Dia de Ação de Graças

Todo mundo já deve ter visto sobre por aí. Thanksgiving e a Black Friday está sendo um dos assuntos mais comentados, a começar pelas redes sociais. (Isso e o tal aplicativo "Lulu" que eu juro, por tudo que é sagrado que eu pensei que estavam falando do disco do Metallica com Lou Reed, de mesmo nome. *Sim, eu tenho problema!*)
O grande clique do momento é que eu lembro da historinha que dizem dos peregrinos, que poderiam ter celebrado com os nativos americanos, os índios, e no fim das contas, os coitados foram dizimados por ali (daí a música do dia). Fatalidade claro, se hoje se arrependem verdadeiramente, não podemos afirmar.
Eis a um trecho que ilustra isso:

"No dia 16 de março de 1621, um índio Abnaki chamado Samoset entrou no povoamento de Plymouth. Ele saudou os peregrinos em inglês e no dia seguinte voltou com um outro nativo norte-americano chamado Squanto, que falava inglês bem. Com a ajuda de Squanto, os peregrinos conseguiram sobreviver no Novo Mundo. Squanto ensinou a eles como extrair seiva das árvores, como evitar plantas que eram venenosas e como plantar milho e outros alimentos.
A colheita de outubro foi muito bem-sucedida, em grande parte graças à ajuda dos nativos norte-americanos. Os peregrinos tiveram comida suficiente para o inverno e tinham aprendido a sobreviver no Novo Mundo. O governador dos peregrinos, William Bradford, decidiu realizar um banquete de celebração e convidou os vizinhos nativos norte-americanos. Os nativos norte-americanos também trouxeram comida, e a celebração durou três dias. Os historiadores acreditam que essa celebração tenha acontecido em algum dia de outubro.
Muitos consideram o primeiro Dia de Ação de Graças como um exemplo de que pode haver grande respeito e cooperação entre duas culturas diferentes. Outros, porém, o consideram um símbolo da perseguição dos nativos norte-americanos pelos colonizadores. Infelizmente, o espírito amigável do primeiro Dia de Ação de Graças foi uma pequena exceção em uma longa história de matança entre as tribos nativas e os colonizadores europeus. Hoje em dia, essa parte da história da nação influencia muitos norte-americanos." (Fonte: aqui)

A música que logo penso é uma muito bonita e triste. Mais em relação a essa consideração do feriado por perseguição aos índios, tenho uma boa sugestão, uma bela música da minha banda favorita (sábio Tuomas!!!!):

(Ver letra aqui)

Se tem gente para comentar, tem gente para criticar. Já há inclusive até o pessoal protestando por "comemoração" de algo que é "coisa de americano"...
Pois bem, gastar um tempinho extra para procurar saber sobre, ninguém quer né? Criticar já basta. ¬¬'
A lembrança da data, bem como a comemoração também é dada por aqui pelas famílias de origem norte americana, e por alguma denominações Cristã Protestantes. Inclusive no link acima mostra que dia de "ação de graças" é agradecimento de colheita não meramente "coisa" de norte americano ou canadense, algo que não sabia e que é legal.

Eu na realidade achava mesmo que era algo ligado à religiões protestantes, como Luteranas e Batistas, muito comuns nos EUA. Até que na escola, se não me engano na sétima série, mudei a ideia do tal feriado. Eu estudava em uma escola católica, com diretoria comandada por freiras, e a professora de geografia decidiu fazer das suas aulas as coisas mais legais daquele meu tempo escolar. Eram dinâmicas, aulas práticas, ao ar livre, no jardim da escola, viagens, jogos, tudo de uma forma que a gente aprendia e se divertia sem ser piegas. Em uma dessas ela juntou a aula dela com uma reflexão cultural. Falando de EUA, ela deu a aula dela no dia de Ação de Graças no pátio. Um pouco antes da aula terminar ela deu à cada aluno uma bexiga branca que não seria enchida com gás hélio, mas sim com nosso sopro, e um barbante. Enquanto enchíamos a bexiga, deveríamos pensar em tudo que éramos gratos por aquele ano que estava passando, assim como fazem os americanos fazem. Amarramos os balões nos barbantes, fomos para a capela da escola, rezamos, e saímos e liberamos as bexigas juntos ao meio do pátio.
Foi ali a primeira vez que ouvi sobre respeito com os outros, independente de suas crenças, de sua etnia, e etc, que de fato fez sentido. Muita gente da minha sala não era a favor de ir à capela, rezar, voltar, cantar o hino nacional, manter a disciplina, fazer aula de religião... Naquele instante, não houve reclamação, não houve risadinhas, nem comentários desmoralizantes ou frustrantes. De fato, estava fazendo sentido olhar para si e agradecer pelas coisas boas. Independentemente. 

Abraços afáveis! Feliz dia de Ação de Graças!

PS: hoje também é dia de Chanucá ;)

Comentários

Duda disse…
Que história bacana, Manu! São professores assim que fazem a diferença nas nossas vidas. Meu colégio era um pouco rígido com relação a "aulas práticas" e atividades que saíssem um pouco da sala de aula, o que forçava os meus professores a se virarem nos 30 para conseguir a nossa atenção. Sempre tinha os pestes tb, é claro. Uma vez eles convenceram uma professora nossa, de mais idade, a passar American Pie. Coitada, ela ficou tão sem graça durante o filme, não fazia ideia do que se tratava! rsrsrs

Bjão
Manu disse…
Ah Pry, na minha turma tbm tinham os doidos. American Pie foi dose hein? Pobre professora hahahaha...

Essa minha professora, a Christiane, era muito legal, sempre fazia muita piada. Era tipo amigona mesmo. Sinto falta daquela época. A escola é enorme, tem capela, 3 pátios, jardim, salão, e é um dos prédios mais antigos da cidade.
Toda vez que penso em trabalhar com aulas, penso em dar aula lá. Pena que nunca tem vaga. :(

bjs!

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