F1 2019: comentando manchetes

Durante as comemorações dos 90 anos da Ferrari, várias situações ocorreram. Uma delas não tive a oportunidade de comentar, mas aconteceu, lá na Piazza Duomo. Os "tifosi" chamavam pelo Kimi Räikkönen, enquanto o Felipe Massa dava entrevistas.
Há certas coisas que, não tem preço rsrsrsrsrs...



Só pude achar isso engraçado, pois do lado de cá, podíamos acompanhar o vídeo ao vivo pelo Facebook, sentadinhos no conforto de casa. Reparei que havia um petulante ser que volta e meia comentava no vídeo as palavras: "Hamilton" e "Mercedes".
Qual a necessidade dessa provocação? A falta de segurança de 'fanboys' é uma coisa lastimável, mesmo. Sempre à procura de uma "cutucada".

Nos dias seguintes à essa comemoração qualquer um de nós deve ter visto algo relacionado à Lewis Hamilton na Ferrari - fosse uma matéria em que ele dizia nem que sim nem que não, fosse uma foto dele com um macacão vermelho.
A tal foto inclusive, gerou alguns comentários nas redes de fãs e não fãs do inglês. Do último grupo, eu estava inclusa. Questionei a ida dele para a equipe. Porque sairia da sua "zoninha" de conforto? Não fazia sentido.

► Não sei também se a Ferrari iria querer Hamilton como um de seus. Não me lembro de nenhum piloto ter sido mais provocativo com os pilotos da Scuderia ou mesmo, de como eles lidam com as coisas na F1, do que Hamilton. Talvez tenha existido alguém que perturbasse, mas, recentemente, não tiveram contratações de tipos que foram pedra no sapato na equipe nesse sentido. 
Parecia insensato.
E deve ser mesmo, dadas essas duas manchetes:


Uma coisa é a gente "brincar" com a "máfia" italiana. Outra é falar sério, sobre possíveis problemas que enfrentariam caso tivessem a "justiça" a seu favor, como Toto e Hamilton indicaram em suas respectivas falas sobre o ambiente de Monza. Um choro desmedido e - me pareceu - interminável.

Toto Wolff se esquece que, especialmente neste ano, a FIA foi M(ercedes)IA em todas as decisões de punições que afetariam diretamente o resultado 100% positivo da equipe prateada. Quando surgiu uma possibilidade de não cortar a competição de uma só vez, se viram "injustiçados"(!!!!!) e encresparam. Nem foi assim tão prejudicial, dado a vantagem que ambos, tanto Hamilton quanto Valtteri Bottas garantiram no último GP.
Puderam achar ruim dessa vez, mas acharam super justo o que foi feito no Canadá, este ano. Também não chiaram quanto ao que ocorreu entre Max Verstappen e Charles Leclerc no GP da Áustria.

Seguindo o "chefinho" (ou o chefinho segue ele, tanto faz) veio o drama do Hamilton... Incompreendido, o cara critica as decisões, fez apelos contra o piloto da Ferrari e quer ser bem tratado pelos donos da casa?

Não que os torcedores estavam certos em vaiar, mas sejamos pragmáticos: os "tifosi" não são do tipo que pensam e colocam na balança as suas emoções. Se não gostam, quebram o pau. Se gostam, faltam lamber a pessoa amada.
Que Hamilton ignorasse esse extremismo da "platéia". Singapura estava próximo. É bem claro que vai ter vitória (com possível dobradinha da Mercedes), com discursos de "estou muito feliz, lutei muito para ter um fim de semana excelente, a equipe está de parabéns, pois viemos de um GP (sic) difícil..."


► E acham que teve fim toda essa "lenga-lenga"? Se você disse "não", você acertou amiguinho e amiguinha:


Só você pode ficar mudando de direção para se defender de ultrapassagens é?
Além disso, todos querem uma explicação da FIA por punições que sofreram.
Sebastian Vettel quis e foi atrás de uma reversão sobre a punição do Canadá. Deu com os burros n'água. Agora está atrás do Leclerc na tabela, rotulado como segundão, sendo criticado por uma parcela dos fãs como "fraco mentalmente", outra parcela como "fraco profissionalmente". 
O próprio Leclerc adoraria que explicassem para ele porque Verstappen não recebeu nem uma bandeira quadriculada na Áustria.
E o nosso amigo sorriso, Daniel Ricciardo em Paul Ricard? Vítima das regrinhas do uso do extra pista. 

