Balanço do Temporada da F1 2020 (Parte IX)

Eu andei muito ácida depois do GP de Monza. E eu escrevi viu? Noooossa, como eu escrevi, credo!
Não vou considerar que leiam, mas se quiserem, aqui fica o link. Não vou me repetir, podem saltar se quiserem. 

Fechamos a terceira tríade de GPs com o GP da Toscana em Mugello.
Boa parte dos pilotos não conhecia o circuito, a não ser os que já fizeram parte da Ferrari. Por isso, podia ser que tivéssemos outro resultado imprevisível (só que não).
A equipe da casa, no entanto, poderia ostentar um macacão e pintura comemorativos, já que faziam 1000 GPs na F1 em Mugello. Mas era só isso de regalia também, uma vez que enfrentavam um dos piores momentos de sua história na categoria.

Quanto à postagem resumo da corrida ela não foi boa como algumas do ano passado, mas foi direta. Cansei desse papo da "lacração" e "babação" de ovo. Deve ter feito muita gente escapar correndo do blog e deixarem de me seguir no Twitter. Bem sei que, depois de alguns GPs, alguns fizeram isso (falar a verdade deve incomodar...). Outros, só continuaram a ignorar e para tanto, está bom assim. 

Talvez por isso, tenha me esforçado mais do que deveria (pois o tempo está curto) a fazer esse balanço aqui. Como estou sendo ignorada, tanto faz. Nesse 2021 teremos "mudanças" na transmissões. Agora na Band, ouviremos os mesmos gritos inoportunos e alguns comentários exagerados em noutro canal. Provavelmente não estarei junto com vocês nessa, pois tive me cota em 2020. 

De 2021 em diante, uma coisa é certa: ou o blog continua, ou acaba de vez. 

Sobre o GP da Toscana - link  - e a tabela:


Classificação: Mercedes Mercedes e Red Bull.
Corrida:  Mercedes Mercedes e Red Bull.
Sim, uma diferença: a Red Bull na verdade, não era o mesmo piloto da classificação.
Peculiar eu diria, que justo nesse pódio que pudesse dar um sopro de vida na carreira de Alex Albon (que vinha sendo fortemente cobrado, inclusive de colegas que não tinham nada com isso...) Foi sumariamente ignorado, sendo totalmente anulado justamente por um de seus críticos com algo que, é importante trazer para o debate, mas não tem nada a ver com o esporte: o protesto de Lewis Hamilton no pódio acabou apagando a conquista de Albon. 

Mas, em termos pragmáticos, aquele protesto trouxe diversos significados para o público. Para a maioria, escancarou que a FIA não estava pensando na diversidade, a não ser na hora do marketing. Eu realmente não entendi porque acharam que não era mais do que isso... Não dá para chamar de inocência, pensar assim beira a burrice mesmo.
Para alguns poucos, era marketing desde o começo, e não havia dúvidas. Estavam cientes disso, e entendiam a notificação enviada ao Lewis como apenas um alerta da federação, já que em alguns dias, estariam em solo russo e esse tipo de coisa não seria tolerado lá. Para evitar confusão com a galera do Vladimir Putin, deram uma notificação formal para Hamilton (pois a FIA não é pai e mãe pra entrar no quarto e conversar a sério), e isso não deveria ter sido encarado como fim do mundo.
O pessoal que achava que a #WeRaceAsOne era seguida à risca, começou uma guerra campal contra a F1 e não faltou incoerência e indícios de ignorância pura e simples sobre isso. Não entenderam, nem sob decreto, que era só um puxão de orelha para russo ver e não implicar. Tanto que não deu em nada.

Hoje, penso que Lewis não foi ingênuo. Ele fez de propósito: seria normal e muito provavelmente não tivesse nenhuma notificação se ele apontasse com a camiseta no pódio na Bélgica. O que teria mudado em sua visão, em 2 semanas, sobre o fato da Itália não ter nada a ver com o que acontecia na América do Norte, especificamente nos EUA, e ser a última corrida antes do GP da Rússia?
Em entrevistas pré Bélgica, ele foi bem claro: a Bélgica ficava em outro continente. Então, o que havia mudado? ... 
Parecia provocação com uma dose de marketing. E se era mesmo, ele foi fracote no primeiro termo e bem igual a FIA, no segundo. Depois da notificação, ele seguiu apenas nos discursos e ainda bem mais dóceis que antes. Nada mais foi feito em relação à luta contra a discriminação e violência racial. 

Não me venham com a ideia de que o contrato de 2021 dele pressupõe suporte em relação à isso. Quero ver ele fazendo isso no particular, com a marca Lewis Hamilton, e sem relação com a Mercedes. O que do seu próprio bolso, e salário está sendo feito para essa questão? Ele, Lewis, está fazendo o quê, além de retórica?

No entanto, ele é gigante para a maioria dos fãs da categoria. Ainda que um reality show tenha mostrado o quão raso pode ser uma pessoa que só discursa em prol de algumas causas, acusa sem trazer uma solução de união e força, diz bastante. Se colocarmos uma lente de aumento, descobrimos que desse tom militante que está em todo canto, sempre resulta no puro suco da arrogância e pouquíssimo reflexo na representatividade. O que salta aos olhos é que quem toma o "lugar da fala" não quer resoluções, quer aparecer como detentor de poder e hierarquizar raças, religiões, culturas.
Assim, tenho minhas dúvidas se Lewis será menos endeusado pelas suas contradições e falhas antes de se aposentar. Não perceberam isso agora, não perceberão jamais. 
Vimos isso, esses dias, com relação ao Mick Schumacher e uma declaração evasiva. É isso que a militância como discurso causa: enquanto a real malícia do mundo que deve ser acuada, corre solta, os combatentes estão preocupados com as mesquinharias. 

