GP da Inglaterra: um misto de sensações

Após uma noite terrível, onde imbecis são vizinhos que iniciam uma festa regada a gritos, fogos e música de má qualidade em alto volume - e se não bastasse tudo isso, ainda teve marmanjos jogando futebol altas horas da noite, do lado da sua casa, e com o muro sacudindo a cada bolada -, acordei cedo em uma noite mal dormida, para a corrida.
Sonolenta e anestesiada, depois de já estar de saco cheio do assunto futebol, Neymar e afins, assisti a uma corrida não muito agradável.
Sou fã do Räikkönen. As últimas críticas que tenho feito sobre seu desempenho é porque sei do que ele é capaz como profissional. Ontem, como em qualquer batida forte, fiquei aflita com seu acidente. Mais aflita ainda quando vi que ele saiu do carro mancando. Por mais de 15 minutos tive que ouvir da "narração" uma lamentação sobre os 200 GPs do Massa, e o 200º estava comprometido porque havia tocado com Kimi. Preocupadíssimos com um cara chorão, que depois ficou dizendo que não havia o que fazer, repetiram 500 vezes a cena da batida, não se dando conta que o grave era o carro vermelho e não o branco.  Uma notinha de que Kimi estava com dor no tornozelo e voltaram ao chorão. Chato e mimado, que por sinal disse ao microfone da mesma emissora que "acabou minha corrida" como se tivesse previsão e eu me limitei a pensar: "que Deus abençoe esse cara". Seu egoísmo é digno de orações.

Em tempos de fanatismo de esporte, a incoerência paira sobre as cabeças das pessoas. Fizeram a caveira do colombiano que lesionou Neymar. O respeito pelo outro caiu em total desuso. O cara sofre ameaças enquanto um monte chora pela infeliz lesão que não é tão grave assim. O clima de velório parou e ficou, e agora, coitados dos alemães, que ainda que benevolentes em mensagens de apoio via twitter, sofrerão com a pachequice desenfreada. Uma pena. Gostaria muito de vê-los na final, disputando e ralando como manda o figurino, afinal, chegam sempre perto e estão merecendo a tempos vencerem.
A seleção brasileira não precisa da minha torcida. Tem um sem número para fazer isso. 

Se tirarmos a letra "e" e "p" de "esporte" surge outra palavra: a "sorte". E é com ela que faço minha análise da corrida hoje.
Kimi bateu forte, mas não foi muito mais grave por sorte. E por favor, sem arrumar razão para o acidente. Aconteceu, poderia ter acontecido a qualquer um. Sr. Emerson Fittipaldi: Kimi não estava ansioso por largar lá atrás. Desde quando o Homem de Gelo é ansioso? Ora, nos poupe dessa...
Massa teve sorte, e tem sorte pois já quase morreu por causa de uma mísera mola. Tem sorte de ainda ter emprego, de ter passado anos na Ferrari. Ou ele esqueceu que foi demitido da Sauber e já teve que carregar batatas pelo paddock antes de pensar em vaga?
Alonso tem sorte de ter talento pois se fosse por carro, estava em péssima fase. Ainda marca pontos, tira leite de pedra.
Vettel tem sorte de ter talento, e sorte que todos são pacientes com ele. Custava disputar calado com o Alonso naquelas emocionantes voltas? Alonso não fazia nada de errado, foi sempre justo. Desafiou ele, apenas. Se Vettel acha isso ruim deve rever o que acha de corridas. Alonso também reclamou, mas o espanhol é sangue quente. E de certa forma estava correto: Vettel atacou as faixas muito, insistiu muito e forçou muito. Foi balas de canhão revidadas. Sorte (olha ela aí, de novo) que Alonso não se envolve fácil em acidentes de ultrapassagem. 
Calados, teriam protagonizado a mais bela disputa de posições desse ano. O falatório acabou perdendo a graça.

Sorte do Bottas que gostou de estar no pódio e agora já sabe como se faz. Esteve em segundo ontem. Quando eu disse que daria trabalho ao Massa teve gente que duvidou. #aff...
Sorte do Ricciardo, que a tranquilidade e falta de pressão tem levado pódios interessantes para a carreira. Sorte do Hamilton que o carro do Rosberg estragou - em casa e com a torcida a favor é vibração positiva para tudo quanto é lado. A propósito, no caso de Lewis, a sorte quase sempre está a seu favor. Quero urgentemente o seu santo para dar uma força em certas coisas que preciso futuramente.
(Claro que houve os de pouca sorte: Button acabou em quarto, justo em um momento de campanha para o pai. Podia ter levado o pódio, se não fosse por tão pouco.
Alonso acabou perdendo a quinta posição para Vettel. Vettel perdeu muitas e para quem largou em segundo, foi de pouca sorte terminar em quinto. Kimi não completou a corrida, Ericssón, Gutierrez, Maldonado, Rosberg e Massa, também não. E por assim adiante...)

Não foi a melhor corrida do ano, nem de longe. Se pode falar em sorte não vejo porque empolgar.
E isso, cabe também ao futebol. Mas é tudo uma coisa que sinto, um desconforto tremendo pela falta de  certa lógica (eu penso mais em justiça também) nessas coisas de esporte. Futebol em suma: ninguém está jogando nada e a sorte está acompanhando uns por uma caminhada até longa demais.
Estão todos livres para pensarem o contrário, afinal. Mas é como me sinto. 

Abraços afáveis!

Comentários

Manu,

bela análise...

e o Massa, além de azarado, é o chorão de sempre...

ele que se cuide em relação ao Bottas...

abs...

André Candreva
Manu disse…
Que se cuide mesmo, André!
Bottas está com tudo hehehe...

Abs!
Ron Groo disse…
O que eu mais gostei foi da briga das crianças pelo rádio.

-Ó lá mãe, o Alonso coloco ou dedo no nariz...
Ai depois que o Vette passou foi a vez do Alonso:
-Manhéééééééé´o Vettel tá mostrando a língua.
Manu disse…
kkkkkkkkkk, foi bem isso Groo. Estava a mesmo nível rsrsrsrsrsrs...

Abs!

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