Take a Take das manchetes da F1 2018

Tenho estado displicente com a F1 e decidi remediar essa situação nesta semana. Selecionei algumas manchetes e conteúdos legais para dar pitacos despretensiosamente sinceros ou até mesmo, sarcásticos.


Construçãozinha de frase ordinária essa, hein? Ficou parecendo que todos os outros é que são os egoístas... Mas vá lá: Magnussem pode ser um piloto mediano, tendendo ao irrelevante e gracinha (olhar não arranca pedaço, ainda mais virtualmente assim), mas ele padece de uma coisa que é inevitável na F1 - enquanto piloto de equipe pequena, de meio de grid - pouca gente dá ouvidos ao que terá ele a dizer. Mesmo que o cara lance uma verdade dessa, na lata. 
Piloto de equipe grande até pode tentar ser sincerão assim, mas corre o risco de ficar muito chato que nem um Villeneuve da vida - e perder o filtro do bom senso, falando mais besteira do que verdades ou opiniões convenientes -  ou se cansar, simplesmente, começando a se moldar de acordo com a diplomacia exigida pelas grandes equipes e pela F1 como um todo - isto é, virando um frouxo. 

Já houve tempos em que Hamilton desceu a lenha no ano de terceira conquista de campeonato pelo Vettel, dizendo que "hegemonia de um piloto era prejudicial para a categoria". Dois anos mais tarde ele deu de ombros para essa proposição e quando mencionada como questão, ele negava que fosse prejudicial, se dizendo inclusive confortável. Oras, ele estava vencendo sem esforço, talvez em circunstâncias bem mais favoráveis que o alemão, que teve, por um tempo, Alonso como principal rival, que sempre foi (e é) um piloto acima da média.

Assim mesmo, Magnussen foi sagaz: piloto não dá a mínima para que a categoria fique boa enquanto esporte/competição. Ele só gosta do negócio quando ele próprio, vence, e está na disputa. Alguns turrões, largaram o osso cedo: Montoya era um desses - perdeu a graça para ele correr atrás do rabo. Foi para um lugar onde a competição existe (embora, nem todo mundo goste, mas ela existe). Você não acerta fácil quem vai vencer uma corrida na Indy, na terceira ou quarta volta, por exemplo. O exercício na F1, nos últimos anos, fácil em acertos.
Piloto é sim egoísta. E Magnussen está certíssimo; perguntar a opinião destes só gera olhares para os umbigos. Vão me dizer que a Mercedes e a Ferrari vão amar, por exemplo, que a Liberty imponha um padrão aerodinâmico dos carros e que todos, tenha um teto de gastos?


Já foi comentado isso e os grandes já teve alguns burburinhos.

De fato, a reação de aumentar os setores de uso da DRS é uma medida não só exagerada quanto desesperada. Vejam o que aconteceu com o Vettel: se o Bottas tivesse tirado tempo uma volta antes, teria também tirado o doce da vitória ferrarista sem esforços e deixando Seb sem a chance de defesa. E isso lá é disputa de ultrapassagem? Ainda mais no fim da corrida assim, a gente lembra da falsidade do lance assim que lembra da injustiça que se faz com a medida.
É como as cidades que fazem com as pavimentações das ruas pós as chuvas: tapam o buraco do asfalto que com o desgaste, abre na chuva mais forte seguinte...


Outra manchete ordinária. A frase foi "duvido que estarei aqui". Pode ser que esteja, pode ser que não, então a dúvida não cabe na afirmativa "não estarei aqui". Sim, ele está velhinho, mas não se sabe como vai ser daqui a diante. Pode ser que ele dê de Tom Brady e diga que vai "trabalhar" até os 50 anos de idade e ter contrato para fazê-lo...


De qualquer modo, Kimi remete à mudanças da F1 para melhorar a aproximação dos fãs e também gerar mais competitividade. Ele não se importa. Duvido muito que se importaria caso tivesse mais uns anos na carreira. Ele é do tipo que não liga para a parte política da F1 e com razão ou não, penso que ele é preguiçoso para esse lado, já que pode ser que se fale e lute por coisas que nem seriam levadas em conta propriamente. Por isso ele diz (de forma bem grossa sim, não adianta dizer que não foi mal educado, porque foi, embora não deixa de ser verdade) que nada adianta dar uma lista de mudanças à eles, pois não valerão nada.

