Balanço da Temporada de F1 2020 (parte X)

Sabendo que o GP da Rússia não era do tipo que eu teria satisfação em comentar por aqui, me precavi dessa fadiga convidando alguém que estivesse com tempo disponível para contribuir com um bom texto, publicável, com todas os créditos e agradecimentos necessários.

Mas antes do acontecimento "tão aguardado", eu já fui a heroína da Liga dos Super Sinceros - a Óbvia de Capa - contando à todos que, antes da corrida de número 10 da temporada, Lewis Hamilton estava com 190 pontos, 55 a mais do que Valtteri Bottas, claro, o segundo colocado. 

A diferença entre Bottas e Max Verstappen no entanto, era menos gritante: Apenas 25 pontos, ou seja,  uma vitória os separavam. 
A coisa seguia "assustadora" só para os enfermamente inocentes, ludibriados sabe Deus pelo o quê. Se Verstappen tinha 110 pontos, tendo abandonado a última corrida, a sua diferença para o quarto colocado era de dar pena: 45 pontos distanciava ele de Lando Norris.

A oscilação estava exatamente na quarta colocação em diante. A disputa estava acirrada entre pilotos da McLaren, Norris e Carlos Sainz Jr., Charles Leclerc chegou a ocupar a quarta colocação também, e ali, se via também, quase chegando, Lance Stroll da Racing Point, em breve Sérgio Pérez e Daniel Ricciardo com a Renault, além do companheiro de Max, Alex Albon. 

Destaquei no post pré-Rússia a relação de pontos. Aí sim, dava para empolgar com a imprevisibilidade:


Com a competitividade acirrada acontecendo do quarto lugar em diante, saltava aos olhos duas coisas:

a) A Mercedes podia se dar ao luxo de ter problemas durante um ano atípico que nem assim, perderia a coroa, especialmente Lewis. Os seus protestos baseados no movimento BLM poderiam ser mais incômodos, se retirando de algumas corridas, por exemplo;
b) Era o Verstappen que devia ser considerado o gênio da temporada. Por não ter motor Mercedes no seu carro e uma certa falta de confiabilidade, era muito superior aos demais, sustentando, mesmo com quebras e erros, um terceiro lugar com gosto de primeiro. Isso é, para mim, o conceito base de piloto: um cara que, mesmo com situações adversas, se destaca e não aquele que ganha tudo, sem levantar suspeitas dessa tal perfeição.

Eu sei o que vocês estão pensando, mas já tranquilizo à todos e sem demora: não vou retomar essa ladainha.

O post do GP da Rússia teve um convidado (às pressas, diante da negativa de alguns convites): Lucas Lopes aceitou fazer um texto resumo do fim de semana do evento na Rússia e foi publicado aqui. Com as colocações feitas pelo Lucas, eu pude me afastar da ranhetice costumeira e entregar um texto com outro olhar para a corrida, disponível na página.


Já que não fiz comentários nesse sentido na época, vou lançar a brava aqui na retrospectiva: GP da Rússia só não foi totalmente ruim porque Lewis foi apenas o terceiro colocado. Em 2020 teve um pouco disso. Lewis em terceiro aconteceu mais vezes que nos anos anteriores. 
Não foi perfeito, e nem próximo disso, dadas as circunstâncias. Foram punições que fizeram Lewis perder a "concentração". Mas já deu para dar uma de Nelson dos Simpsons:


Claro que abriu brechas para uma choradeira danada sobre as punições contra o "gênio" e também sobre a falta de critério das regras. Depende da vontade de comissários em punir ou não, duramente ou simplesmente ignorar um incidente. 
Aqui, eu fiz silêncio para o pessoal descobriu a seletividade das punições da FIA... 


Depois de muitos anos em que o inglês foi beneficiado por muitas decisões descabidas dos comissários, agora que eles estavam no seu cangote, isso passou a incomodar. 

Os demais:

► Sérgio Pérez, despontando em quarto (posição de classificação) e enchendo os seus "fãs" que queriam ele na Aston Martin em 2021, deixando o Sebastian Vettel à pé - sob a perspectiva que o alemão já deu que tinha que dar e estava numa péssima fase. O mexicano dava ares da graça depois de 8 corridas com a promessa de que ele era o"o cara" da Mercedes Rosa, digo a Racing Point.
Seu parceiro, Lance Stroll mal largaria e se envolveria com uma colisão com o novo "maníaco da primeira curva"...