Vivo escrevendo e peço desculpas pela repetição: as decisões sobre batalhas por posições na F1 (e outras) são seletivas e respeitam um critério que não está escrito no livrinho de regras. Depende do humor dos comissários, de quem está envolvido na batalha, de qual equipe é. Também há o quanto vai ter de choro depois, e o quanto vão ter que aguentar de reclamação.
Acham pouco? Acrescenta aí outro ponto de análise da FIA com relação às batalhas: como elas afetam na tabela de pontos.
Ora, dos citados acima, Daniel Ricciardo na ocasião do GP francês tinha marcado 16 pontos. Seu melhor resultado tinha sido um sexto lugar no GP anterior. Tanto fazia se punissem ou não. Aí valeu abrir o "pdf" de regras para dar uma consultada e aplicar a "notificação".
Nos casos de Vettel e Leclerc, valeu a premissa da tabela: evitando correr o risco de Sebastian criar asas para cima de Hamilton, a canetada se fez valer. As críticas choveram, não só dos ferraristas, então, eles não tardaram em deixar que Verstappen pudesse fazer seu espetáculo, no afã de se mostrarem justos e que deixam os caras livres para serem supremos. Ainda mais depois do tanto de gente que odiou o GP da França pela monotonia que foi.
Deixar os caras livres era uma estratégia boa para apagar a ideia de que estávamos diante de uma temporada muito chata, sem competição. Maquiou-se também, de outra forma, já que a liberdade também só foi possível pois na tabela não afetava os ponteiros, afetava os envolvidos: Hamilton ia para 197 pontos na ocasião, e Verstappen para 126. Entre eles havia Bottas com 166 pontos, quarenta a mais que Max. Leclerc mesmo, ia para 105. Em média, Max tinha 100 pontos e Leclerc 85 (esquecendo das voltas rápidas) antes do "incidente da disputa", e a primeira posição naquela corrida definia quem seria o terceiro colocado na tabela. Não tinha problema deixar livre, mesmo com a forçada do holandês para Leclerc usasse o extra pista. Não teve regrinhas marotas acionadas. Uma semana depois da França, já davam doce de graça para que achássemos que tinha alguma competição na temporada sim, e isso era maravilhoso.
Se os personagens fossem Hamilton e Bottas, duvido que estaria tudo tão solto.

Então, querido Hamilton, se você conseguir clareza e exatidão da FIA agora, nessa altura do campeonato, vai ser só para você ter mais facilidades nas conquistas. 
Afinal, LH é um piloto, senhores e senhoras, que não erra, é mentalmente equilibrado e é totalmente justo e limpo.



Sim, mesmo com todas as nossas opiniões sobre Bottas, o que dá para dizer é isso mesmo ele não consegue seguir o ritmo dos demais. 
A equipe está fazendo alguma coisa para reverter essa situação e melhorar as condições competitivas do segundo finlandês do grid? Não. 
O que podem estar fazendo - ainda que eu duvide - é o mínimo de ajustes para manter ele em condições de terminar corridas entre os cinco primeiros, pelo menos. Eles vão apertar as "porcas" se, por ventura, Verstappen retomar o protagonismo em disputas.
Depois das férias, ele teve duas corridas muito desfavoráveis e está incomodando pouco as Mercedes agora. Depois de Monza, e já com data (este fim de semana) e local (Singapura), Max passou a ser problema da Ferrari. Com a segunda vitória de Leclerc, ele soma 182 pontos e o garoto não só passou Vettel na tabela como está à 3 pontos do holandês, ameaçando a sua terceira colocação.

