F1 2019: Pontinhos de Cingapura 2019

No post anterior vocês tiveram a coluna pós corrida da Carol Almeida e não um texto meu. Basicamente ela escreveu o que eu teria escrito aqui, só que do jeitão dela de se expressar.
A "novidade" para as colunas seguirá; teremos um participante para o GP da Rússia. Não vou estragar a surpresa, mas alguns já sabem quem é. Aguardem! 

Enquanto isso, colocarei aqui meu tópicos sobre o fim de semana em Cingapura.

► Não gosto do circuito. Acho que permite muitas atrapalhadas, muito pelo desgaste físico dos pilotos por conta da alta temperatura e também por ser circuito de rua, cuja ideia de passar próximo aos muros é necessário para ter melhores resultados. Mas nem todo mundo pode ficar 'brincando' volta a volta com isso. 

► Vocês devem ter visto memes ou comentários projetando a eficiência da Ferrari depois de Monza. Acreditava-se (eu inclusa) que em Cingapura voltaríamos a ter as Mercedes no topo do pódio um Lewis Hamilton estampando sorrisos num rosto úmido de suor. A brincadeira já estava presente: o pessoal queria saber como a Ferrari lidaria com uma pista sem as tais retas que favorecem a eficiência do SF90.
A Scuderia deu uma acordada (tarde demais para ter efeito arrebatador) e desestabilizou um pouco a Mercedes já no treino classificatório: Sebastian Vettel deu sinais de "fênix", mas Charles Leclerc completou a quinta pole, a terceira seguida na temporada. 
Houve reação de Hamilton sobre a quinta pole do monegasco (surpreso, o inglês soltou até palavrão) e ficamos no aguardo de uma possível redenção de Vettel. 

► A quinta pole do ano de Leclerc mostra um já comprovado e notado vigor de futuro campeão. Indica também que os ajustes feitos no SF90 estão mais propensos ao garoto do que ao veterano Vettel, embora, alguns indícios puderam ser observados na corrida com relação à pilotagem do alemão.
Lembram que, no post que fiz, a respeito de algumas manchetes noticiadas após Monza, mencionei que Juan Pablo Montoya havia dito que o problema de Vettel era mais técnico que psicológico? 
Pois bem. Tanto concordei que ainda permaneci com isso em mente para projetar o que a Ferrari deveria fazer, mesmo tendo em mãos o Leclerc com um futuro brilhante a ser traçado. A equipe poderia, ao invés de optar pela diminuição dos "deveres" de Vettel com a equipe, ao menos dar-lhe opções de ajuste mais confortáveis e não fazê-lo passar a humilhação de ser escudeiro puramente.
Sigo concordando com Montoya. Mas não acredito que a Ferrari - após a declaração de de Mattia Binotto sobre ter dois pilotos fortes na equipe, não ser ideal para a gerência interna - tenha propiciado que Vettel se achasse novamente na equipe. Podem ter dito algumas palavras de apoio, mas trabalho duro por parte deles não me parece que foi o critério levado a sério nos dias anteriores à Cingapura. A prioridade seguiu e segue sendo Leclerc, como já havia dito, no começo do ano, antes mesmo de suas vitórias emocionantes e de Vettel começar com seus "erros" que levaram à sua recente crucificação .
O que eu acredito mais é que, por ele não ter rede social, e ter recebido algum apoio de fãs e entusiastas do esporte, possa ter usado os dias de intervalo de um GP à este último, para esfriar a cabeça, enterrar os erros, e buscar forças para terminar o ano, minimamente bem.

► Dito que Leclerc tem vigor de campeão já atestado, isso trás outras ideias, especialmente sobre o andamento e conclusão da corrida.
Por algumas voltas, talvez um terço da corrida, Leclerc estava segurando a primeira colocação, mas sem se valer de uma grande vantagem para os demais. Enquanto isso, Hamilton não conseguiu acompanhar o ritmo do queridinho da Ferrari, ficou apenas à espreita de qualquer oportunidade de ganhar a posição - fosse por Safety Car, fosse por estratégia de pitstop. Eram estes os jeitos mais propícios. 
Após o inglês reclamar do desgaste dos pneus, a Ferrari deu pressa para trazer Vettel para o pitstop. Um tempo depois, chamariam Leclerc. E aí é que a surpresa se deu: não calcularam que Vettel viesse à frente de Leclerc, fazendo um undercut. 
Diante dessa situação, muitos de nós acreditavam que a Ferrari solicitaria a mudança de posições. 
Hamilton, que havia indicado desgaste de pneus, passou a pedir por permanência na pista. A transmissão gritalhona calculava que ele e a equipe aguardavam por um Safety Car. Não houve nenhum nesse período até que, quando fez a parada, não só perdeu a chance de disputar posições para a vitória, como perdeu o pódio para uma Red Bull.