► Em quinto, Daniel Ricciardo. Ele havia largado da quinta colocação e deixado a Renault com os pontos desse lugar, garantidos. Seu companheiro, Esteban Ocon, largou do sétimo e ficou com sétimo mesmo.

► Saindo do décimo lugar e chegando em sexto, Leclerc, o único piloto considerado pela Ferrari, fazia a alegria dos tifosi. Sebastian Vettel largava da 14º depois de bater no Q2 e não saiu do lugar, praticamente, na corrida. Terminou em 13º.

► Em oitavo e nono, Daniil Kvyat e Pierre Gasly da Alpha Tauri. Eles largaram da 11º e 9º respectivamente. Em relação à classificação, Kvyat melhorou (o fato de estar "em casa" teve ter ajudado) e Gasly fez o mesmo que Pérez e Ricciardo: de onde saíram, chegaram. 

► Em décimo, Alexander Albom, como exposto no infográfico.

Não pontuaram:

► 11º ficou com Antonio Giovinazzi. Ele largou da 17ª colocação. Kimi Räikkönen largou do P19 e chegou no P14. 

► Em décimo segundo, Kevin Magnussen. Romain Grosjean foi o décimo sétimo. A posição de grid do Kevin: 18, do Romain: 16.

► Em 13º, o saco de pancada da Ferrari: Seb. Em 14º, seu brother para todo sempre, Kimi. (Que #Sewis o quê?!? Aqui é #Simi forever!)

► Lando Norris foi o décimo quinto, e sua classificação foi com um oitavo tempo. Carlos Sainz se enrolou na largada. 

► Do lugar cativo do 20º lugar, Nicholas Latifi largou e chegou em 16º. Foi melhor que George Russell, que apesar de ter largado do P13, chegou em último, no caso, em 18º.

Abandonos/ Acidentes:

► Logo na largada, Sainz se perdeu na curva 2 e bateu. Ele era o sexto colocado. 
Ao mesmo tempo, seu futuro companheiro, Leclerc estava registrando em cartório o apelido de "maníaco da primeira curva". Deixando Stroll sem opção, por conta do contato, o canadense bateu e caiu fora da corrida. Ele era o 12º no grid de largada.

O placar da classificação:


► Pode-se falar que Bottas é fraco (ainda que eu não concorde muito), mas em termos de erros e passar por cima de regras, o cara comete poucos e nenhum. 

► Sainz poderia até ser melhor na classificação que Norris, mas na corrida... Deixava a desejar, apesar de ter tido um segundo lugar enquanto Norris foi só o terceiro no ano passado.
Parecia que a "zika" de ser contratado da Ferrari já fazia-se presente antes do ano terminar. Mas conto um segredo: diz a boca pequena que Sainz já não é isso tudo mesmo. Então, 2021 pode ser divertido na Ferrari. (E também, pode ser perigoso com esses dois...).

► Por falar em diversão, a volta do Fernando Alonso pode ser bem bacana, dado o que Ricciardo, sem força, fazia com Ocon na Renault, mesmo estando de saída no ano passado... Huuuum...

Especificidades: 

Piloto do dia: Max Verstappen da Red Bull.
Sinceramente, não lembro porquê, mas suponho que foi justo. 

► Kimi Räikkönen marcou nesse GP o mesmo número de largadas do Rubens Barrichello - 322. E contando!!!

► Em termos de pontos, bem... Não mudou muito em relação ao GP da Toscana, duas semanas antes. Os dois pilotos que mais sofreram com estratégias erradas - Norris e Albon - seguiram em quarto e quinto lugares na classificação geral.
Lewis, apesar do terceiro lugar, ainda tinha a diferença em relação ao Bottas, um tanto grande: de 55 caiu para 44. 
No entanto, Bottas estava confortável ainda, pois Max havia se distanciado mais dele: de 25 a diferença passou a ser de 33 pontos. 

Próximo post, falaremos de como foi o GP na Alemanha. 
Abracinhos!

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