Inclusive, se conheço bem a Ferrari, é exatamente nisso que focarão para Singapura: manter Leclerc à frente de Verstappen. Pensarão pequeno e não se importarão com a possibilidade da Mercedes ser hegemônica nesse circuito. Talvez seja até bom, pensar numa coisa de cada vez, já que essa pista deixou marcas profundas nos estrategistas da Ferrari...


► Depois de uma semana de reclamação, a "falsiane" deu as caras:


Reparem que eu coloquei acima, um pouco antes da reportagem sobre o Bottas, que Hamilton ainda chorava sobre a medida tomada pela FIA em relação a disputa com Leclerc em Monza.
Uma semana depois ele decidiu ser marqueteiro e falar que gosta de disputas.
Se gostasse, não reclamava tanto...


Na reportagem, ele diz que se vierem fortes para cima das Mercedes, seria ótimo, e que torcia para que houvesse competitividade entre eles, as Red Bulls e as Ferraris. 
É hora de decidir: ou quer que as disputas aconteçam para poder mostrar seu real valor, e com isso, calar umas boquinhas grandes que temos por aí, (inclusive a minha) ou prefere que a FIA aja com as punições (bestas) para conseguir suas facilidades já consumadas. Decida-se!

Fica a questão: seria LH forte mentalmente, porém bipolar?


► Todos tiveram opiniões, sobre Sebastian Vettel. Poucos foram melhores nas suas falas do que Juan "Pablito" Montoya. Selecionei alguns pitacos e vamos por partes, como Jack Estripador.


O momento só é difícil, pois Vettel é um grande nome no automobilismo, quer queira ou não. 
Na reportagem Ross Brawn analisa tudo que envolve Vettel, esse ano até o seu ato em Monza. Sua opinião recai na ideia que está na boca de muitos: o alemão não está sabendo lidar com um companheiro mais novo e mais forte, já que seu erro final teve exatamente um reflexo contrário na pele de Leclerc.

Brawn está certo em apontar que não será fácil reconstruir a confiança?
Só o tempo dirá.
Mas Ross tem um certo conhecimento de causa que nos falta: ele foi ex chefe da Ferrari, e portanto sabe como as coisas funcionam lá dentro. Talvez seja por isso que a sua conclusão sobre o alemão seja essa e não outra, do tipo que incentiva a recolher os pedaços, se refazer e deixar claro que acredita que Seb seja capaz disso, como Toto Wolff acabou (involuntariamente) fazendo.


Não gosto da figura de Toto Wollf. Muitas vezes se mostra falso e é sucinto sobre assuntos que não lhe apraz. Mesmo assim ele colocou a cara para fora da moita quando perguntado sobre a situação na qual Vettel se colocou depois do GP italiano.
Ao contrário de alguns "carniceiros" de plantão, Toto foi justo: disse que não é hora de descartarem Vettel, alertou para o número de títulos que ele possui e disse que nomes assim se reerguem. Monza havia sido apenas um dia ruim de Sebastian.
Claro que Toto está sob a carne seca, com seu piloto favorito tranquilo e saltitante. Porém, não perderia nada se criticasse como outros fizeram, sem dó, alertando inclusive que, por Vettel ser tetra campeão, não poderia se abater mentalmente por um novato ainda verde na carreira e blábláblá...

Mas o melhor de todos dando pitacos sobre Vettel, deixei propositalmente para agora.


Escapando da onda, Montoya não montou discursos sobre a dificuldade de Seb ser piloto da Ferrari, superado por um companheiro recém chegado. Montoya sabe, mais do que nós como as coisas funcionam internamente na Ferrari. Não tanto quanto Ross Brawn, mas sabe.
Montoya também não fez críticas à questão mental do profissional Vettel. Nem trouxe 2014 na memória dos detratores. Também não fez elogios. Foi direto num ponto que ninguém especulou e me parece o mais certo até agora: os problemas de Vettel são técnicos.