► Nesse meio tempo de pitstops, o undercut não premeditado pela Ferrari não pode ser considerado "ajuda" estratégica para Vettel vencer como algumas matérias (essa aqui, inclusive) indicaram. Uma pois, ficou claro que a Ferrari não esperava por tamanha eficiência de Vettel. Duas que, logo que pode, Vettel foi passando os pilotos à frente, antes mesmo de decidirem fazer também as suas paradas. Os mesmos carros - Giovinazzi entre eles, que ficaram algumas voltas na liderança - e ofereceram pouca dificuldade à Leclerc e à Max Verstappen. A terceira razão é que Vettel voou mesmo e pode garantir assim o direito de vencer a corrida.
No mais, Seb pareceu realmente confiante, tanto que forçou uma ultrapassagem mais arriscada para cima de Pierre Gasly. Ele não procurava por punições, ele procurava não perder tempo, pois era necessário que a vitória fosse possível à equipe. Desde a classificação estava claro que ele queria, e na corrida ele passou a merecer conquistá-la. Bastava continuar fazendo um bom trabalho.

► Para juntar todo mundo e ter alguma chance de ataques, era necessário um Safety Car. E houveram 3. Algumas pessoas na rede do passarinho azul (Twitter) colocaram lenha na fogueira. Todos quiseram lembrar do "crashgate" de 2008, brincando que essa seria a chamada de Toto Wolff para Valtteri Bottas.
Um adendo: na ocasião, quantos de nós não julgamos o incidente como um evento sujo? Fernando Alonso, em 2008, não precisava daquilo. Era bicampeão e tal. ... 
Mas estaria tranquilo se  o esquema se repetisse com Bottas arrebentado o carro no muro e Hamilton vencendo?
...
Voltando então ao assunto principal: O primeiro SC veio como algo lamentável, não só pelo ocorrido em si, mas mais pela forma como foi tratado. O culpado do lance? Romain Grosjean. 
Vocês não leram (nem lerão) na mídia especializada que o acidente foi um algo de corrida simples e que, pelo onboard do Grosjean, o "Linguini" não teve para onde ir. George Russell tinha um carro de lado e "fechou a porta". Não estava num circuito com escape e o movimento de defesa foi, no mínimo, estranhíssimo.
Mas o piloto da Haas (tomando raivinha da equipe em 3...2...) é um dos sacos de pancadas da F1 atual. Talvez o principal deles. Além do mais, apesar de lembrarem o "crashgate" ninguém queria que acontecesse algo semelhante de novo (ou só eu esperava que ninguém quisesse?)...

► Tentando não pensar na relação da Mercedes com a Williams, imaginei que a Ferrari então faria Vettel protagonizar a segunda cena humilhante do ano, depois de Spa, assim que o SC se retirasse da pista.
Por sorte, houve uma largada limpa com Vettel relargando bem e os demais, também. 
No segundo SC, dessa vez com Pérez estacionando o carro por algum problema elétrico ou de motor, talvez a situação fosse colocada em prática. Era a 44ª volta e o SC só saiu 4 voltas mais tarde. 
Novamente, largada limpa e Vettel manteve o bom ritmo. Não havia razão para a mudança de posições e isso pareceu claro. 
Na volta 50, Daniil Kvyat se enroscou com Kimi Räikkönen. O finlandês deixou o carro com suspensão quebrada na área de escape e assim entrou o terceiro SC.

Fim de semana ruim para Kimi. Parece ainda que o finlandês não voltou das férias e precisa "sacudir a poeira" e entender que estamos já com os trabalhos para serrem feitos e resultados entregues. Voltar mesmo não desse jeito; com pernas 'machucadas', abandonos ou batidas. 

