Dicas de Filmes: Vampiros

O Halloween está chegando, é amanhã. Sempre, com a aproximação da data, eu sinto uma falta danada das duas edições de festas beneficentes que fiz nos anos de 2011 e 2012. Uma pena que em todas elas, o trabalho foi só recompensado pelo privilégio de poder ajudar alguém que precisava. Porque as partes negativas, foram muitas. Penso que, para o ano que vem, tentarei fazer uma com o pessoal da minha família e parentes. Com a ajuda de cada um deles, podemos fazer uma festa que combine diversão e arrecadação satisfatória.

Para as dicas, decidi separar filmes de temática envolvendo vampiros. Nada de "Crepúsculo", podem ficar tranquilos. Li os livros, e de tão rápido e simples que são, quase nem senti. Precisei conferir do que falavam tanto e li todos os 4 livros da autora Stephenie Meyer. Não são ruins, mas também não justifica-se por esse maravilhamento todo. A vantagem da moda que virou essa saga é que muitos jovens podem crescer como adultos leitores, e abrirem a cabeça, quem sabe para clássicos do terror como Bram Stocker ou mesmo Anne Rice. Será de fato um fracasso, se passarem a vida toda morrendo pelos livros dela, sem expandir os gostos, ou lendo eles repedidas vezes. 
Os filmes, desculpem, são bem risíveis. Ainda mais com aquela atriz que dá tristeza só de olhar, que dirá passar duas horas vendo sua façanha em tentar interpretar. ¬¬'

As dicas de filmes de vampiros tende a todo tipo, mas sigo uma linha de escolha pelos DVDs que tenho em casa, e não só aqueles que já pude assistir. Com um adicional: o recente - ainda nos cinemas - "Drácula - A História Nunca Contada".

 "Os Garotos Perdidos" é conhecido pela maioria afinal, cansou de ser exibido na Sessão da Tarde. O enredo baseia-se em uma família: a mãe Lucy, leva os filhos Michael e Sam para uma pacata cidade chamada Santa Carla, na Califórnia, para viverem com o pai dela, avô dos meninos. O desenrolar se dá com Michael se aproximando de uma "gangue" de motoqueiros de roupas de couro, que aterroriza a cidade, mas que são, na verdade, uma trupe de vampiros, liderados por David. Eles estão dispostos a transformar Michael em um deles, quando coisas estranhas começam a colocar também a sua família em risco. O pai de David se envolve intimamente com a mãe de Michale e Sam. O mais novo, Sam faz amizades com uns garotos da loja de quadrinhos que conhecem a fama da cidade com a turma de vampiros e propõe um plano para combatê-los.
O filme é de 1988 e foi dirigido por Joel Schumacher. Sendo um filme dos anos 80, o vampirismo é uma metáfora para o envolvimento dos jovens com as drogas, a diversão de festas  noturnas e rebeldias, que davam a tônica da década (ok, não mudou muita coisa, vamos combinar). Simples e direto, é um filme de apelo sutil, não é aterrorizante e ascendeu jovens atores como Jason Patrick (Michael), Kiefer Suterland (David) e Corey Haim (Sam) - que mais tarde, se envolveria gravemente com drogas, e viria falecer em decorrência de outros problemas de saúde, em 2010.
O título em inglês da produção - "The Lost Boys" - lembra-nos também do grupo do Peter Pan.
Um bom filme, eu sempre achei bem legal. Para quem não assistiu ainda - o que duvido - vale a pena. Eis o trailer:



Mas se alguém procura algo mais tenso, de mais sangue e misticismo, aqui vai duas adaptações incríveis de livros homônimos:

