Novelinha GP do Bahrein

Chefão da F-1 pede para que se repense decisão sobre retorno do GP do Bahrein (Fonte: Uol Esportes)

A decisão da FIA de recolocar o GP do Bahrein no calendário desta temporada continua causando polêmica. Bernie Ecclestone, chefão da categoria, pediu para que a atitude seja repensada.
Na última sexta-feira, a Fia confirmou o retorno do GP do Bahrein ao calendário de 2011. A prova estava originalmente marcada para março, mas foi adiada devido à instabilidade política e à onda de protestos no país. A corrida foi marcada para 30 de outubro, mas ainda há um clima tenso.
“Do modo como as coisas estão, não sabemos o que vai acontecer”, afirmou Ecclestone, em entrevista ao jornal The Times. Para o dirigente, seria melhor transferir o GP do Bahrein para o fim do ano, em uma tentativa de amenizar os riscos à segurança dos pilotos e dos membros das equipes.
“O melhor seria mudar a corrida para o fim do ano e, se a situação estiver segura, vamos para lá. Do contrário, não iremos e não haverá problemas”, explicou Ecclestone.
O dirigente mostrou-se preocupado com a ideia da entidade em marcar a prova para outubro. “Vimos o relatório da entidade no qual se dizia que não havia problemas no Bahrein. No entanto, não é isso o que estou ouvindo e acho que devemos ser cautelosos”, recomendou.
Por fim, Ecclestone descartou os rumores de que haveria uma pressão financeira para que a corrida seja realizada – o Bahrein teria investido cerca de US$ 40 milhões para sediar a prova neste ano. “A questão é se há segurança e se seria bom correr lá. Podemos mudar a data do GP do Bahrein em uma votação por fax, se necessário. Isso pode ser feito e de forma rápida”, concluiu.

Lembra quando a F1 não tinha dramas parecidos com a novela das 8? Lembra?
Eu não.
O que está havendo é uma grande confusão dos fatos, cada um puxando a sardinha para sua brasa.
E no fim das continhas? A sardinha vai passar do ponto e ser isolada, se não jogada para os gatos.
Conflitos nestes países não são bolinho. Assim como não começaram da noite para o dia. Acontecem a um bom tempo, podemos ter certeza. A região parece um barril de pólvora e é assim que a mídia mais gosta de explorar, atingir cada bom indivíduo em casa e tirar dele ao menos uma expressão de olhos saltados e arregalados. Religião, descriminação racial, conflitos etnonacionais, ditadores... Há quem defenderá a idéia de que órgãos e governos não querem que a situação se normalize porque querem que o circo pegue fogo mesmo para poder dominar esses países de vez e resgatar suas riquezas, seu petróleo. Parece-me uma justificativa muito simplista que apenas dinheiro, riquezas e afins motive deixar rolar essas coisas nesses lugares.
Mas para uma análise muito mais profunda de tudo isso, eu precisaria ler, estudar, e isso não dá para fazer de ontem para hoje.
Muito menos, para falar do que a FIA e Bernie pretendem fazer com a situação.
A decisão da volta do GP do Bahrein ao calendário de 2011, no dia 30 de outubro assombrou muita gente:

“Compreendem-se os motivos pelos quais grupos de oposição queiram que a corrida seja disputada se estão planejando protestos. Isto é um perigo”, afirmou Hugh Robertson, ministro britânico dos Esportes, em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal Daily Telegraph.

De fato, não podemos afirmar se vai mesmo acontecer algo perigoso ou é só fogo de palha. Se digitarem no Google, rapidamente só por curiosidade, "conflitos no Bahrein" na primeira página da busca aparecerão só notícias relacionadas ao esporte.
Primeiro: um conflito político desse grau, de rebeldes contra o governo, não possibilita que as marmotas civis estejam a espera de pão e circo. Pois é isso que a F1 representaria alí no Bahrein nesse momento.
Na Roma antiga, a escravidão na zona rural fez com que vários camponeses perdessem o emprego e migrassem para a pólis (as cidades). O crescimento urbano acabou gerando problemas sociais e os imperadores, com medo que a população se revoltasse com a falta de emprego e exigisse melhores condições de vida, acabou criando a política “panem et circenses”,  a política do pão e circo. Simples: todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádios e durante os eventos eram distribuídos alimentos (trigo, pão). O objetivo era alcançado, já que ao mesmo tempo em que a população se distraia e se alimentava também esquecia os problemas e não pensava em rebelar-se.
Acha mesmo que a F1 pode ser assim lá no Bahrein? Duvido muito. Ninguém falou nisso ainda e eu digo, ainda bem.
Segundo: Falam em problemas na segurança dos pilotos e membros das equipes na estada do GP. Eu falo em provocação. Um evento como esse ofende não só o esporte, como quem faz parte dele e ainda a população, os rebeldes. Eles estão contra o rei Hamad , e querendo ou não um GP é negociado com membros do governo não é não?
Bernie tem problemas...
Tanto que o véio é doido que ressalto três frases da notícia acima:

“O melhor seria mudar a corrida para o fim do ano e, se a situação estiver segura, vamos para lá. Do contrário, não iremos e não haverá problemas”;
“Vimos o relatório da entidade no qual se dizia que não havia problemas no Bahrein. No entanto, não é isso o que estou ouvindo e acho que devemos ser cautelosos”;

E por fim:

“A questão é se há segurança e se seria bom correr lá. Podemos mudar a data do GP do Bahrein em uma votação por fax, se necessário. Isso pode ser feito e de forma rápida”.

Cara pálida: Se a situação não estiver segura, não irá acontecer o GP, e não terá problemas... E ainda tudo pode ser resolvido de forma rápida...
PORQUÊ NÃO FAZ ISSO LOGO?

PS: Sinceramente? Sobrevivo sem o GP do Bahrein. Ah, se sobrevivo.

Abraços afáveis!

Comentários

Ron Groo disse…
É menos uma questão financeira que politica.

O Bahrein apóia Bernie incondicionalmente.
E agora precisa de um evento para mostrar que retomaram o controle do país.
Nada mais apropriado que uma evento da magnitude da F1.
Bernie não recusaria.

Postagens mais visitadas deste blog

Aquaman post

Corrente Musical de A a Z: ZZ Top

Boas festas 2021!