À essa altura, apesar dos protestos no rádio de Leclerc sobre o undercut do Vettel, ambos foram avisados pela equipe para manterem as posições.
Isso gerou desconforto no pessoal que não gosta do Vettel. Queriam que Leclerc tentasse ultrapassar e Vettel rodasse. Qual a alegria em ver isso, ainda estou para saber. 
Para a Ferrari, o jogo era claro: a dobradinha, fosse a ordem que fosse, era necessária. Se antes das paradas, chamaram Vettel com medo de perderem a posição para Verstappen, manter um pódio com duas Ferraris era o plano 1. Uma possibilidade era a de tentarem tomar a posição de Hamilton. Não calcularam que Vettel seria tão rápido a ponto de conseguirem tudo isso, mas com o agravante da mudança da ordem entre os seus pilotos. Conseguir fazer com que Hamilton por exemplo, ficasse perdido e não eles, era o maior lucro que estavam tentando conseguir. 
Essa situação colocou os pingos nos is. Estavam com uma dobradinha certa. Qualquer gracinha era desperdício. Ainda mais que Verstappen parecia ter optado pelo bom senso, já que em duas relargadas ele priorizou manter a posição e conter o avanço afoito de Hamilton. Manter tudo como estava era o mais sensato a ser feito.

► Uma troca de posições teria mostrado uma certa injustiça. Vettel havia andando rápido e não tinha errado. Não tinha uma vitória desde o Canadá. Retirar dele, mais essa, por mandos de equipe, era fechar a tampa do caixão de sua carreira. Nada o salvaria da chuva de críticas que vinha (e ainda vem) sofrendo. E se o fogo viesse de casa, ficaria péssimo para a Ferrari se insistissem na troca. 
Nada garantia que, pela raiva de ter que fazê-lo, Leclerc não forçaria o suficiente para que Vettel perdesse até a posição para Verstappen, com certeza só à espreita de uma oportunidade dessas. Seb ainda teria que lidar com um "sem paciência" Hamilton. Arriscar perder a dobradinha para proteger o futuro campeão da equipe era uma decisão muito arriscada. Injusta para ele, mas justa para a equipe, que já cometeu muitos erros que lhe custaram o campeonato.
Já que - por uma surpresa - a situação assim estava, assim deveria ser mantida. Manter as posições era um pedido que, aos nossos ouvidos, empacava a emoção de competição que, por sinal, não tinha acontecido durante toda a corrida - monótona em boa parte dela. Porém, havia outra questão que colocava a Ferrari à mercê de aplausos pela decisão: tentar desestabilizar a Mercedes à curto prazo, já que para a Rússia eles e não a Ferrari são favoritos. 
O único pormenor é o seguinte: se a mudança de posições ocorresse de forma limpa, e Leclerc vencesse a terceira corrida seguida, ele teria passado Verstappen na tabela de pontos e garantido a terceira colocação geral, podendo então pensar em se aproximar de Bottas - visivelmente já anulado na Mercedes apesar de ter renovado contrato. Teriam colocado uma pressão extra na Mercedes: forçariam que eles pensassem também nas corridas do Bottas para proteger o seu primeiro piloto.
Talvez seja aí que Leclerc estivesse tão possesso com a decisão da equipe, pois, assim como nós, sabe que o campeonato de construtores está no papo - a Mercedes tem 9 dedos e meio no título.

► Embora exista esse lado prático dos pontos, faltou ao Leclerc diplomacia e postura diante ao trabalho em equipe. Sim, a Ferrari não vencerá o campeonato de construtores. Mas em Spa, não vimos Vettel reclamando de ter sacrificado sua corrida em prol da vitória do companheiro. Naquela corrida ele perdeu muito, não só a dignidade como o seu rendimento caiu  a ponto dele sequer ir ao pódio na Bélgica. 
Leclerc não respondeu ao rádio depois do fim da corrida, ficou com cara de poucos amigos após tirar o capacete, e disse à David Coulthard na entrevista pré pódio que estava frustradíssimo. Disse entre dentes que era pelo bom resultado do time, mas não agiu nem tem agido em conformidade com a política do time: ele ainda procura por explicações por não terem mandado fazer a troca de posições.

