F1 2019: Pré GP de Monza

No fim de semana passado, outras situações esconderam o que está de fato acontecendo com a temporada da F1: absolutamente nada que interfira num resultado pelo menos, inesperado.

Nossos olhares se voltaram à dois momentos distintos, relevantes apenas como uma parcela do que ocorreu no fim de semana. Dois pólos: o momento trágico e ruim de uma perda de um jovem promissor, e a ascensão de uma já concreta promessa ao primeiros degrau de outras grandes conquistas. 

Como disse, apenas duas parcelas do grande pacote. Houveram outras coisas que chamaram a nossa atenção também e até comentamos entre nossos pares. Estamos, por assim dizer, treinados a dar foco naquilo que nem sempre é o que no fim das contas, estará feito e registrado. 

Antes do GP belga acontecer, lá na classificação, tínhamos um P1 e P2 das Ferraris. O primeiro piloto da Mercedes era apenas o terceiro classificado, e o segundo piloto, ficou em quarto. Aquele que mais ameaçava as Mercedes até o GP húngaro, era uma das Red Bulls. E este se classificou em quinto. 

O que isso significava até aquele momento? Uma euforia já que Spa era pista que poderia propiciar mudanças.

O que realmente essa configuração causava de impacto no campeonato? Nada, pois com a F1 atual, nem mesmo os melhores circuitos são garantia de corridas boas.

Com o fim do GP da Hungria, a coisa estava da seguinte forma: Hamilton tinha 250 pontos, enquanto seu companheiro, Bottas, estava apenas com 188. Verstappen saiu de férias em prejuízo, poderia até ter a segunda colocação na tabela, mas o jeitinho Mercedes, deixou ele em terceiro, com 181 pontos. Logo na sequência, Vettel, apesar dos erros, DNFs e afins, somava 156 pontos da primeira metade do campeonato. Leclerc, que para muitos, estava superando o alemão, fechava o top 5 com 132 pontos.

Apenas por curiosidade: eu considerava a possibilidade de pensar apenas do terceiro em diante na tabela. Vestappen, para mim, é quem merece olhar apurado e dá nuances de um campeonato mais equilibrado e mais condizente com o que espero da categoria, todo domingo. Depois de Monza, não será mais possibilidade e sim, realidade.

Mantendo as configurações da classificação na Bélgica, para a corrida - Leclerc, Vettel, Hamilton, Bottas e Verstappen - a ordem dos cinco primeiros seguiria inalterada na tabela, com um pouco de pontos acrescidos para cada: Hamilton teria 265 e Bottas passaria à 200 pontos. Verstappen se aproximaria, mas não o suficiente de Bottas, ficando com 191. Já Vettel, arrancaria mais 18 pontos, resultando 174 totais e Leclerc, chegaria (finalmente) aos 157 pontos, com a sua primeira vitória na categoria.

O que aconteceu é que, nem mesmo o cara que coloca uma mísera pressão no SEGUNDO piloto da Mercedes, pontuou na Bélgica. Além disso, as Mercedes tinham ritmo e forçaram a mudança de planos da Ferrari, para conseguirem, pelo menos, 3 pontos à mais, cada um, do que já tinham  garantidos. 

Acabou a corrida e ficamos assim: Hamilton não ficou com 265, mas com 268 pontos terminando a corrida em segundo; Bottas marcou 15 e não 12 pontos e fechou a conta com 203. Verstappen, mesmo zerando, manteve-se com os 181 pontos de antes das férias. Ele se afastou de Bottas: a diferença aumentou de 7 para 22 pontos entre eles. Em contrapartida, sua distância para o quarto colocado na tabela, é ainda um pouco confortável: são 12 pontos. O maior prejudicado foi Vettel, que poderia estar com 174 pontos, e perdeu 5 deles com a quarta colocação na corrida, fechando as contas com 169. Leclerc que tinha os 25 garantidos e quase os perdeu pelo ritmo da Mercedes, manteve-se com os 157 pontos guardados no bolso desde a classificação. 

Vamos recorrer aos gráficos para percebermos que não mudou coisíssima nenhuma?

Pós GP da Hungria

Projeção com a Classificação da Bélgica

Resultado real após GP da Bélgica

Só para constar, caso ainda não tenha dado para visualizar: Hamilton está à SESSENTA E CINCO pontos do companheiro, Bottas. 65 pessoal!!! Do Verstappen - que pode se dar o luxo de não pontuar - são 87 pontos de diferença. É muita coisa. E parece até ridículo continuar nessa sofrência. 

"Ah, a temporada está boa, vai?!" Está uma ova!! Me perdoem, mas não está mesmo. Algumas corridas isoladas, alguns momentos isolados que nos deu empolgação, não podem ser considerados o todo do ano. A gente fica não é porque vai ter bolo, é porque gosta muito de F1. Ainda assim é de se admitir: a temporada está uma bela de uma porcaria.

Spa, sempre emocionante, não teve uma corrida à seu nível de qualidade... Temo o que pode estar por vir na última pista realmente boa do calendário: Monza!

Sem o mínimo de competição (e quando há, não interfere na tabela), com ultrapassagens forçadas (que a gente empolga, esquecendo o quão falsas são) já podemos parabenizar Hamilton pelo sexto campeonato já nesse fim de semana. Nas corridas que se seguirão se ele não for favorito, passará a ser. Como escrevi em outros posts, é bem provável que esse ano, ele passe muito tranquilo dos 430 pontos no ano.

O que me faz pensar nesse ganho prematuro de campeonato é que há previsão de chuva para domingo. Outra questão é que a Ferrari, no ímpeto de fazer bonito em casa, vai fazer o que sempre faz: caquinha. 

Tradição é tradição. Não discutamos! O problema é que nada vai para a conta deles. Já sabemos quem será o "Judas" no domingo. Se precisarem de um especialista/crítico de plantão para identificar o culpado, basta acessar o vídeo pós GP do Nico Rosberg. No último vídeo, ele ofendeu dois pilotos em uma só frase. É incrível o que a necessidade de opinar sobre algo, faz com as pessoas. Colocam a gente em tal vulnerabilidade que sem sabermos dos limites, escancaramos reações obtusas... 

Há também uma situação mais precisa e importante: Verstappen trocará de motor para esse fim de semana. Pelas regras, largará do fim do grid, e isso acaba tirando toda a possibilidade de vitória do holandês. Já que estamos fadados à casos isolados para nos empolgarmos, temos menos um para atrapalhar as Mercedes. Isso faz delas, favoritas para a corrida de domingo.

"Ah, mas Verstappen fez uma corrida de recuperação na Áustria..." Sim, só que dessa vez ele não cai para sétimo ou décimo. Ele deve largar pelo menos, em 18º. Será uma vitória se ele terminar a corrida em quarto lugar. Em condições normais, pode contar com sexto ou quinto lugar no domingo.

"Mas tem possibilidade de chuva, vai ser emocionante..." Tudo corrobora para a Mercedes, inclusive a ajuda de São Pedro.

"Monza é sinal de pista divertida, pode ser que dê outra coisa..." Esqueçam!!! Dá Mercedes no fim de semana e já vou começar a campanha:

O que esperar para 2020, além do hepta do Hamilton?

Monza não merece ser amornada assim, antes mesmo do "valendo"...

Posso fazer um pedido à todos vocês? 

Torçam para que eu esteja errada!!!!

Abraços afáveis!