Até o GP da França, Vettel levava o campeonato praticamente sem erros, Leclerc nem tanto. A partir do GP francês a Ferrari decidiu sacrificar a estabilidade da parte traseira para melhorar a aderência na parte dianteira do carro. Os ajustes, as soluções encontradas para o SF90 pode ter desestabilizado o conceito do carro em relação ao estilo de pilotagem de Vettel. 
Sob essa perspectiva, se Leclerc estava enfrentando dificuldades, talvez ainda com o ajuste, sobressaiu por ter tido tempo e alguém acompanhando de perto para que, depois do GP francês, cometesse menos erros (salvo Alemanha) e foi se adaptando mais e melhor ao carro. Pode ser então que durante o período de férias, ele tenha se encontrado com o seu SF90 e agora a lua de mel esteja à todo vapor.

Os problemas de Vettel são técnicos, e em se tratando do clima que é trabalhar para a Ferrari, existe a pressão enorme que é não estar entregando os resultados positivos "para ontem" que tanto se faz presente na rotina de quem trabalha na equipe.

Kimi é um piloto diferenciado. Não é dado a estrelismos, bebe entre um GP e outro e pouco se lixa para a politicagem da categoria. Mas peguem as duas passagens dele pela Scuderia.
Na primeira, venceu em 2007, selando o último título da equipe. No ano seguinte, no máximo contribuiu para que a equipe ganhasse o campeonato de construtores. Em 2009, passou uns bocados. Foi chamado de desmotivado pela torcida. A Ferrari precisava vagar um dos seus cockpits para ter Fernando Alonso. Com um acidente (feio) de Massa, Kimi foi a alternativa. Recebeu uma bolada para sair da equipe e foi considerado mercenário. Ficou sem uma vaga em equipe competitiva em 2010 e 2011.
Voltou para a F1, numa Lotus. Fechou o ano, em terceiro lugar, fazendo uma temporada absurda. O 2013 não foi grandioso como o anterior, mas muito próximo do resultado bom, mesmo com uma Lotus meio capenga. Voltou à Ferrari e teve um 2014 ridículo, ficando em 12º na colocação geral e sendo companheiro de Alonso, em seu último ano na equipe. O sexto lugar do espanhol indicava o quão ruim era o carro da Ferrari naquele ano.
O ano péssimo, não voltaria a se repetir, mas também não haveria muito do que contar vantagem, salvo o 2018, em que foi o terceiro na colocação geral. O último ano de Kimi na Ferrari foi embalado pelo coro dos pedidos de aposentadoria. Assinou com a Sauber (que virou Alfa Romeo) e juro que li um pessoal achando mais prudente que dessem mais uma chance para Marcus Ericsson e não para o "velho Kimi".


Hoje, ele retomou a fama de ser um "pilotaço": marcou pontos em 8 das 14 corridas, e garante 31 pontos dos 34 da Alfa Romeo. Mesmo o Homem de Gelo é outro cara quando a administração da Ferrari fica menos em cima dele, cobrando e exigindo.
O que Vettel precisa nesse momento é isso. Relaxar quanto as cobranças, por mais difícil que seja, e sentar com mecânicos e equipe de estrategistas para estudar formas de ser mais consistente e ter o carro como aliado e não como inimigo. Ajudaria se os "seca pimenteiras" esquecessem um pouco dele.
Como dizem por aí: "se não vai ajudar, também não atrapalha".

► Parece que as pragas brasileiras à qualquer esportista alemão por conta do 7 x 1 de 2014 chegou também à F1. Não só Vettel, mas Nico Hulkenberg também está "precisado" de uns banhos de sal grosso.
Vamos olhar algumas notícias que envolveram o moço?


Poxa Prost, tá de sacanagem? Pessimismo não nasce do nada não, meu querido! Se Nico contestou algumas coisas da equipe cabia a quem está na gerência da equipe, o senhor, por exemplo, sentar com ele e tentar ver a melhor forma para que ele não agisse com tanta negatividade. E no mais, isso nem é um problema. Visto daqui de fora, parece que não há muito o que se motivar pela Renault.
Penso que, provavelmente fizeram com o Hulk o que se faz em muitos lugares para deixar ele no ápice de sua desmotivação e revolta pessimista: devem ter comparado ele com o Ricciardo, mandado ele fazer algo que na visão dele, não daria certo e desconfiaram de sua própria experiência enquanto piloto. Quer que o cara fique modo Pollyanna como?

