Balanço da Temporada da F1 2020 (parte XIV)

Depois do GP em Ímola, decidi escrever um texto (cínico, talvez) sobre a propensão de muitos a confiarem em narrativas - fictícias - e apresentar uma tese, com base nesse tão aclamado "fato" que muitos pregavam. Explico: eu escrevi que muita gente reforçava que Lewis Hamilton escrevia o seu nome na História do Esporte como o "Melhor e o "Maior do Mundo". E um acréscimo: ele era gigante fora das pistas, também. 
Tomei uma situação específica como fio condutor e fui escrevendo. 

As declarações de Lewis e feitos faziam dele, um ser de outro mundo, endeusado mesmo. Sem sombra de dúvidas, isso me incomodava. Fanatismo cego sempre me incomodou, fosse o que fosse. Por isso, escrevi um texto que, como era de se esperar, foi sumariamente ignorado. (Podem ler aqui, se quiserem).

Mas não foi a toa que comecei a escrever. Eu tinha um propósito: fiz uma tese, inclusive, na base do "já deu o que tinha que dar".
Minha ideia era simples: deixar só os caras que nunca venceram porcaria nenhuma na F1. Eles "ainda não tinham dado o que tinham para dar". Havia quem deu quatro títulos, como Sebastian Vettel e até Kimi Räikkönen dera em sucesso em 2007... A frase estava mal empregada! Deveria ser usada para quem já tinha marcado 7 títulos (e nem havia acontecido o GP turco, ainda...). Por isso, mandei um "já deu o que tinha que dar" para Hamilton.  
Minha tese era insensata, mas diante tanta fala de jornalista, comentarista e fã de F1 sobre essas coisas, parecia justo entrar na dança de quem batia tambor para maluco. Quem sabe assim, entendessem? 

Talvez tenha sido por isso que ignoraram a minha ranhetice. Depois, perdi uns dois seguidores no Twitter. Quem sabe, sabe: não tenho muitos seguidores lá. Falar mal de alguns protegidos, não te dá chances de ganhar "biscoito". Então, posso até interagir, mas logo fico no vácuo. É assim mesmo, fazer o quê?
Agora, mostrar o quanto bobões e babões estão agindo, incomoda? Pois essa insistência em criar narrativas ficcionais, também. 
Depois reclamam dos "tios e tias" do whatsapp passando fake news. Não está muito diferente. 

Pela primeira vez, desde o balanço de 2020, vou pedir que releiam o texto que fiz sobre o GP da Turquia. Não foi meu melhor texto do ano, mas resumiu a corrida e os acontecimentos da melhor forma que pude expressar e que não vou tentar refazer aqui. 
Se posso condensar a ideia geral é que não tenho mais uma visão romantizada da F1 - se é que já tive isso alguma vez. 

"O fulano é talentoso, é melhor que o Beltrano e muito mais que o Ciclano". 

Todos são talentosos, de alguma forma, ou para alguém. Não interessa tanto o que a gente acha. "Achar" alguma coisa, não é fato. Dá para comentar o que você acha numa conversa informal? Sim, óbvio. Mas não dá para fazer disso, postulado da verdade. 

O infográfico do DP 14, à seguir:


Detalhado acima, vamos aos demais pontuadores:

► Em quarto, Leclerc, conforme dito no gráfico.
Em quinto, Carlos Sainz Jr. esse ano, na McLaren, em 2021, seria companheiro do Leclerc. Largou do 15º lugar. 

► Do segundo ao sexto, Max Verstappen não teve uma corrida muito boa. Alexander Albon, seu companheiro na Red Bull, largou em quarto e chegou em sétimo, logo atrás de Max. 

► Lando Norris, que havia largado em 14º, chegou apenas em oitavo,  três posições atrás de Sainz. O garotinho da McLaren ainda fez a melhor volta da corrida e levou um ponto extra por isso..

► Em nono, Lance Stroll. Largou na pole, e se perdeu totalmente na corrida (o que deveria deixar a Racing Point, futura Aston Martin, em alerta). Pérez foi o para o pódio e ainda assumiu a quarta colocação na classificação geral da temporada.

► O último pontuador, Daniel Ricciardo, largou da quinta colocação e caiu 5 posições na corrida, ficando em décimo. 

