F1 2019: teorias da conspiração

Eu tinha algumas opções de post novos para antes do GP de Cingapura. 
Ainda em planos, pagarei a minha dívida do Faixa a Faixa. 
Outra opção deveria ser algo da F1, mas divertido. Faz tempo que não legendo fotos da F1. Confesso que andei meio politicamente correta, evitando tentar alguma coisa nesse sentido. Acabei indo contra os meus princípios, pois gosto de fazer umas piadinhas marotas. 
Mas, há uma justificativa mais plausível e fácil de admitir: fiquei sem tempo para acessar uma boa quantidade de fotos e fazer postagens cheias de gracinhas. 
No entanto, esses dias estava reorganizando as fotos de celular e percebi que tinha algumas coisas relacionadas a F1 que estavam salvas e eu nem tinha me dado conta. Qualquer dia desses eu comento cada um dos cliques estranhos com alguns gifs bestas, só para descontrair. 

Para hoje decidi que ia comentar uma discussão que vi no Twitter e aqui mesmo, mencionaram algo nos comentários do post sobre o GP italiano. Neste último caso, envolveria a relação de rivalidade entre Fernando Alonso e Sebastian Vettel, que acabou tendo uma correlação com o que li num perfil espanhol na rede do passarinho azul. 

Para quem quer se inteirar do que foi mencionado no post anterior, basta rolar o cursor e clicar nos comentários. 
Em referência ao meu texto, mencionando aquela premissa de que Sebastian Vettel venceu 4 títulos pela Red Bull por conta da genialidade do projetista Adrian Newey, dois leitores - Carlos e Carol - avistaram como indiciador dessa "discórdia", o espanhol Fernando Alonso.

Sim, de fato, Alonso começou com esse assunto quando competia diretamente com Vettel nos anos de 2010 até 2013. Enquanto Alonso lutava com uma Ferrari, que sempre soubemos poder ser mais do que apresenta em pista, Vettel vivia um momento glorioso: um grande ímpeto de campeão e um carro ajustado ao seu modo de pilotagem que contribuiu para conquistas. 

Campeões são soberbos quando estão no topo. É um tanto impossível encontrar grau elevado de humildade em caras que vencem muitas corridas, especialmente quando estes caras são jovens cheios de energia. Esse era Vettel, lá nos seus anos dourados. Não engolia sapos, era confiante e combativo. Conquistou o primeiro título em 2010 e conseguiu derrotar o piloto que mais tinha chances de ser campeão de novo. Era de sentir muito orgulho.

Seu começo (completo, pelo menos) se deu em 2007, primeiro com uma BMW (melhor resultado um oitavo lugar no GP dos EUA) e depois, nas 7 últimas corridas daquele mesmo ano, foram guiando uma Toro Rosso (e com ela, o melhor resultado foi um quarto lugar, na China). 
Em 2007 Alonso estava cometendo o maior erro da sua carreira: depois de duas grandes vitórias na Renault, ele foi para McLaren substituir Kimi Räikkönen que seria agora a aposta da Ferrari pós "era Schumacher". Foi em 2007 que o espanhol encontrou todo o tipo de adversidade possível. 

Preciso fazer uma pausa aqui. Não estou firmemente convicta de que Alonso teria mostrado sua "real "face "ordinária" em 2007. Acredito ainda que, tudo foi uma questão de como a mídia pintou o seu caráter. Naquele momento, todas as suas atitudes para mim, estavam corretas. 
Acredito até - e agora posso até ser polêmica - que diante do que se passou na McLaren naquele ano, Alonso teria ajudado mais a Ferrari e por extensão, Kimi Räikkönen do que Felipe Massa (como muitos dizem por aí) a vencer naquele ano. 
Enquanto o finlandês deveria ser a prioridade da equipe italiana, já que tinha mais vitórias e pódios que o brasileiro, após a punição da equipe McLaren, Alonso pode ter desenvolvido uma estratégia de conquista da preferência dos italianos. Venceu o GP italiano, ficando à frente do protegido companheiro Hamilton, inocente e fingindo estar alheio ao que ocorria internamente na equipe. No GP belga, não tardou em ficar à frente de LH. Enquanto Alonso não completou o GP do Japão, ele ficou próximo da Ferrari de Kimi que venceu o GP da China. No Japão, LH havia vencido, mas não terminou a corrida da China. O Brasil poderia ser divisor de águas, então Alonso ficou em terceiro, apenas à espreita, e com uma cara muito satisfeita no pódio para quem na verdade, estava em terceiro no campeonato e de saída da equipe. Para ele, era melhor ver Kimi, numa Ferrari, ganhando, do que o cara que ajudou a derrubar ele do topo, lá no começo do que poderia ter sido seu ápice, ganhando um título logo na estréia da categoria.
Duvido um pouco, sob essa ótica, que Alonso não tivesse só arrogância para contribuir. Acho que havia também um bom senso de justiça, mas claro, guardada com um pouco de interesse no futuro.
Em contrapartida, acredito seriamente que, toda a proteção e holofote que Hamilton recebeu no primeiro ano na categoria, moldou seu caráter para o que conhecemos hoje, porém não ousamos criticar (se bem que eu até ouso, mas...).
Depois de 2007, Alonso seria dado com um homem difícil, pretensioso, exigente e capaz de passar por cima de qualquer um para conseguir o que queria. Alguns fatores foram contribuindo para reforçar essa imagem, inclusive com as próprias atitudes do espanhol.

