GP da Rússia à vista: preparados?
Post rápido pois o tempo é curto. Fim de semana está à vista e com ele, carregando o GP da Rússia.
Abraços afáveis!
Sim, GP da Rússia!
Empolgaram?
Pois é, nem eu.
Não me dei o trabalho de olhar os treinos livres hoje. Sequer liguei a TV pois, sejamos sinceros, não há comunicação relevante na cobertura mesmo...!
Dito isso, dar uma olhada naquelas fichas dos tempos, números de voltas e pneus usados é o suficiente para saber o que rolou.
E como tem sido nos últimos TLs, Valtteri Bottas cravou os melhores tempos.
Chega no sábado a gente vê pouco do Bottas em ação e no domingo, ele dá alguns indícios de perder até uma posição no pódio. Ou não. Mas isso não significa que dá para criar expectativa com o GP russo. Em 95% das vezes que houve corrida lá, pouco de empolgante aconteceu.
Eu não vou fazer os notas ácidas dessa vez. Tenho compromissos acadêmicos logo mais e não quero atiçar onças com varas curtas. Haveria muito veneno para soltar por aqui, em notas que sempre tento, mas nunca são sucintas, mas vou deixar para semana que vem.
No mais, antes de efetivamente partimos para o "valendo" de mais uma tríade de corridas, que voltemos o nosso olhar para uma questão: em 9 corridas, já sabemos quem é o vencedor de 2020, o vice e também não há nenhuma surpresa com relação ao campeonato de construtores.
Big Lewis está com 190 pontos e seu companheiro (fraco ou propositalmente enfraquecido?) Bottas está com 135 pontos. A diferença é grande, como se imaginava lá em julho: 55 pontos.
Para se ter uma comparação bem simplista, é como se Lewis pudesse fazer boicote em prol do BLM em duas corridas e ainda ter a vantagem de 5 pontos sob Bottas, desde que o finlandês vencesse as duas corridas que companheiro estivesse fora, militando. Ainda que fizesse volta rápida nas duas, Hamilton voltaria com 3 pontos na frente do companheiro.
Mas está garantido para Bottas? Em partes, sim. Max Verstappen (RBR) era o maior inimigo das Mercedes, já jogou a toalha. Está com 110 pontos. Uma vitória o separa de Bottas e ainda tem corrida vindo aí. Mas em tese, a Mercedes está em ponto bem confortável para começar a agir para que Max não se aproxime da segunda colocação na tabela.
De fato, as boas coisas do campeonato de 2020 só surgem, depois do terceiro colocado. E se dá para anular as Mercedes, a coisa fica mais equilibrada, e bonitinha, sobretudo do quarto em diante. Acompanhem:
Lando Norris (McLaren) está com 65 pontos;
Alexander Albon (RBR) 63;
Lance Stroll (Racing Point) 57;
Daniel Ricciardo (Renault) 53;
Charles Leclerc (Ferrari) 49;
Sérgio Pérez (Racing Point) 44;
Pierre Gasly (Alpha Tauri) 43;
Carlos Sainz Jr. (McLaren) 41;
Esteban Ocon (Renault)30;
Sebastian Vettel (Ferrari) 17;
Daniil Kvyat (Alpha Tauri) 10;
Nico Hulkenberg (com uma só corrida - Racing Point) 6 pontos;
Kimi Räikkönen e Antonio Giovinnazi (ambos da Alfa Romeo) com 2 pontos;
Kevin Magnussen (Haas) com 1 ponto;
E os zerados: Nicholas Latifi e George Russell (ambos da Williams), e por fim Romain Grosjean (Haas).
O que surpreende: Norris em quarto, enquanto Sainz está com 22 pontos a menos. Poderia ser pois o espanhol está de partida para a Ferrari e a McLaren deu preferência ao menino Lando? Talvez. Mas esse não parece ser o caso da Renault: Ricciardo está de saída também (para substituir Sainz na Mclaren), mas está com 23 pontos a mais nos bolsos do que o francês Ocon chegado para ser a solução da equipe. Imaginem a diferença quando Fernando Alonso chegar... Só imaginem!