"Drácula de Bram Stocker", filme dirigido por Francis F. Coppola, de 1992, é o longa mais próximo da obra de Bram Stocker. Eu li o livro, e por duas vezes - uma quando comprei uma cópia e a segunda quando precisei fazer uma matéria na faculdade a respeito de obras literárias da era moderna. Todos os acontecimentos são relatados por diários ou cartas e sinceramente, fiquei um tanto decepcionada, (menos um pouco quando li pela segunda vez para desenvolver os trabalhos propostos na matéria). Que a tal professora da disciplina não leia isso, mas o filme é deveras mais interessante que o livro, em termos de emoções a flor da pele. Não me levem a mal, o livro é muito bem escrito, mas Coppola fez de Drácula não só um personagem ainda mais fascinante quanto, claro, também admirável e sedutor. Não à toa, Gary Oldman acabou sendo uma excelente escolha para interpretar Vlad e Drácula "jovem" e "velho". 
Na história do livro, conta-se que um advogado vai até a Transilvânia prestar serviços ao senhor Drácula, que adquiriu muitas terras em Londres. Ali, ele fica sabendo que este senhor, além de muito rico e poderoso, é mais que excêntrico. Coisas estranhas acontecem no castelo e ele tem a certeza de que está aprisionado lá. Jonathan Harker - o advogado - está noivo de Mina, que nesse tempo está com a amiga Lucy, que de alguma forma foi atacada por Drácula, fica doente e morre. Mas após ser enterrada, ela renasce como vampira. Abrahan Van Helsing - o caçador de vampiros - surge na historia pra dar fim à vampira. Logo que Harker e Mina se casam, percebe-se que ela - Mina - já se envolveu com o Drácula, bebendo seu sangue e ligando-se a ele de forma espiritual, como uma matrimônio diabólico. Por hipnose, Van Helsing acha o paradeiro de Drácula, que foge para o castelo  e destruído pelos perseguidores e morto, acaba por libertar Mina da espécie de "encantamento" que passou.
O filme segue a mesma razão, com algumas mudanças mais interessantes para a trama: Há um prólogo com a explicação de que Drácula é a encarnação de Vlad III, o Empalador, príncipe da Valáquia, no século XV. Devido sua frieza em destruir inimigos islâmicos, empalando-os vivos em batalha, e pela sua tradicional descendência, Drácula ganhou essa fama na época. No prelúdio, Vlad volta de uma batalha e fica furioso ao saber que sua amada suicidou-se ao receber uma falsa notícia de que ele havia morrido. Assim, ele renega a Igreja Católica (pela qual ajudou a lutar contra a expansão islâmica na Europa) e em uma cena simbólica, bebe sangue de Cristo e se torna então,  o Drácula. Perambula através dos séculos como um vampiro, e ao se encontrar com Harker descobre  por uma foto que Mina é encarnação da sua antiga amada.
Há também explicitamente o jogo de sedução entre Mina e Vlad, o contato direto de Drácula com Lucy. O filme é bem mais aterrorizante e tenso que o livro, as aparições de Drácula são visuais, sendo maiores que nas cartas do livro. O relato é direto, o enredo é instigante, e de forma mais ampla, entende-se mais porque Mina se envolve com ele, mesmo apaixonada por Harker, pois certa sensualidade atrativa do personagem é mais evidente no filme que no livro. Fora que é um filme muito belo, com bom visual, figurinos e fotografia excelentes. O trailer:



"Entrevista com o Vampiro", de 1994 é, seguramente, bem melhor que o livro. Li o tal apenas uma vez, e demorei meses para terminar. Achei a obra de Anne Rice muito arrastada. Tanto que nem sei afirmar para vocês as diferenças entre eles - longa e livro. Devo ainda dar uma segunda chance a obra, pois sou partidária do movimento que o livro é sempre o supra sumo de um filme. 
Nesse caso, ainda, acho o filme muito mais empolgante. Louis está em São Francisco, cidade americana do estado da Califórnia ("Os Garotos Perdidos" também é ambientado na Califórnia... Coincidência?). Vivendo já à mais de 200 anos sem fim, decide contar sua história à um jovem repórter. Para ele, conta com detalhes em flashback, toda a história de sua vida, desde a vida normal, sua transformação pelo vampiro Lestat, sua agonia em ter se tornado um ser das trevas e como chegou até o presente.
Lestat o encontra em Lousiana, no século XVIII, e oferece a dádiva de viver para sempre. O ato desencadeia uma revolta em Louis buscando uma razão para a vida assim. Lestat é muito poderoso, cínico e inferniza e existência de Louis. Mas é em Cláudia, uma menininha transformada em vampira por Lestat, que Louis encontra razão de perseguir a semi-vida. Em briga com o Lestat, os dois fogem para Paris, onde Loius encontra Armand, um vampiro que pode lhe dar as respostas. Não tendo o que Louis procura, Armand acaba assassinando Cláudia, o que leva Louis cometer um ato cruel de vingança, pondo fim a todo o grupo de Armand e volta aos EUA onde vive até o momento da entrevista.
Não, não vou contar o final. É a cereja do bolo e já falei demais sobre o filme. Muitos spoilers aqui, peço desculpas. Mas, devo dizer que, se a cereja do bolo é o final, a cobertura está na trilha, no mesmo final. Esse filme é sem dúvida alguma, o melhor filme de vampiros mais moderno, que existe. Dirigido por Neil Jordan, o filme conta com uma excelente (de verdade!) interpretação de Lestat feita por Tom Cruise. Um dos melhores papéis dele, certamente. Louis é Brad Pitt, quando ainda era bonito e não um capachão de esposa. E Armand, é nada mais, nada menos que Antonio Banderas. 
É assim: se vampiro tem que ser bonitão e os filmes chamam o público feminino, bem, nesse a missão foi muito bem feita, rsrsrsrs...