Não sei até que ponto o que se diz sobre a personalidade de Alonso é verdade. Muito pode ter sido exagero, inclusive da mídia. Tenho para mim que ele mexeu com as pessoas erradas e então, por ter personalidade forte, garantiu outros rótulos inevitáveis de quando se é assim. Um pessoa forte, sincera e consciente de suas próprias capacidades gera esse tipo de reação por parte de alguns, enfraquecidos ou não, mas que são vingativos ou  poderosos.
Em caso de uma figura pública seria perseguida com olhos e ouvidos atentos para que, a cada atitude ou declaração, recortes necessários seriam feitos para que se tente "derrubar" a pessoa. Ele não foi o primeiro a ser vítima dessa ação, nem será o último. Não se pode defender 100% Alonso pois, como um destes seguros de si, ele sempre foi convicto de suas habilidades e isso incomodou muita gente. Se fosse um "pastel" estaria sendo criticado da mesma forma, como agora registramos com Vettel. 

Tudo que está no topo uma hora dessas, tem a queda. A do Alonso foi uma escada. Com a Ferrari, ele  teve a chance de voltar ao topo, mas foi caindo conforme os degrais mais estreitos se aproximavam. A mídia realmente não ajudou que ele se sustentasse em um deles. 
Não que tivesse obrigação de ajudar, mas é bem claro que Vettel contribuiu para o segundo maior tombo de Alonso. 

Feito os adendos, retomo o começo de trajetória de Vettel na F1. Em 2008 ele conquistou a primeira vitória, ainda com uma Toro Rosso. Era o GP da Itália.
Monza foi, em 2008 a sua glória e foi também a sua derrota, no último domingo. 11 anos depois é tempo suficiente para demonstrar que nada é seguro, perfeito, nem mesmo, completo. No mesmo ambiente, Sebastian experimentou o sentimento de estar no céu e estar no inferno.
Naquela ocasião gloriosa, Vettel vibrou muito, pulou, e me lembro como se tivesse sido hoje, que se emocionou bastante. A sensação que tive com Charles Leclerc no domingo passado, tive com Vettel, em 2008. 
No domingo, o oposto do sentimento - já tendo 4 títulos mundiais e idade suficiente para ser homem com H maiúsculo - separou ele de qualquer outro piloto que, por uma arrogância ou rompantes "desumildes" precisarão mostrar muito em breve quando experimentarem a sua decadência profissional. Vettel cometeu um grande erro no GP italiano, prejudicou outro piloto e não tardou, mesmo em situação miserável, de se retratar com Lance Stroll pelo dano causado. Educado, ele ergueu a cabeça, reconheceu e tratou de remendar com desculpas sinceras e nobres. 
Digam o que quiserem, mas é exatamente isso que torna ele um campeão inquestionável. Saber estar na miséria e ainda, admitir e aceitar suas derrotas, mostrando uma essência gigante e procurando ser pelo menos, digno e justo já que não haveria possibilidade de voltar atrás.