Com a Liberty, vejo um empenho em tornar a categoria atrativa, mas certas coisas ainda teimam em soar como a antiga F1 gerida por Bernie Ecclestone. Eles sabem que certas coisas, não se muda mais, na atual conjuntura. Mas a declaração de Kimi casa devidamente com a fala de Magnussen: os nórdicos jogaram perfeitamente a informação, sendo que o primeiro sabe que a lista de cada piloto virá recheada de medidas que lhes favorecem e o segundo sabe que, mesmo que se entregue uma lista dessas visando o bem comum, muita grana pode ser perdida e vai ter muita chiadeira, voltando atrás. 
Melhor mesmo é ignorar os egoístas pilotos e assumir o canetão para impor medidas puras e drásticas: quem quiser ficar, será aos moldes tais, tais e tais. E que assumam as consequências disso, quem permanecer por "amor ao esporte", mesmo que lhe prejudique. Será que a Liberty está mesmo tão apta assim a arriscar? É bem provável que não.


Ano passado o papo era uma alusão à possível decisão de aposentadoria repentina. Logo que a chance de competição fácil contra Vettel era uma realidade, o assunto foi apagado. Chegou a ter até indiretas à quem abandona o barco depois de ganhar campeonatos como se fosse um ato de quem realmente não amava o que fazia.
Essa inconstância de Hamilton, pelo menos nas falas dele com a imprensa, não mostra um bom jogo mental como dizem. Mostra quase uma habilidade em transparecer-se um sociopata. 
Ok, ok, exagerei de propósito apenas para agitar o texto, rsrsrsrsrs...

No fundo do fundo, essa "não pressa" do Hamilton é jogada de contrato: tudo depende de algum erro de estratégia da equipe, depende do sofrimento que ele terá com o centro de gravidade do carro, mais pesado que o carro do ano anterior, se esforços (se é que ele sabe fazer isso, como um acertador de carros) vão render ou não ao longo da temporada, e claro, dos seus rompantes de estrelismos caso a dificuldade em alcançar os rivais sejam a cada etapa mais latentes, colocando desempenhos cruciais para pontuações, à perder. Agora se a partir de Xangai tudo voltar ao normal, com o combo 'pole + corrida', sem intromissões, ele começa a ajuntar razões para ficar. Se continuar assim até antes da pausa do meio do ano, vai faltar apenas a assinatura no rodapé do papel lá depois que ele vencer o campeonato por antecipação, como ano passado.


Nada não Gasly, mas o Verstappen, louco por uma vitória pode bater em qualquer coisa que vier pelo caminho, rsrsrsrsrs...
Piadinhas toscas à parte, o francês "novato" (que lembra um amigo meu) admitiu que o quarto lugar no Barein, esteve muito além de sua imaginação. 
Não só a sua, meu filho, a de muita gente. Foi a melhor posição dos motores Honda desde seu retorno à F1, o que significa que deve ter gente muito "p" da vida na McLaren. 
Quem pode julgá-los?



Tragam o "troféu trouxa do ano" para o Sebastian Vettel, por favor! Uma coisa é defender companheiro de equipe, outra é defender o rival. Atitude nobre sim, com certeza. Mas, sejamos pragmáticos? Quantas vezes Vettel teve problemas com Verstappen e foi criada uma confusão com isso pelos nervos aflorados, declarações inflamadas e pedidos de desculpas, e em qual delas Hamilton tomou partido em favor da parte prejudicada (no caso, Vettel, ou Raikkonen)? Nenhuma. Por isso, troféu de trouxa-mor para Sebastian. Quase um brasileiro que votou no PT. #oooops


Pior! Hamilton nem concordou tanto quanto deveria com Vettel!!! Pode não ter chamado o Verstappen de "dickhead" (traduzido como "idiota" na reportagem) novamente, mas reiterou, logo após a declaração-defesa do alemão na coletiva, que a manobra do menino foi "boba e desnecessária", chamando - como o jornalista queria - holofote para a situação e desmerecendo o discurso bem pontuado do Vettel.

Sorte que o menino Verstappen é cabeçudo o suficiente para lançar mão de respostas mais duras à nível "não quer brincar, não desce para o play", como fez ano passado em que as "tretas" com as Ferraris  angariou ditos do holandês como "corridas são assim mesmo, achei que soubessem"...


