Dica de leitura: Alta Fidelidade

Eis um livro que comprei e li assim que recebi como indicação do Ron Groo (valeu Ron Groo! Super legal o livro - me identifiquei totalmente com a mania de listas rsrsrsrs...).

Alta Fidelidade de Nick Hornby:


Certamente foi uma indicação interessante, que no caso, repasso a vocês. 
Não sou muito de ler romances, mas quando leio, eles são mais sob o ponto de vista de personagens femininas. Neste, é um caso de personagem que está perdido no que se refere às dimensões regentes do nosso dia a dia; como trabalho, vida afetiva e contato com família e amigos.
Nick Hornby é um autor inglês que nos apresenta Rob - um desses típicos personagens perdidos, que tratam de arrumar suas vidas em um dado momento da história. Rob é dono de uma loja de discos à beira da falência e acabou de ser abandonado por sua namorada Laura, com quem morava. Já li alguns livros que as personagens femininas contavam seus dramas amorosos, coisa que - geralmente - nos leva ao fim do livro com rapidez e entusiasmo ao dar pela identificação com alguma situação (ou como me parece ser sempre o meu caso ao apaixonar por um personagem da narrativa).
Aqui não há tanta identificação - a não ser a mania das listas, que falarei melhor depois - afinal Rob é um homem de 30 e poucos anos quee conta sua história como narrador, a partir do começo de suas relações com as mulheres lá na adolescência e em diante. 
Para começo dessa conversa, ele monta uma lista das 5 garotas que deram o fora nele e foram cruciais para sua "montagem" da personalidade amorosa. A primeira namoradinha na rua perto de casa, a namorada das escola, a da faculdade - que o fez virar o cara dono de loja - e mais uma outra e  enfim, a Laura - a última, que o deixa morando sozinho, por estar descrente do relacionamento - apesar de um relacionamento ligeiramente estável. Laura não está na lista. 
E então, com humor e algumas tiradas que devem fazer sentido para os homens, ele se apresenta ao leitor. Rob, um cara meio fracassado, fanático por música - e com personalidade para saber escolher as boas coisas do ramo musical e saber como costumo dizer "educar seus ouvidos" - vive o que a gente chama de "fundo do poço", com nenhum amigo muito próximo para chorar magoas; a não ser seus funcionários da loja; dois caras que fazem de tudo para não encarar uma conversa séria e adulta, principalmente nesse assunto de mulheres.
Mesmo com a lista da qual a Laura não está, ele percebe, nem rápido nem claramente, que talvez essa seja a única daquelas que ainda valeria a pena em lutar para ficar junto. E como ele encara tudo isso? Com música! Todo o desenrolar dos dramas pessoais de Rob, tem como pano de fundo músicas, singles e cultura pop. 
Interessante, mesmo!
Meu destaque - apesar de não ser em nada o que o pessoal de uma resenha faria - é o apreço de Rob pelas listas. Ele faz lista de razões e opiniões para praticamente tudo. Propõe desafios entre o amigos que trabalham na loja e volta e meia a cada capítulo, surge uma lista nova. Em um momento específico e importante, ele acaba sendo perguntado, formalmente, para fazer uma lista de melhores singles de todos os tempos. E ele acaba tendo um leve branco - se preparou tanto para isso, e logo quando era expressamente necessário; ele ficou inerte.
Não posso dizer nada sobre isso. Gosto de listas e as vezes me pego gastando muito tempo formulando elas. E toda vez, que faço listas para compartilhar no facebook por exemplo, alguma coisa fica de fora e me arrependo, rsrsrsrs...
Uma opinião pessoal é de que as feministas talvez não gostarão do livro. (Tudo bem que conheço representantes odiosas do "movimento" e outras feministas mais normais, mais conscientes podem até gostar...) Mas Rob é (e ao mesmo tempo não é) o típico cara que irritaria as mulheres. Orgulhoso - não admite erros, assim como não admite que está sofrendo - nem busca uma reconciliação mais romântica ou afetuosa. Rob não verbaliza o que sente, retém tudo, e busca outras soluções que a maioria que é mais sentimental, descartaria ou encararia como descaso. Ele não percebe de primeira, e ao mesmo tempo, não encara de vez o fato da Laura ser a sua mulher ideal. E ele comete deslizes altos, como verão, caso optem por ler "Alta Fidelidade"; porém são coisas que fazem parte de um relacionamento. Ao mesmo tempo que ele é um personagem passível de sentir raiva, ele não é, uma vez que se mostra extremamente humano - um cara normal vivendo nos anos 90.

Fica a dica, para quem quiser ler; recomendo. Leitura leve, com humor sarcástico, e sacadas que podem nos lembrar romances ingleses antigos, mas com história de um homem contemporâneo. 

Abraços afáveis!

Comentários

Ron Groo disse…
Que bom que gostou do livro.
Literatura (rasa ou profunda) é coisa muito pessoal.
As vezes me arrisco a indicar algo a alguém, mas poucas vezes, poucas.
Manu disse…
Tbm acho muito pessoal. Gosto de presentear com livros, por exemplo, mas é sempre muito arriscado.

Abs!

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