Não que eu torça contra, mas Esteba Ocon pode ser uma "draga" na Renault em 2020. Depois de Interlagos 2018, não tenho nenhuma simpatia pelo "cara de doninha"...




Ó outro que está de sacanagem, né, senhor Steiner?
Nada contra Romain Grosjean, mas infelizmente ele não está rendendo. Talvez seja hora de se achar em outra categoria, procurar um lugar seja mais propício. Optar pelo Hulk me leva a acreditar que a Haas tem a ganhar um pouco mais.

Se bem que, mesmo que no texto da matéria, as reticências sobre a contratação paira em termos financeiros e questões de aptidões, a  indecisão só se justificaria pelo fato emocional.
Kevin Magnussen como companheiro de Hulk pode retratar a briga interna mais pesada já vista na F1 nos últimos 10 anos. O "Pessimista" contra o "Suck my Balls".


►Afinal, quem é Charles Leclerc na boca do povo?

Fazendo um pequeno ibope no paddock e entre os ex pilotos temos uma complicação no que se refere a Leclerc pessoa/piloto (já que uma coisa não está nunca dissociada da outra, vamos usar a barra).

Vamos à algumas falas desse pessoal:


Falou uma das figuras mais sisudas do grid. No começo eu acreditava fielmente que Bottas era casca grossa. Hoje, vejo que nem tanto. 
Mas a manchete não faz jus ao conteúdo que Bottas abordou. Ele mostrou o quão bacana foi ver a força de ganhar outra corrida por parte do Leclerc.
E foi bacana mesmo. Embora não acho que isso tenha relação com a idade, acredito mais que seja pela trajetória e busca insistente de realizar sonhos que faz, todos eles que são muito talentosos, começar a colher os frutos de seus esforços. 

Mas nem tudo foi só elogios ao monegasco gracinha...


Jean Todt, além de presidente da FIA, já foi chefe da Ferrari. Assim como Ross Brawn parte desse comentário sobre Leclerc é algo já aguardado. A questão é que Todt não é do tipo que dá palpites sempre. Por vezes, pode nem ser muito consultado, mas o elogio assim destacado se deve pela sua posição no meio automobilístico
Essa posição também carrega outro tipo de desconfiança para com o elogio ao Leclerc. É também notório que, ele conheça o garoto mais do que qualquer outro: seu filho, Nicolas Todt, é empresário de Charles.

Já Gerard Berger não aparece muito nas notícias. Questiono até as razões dessa aparição para falar do menino Leclerc. O destaque certamente foi dado pela mídia especializada pois ele não indica elogios fofinhos. 
Nessa vou precisar da ajuda dos universitários: nunca soube de Berger ser meio "bocudo". Se já foi, alguma vez, que me alertem para isso, pois desconheço.

Sei das peripécias comentadas por Jacques Villeneuve e que discordo dele em quase 95% dos casos. Dessa vez, ele o canadense usou as palavras em defesa de Hamilton e disse o que eu achei que sfoi feito sim, mas de forma muito sutil: que Leclerc teria mudado de linha várias vezes para se defender de ataques. Mas, Villeneuve fala, a gente fica sabendo e critica. Mas as nossas opiniões sobre o assunto, muitas vezes, seguem sem alteração.

Agora, tenho outro para a listinha do "só fala porcaria": Nico Rosberg - aparentemente, elogiou Charles, mas claro, sendo este companheiro de Vettel, Nico não desperdiçaria outra oportunidade para comentários depreciativos sobre o compatriota.

Mas Berger ser assim, pimpão dos comentários, pode ser novidade. Ou não?

Achei ele muito abrutalhado para falar que, mesmo com aqueles olhinhos lânguidos e carinha de bom moço, que Leclerc tem instinto assassino. Se fosse Verstappen, até entenderia, mas também não sei se usaria esses termos.
Logo ele mostra uma visão completamente diferente de tudo: Vettel é que seria o bonzinho demais, enquanto as aparências poderiam depor o contrário.

