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Amanhã, este humilde blog faz 4 anos. \o/
Ele ainda continua amador, e se tem algum valor eu sou suspeita para dizer, por motivos óbvios.
Agradeço a todos que um dia passaram por aqui e ainda passam para ler o que tenho a dizer. As palavras  de vocês pela data de hoje serão publicadas na segunda com agradecimentos mais específicos.
Hoje cedo pensei no que poderia ser de comemoração dessa data, e decidi por algo que apareceu em meio as minhas leituras matinais.
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. 
Já faz mais de um século que essa carta foi escrita, mas o assunto não parece muito ditante da nossa realidade. Resumida por Joseph Campbell no livro "O Poder do Mito", aqui publico:


"O Presidente em Washington diz que deseja comprar a nossa terra.
Mas como pode comprar ou vender o céu, a terra? Essa idéia é estranha para nós. Cada parte dessa terra é sagrada para o meu povo. Cada agulha de pinheiro brilhante. Cada grão de areia da praia, cada névoa na floresta escura. Cada característica é sagrada na memória e na experiência do meu povo.
Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores são nossas irmãs. O urso, o veado, a grande águia são nossos irmãos. Cada reflexo na água cristalina dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz do meu pai. Os rios são nossos irmãos. Eles levam nossas canoas e alimentam nossos filhos.
Se lhes vendermos nossas terras, lembrem-se de que o ar é precioso para nós. E compartilha seu espírito com as formas de vida que sustenta. O vento que deu a nosso avô o seu primeiro alento recebe, também, o seu último suspiro.
Sabemos que a terra não pertence ao homem. O homem pertence à terra. Todas as coisas são interligadas, como o sangue que nos une. O homem não tece a teia da vida - ele é apenas um fio dela. O que fizer à teia, fará a si mesmo.
O destino de vocês é um mistério para nós. O que vai acontecer quando todos os búfalos forem sacrificados? O que vai acontecer quando os recantos secretos da floresta estiverem passados com o odor de inúmeros homens e a vista das colinas verdejantes se macular com os fios que falam?
Será o fim da vida e o começo da sobrevivência. Quando o último pele-vermelha sumir com a natureza selvagem, e sua lembrança for só a sombra de uma núvem sobre a planície, essas praias e florestas ainda estarão aqui? Terá sobrado algum espírito do meu povo?
Amamos a terra como o recém-nascido ama as batidas do coração da mãe. Se vendermos nossa terra, amem-na como nós a amamos. Cuidem dela como cuidamos. Preservem na mente a lembrança da terra, tal como ela estiver quando a receberem. Preservem a terra para as crianças e amem-na como Deus nos ama.
Sabemos que só existe um Deus. Nenhum homem, vermelho ou branco, pode viver isolado. No final das contas, somos todos irmãos."
A carta original se encontra aqui.
Para finalizar uma música que lembrei quando li a carta hoje pela manhã. (Ao vivo deveria ser uma das melhores coisas, se a Tarja - a vocalista que foi demitida após esse show - não estivesse no tão alto pedestal de diva que ela achava que estava, e que deixou todo esse show com um ar de prepotente por parte dela. Mas ainda assim é épico.)



Ver a letra e a tradução aqui.
Abraços (como sempre) afáveis, à todos! Obrigada pela companhia de sempre.

Comentários

Ron Groo disse…
O que podemos dizer além de parabéns e que venham mais cem anos?
Quase nada...
Mas podemos agradecer pela companhia, pelas coisas que acabamos aprendendo por aqui.
Pelo seu jeito fofo de ver coisas que as vezes parecem tão duras e sem alma...
Valeu Manu, long live to rock n roll e pro blog tambem.
Nelson disse…
Parabéns pelos quatro anos de blog, que venham mais cem, como bem disse o Ron Groo.

Obrigado pelo espaço, pelas discussões, pelas sempre ótimas indicações musicais!

Belíssima música, não à toa você se lembrou dela quando leu a carta, nos leva a pensar um pouco...
Manu disse…
Obrigada Groo e Nelson! Obrigada sempre pelo apoio de vcs!

Abs!

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