Seguimos nas lembranças: em 2009 ele foi vice campeão, já com uma Red Bull. No ano seguinte, ele era forte presença, mas não imaginaríamos que seria tão arrebatador - afinal ele estaria contra um Alonso numa das mais poderosas equipes do grid, a Ferrari. A diferença entre eles acabou em 4 pontos naquele ano. 
Claro que Alonso não ficou feliz. Era um cara muito mais novo batendo ele. Para quem acredita ser bom, tem confiança em si é duro ter que encarar um jovem - pela segunda vez - criando asa no seu terreno.
Foi um campeonato competitivo. Foi uma das poucas boas temporada que vimos nestes últimos 10 anos.  E eu estava eu "órfã" de um piloto para torcer. Räikkönen tinha decidido, depois de se ver sem vaga na Ferrari, decidiu se divertir com campeonato de rali. Assim, adotei o Vettel. Não que tivesse algo contra Alonso, muito pelo contrário. Tinha passado a respeitá-lo, depois de 2006. Ainda acho um excelente piloto. Certamente um dos top 5 que vi correr. Nessa lista, não estava Hamilton e sinto informar a todos que ele permanece fora desse ranking. Gosto de listas, mas essa é uma das mais espinhosas que nem ouso compartilhar. Então, não me peçam isso. Vou declinar com um sorriso bem amarelo e um monte de desculpas sem noção. 

É certo que em 2011 Vettel foi muito superior a todos e isso pode ter deixado alguns incomodados. Porém, no ano seguinte, as coisas amenizaram e Alonso voltou a perseguir outro título. E acabou perdendo por pouco, 3 pontos separou ele de Vettel, tricampeão no final de 2012. Havia passado o próprio Alonso em títulos. 
Foi o momento do sangue espanhol ferver: ele intensificou provocações que já vinham sendo feitas, antes. Rivais fortes, fomentam com nervos à flor da pele. Para não reclamar da inconsistência do carro ferrarista, Alonso preferiu o discurso de que desejava o carro do rival e assim, poderia fazer o mesmo se não, melhor.
  
Três pontos não era necessariamente por conta de um carro muito bem projetado. Naquele ano, inclusive, Mark Webber, que era o segundo na lista de rivais de Vettel, não tinha tido nenhum tato e espírito de equipe com o companheiro na última corrida do ano, em Interlagos. Na largada, ele pressionou Vettel contra um muro ao perceber que o companheiro investiu em tomar sua terceira colocação. Webber o fez perder posições, mesmo sabendo que apenas ele e Alonso teriam chances de vencer o campeonato. Deu de ombros para equipe e, claro para o companheiro.
Vettel acabou conquistando o campeonato, mas como escrevi acima, por muito pouco. Fechou o ano com 281 pontos, e um sexto lugar no Brasil em 2012. Alonso, saiu de sétimo à segundo colocado e mesmo assim só teve 278 pontos. Na mesma corrida, Webber não ofereceu resistência à Alonso quando este se aproximou dele.

Em 2013, ano do tetra de Vettel, logo no começo do ano, o momento de maior tensão entre Webber e Vettel ficou muito mais aparente no GP da Malásia quando o australiano tinha a vantagem numa dobradinha, e Vettel desrespeitou a ordem da equipe sobre devolver os carros intactos. Ultrapassou o companheiro, venceu a prova e colocou o time numa panela de pressão. Webber sentou no sofá antes de ir para o pódio e questionou Vettel sobre o "Multi 21" - uma ordem interna da equipe em que demonstrava a vantagem de Webber para a dobradinha. Vettel se fez valer da vantagem em ter pneus novos e buscou a vitória ignorando a "regra"...
Se não me engano, ano passado, Christian Horner revelou que a ignorada de Vettel na verdade tinha sido fruto de uma vingança. O clima entre os dois não era grande coisa e o chefe da equipe RBR indicou que, o acontecido em Interlagos no ano anterior tinha provocado a vingança de Vettel para cima de Webber no ano seguinte.

Quando soube disso, confesso ter ignorado. Assim que aconteceu o "Multi 21", eu tinha o pensamento de que se Webber fosse mesmo um piloto "bonzão" não teria passado aqueles 3 anos em que foi companheiro de Vettel tão distante dele em pontos: em 2010 a diferença era de 14 pontos entre eles, em 2011 aumentou para 134 pontos, e em 2012, no ano da gracinha final de Webber, a diferença ficou a 102 pontos. Malásia era o segundo GP do ano de 2013. Não precisava desse stress todo em frente às câmeras...

... A não ser que Webber já quisesse legitimar o discurso do Alonso: Vettel tinha um carro excelente só para ele e isso lhe garantia tantas vitórias. Assim, em 2013 a diferença entre os companheiros de equipe foi a maior dos 4 títulos do alemão: 192 pontos.
No fim do ano, Webber aposentaria da F1 e Alonso teria à frente seu pior ano na equipe Ferrari.