Eis então algo que venho teclando repetidamente nas minhas postagens recentes: a percepção sobre pilotos na F1 varia muito. Procuramos uma lógica universal para tratarmos de nossa empatia e torcida que não existe. A maré toca em direção à genialidade e força de Charles Leclerc pois, como já dito no post passado, o piloto é analisado sempre à luz de seu último resultado. Não demora e Leclerc tem uma corrida ruim, deixando reativar as lembranças de seus erros e sobretudo, algumas críticas.

► Para finalizar, mais duas manchetes, sendo a primeira a seguir:


Mattia Binotto não me inspira confiança. Fez com que eu sentisse falta de Maurizio Arrivabene. A declaração de Binotto, logo após a auto promoção de Max, escancarou toda a incapacidade da Ferrari em trabalhar com uma dupla de pilotos forte de fato. 
Preciso agradecer Verstappen por ter se oferecido para ser companheiro de Leclerc. Dizer que não seria ruim a parceria incitou várias coisas, mas a pior delas, teve consequências graves. Pensando na possibilidade de ter uma dupla como Charles e Max, Binotto deixou claro as reais intenções da Ferrari após o GP da Itália: Farão com que Sebastian Vettel vire um Rubens Barrichello ou pior, um Felipe Massa na equipe. Reduzirão o alemão à um mero escudeiro para conseguir trabalhar em cima da evolução de Leclerc. 
Está errado? Talvez não. Mas se esse era o plano, o que precisava era saber a hora de se fazer isso. Está errado manter um tetra campeão na equipe para esse tipo de humilhação. Dali, Vettel não recupera nunca mais a sua credibilidade enquanto profissional. E assim, Ross Brawn estava certo.
Mais errado ainda esteve Binotto ao declarar da forma que declarou. Reparem:

“Cheguei à Ferrari na época de Schumacher, quando Barrichello ou Massa estavam ao seu lado"."Creio que deveríamos ter um grande primeiro piloto e outro que possa ganhar corridas e somar pontos. Algo como Hamilton e Bottas. Dois pilotos como Max e Charles juntos criariam dificuldades para a gestão da equipe”.

Em quatro, aparentemente frases, temos as reações mais graves de todas que comentei aqui, hoje:

* A Ferrari precisa de UM grande piloto e outro para ganhar corridas e somar pontos? Bem, o grande piloto então não precisa ganhar muitas corridas e somar muitos pontos para ter prioridades na equipe. Basta ser aquele que eles querem num momento X para assim considerá-lo.

* Diante disso: Charles é o grande piloto e Sebastian - como disse Rosberg - virou um Barrichello. Tal situação é realmente péssima considerando que Seb ainda tem contrato e compromissos com a equipe. É falta de prestígio que fala?

* Acrescentando um pouco mais, se for necessário reduzir um dos seus pilotos - fortes - a um Zé Ruela insignificante, farão (como já fizeram) sem pestanejar. Péssimo também. Max nem deveria ter pedido para fazer par com Leclerc num ambiente apodrecido destes. Charles já está corrompido, e não podemos mais salvá-lo.

* Projetam o objetivo da equipe (que não é novata no ramo) justo na equipe rival - "Algo como Hamilton e Bottas" - para saber como gerir a disputa interna entre seus pilotos. Ridículo!

* Com isso, Binotto acabou também "revelando" que, por mais que tente, Bottas é o capacho do Hamilton e considerou que o finlandês da Mercedes é o piloto básico para ter umas vitórias e alguns pontinhos. Contratasse ele, então, queridão!

* Dá para começar a concluir que já podemos ir no cartório e registrar que o pessoal da Ferrari não sabem e não podem ter um "dream team" a seu dispor. Esquecem de sua "história", não sabem refazer a receita Schumacher + piloto mediano e desde a aposentadoria do homem, eles se apaixonam por um grande piloto com a mesma rapidez que o abandonam à esmo.