Não pontuadores:

► Esteban Ocon, saiu do sétimo para o décimo primeiro. A Renault marcava pontos só com Ricciardo, novamente.

► Daniil Kvyat foi o P12 e largou do P16. Seu companheiro na Alpha Tauri, Pierre Gasly,estava logo em seguida, no décimo nono lugar. 

► Em décimo quarto, Valtteri Bottas. Suspeito? Pois é, ninguém achou... Ele foi apenas o novo na classificação e viu as coisas ficarem excelentes só para o seu companheiro "genial".

► Kimi Räikkönen foi o oitavo na classificação, mas na corrida só conseguiu o 15º lugar. 

► Em 16º, George Russell. Largou em último, perdendo 5 posições de punição por ignorar as bandeiras amarelas durante a classificação. Irrelevante...

Abandonos/Acidentes:

► Antonio Giovinazzi largou em décimo, mas andou apenas 11 voltas das 58, teve um problema na caixa de velocidade e se retirou da corrida.

► Nicholas Latifi abandonou por danos de colisão com 39 voltas completadas.


► Romain Grosjean, também, por conta de uma colisão, abandonou a "competição"  faltando 9 voltas para o fim. Seu companheiro da Haas, Kevin Magnussen foi considerado na classificação final, tendo completado mais de 90% das voltas. Ele era o 11º na corrida, mas retirou-se por visibilidade ruim faltando 4 voltas para o fim da corrida.

O placar da classificação: 

► Nada de novo em relação ao GP anterior. Dessa vez, a classificação foi piorada pelas condições climáticas, mas algumas coisas não mudaram: na Mercedes, na Red Bull, na Ferrari, na Renault, na Alpha Tauri e na Williams, tudo estava como o começo.

► Na Racing Point, a pole do Stroll deu uma "sobrevida" para ele, mas Pérez ainda era muito superior.

► Na Haas e na Alfa Romeo, estavam quase perto de um equilíbrio que a McLaren havia alcançado plenamente. 

Especificidades:

Piloto do dia: Sebastian Vettel. 
Pela segunda vez no ano, Vettel era o escolhido do povo como o piloto destaque.
Desta vez, com um pódio, Vettel conseguia se sobressair sem os mandos esquisitões de Mattia Binotto - que estava na fábrica. 
Livre para ser ele mesmo, mostrou que dava - ainda - trabalho ao "milagreiro" Leclerc.

Foi o primeiro pódio de Vettel desde o GP do México em 2019 e a primeira vez que ficava entre os 5 primeiros na temporada de 2020!

► Primeira pole position de Lance Stroll na F1, a primeira pole da Racing Point e também, a primeira de um piloto canadense desde 1997. Neste ano - e no GP da Europa, realizado em Jerez - o eterno "xarope" Jacques Villeneuve fazia a pole com a Williams (mas quem conquistou a vitória na corrida foi Mika Häkkinen, pela primeira vez na carreira, e na McLaren).

► Este GP na Turquia foi o de número 300 da Red Bull Racing. 

► Hamilton se consagrou 7 vezes campeão mundial, numa corrida que não tinha indícios de que teria sua vitória. Mas como uma narrativa  mágica era mais interessante, ele largou do P6 e venceu a corrida, sem maiores esforços. 
Pela quarta vez seguida, ele conquistou mais um título, por antecipação. Faltavam ainda 3 GPs para a temporada 2020 terminar. 
(E diziam que 2020 seria a "temporada de dificuldades"...)

► Lewis somava 307 pontos, Valtteri 197, Max, 170. 
No quarto lugar, assumiu Sérgio Pérez, no lugar de Daniel Ricciardo. Com 100 pontos, subindo duas colocações, o mexicano avançava bem na classificação, na reta final. Em quinto, permanecia Charles Leclerc, com 97 pontos. 

Estávamos à postos de dois fins de semana no Barein. Um deles, o primeiro, seria um dos mais trágicos que já havia assistido. Até hoje, quando vejo alguma imagem do acidente, sinto um arrepio na espinha. Graças à Deus, foi um grande susto. 

Falamos disso na próxima postagem! 

Abraços afáveis!

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