Até aqui usei o comentário dos leitores de Alonso x Vettel para chegar num caso que li por um perfil no Twitter: a menção do GP da Malásia 2013. Um aleatório, deu RT em um comentarista que, ao perceber que muitos exaltavam Vettel pelo grande piloto que é, se esqueciam do caso em 2013 e publicou o vídeo solto, sem contexto.
O RT foi dado por outro perfil que provocava a pessoa dizendo que Malásia tinha sido apenas uma vingança de Vettel diante da tentativa do "anjo" Webber ajudar na conquista do tricampeonato de seu amigo Alonso.

Fazia sentido: Webber era muito ligado à Alonso. Havia páginas no Tumblr  que eu seguia na época, dedicadas ao bromance "webbonso". A teoria da conspiração estava dada. E as engrenagens da maldade sopitavam na minha cabeça.

Claro que, como eu respondi ao Carlos sobre ele ter chamado Alonso de mau caráter, é uma questão muito complicada de afirmar. Todos nós temos uma perspectiva muito pequena do que é e quem é Alonso como um todo. Muito do que temos como fonte de análise pode ter sido forjado por um invejoso de plantão e a coisa se alastrou. Muito da nossa pequena certeza de que ele seria um cara muito difícil apesar de talentoso, pode se dever por alguma preferência nossa: conheço fãs do Räikkönen que odeiam Alonso por conta de rivalidade. Fãs do Vettel também podem apresentar uma raiva dado que, como próprio disse recentemente, o espanhol parecia não gostar dele.
Da mesma forma que, Alonso pode ser vítima de rótulos que não fazem parte de sua real face, Vettel está enfrentando o mesmo, com um certo requinte de crueldade.

Colocado à esses termos, já espero que alguém mencione Baku em 2017 para afirmar que Vettel não tem nenhum controle de si quando está lidando com outros querendo interferir nas suas tentativas de de glória.
Vejamos se aparecem, pois terei a resposta preparada.
Inclusive já me preparei para o pessoal que (sinceramente não sei o que querem) questionaram os atos de Charles Leclerc durante o fim de semana passado, desde a classificação até a manobra sob Hamilton na corrida. Dentre os malucos, está o próprio Hamilton. O inglês choramingou por aquela manobra em várias oportunidades. Está dando vergonha alheia, mas, poucos parecem se incomodar.

Sem uma conclusão sobre o (suposto) mau caratismo de Alonso, penso que mau caratismo confirmado são aqueles que, à aguardar que Vettel cometa outros erros, levante a questão de sua impropriedade profissional em ter sido 4 vezes campeão mundial. 
Eu não me julgo dona da razão a dizer quem merece ter nenhum, um, dois múltiplos títulos. As circunstâncias são tantas que nem daria para listar: momento certo ou errado, carro bom ou ruim, carisma ou falta de, lucros, marketing... Fora aquelas ideias sentimentais: "Gosto deste!", "Não, gosto daquele!". "Vejo talento nesse aqui, mas naquele ali, tenho dúvidas...", "Quem disse que esse cara é bom, só se for a mãe dele..."
Tudo isso acontece na hora de elaborarmos uma opinião, mas as chances de termos um consenso é muito remota. 

De uma vez por todas, o que dá para concordar em grande escala é quem nenhum campeão mundial de F1 venceu com um carro dos Flintstones, usando os pesinhos como motor. Sejamos pragmáticos quanto à isso. 
Sim, Vettel pode ter dado sorte? Pode. Talvez em dois momentos dos quatro espetaculares que teve. 
Hamilton pode também ter dado sorte? Muita, inclusive. Seu campeonato mais disputado ficou lá em 2008. Ele segue numa zona de conforto que, diante do mínimo de derrota que experimenta, mostra-se tão cínico e abalado quanto qualquer outro.

Jenson Button, Kimi Räikkönen, e o próprio Nico Rosberg deram uma baita sorte quando venceram. Um estava no lugar certo, na hora certo, no momento certo, o outro já vinha buscando esse resultado fazia dois anos. Os dois primeiros, nunca mais voltaram a ter um lugar ao sol. O último, saiu fora, assim que percebeu que jamais conseguiria o mesmo feito, de novo. Hoje limita-se a julgar o que fulano e ciclano deveriam fazer ou deixarem de fazer em pista.

Não dá para ser ávido em darmos de Rosberg ou Villeneuve e julgar os atos dos caras. No máximo que podemos fazer é dizer o que achamos, com a cabeça consciente que podemos estar redondamente enganados.
A F1 em si já compartilha de muita injustiça. A categoria está sempre mostrando uma ou outra incoerência que lhe custa a credibilidade de quem é fã. Se na nossa reação passional contribuirmos um pouco mais para picuinhas e briguinhas, fica tudo muito pior. 