Ele sabe, mais do que nós, que a Ferrari vem primeiro e está acima de qualquer outro, seja o último piloto  a vencer com eles, seja o último piloto a trabalhar duro para eles, seja um multi campeão da F1 que escolheu ser piloto deles.
A mídia seguiu o padrão de divulgação: Vettel teria ganhado "ajuda" estratégica e Leclerc teria achado injusto o undercut que tomou. Criando uma rivalidade nas notícias, o monegasco deu munição para os "especialistas": exigiu que a Ferrari desse explicações. 
Binotto foi enfático: alertou sobre a possibilidade de Vettel perder a posição para Verstappen que estava em quarto. Já sabiam o que fariam com Leclerc assim que tivesse um tempo propício mais tarde, e que com a parada de Vettel, poderiam colocar ele em posição de atacar Hamilton ou até, tomar a sua segunda colocação. Se esqueceram que Vettel poderia fazer voltas ótimas com pneus novos - o que aconteceu.
Explicaram para Leclerc, e ainda assim, ele insiste estar à par das decisões como se tivesse sido "roubado" dele a chance de ser vitorioso pela terceira vez.
Reforçando o climão entre os pilotos, foi divulgado que Vettel teria declarado que a "Ferrari está acima de qualquer indivíduo" como se tivesse mandado um recado ao companheiro. Do lado de cá, de comentaristas até fãs, a grande maioria defendia Charles sob um pretexto plausível, mas discutível: todo campeão reclama de "perder" a vitória. Era assim com Senna, com Alonso, é assim com Hamilton, e até já foi muito com Vettel. 
Negar isso é bobagem. Todos pilotos, até mesmo os não campeões mundiais tem essa petulância, digamos, natural. Mas a questão, como escrevi, é discutível. Lembro que, pelo menos com dois destes citados, toda vez que abriam o rádio para pedir passagem, presos atrás de seus companheiros de equipe, chovia críticas. A principal frase: "Quer a vitória? Então passa!"
Houve isso com Charles? Se houve, eu não fiquei sabendo.

Sejamos pragmáticos aqui: a Ferrari não disputa o campeonato, nem de pilotos, nem de construtores. Por mais que esteja todo mundo insano, não existe a menor possibilidade de não dar Hamilton no fim da temporada. E a Mercedes está tranquila, apesar de já ter colocado na ponta do lápis tudo que precisam fazer até o fim do ano para garantir o campeonato de seu protegido. 
O máximo que a Ferrari está possibilitando é tardar esse momento. Leclerc então deveria comemorar as conquistas da equipe. Faz tempo que não acontece reações como essa na equipe. Há de se procurar nos "arquivos", mas arrisco escrever que talvez a última vez que a Ferrari experimentou sensações como essas deve ter sido em 2009. E olhe lá, já são 10 anos, se eu estiver certa no meu palpite.

Vettel é da Ferrari. Em nenhuma ocasião, desde que pisou na equipe, ele não deixou de ser diplomático. Com o passar dos anos ficou até bobo, de tanto que pede desculpas. Além disso, não disse algo que fosse contra as decisões da equipe e sempre evitou esse tipo de declaração. Sabe que é a marca primeiro, depois o resto. E quando se fala resto, é resto mesmo.
A prova que a Ferrari estava certa em ter chamado Vettel primeiro é que também Verstappen parou na mesma volta e ficou à frente de Hamilton. O timing foi perfeito para os dois para que não ficassem presos atrás de alguém. E isso ainda aconteceu, mas conseguiram se desvincilhar rapidamente dos carros que ainda não haviam feito pitstops.
No início da prova, a impaciência também era nossa: o ritmo lento dos ponteiros era estratégia para não dar espaço para as paradas de quem vinha trás. Se Leclerc tivesse acelerado, ganhado vantagem, talvez nem se Vettel quisesse teria feito o undercut. No máximo, teria ficado preso atrás dele, cuidando para que Verstappen e talvez Hamilton não se aproximassem.
Leclerc tem os tifosi com ele, babando colorido. Se ele tivesse se mostrado jogador de equipe, membro incentivador, não faltaria gente para segurar as suas... err... mãos! Sair reclamando assim, mais tarde vai depor contra ele quando experimentar a ponta da sua crise na equipe. Ele poderia ter tentado olhar nos olhos do Vettel e exaltar o seu retorno ao topo. Para a mídia, poderia dizer que estava frustrado, mas feliz pelo companheiro, elogiar e dizer que Vettel ainda é importante para equipe e para a categoria.
Teria soado falso? Oras, Hamilton faz isso o tempo todo e não parece incomodar nem os fãs, nem os jornalistas. Só porque Charles foi sincero e direto, não significa que vamos passar pano, só porque é bonitinho e estamos todos empolgados com as suas demonstrações de talento.