A reportagem acima (e outras matérias) casam com a última manchete desse post:


Na real, ninguém aguenta mais outro campeonato vencido por pilotos da Mercedes. O nome de Lewis Hamilton já não trás empolgação. E o reflexo está aí: quando apareceu a disputa entre dois nomes "não populares" até os pedreiros que estavam fazendo umas reformas na minha casa, comentaram entre eles sobre o "pega" entre Leclerc e Verstappen no GP da Áustria. Eles estavam trabalhando aqui, desde antes do GP da França. Nunca houve comentários sobre F1 nas conversas deles, até que os dois pilotos movimentaram uma das melhores corridas da temporada. 
A F1 prestou atenção nisso e parece que por agora, não temos mais corridas muito mornas. O protagonismo de Hamilton está ficando apagado apesar de seu carro super potente e sua presença nos pódios. Ainda não está 100%. Quando olhamos para a tabela percebemos ainda que falta muito para ter um equilíbrio.
Sinto dizer que LH não está com essa bola toda mais não. Talvez não seja só Monza um lugar em que ele não seja um querido.
Se Leclerc e Verstappen estão trazendo as pessoas de volta para as corridas, porque insistir na falta de equilíbrio que está o campeonato atual? Ninguém quer começar a ver a corrida 1 da temporada sabendo qual o campeão com sobras e antecipado. Está claro agora, ou querem que eu desenhe?

Para fechar de vez, temos mais um ponto para complementar com a fala do Mattia Binotto que destaquei alguns parágrafos antes.

* A Ferrari tem vários problemas. Um deles, de se acharem tão espertos que não fazem um carro arrebatador há muito mais do que 10 anos. O outro, é que são incompetentes em termos estratégicos e de gerência interna, ou não pensariam Max e Charles criaria dificuldades. São burros, pois não entendem que dois pilotos fortes, mas domados para se respeitarem diante das adversidades e competição, seria uma arma que as rivais imediatas Mercedes e - em menor escala - a Red Bull, não têm. Além disso, garantiria um grande show e imprevisibilidade para quem acompanha cada corrida. Todo mundo ganha nisso aí!

* Por fim - e não menos importante - a Ferrari não liga para o espetáculo, para o que o fã torcedor quer. Agem pior que a Mercedes, pois a equipe prateada, ainda que também não estejam ligando para o espetáculo, seguem ganhando muito dinheiro, podendo produzir  um carro imbatível para continuar ganhando tudo e ganhando muito mais dinheiro para o ano seguinte, e no ano seguinte e no ano seguinte...

Fico por aqui com esse post gigantesco. Possivelmente - a não ser que ocorra uma grande novidade - esse é o post "pré" Singapura. No mais, na segunda-feira retorno com uma surpresa para a coluna da corrida. Aguardem! 
Abraços afáveis e se cuidem!

Comentários

diogo felipe disse…
"Talvez não seja só Monza um lugar em que ele não seja um querido."

Em araguari tbm não é querido. 😛

Manu, Hulk e Grosjean são farinha do mesmo saco, não dá mais pra apostar nada neles. Só q um bate, outro reclama, Just It. 😉
diogo felipe disse…
Outra coisa, quem conseguiu domar 2 pilotos fortes? Vide 88..
Carol Reis disse…
O Hamilton deveria saber como os tifosi são. Os caras vaiam qlq um que não seja da Ferrari. E não só isso: Ele não é o único que já foi vaiado na F1, a diferença é que ngm ficou chorando depois como ele fez.

Eu também dei risada quando li ele dizer que gosta das disputas kkkkk nos poupe, Hamilton. P alguém que gosta, vc tá reclamando demais.

Eu também ri quando soube que o Grosjean disse que tava em dúvida se continuaria na F1, mas aí mudou de ideia qnd o filho pediu p ir para uma corrida. Todo mundo sabe que por dentro ele tava dando era graças a Deus pela a Haas ter renovado. Disseram que ele até lembrou o Gunther Steiner da briga entre o Hulkenberg e o Magnussen, aí depois tá aí fingindo que é piloto requisitado e que não precisa disso. A impressão que fica é que o Steiner só tocou no assunto do Hulkenberg publicamente pq queria renovar com o Grosjean pagando menos.

