21 de outubro

Hoje é 21 de outubro.
Uma data como qualquer outra (a não ser que você tenha nascido nesse dia; o que provavelmente lhe renderá alguma festa de comemoração, ou pelo menos uma lembrança de que está ficando velho(a) ).
Mas é nessa data também que, 4 dias depois, eu volto a falar de Kimi Räikkönen aqui no blog. Dia 17, foi aniversário dele, e dia 21, comemora-se o primeiro e único título que este finlandês possui de campeão mundial de F1. 
Neste 21 de outubro de 2014 completa-se 7 anos desde a conquista. Graças a quem? A ele mesmo. 
Sim, a ele mesmo. O que aconteceu na McLaren em 2007, aconteceu lá, por problemas que eles deveriam ter pensado melhor antes de agir. Enquanto isso, na Ferrari, Räikkönen fazia o que ele sabia fazer. No fim, contabilizou 5 vitórias. Ganha-se  um campeonato, quem tem mais vitórias, independentemente do número de pontos atribuídos aqui e ali. Pragmaticamente: vence um campeonato de corridas o que tiver mais primeiros lugares.


Nesses 7 anos devo ter falado mais de 7 vezes (e não me canso de voltar a dizer) que Kimi mereceu mais que qualquer um ali vencer aquele campeonato meio atípico. Primeiro, foi vice por duas vezes, ainda jovem, na McLaren. Disputou (e não diria que perdeu, mas foi superado) com os grandes: Michael Schumacher (que torcemos mais que volte a ter uma vida normal, logo, logo!) e Fernando Alonso - hoje, companheiro de Kimi. 
Não me venham com o papo de que ele não teria vencido naquele ano se não fosse por Felipe Massa. Pensem só na obrigação, no dever e não na ajuda. Porque aquela ultrapassagem não foi nada mais do que um dever. Um ano mais tarde Kimi pagou a dívida e me desculpem, mas Felipe não estava onde devia estar. Não foram batidas de compatriotas que acabaram com seu campeonato, foi uma mangueira, logo depois do tal forjado acidente. Ah, e vale lembrar também de Silverstone, daquela mesma temporada... Pontos cruciais dessa etapa inglesa, tiraria o aperto do último GP.

E não me espanta, que jornalista cometa o grande erro de perguntar opiniões alheias sobre a vida dos outros. Sabem, ao perguntar: "o que você acha que está acontecendo com o fulano" você dá poder e direito à pessoa responder o que ela bem entende. Em caso de "poder", ela se dá a razão de colocar-se no lugar do "fulano" e dizer que ele sofre por isso, isso e mais isso. O jornalista acaba de inflar o ego do entrevistado, pois este ao explicar algo que não lhe diz respeito, é dado como figura máxima para não dizer, especialista no comportamento do "fulano".  Em caso de "direito", o entrevistado busca nas experiências passadas, para se igualar ao "fulano" e ao mesmo tempo que dá a falsa credibilidade de que o que diz é não mais que a verdade.
Sobre o que estou falando? Confiram aqui.


Tenho plena convicção que qualquer coisa que Massa disser a respeito dos outros (principalmente sobre Räikkönen), eu vou discordar e - dependendo do grau do comentário - vou ficar "p" da vida. E ainda acrescento: devo parar de querer que os outros - a começar por ele - usem o bom senso, só para variar. ¬¬'
Nem ia comentar esse assunto, mas aconteceu bem na época que viria a tona os 7 anos do título do Kimi. Bem, se me permitem, tentarei usar o bom senso para finalizar de uma vez por todas, o que necessariamente penso sobre toda a declaração do "campeão de 2014".

Já apresentei meu ponto de vista desconfortável sobre jornalistas. Suas perguntas são provocativas. E assim, a chance de ouvirmos porcaria é sempre de alta porcentagem, e sem margem de erro para menos. Ao ser perguntado, Massa inflou seu ego, pois como companheiro de Kimi e de Fernando, durante um tempo, se viu no direito de incorporar Freud e soltar essa. 
Pobre Freud. Pobre Räikkönen. 
Se Massa tivesse aproveitado direito o tempo de 2 anos e pouco mais de convivência com o finlandês na Ferrari, teria aprendido algo produtivo. Não, não para construir uma amizade sincera, ou aprender a beber e festejar como ele. Kimi sabe com quem se coliga e quem nutre respeito. Deve ter lá seu respeito pelo Massa, mas não saberia dizer, quanto. Mas bastava à Massa observar o finlandês, para sacar uma única coisa: Räikkönen quando perguntado sobre colegas, emite uma frase murmurada, carregada de preguiça - como é bem típico dele - que significa tudo, ainda mais no mundo da F1: "I don't care about it". Ou seja, se não interessa, a opinião é irrelevante. Ele evita falar mesmo porque sabe a verdade do que ele disser é discutível, pois é nada mais que "opinião".