Um caso que não conseguimos ponderar com certeza se é questão de prioridade ou talento é diferença entre Verstappen e Albon. Claro que é muito grande: 47 pontos separam um do outro e isso acaba gerando muitas opiniões à respeito da dupla.
Mas se engana que alguém coloca isso em pauta quando o caso é Mercedes.
A Ferrari corre com um só carro, ainda que seja ruim. São 32 pontos que separam Leclerc de Vettel. A Ferrari não quer ter o alemão na equipe mesmo. Nenhuma atualização com ele funciona (se é que ele as recebe) e não duvidaria se dissessem que há dois briefings separados: um com Vettel e um sem Vettel para decisões de corrida. Não vão querer que ele saiba como lidar com um carro inguiável, não é mesmo? Além disso, não querem revelar nada para "o rival" sobre o carro do ano que vem.
A diferença entre Stroll e Pérez é pequena, mas essa não levanta tanta polêmica.
Pérez, por sinal, anda muito "mimimi" por ter perdido a vaga e encontrou em Sainz um defensor da causa. O espanhol se compadeceu com a forma que Checo foi "dispensado" pela equipe para ter Vettel em seu lugar.
Vou dizer a real: acho patético que, do nada, as pessoas tenham se revoltado com Pérez por ele ter falado que lugar de mulher é na cozinha numa entrevista lá no tempo do guaraná de rolha. Ok, é feio para danar falar isso, mas sinceramente? Não me atinge, não me importo com a opinião dele que eu sei, que muitos - se não todos ali - não pensam de forma semelhante.
Também não estou nem azul se o Sainz não ajoelha em prol da ação anti racista encabeçada pelo Hamilton. Isso também não me afeta, os caras agem e fazem o que eles bem entendem. É a vida deles. Se eu concordo ou não, pouco muda na mentalidade deles. Há mais aí do que pressupõe a minha vidinha de interior de Minas Gerais e acho que a galera poderia começar a levar isso também em consideração antes de sair rotulando as pessoas como misógino e racista.
Mas que o ressentimento do Pérez com a equipe está ficando patético e o Sainz ter achado que foi péssima a atitude da equipe com o mexicano, sendo que ele toma o lugar do Vettel que foi dispensado com menos consideração ainda é ridículo. Ora cara, ficasse calado que dava mais certo. O mesmo vale para Pérez, ainda que eu seja contra a sua permanência na F1...
Ainda bem que dá para admirar as pessoas para além do que elas falam ou fazem. Tomara que esses dois sejam bem sucedidos no futuro e esqueçam essas bobagens e mimimis, para que a gente também possa esquecer tudo isso e focar no que fazem na pista.
Gasly e Kvyat mostram outra diferença gritante: são 33 pontos. A coisa não está das mais legais para o russo.
E então vem os equilibrados: Alfa Romeo tem quatro pontos, divididos certinho entre seus pilotos. As Williams estão zeradas, e a Haas, Magnussen tem um ponto e Grosjean, 0 e isso é um tanto triste, sobretudo para estas duas equipes.
No campeonato de construtores: A Mercedes segue solta e confortável, no campeonato que chamei em julho de Fórmula Mercedes e se comprovou rapidinho: são 325 pontos.
A Red Bul segue com 173 pontos, a McLaren com 106, a Racing Point com 92. A Renault está em quinto, com 83 pontos, seguida pela Ferrari, em sexto (!!!!) com 66 pontinhos. A Alpha Tauri está até agora com 53 e depois vem a tristeza: Alfa Romeo com 4, a Haas com 1 e a Williams com 0 pontos.
Para domingo, às 8:10 da manhã, a super emoção de ver Hamilton bater mais um recorde e beliscar mais fáceis 26 pontos numa procissão quase sonolenta já tem seu lugar. Não vamos perder!!!!
Vai ser divertidíssimo, não vai?!
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