A declaração do Binotto me deixou 0 surpresa. A única coisa chocante p mim foi a Ferrari ter ficado até agora deixando os dois brigarem (na maior parte do tempo, né, pelo menos). E eu também concordo que o Montoya tá certo e também acho que problemas assim resvalam no psicológico. Seja como for, ele vai precisar daquela arrogância típica dos campeões de F1 p lidar com a falta de prestígio na equipe, que vai trabalhar contra ele de agora em diante. Falando no desempenho do Vettel, aquele artigo que a Juliane Cerasoli escreveu p UOL sobre isso é bem preciso, bem didático. As alterações no escapamento dos carros, que ficaram mais altos a partir de 2014, provocaram alterações no carro que exigem um estilo de pilotagem diferente da do Vettel. O Leclerc, por ter um estilo que se adequa melhor a esse carro, vem se dando bem, mas p Vettel é difícil mudar isso.
carlos disse…
Sobre as declarações do Wolf (diretor chefe da Mercedes) defende o conformismo e preocupação com a novidade. Quando contra o Vettel e Ferrari, a Mercedes tinha: grande capacidade técnica da Mercedes, joguinhos psicológicos do Hamilton e a cumplicidade de comissários e também a FIA dando punições contra Vettel a favor de Hamilton-Mercedes, punições que ninguém entendem. Agora com Leclecr Ferrari, piloto de mídia social, crescimento de audiência, empresário com sobrenome de peso, e a FIA e os comissários balançando e perdidos como aconteceu do GP da Itália. Enfim sangue novo e cabeça nova só falta corrigir a incompetência instável da Ferrari vamos ver que vai acontecer.
Manu disse…
Vamos por partes, hehehe...

Diogo, não acho Hulk farinha do mesmo saco que Grosjean. Nenhum dos dois é espetacular, mas tenho menos empatia por Pérez, Ocon e Stroll do que por exemplo, um destes dois.
Mas isso é uma questão que não dá para ter meio termo.

Sobre 2 pilotos fortes numa mesma equipe, é difícil mas eu tentaria. Ou pelo menos, não descartaria a possibilidade de tentar lidar com eles juntos. Binotto acabou se precipitando, e ofendendo um pessoal que deu (e dá) o sangue por eles, para fazer a dispensa de Max. Coisas de Ferrari...
E o seu exemplo para isso me pega. O que sei é de ler sobre e de ter acompanhado os resumos da temporada de 1988... Minhas próprias impressões já estão viciadas, afinal, neste ano eu tinha apenas 1 ano de idade rsrsrs... Incapaz de acompanhar ao vivaço corrida por corrida.
Mas entendo e concordo: fácil não é.

Por último, É, aqui LH não é querido. Mas não destrataria ele com vaias. Sou menos sangue quente que aqueles italianos. Ou pelo menos, eu acho que sou...

Manu disse…
Carol: O Hamilton, com essa 'inconstância' dele, faz saltar três coisas de sua personalidade - sua arrogância em admitir a culpa dos erros e claro, ser chorão quando algo o "prejudica". Depois, ele volta atrás, faz posts conscientes nas redes sociais ou cumprimenta adversários em frente das câmeras, só para parecer menos mimado. Aí ele engatilha a sua falsidade.
Normal. Não se espera outra coisa de hexa campeões. É o que se tem de resultado por deixar inflar o ego.

Postei esse texto enorme antes do Steiner definir Grosjean com a vaga. Sabendo que ele "jogou" com Hulk pela contratação "barata" de Grosjean, me deixou "p" da vida com a Haas...

Agora sobre o Binotto, não tenho nada a acrescentar. Vc disse tudo que complementa meu comentário no texto! ;)
Manu disse…
Carlos: só tenho uma coisa a dizer sobre seu comentário - CERTÍSSIMO!

Obrigada a todos pelo papo e por terem paciência de ler esse texto gigante!
Abraços aos 3!

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