Além de dizerem que isso é postura de campeão, outros podem dizer que se ele ficasse tranquilo e dócil com a decisão, futuramente viraria capacho. Mas vamos à um exemplo fácil sobre isso. Felipe Massa, maior "puxa saco" da Ferrari sempre foi capacho do Schumacher. Em 2007 fez nada mais do que sua obrigação cedendo posição para Räikkönen tentar conquistar a vitória e o campeonato. Cumpriu com o combinado, com o jogo de equipe, então em 2008 teve a sua chance de buscar a vitória e precisar da ajuda de Kimi. A dívida foi paga, mas não pode contar com outros fatores para vencer o campeonato. Tanto ele quanto Kimi sabiam de suas respectivas funções na equipe e quanto a isso, nunca pode reclamar do companheiro finlandês e vice-versa.
Embora fosse puxa-saco, ele colocava a culpa no carro quando algo não saia como suas intenções. Pilotos que fazem esses questionamentos tem a tendência de serem rapidamente descartados pela Scuderia.
"Ninguém é mais importante que a Ferrari", disse Vettel, que tanto sabe disso, que demonstra e demonstrou em atitudes, inclusive  na hora de subir ao pódio com uma bandeira com os dizeres: "#essereFerrari".
Leclerc no começo do ano, declarou que estava aprendendo com Seb. Não parece ter "tomado nota" o suficiente. Como a apoteose midiática parece reforçar, a figura de Leclerc o estampa como incapaz de digerir a derrota.

► Apoteose ou não da mídia, a Ferrari precisa ajustar-se. Colocar ambos à par dos planos e resolver de uma vez por todas - sem anular - a "ressurreição" de Vettel e a "competitividade" latente de Leclerc.
Já devem ter feito isso já que Rússia está aí, e o começo dos trabalhos são para sexta-feira. A equipe pode até deixar a mídia se esbaldar com essa (forçada?) rivalidade entre ambos. Faz bem para trazer ibope. Mas o que Binotto deve fazer, nem que seja às escondidas, é ter planos eficientes para manter o mesmo bom ritmo para o próximo GP, sem deixar que seja primordial os joguinho extra pista.
Agora se a coisa descontrolou mesmo, aí só posso executar o modo #SóLamento. Não era difícil dois pilotos fortes na equipe? E agora Mattia José? (Eu bem que avisei...)

Do outro lado da corda, Hamilton reclamou que a estratégia da equipe tirou suas chances de vitória e pódio. A estratégia que ele parecia consciente. Num rádio reclamou do desgaste, no outro, não queria fazer a parada. Depois, o bipolar das declarações, explicou como a decisão afetou no seu resultado.
Ele se diz não iludido mesmo tendo 96 pontos de vantagem para os terceiros colocados. "Se houver alguém na equipe relaxado no momento, eles precisam conversar, porque todos devemos sentir a dor. E vamos para a próxima corrida tentando fazer um trabalho melhor.", disse.
Obviamente a Mercedes tem 100% de chances de sair vitoriosa na Rússia. Trabalho duro mesmo recai para a Ferrari e a Red Bull.
Por essa razão as duas equipes têm por obrigação dar 200% de seus esforços para tentarem repetir feitos semelhantes a Cingapura. Para a Red Bull o foco é claramente voltado à Verstappen. Este precisa, no GP russo, ficar à frente de Leclerc já que estão empatados com 200 pontos.
Na Ferrari, se querem mesmo tentar mostrar que não estão acabados, basta fazer trabalho de equipe, e repetir moldes semelhantes como os de Cingapura - sem egos e sem protecionismos - fazendo valer a premissa do "somos uma equipe". Quem sabe não entendem que é possível sim ter dois pilotos fortes?
Tardar o título do Hamilton pode estar nos detalhes: eles esqueceram e não se importam com Bottas. Colocar ele como um hamster exercitando na rodinha em poucos dias, pode não oferecer tantos resultados. Além disso, Hamilton está batendo os pezinhos com cara feia e braços cruzados. Se o pessoal da Mercedes não vier com planos eficientes para o GP russo, pelo menos para ele, o inglês vai ser aquele Hamilton que todo mundo esquece que existe só porque está adormecido.

E é fim de história? Ainda não. Vale dizer que Leclerc e Verstappen são os grandes nomes que trazem cada vez mais interesse à F1 esse ano. A Globo, nossa emissora de transmissão das corridas, bateu recorde de ibope novamente com o último GP. E não havia Hamilton no pódio...
Tardar esse título é lucrativo!

Comentários abertos! Abraços afáveis à todos!

Comentários

diogo felipe disse…
Desculpe te expor , Manu, mas acho q vc não revisou o texto antes de publica-lo: Pezinhos, trazido, se o pessoal da Mercedes não vier..., Ok começo dos trabalhos é para...

😘 Afáveis.
carlos disse…
Aumentou o ibope, agora vamos esperar uma historinha da Rede Globo em breve: o puxa saco da emissora que vai ser o bonzinho e o malvado (este que vai para a fogueira queimado como uma bruxa com óleo bem cozido abençoado por um exorcista) que não se lembra da propaganda da temporada passada.

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