Teremos agora, a partir do dia 20 de setembro, a 15ª etapa da temporada. Contando com Cingapura, são 7 etapas restantes. Dentre elas, no máximo duas empolgam só de escutarmos o lugar do GP: Japão e Brasil.  No máximo!!!
Respiremos fundo e seguimos adiante...

Abraços afáveis!

Comentários

diogo felipe disse…
Manu, quero mencionar Baku 2017, onde Vettel mostrou não ter nenhum controle de si quando outrem está tentando interferir nos seus momentos de glória. O que vc tem a.dkzer sobre isso?😁
Carol Reis disse…
Eu não acho o Alonso um mal-caráter, até fiquei com pena dele quando não ganhou o tri. Há um tempo atrás aquele jornalista, o Will Buxton, disse que o Alonso contou a ele numa entrevista que chorou muito antes de dormir na noite da derrota em 2010 e acordou no outro dia ainda em lágrimas, o que só fez aumentar a pena que eu já sentia dele. Só não sinto mais pena pq ele é milionário, o que só mostra que eu deveria ter mais é pena de mim mesmo do que dele kkk. O que eu disse sobre ele e Vettel não foi um juízo de caráter, mas uma constatação. Foi isso que vc falou, ele tem plena convicção das capacidades dele e é muito difícil ver que isso não foi o bastante. Também acho que ele se acha melhor piloto do que o Vettel, o que contribuiu mais ainda por ele se sentir infeliz, mas a F1 e a vida são injustas mesmo. Aliás, acho que todo piloto tem essa arrogância, isso de achar que é o melhor de todos, mas no caso do Alonso, ele é realmente o melhor, ou um dos melhores.

Falando em choro, lembro do Webber dizer na biografia dele que soube por terceiros que o Vettel ficou em prantos depois da batida entre os dois no Japão. Vejo essas coisinhas e sempre me surpreendo com o fato da F1 ser mais humana do que a gente consegue enxergar. Todo mundo está sempre usando sua melhor máscara, afinal de contas ali é competição. Ngm quer mostrar algum tipo de fragilidade para os outros ou para as câmeras, mas enfim, já to divagando...

O Vettel é um dos alemães mais emocionais que eu já vi, algo que mais atrapalhou do que ajudou ultimamente. Outro ponto problema dele, na minha opinião, é que tem dificuldade de adaptação. O Vettel sofreu com as novas configurações de 2014, enquanto o Ricciardo se saiu melhor e agora o carro da Ferrari responde melhor ao estilo de pilotagem do Leclerc do que ao dele. Agora é como o Montoya disse: O Vettel vai precisar trabalhar de perto com os engenheiros para ajustar isso e ao mesmo tempo precisa se recompor psicologicamente. Ele bateu no Stroll pq provavelmente tava frustrado com a rodada, foi lá e pediu desculpas. Será que o canadense fez o mesmo com o Gasly?

O Leclerc agora tá fazendo com o Vettel o mesmo que ele fez com o Webber há anos. E realmente acho que o Vettel era favorecido pq o Marko queria mostrar p o dono da equipe que o seu programa de jovens pilotos funciona. O Vettel foi praticamente o primeiro piloto de lá que conseguiu chutar a porta na chegada. Muitos foram queimados antes mesmo de poderem mostrar que eram capazes.
Carol Reis disse…
Esse calvário do Alonso em 2007 me lembra um relato do DC sobre o tempo dele na McLaren. Ele disse que tinha a impressão de que Ron Dennis preferia o Hakkinen a ele. Aí ele resolveu ir até o Dennis e perguntar se era isso mesmo e o Dennis disse que sim. Hakkinen quase morreu em um dos carros da McLaren e o Dennis se sentiu muito culpado por isso, acompanhou de perto sua recuperação e tudo, daí a proximidade que ele não tinha com o Coulthard. Alonso deve ter passado por algo semelhante, tendo em vista que o Hamilton praticamente foi criado nos corredores da McLaren.
Manu disse…
Já imaginava que o Diogo seria o que perguntaria sobre Baku hehehehe... Em breva respondo à "questã"

Gostei muito do que escreveu, Carol. Inclusive, sempre concordo com suas palavras e com os acréscimos que trás nos comentários, pois (mas não só) encaixam bem com os textos que publico. Estou à ponto de fazer uma proposta para vc já para corrida em Cingapura. Te escrevi pelo Facebook, ok?

Abraços aos dois!

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