Mas deixa isso para lá. O importante é que Lewis faz mais do que seus críticos, blábláblá... Nesse caso, nem vou dizer que, sendo a figura pública que é, faz o mínimo. Mas endeusem mesmo. Aplaudam!

Sobre os resultados. A corrida foi bagunçada, mas com o mesmo resultado comum. Como dito na tabela, a Red Bull manteve pódio com Albon substituindo Verstappen no terceiro lugar da corrida. O holandês perdeu o traçado, foi engolido pelo pelotão e ficou preso nas britas. Além dele, outros também se enrolariam entre si na mesma volta, e Gasly levaria a pior.

Os pontuadores:

► Em quarto, Daniel Ricciardo que era o P8 do grid, trazia os pontos da Renault Seu companheiro, Esteban Ocon, largou da 10ª colocação e não terminou a corrida por problemas no carro.

►  Sérgio Pérez, sétimo no grid, ficou em quinto e também foi o único representante de sua equipe, a Racing Point. Lance Stroll seria o último a abandonar aquela corrida.

► Em sexto, Lando Norris, saindo do 11º, pontuou pela McLaren. Carlos Sainz apresentaria problemas na largada e se envolveu numa batida na relargada - uma colisão do tipo strike de boliche envolvendo mais 3 outros carros.

► Da Alpha Tauri também só restou Daniil Kvyat: do 12º para sétimo lugar. Pierre Gasly acabou atingido no início da corrida e nem completou volta.

► Charles Leclerc em oitavo, e Sebastian Vettel em décimo fizeram o que deu para a Ferrari. No grid, Vettel largou da 14ª colocação e escapou de duas batidas. Leclerc, no grid, era quinto. Parecia que daria show, mas não foi bem isso. 

► Kimi Räikkönen largou da 13º colocação e terminou a corrida (quase fora nas primeira voltas, por um toque) em nono. Antonio Giovinazzi foi um dos envolvidos no tal "strike".

Não pontuaram:

► George Russell em 11º e Romain Grosjean em 12º. Ambos tiveram seus companheiros de equipe, envolvidos na confusão da relargada.

Abandonos/Acidentes:

► Primeiro Max e Pierre, logo na largada, saíram da corrida. O primeiro, perdeu o traçado e o segundo, foi prensado pela Alfa de Kimi e a Haas de Grosjean, ambos, sem espaço para escaparem de um envolvimento maior.
Sainz, rodou, bateu em Stroll e danificou a asa dianteira de Vettel. Safety Car na pista. Com a relargada, houve uma confusão dos diabos...

Vocês vão ler por aí que Bottas liderava o pelotão e ziguezagueava na pista, considerado culpado pela colisão envolvendo 4 carros.
Sei.
Só ele, segurou 18 carros...
Bacana.

A questão é que cada um fez uma escolha para ganhar tempo e espaço e os 4 últimos, se lascaram com isso. Houve Williams e uma Ferrari jogando o carro de lado com rapidez, sem pensar no que vinha atrás e não só uma, mas duas Mercedes "zambetando" na frente.
Isso é corrida gente, essa de arrumar culpados é chover no molhado.

►Nessa relargada lambança, 4 carros colidiram: Sainz (grid: P9), já havia rodado e ajudado na entrada do carro de segurança, Giovinazzi (grid: P17), Magnussen (grid P20), Nicholas Latifi (P19). Todos eles, tinham rodado apenas 7 voltas.

► Na volta 8, Ocon recolheu o carro, com problemas nos freios. 

► Faltando 16 voltas para o fim, Stroll abandonou com problemas na suspensão (muito provavelmente, já danificada pelo toque com Sainz, na largada). 

Esta aí, em seguida, a tabela da classificação. Não gosto desse placar, já reforcei várias vezes. 

Não tem muito mais a acrescentar, a não ser uma coisa: é na classificação que os caras mostram sua velocidade, pois na corrida, eles precisam preocupar com gerência de pneus. Em caso de equipe com carro mediano, como a Renault, era muito interessante ver que Ricciardo dava um banho em Ocon. 

Especificidades:

Piloto do dia: Daniel Ricciardo da Renault. 
Ele quase foi ao pódio nessa, algo que muita gente torcia para que acontecesse. (Eu só torcia que Ocon não tivesse oportunidades como essa...)

► Primeiro pódio de um tailandês na F1, com Albon. Esse fato acabou ofuscado pela militância de Hamilton.
"Ah, mas ele não sabia que o Albon ia ao pódio..." De fato, não dava para prever isso, mas que já ameaçava acontecer (e Lewis evitou em duas oportunidades também).
A diversidade que tanto prega, não apareceu quando decidiu criticar Albon para a imprensa, pelo trabalho na Red Bull. Isso não escaparia de um genuíno militante: deveria estar do lado do tailandês, afinal, ele sofria uma pressão danada na equipe, sendo companheiro do Max. Com o pódio ofuscado, a situação que poderia ter sido apenas sem querer, passou a soar como, digamos... Opressora! 

► Lewis alçava 190 pontos contra 135 de Bottas. Verstappen se afastava mais ainda de Bottas, mas conseguindo manter a terceira colocação no geral: 110 pontos para ele, 65 para o quarto colocado que passou a ser o Norris. O fim do campeonato estava no rascunho, porém, a única inconsistência ainda seria dos quarto lugar em diante, escrito sempre à lápis.

► Era só uma questão de dias para que a Mercedes comemorasse o sétimo título seguido. Ela já somava 325 pontos no nono GP do ano, e a segunda colocada, a Red Bull, tinha apenas 173.

O "melhor" GP do ano aconteceria dali duas semanas. Estávamos todos empolgados, só que não, para o GPa da Rússia.  

Abraços afáveis e até a próxima!

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