O próximo é um longa que apela mais para o humor negro, encabeçada por Tim Burton. Já até escrevi sobre "Sombras da Noite" aqui, nas dicas para o Halloween do ano passado. Mais especificamente, sobre ele:

"Sombras da Noite" começa com uma família inglesa se mudando com o filho ainda novo, para os Estados Unidos, fugindo de uma maldição lançada sobre eles, em meados do século XVIII. Barnabás cresce e se torna uma espécie de playboy, conquistando Angelique, sem saber que ela na verdade é uma bruxa. Ao se ver traída pelo amado, ela lança uma maldição, fazendo Barnabás se tornar um vampiro aprisionado por muitos anos em um caixão nos confins de seu castelo, por mais de dois séculos. Ele acaba sendo desenterrado sem querer em meados dos anos 70 e encontra seus parentes na casa em ruínas e falidos. Começa então, ao mesmo tempo que desvenda segredos dos parentes e revitalizar os negócios da família.
Usando e abusando do bom humor, o filme de 2012, não tem só o sempre carismático Johnny Depp como Barnabás, como umas tiradas muito boas com os outros personagens e situações. Há também, além de vampiros e bruxas, lobisomem e fantasmas. E aí? É ou não é muito cara de Halloween?
De acréscimo há duas coisas bem legais: a adolescente da família é empolgada com a música setentista o que garante uma trilha sonora bem agradável. E nos planos de ressurgir os negócios da família, ela sugere a presença de Alice Cooper para animar uma festa. Uma sequencia ótima, inclusive. Eis o trailer:



Já para quem está afim de coisa nova e pegar um cinema, há a nova produção que tenta (e de certa forma consegue) dar uma nova visão à transformação de Vlad de Tepes em Drácula, com "Drácula - A História Nunca Contada", que estreou na semana passada nas salas brasileiras.
Vlad é um pai de família, príncipe da Romênia, que já tem sua fama de "empalador" consolidada. Vlad não é precisamente um herói já que se mostra evidente que ele não é bom com seus inimigos. Mas, o roteiro atenta por dar a ele a condição de imortal como um ato desesperado e vítima da circunstâncias. Ele mesmo teve de se juntar aos turcos quando criança, e quando se nega a deixar as crianças do reino, inclusive seu filho, para servir à eles, acaba gerando uma nova guerra.
A sinopse aponta como uma trágica história de amor, mas mesmo que tenha uma relação bem amistosa com a esposa, ela não é forçada no ponto do "amor" assim tão sofrido, quanto é no filme de Coppola - a situação se desenrola mais fortemente pela salvação do filho. Assim, Vlad procura se associar a um vampiro que vive em uma montanha. Por três dias ele tem o poder de ser forte e poderoso como um vampiro, para vencer a guerra e nesse tempo, ele deve controlar sua sede de sangue, caso contrário, se tornará um vampiro para sempre e mais outras consequências...
Devo, em nome do bom senso, parar por aqui, se não acabo contando tudo do filme.
O mesmo não é espetacular, mas tem pontos que particularmente achei positivos. Como eu sempre assisto muito aos filmes, nada me surpreende mais. Sinto falta inclusive, de um filme empolgante. Acho que o último pode ter sido "X-men: Dias de um Futuro Esquecido". Me empolguei tanto com "Malévola", que no fim foi tão bobo e previsível, que - somado ao meu avesso por Angelina Jolie - achei sem sal e sem açúcar. Uma pena... Esse novo Drácula é muito bom porque é curto: 92 minutos, o que garante uma rapidez no enredo, na ação e controle do ritmo de forma bem precisa. Além disso, o visual é sombrio, e os morcegos - a forma animal que no livro de Bram Stocker, Drácula se transforma - dá uma boa visão quando acontecem certos ataques. Em 3D esse filme possivelmente ficaria bem interessante, já que a câmera - em alguns momentos - segue como se fosse um dos morcegos, no meio de muitos outros, para mostrar a cena. Mais um ponto positivo: Luke Evans pode não ser o cara mais bonitão do mercado, mas cativa muito bem como Vlad e Drácula e acabou sendo um excelente ator para o papel. Fora que sendo um ator galês, tem um sotaque, um tom de voz e uma dicção que combinamos, é o que há de melhor nas interpretações, na minha opinião.
O trailer:


Aguardo os comentários sobre as dicas! Espero que tenham gostado. 
Feliz Dia das Bruxas, galera! ;)
Abraços afáveis!

Comentários

Ron Groo disse…
Faltou um só: Um drink no inferno (Fron Dusk Till Dawn), do Robert Rodriguez com a ajuda do Tarantino.
Muito divertido e ainda tem os Los Lobos.
Manu disse…
Sim, Um drink no inferno é uma boa pedida. É bem legal mesmo esse filme do Rodriguez. Ele é um diretor versátil.
Minha coleção de DVDs de filmes de vampiros param nestes aí mesmo. :/

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