Fui sedenta pela resposta grossa, chamando para a briga e depois de ler essa manchete, dei com os burros n'água com o texto completo. Putz, Verstappen! Justo agora que defendi sua truculência sob as pessoas que o chama de imbecil? 


Max não rebate coisíssima nenhuma, como diz a manchete, e ainda diz que ignorou o insulto, que essas coisas acontecem por conta da adrenalina. Mas não só não rebateu o xingamento, como justificou que viu espaço e tentou a ultrapassagem - resposta trivial, nada ofensiva e que colocou ponto final à situação... (Ao menos ele seguiu o discurso do Vettel...) #RevirandoOlhosEternamente
Menino Verstappen: não seja topetudo só quando você tira os outros da pista, seja quando você também se perde no meio do caminho. Rebatesse: "Idiota foi ele que não me deu espaço!", hahahahaha... 
E pode revidar o "King" sim, não seja seletivo nas suas provocações. Queremos fuá, bagunça, tretas! Ele não é "intocável".

Por fim, então, duas "irmãzinhas" para fechar os palpites:



Colocar calma na situação relativamente boa em que Vettel (e um pouco a Ferrari) vive, tendo alcançado a segunda etapa do ano, não é só prudente, quanto sábia. A questão é que, internamente, a Ferrari solta os bichos e perde a mão salgando o jantar à luz de velas, sem tempo para comprar comida descente fora de casa. Nos últimos anos, especialmente o ano passado, o prato acabou sendo jogado fora, e tiveram que se virar com um misto quente com uma mísera fatia de queijo bem fininha. 
Sim, aparentemente a Ferrari está boa, está melhor, mas 2017 mostrou que nem sempre o melhor vence e do nada aparece gente para atrapalhar - os pontos acabam por escorrer pelos dedos em poucas corridas. 
Calma, segurança, e principalmente, pensar corrida à corrida não é o forte dos italianos, mas é necessidade no momento é isso que precisa ser feito. Fazem quase 11 anos que eles não comemoram títulos. É caso extremo, até porque se 2017 foi lição para eles, para a Mercedes também foi. Os prateados reviram o começo tumultuado naquele ano e aprenderam também. Pode muito ser que "acordem" mais cedo do que o esperado. Mesmo que seja um fato considerável, pelo menos para mim, que as supostas dificuldades deles pode ser apenas um jeito de conta-gotas, já que a temporada é longa e estão só se aguardando para dar o bote, colocando a Ferrari felizona no topo e deixando cair do cavalinho rampante num estalar de dedos, ou em duas etapas seguidas, pouco custa. 
Xangai está logo aí e na Ferrari tudo pode voltar a ser o jantar salgado jogado fora, sem chance de pedir uma pizza de plano B, sobrando só a opção de pão de forma bolorento e manteiga vencida para comer.

Já sobre a segunda manchete é o seguinte: A Liberty quase deu uma dentro ano passado quando tentou proibir o 'rádio coaching'. Deveria ter proibido. Eu queria ver criatura tendo que poupar pneus sozinho, aprender a ler plaquinhas com os tempos colocadas pelos comissários, usar o retrovisor, suar quando ver através deles, a aproximação de um adversário e apertar botões errados no volante. Ah, se queria!!!


Mas olha que fofo e cândido: bastou uma corrida em que Hamilton não largou nas posições 1, 2 ou 3, amargando boa parte da corrida em quarto, para pedir, suplicar, implorar que falassem com ele no rádio. Não há como ter a estatística, pois ele ficou, boa parte da carreira, de cara para o vento. Mas em termos "supositórios" (sem duplo sentido, please, hahahahaha...), imagino que ele seja o piloto que mais pediu orientações via rádio. Se virar sozinho para ele é um martírio, se não uma total inabilidade. Tanto é que quando ele está confortável, com 20 segundos na frente dos demais, ele pede, sempre, que não falem com ele, que não fiquem falando coisas desnecessárias no rádio...
Uma corrida das quais ele fique perdido e ele questiona o modo como a comunicação se dá entre ele e equipe!
Ai, se eu fosse chefe da equipe Mercedes, um "vá para &*¨% que pariu" no rádio, ia ser o modo de comunicação adotado. Que tal?


Abraços afáveis!

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