaxar. Não posta uma foto de museu, uma foto de lugar bonito, de seus próprios estudos... Nada, nada.
Raiva ainda derrama do copo já cheio, quando se lembra das vezes em que ele te cobrou um pouco mais de maturidade em publicações suas... E você se deparar com uma publicação de um colega sobre uma inscrição rúnica de vikings debatida por um professor da Universidade de Oslo... Um achado importante em que o acadêmico, no garbo da sua falta de graça escreve comentando: "são arranhões de urso na madeira, no mínimo". 
Infeliz comentário. Mesmo que tenha sido para ser engraçado. Não teve graça. Se fosse eu, destratando assim, diria que era falta de respeito com "a história"... 
E ele não é o único. Infelizmente ser acadêmico não significa nada hoje. Afirmo sem medo de errar.

Por isso, quando me deparei com essa frase/foto de Facebook, não pestanejei em compartilhar:


Algumas verdades precisam ser ditas... "Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha."

Abraços afáveis!

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