Posso até aceitar o fato de que Räikkönen tenha se esquecido que, além do carro, é também complicado enfrentar Alonso - o melhor do grid - com o mesmo equipamento. E foi só até aí que Massa teve meia razão. Escrevo meia razão por uma única circunstância: em nenhum momento o carro propiciou disputa direta entre os dois. E quando o espanhol estava ruim, Kimi só estava atrás ou nem mesmo próximo de disputar. E outros casos, Alonso era Alonso, Kimi estava penando por uma má classificação, uma má estratégia, problemas mecânicos, acidentes ou falta de potência.
E "problema psicológico" é um termo usado mais panaca, ridículo e infundado que o "desmotivado". Há idiotas que dizem que é psicológico tudo, até frio. Justo Kimi, que não liga pra absolutamente nada, vai se abalar por pressão do Alonso? Não houve chances para isso! Citem uma disputa, um exemplo, uma etapa em que houve algo entre eles que deu aquela sensação eufórica. Só uma! 
Então, em nenhum momento ele esteve em posição de superar o espanhol de igual pra igual porque aquele carro infeliz foi a maior bomba dos últimos anos. Claro, Kimi se negou ir pro simulador, coisa que Alonso parece curtir fazer e por isso, colheu alguns míseros frutos. Basta olhar a tabela, e ver como até o melhor piloto do grid se saiu com esse carro.
O fato de Kimi se mostrar desligado para esses sentimentos - o que não significa que ele esteja satisfeito com seu próprio desempenho (e claro, não culpa Alonso por seu momento ruim) não valida a afirmação de Massa.
Massa quis apenas, colocar mais uma vez a culpa em alguém que não a Ferrari. Desgarrou de lá, mas defende mais que nunca. A culpa é do companheiro, da falta de sorte, do cara que bateu em mim, nos pneus, da estratégia errada de meu mecânico... "A culpa do fracasso do Kimi é a mesma que foi a minha: Alonso", ele poderia ter dito. Assim, eu, Massa, digo entrelinhas que Kimi é igual a mim, portanto, se ele fracassa é porque alguma vez eu também fracassei.


Eu só acho que não dá para pensar assim, não mesmo. Kimi estreou tão bem na Sauber em 2001, que garantiu a ele a substituição do compatriota Mika Häkkinen na grande McLaren. Teve dois vices nela e Kimi não foi superado pelos companheiros Coulthard ou Montoya - embora fossem bons pilotos. Kimi aproveitou a chance de vencer assim que pisou na Ferrari, e os pedregulhos que vieram depois eram dados mais pela crise administrativa da equipe que qualquer outra coisa. Na Lotus, Kimi foi aquilo que se espera de um piloto de seu nível. Deixou sim, o favorito da equipe, a correr atrás do prejuízo, pois fez o que ele sabe fazer sem dar importância para outras coisas. O finlandês é assim: o carro é bom? Me viro com o resto.
Na Ferrari de volta, Kimi poderia ir do inferno ao céu. E achei que no inferno ele ia continuar no seu retorno, e é provável (se não mudarem a mentalidade) que permaneça nesse local... o.O
Mas Massa foi demitido da Sauber, superado pelo Schumacher, pelo próprio Räikkönen e claro, por Fernando Alonso, os 3 na Ferrari. Subitamente, dado como a experiência que faltava para sair da sombras e voltar aos holofotes; Massa assinou esse ano com a Williams. E olha só, foi superado pelo ainda verde, Valtteri Bottas, em seu segundo ano na categoria e na equipe. 
E eu afirmo, Massa: Isso, também é psicológico, então. Quando você parar de procurar problemas externos e assumir as suas falhas, talvez, TALVEZ, as coisas melhorem para a sua "sorte".



Falei demais sobre um assunto que, além de ser algo particular (ou seja, é apenas opinião própria), mancha a data, a comemoração e faz quase esquecer de reviver, em lembrança, o dia 21 de outubro de 2007.
Fiquei eufórica como nunca fiquei em fim de temporada da F1. Feliz, por semanas e semanas. Fui para faculdade todos os dias ou de camiseta da Ferrari, ou com alguma peça vermelha. Não voltei a experimentar isso nos 7 anos que se seguiram. Tive alguns momentos de alegria com o esporte, mas não aquele sentimento de satisfação de um título. Uma pena. Adoraria uma reprise. 
Em todo caso, 7 anos já se passaram e apesar de muita coisa ter acontecido ainda parece que foi ontem. Um ontem bem incrível, finlandês e regado a muito champanhe e papelzinho brilhento voando. ;)


 Abraços afáveis!

PS: Devo fazer algo importante nessa quarta-feira dia 22 e portanto, estarei fora da internet o dia todo, provavelmente. Se puderem mandar umas vibrações positivas, será bem vindo! :D Ainda não direi do que se trata até se concretizar. Responderei o post e estarei de volta normalmente, na quinta. 

Comentários

Mário Paz disse…
Nunca li antes uma opinião colocada com tanta propriedade a respeito do apagão de Kimi nessa temporada e as teorias furadas de Freudlipe Massa. Não há mistério, Kimi é indiferente a seus companheiros porque não lhe causa nenhum prazer superá-los simplesmente por um sentimento de vaidade ou conquista pessoal, ele quer apenas vencer um campeonato e não derrotar pessoas.De certa forma isso acaba até "roubando" uma de suas armas na competição, que é a motivação para derrotar seu companheiro de equipe, mas que no final das contas o livra dos recalques e hostilidades tão comuns entre os pilotos que correm na mesma equipe (ouviu Massa ?). Por isso, contrariamente à teoria do brasileiro, Kimi deve ter seu psicológico bem mais intacto que a de seus companheiros de profissão, é o famoso "i dont't care" substituindo o rivotril. Não Massa, o terapeuta do Kimi não deve conhecer você ou Alonso, acho até que ele nem deve saber que Kimi é piloto de F1...
Cézar, Porto Alegre

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