GP dos EUA: um "não" por opção

Nunca acompanharemos os GPs americanos na TV aberta, se eles permanecerem em Austin com o horário da tarde caindo bem na hora em que se decide transmitir o sempre patético campeonato brasileiro. 
"Vá com calma, Manu, só porque não gosta, nem acompanha, não quer dizer que seja patético."
Ok, peço desculpas. Mas pelo visto esse ano, está sim bem ruinzinho.

Não que a F1 esteja melhor. Confirmo que está até mais patética que o campeonato de futebol. 
Cogitei sim streaming na internet (não, não vou gastar meu dinheiro com tv a cabo - já não tenho vida social, se tiver tv por assinatura, fatidicamente morro beata, sem dinheiro e com uma bacia de pipoca no colo...), mas choveu (ainda bem!) um tantinho considerável aqui. A preguiça tomou conta de mim. Preparei um lanche e sentei para assistir a futebol americano - sim, um entretenimento que os EUA garantem e é sinceramente, muito melhor. Apesar do meu time ter perdido para o fresco time do Tom Brady e eu ter ficado bem triste com isso, ainda assim, não é tão ilógico quanto sofrer com a temporada de F1 esse ano.
Pela razão óbvia da falta da transmissão na tv aberta - e raivosa com o tal descaso, optei por nem sequer ver o que aconteceu na corrida pelo resumo da TV aberta.

Sábado deveria ter escrito aqui no blog: "vitória de Hamilton para domingo". Porém não fiz. Não tenho porte de Mãe Dinah, mas certas coisas são bem claras. Já venho dizendo desde o começo da temporada que em virtude da hegemonia da Mercedes, parecia campeonato garantido do Hamilton, se não fácil e antes do programado, seria quando chegassem em Abu Dhabi, com o dobro dos pontos.
O primeiro indício de que eu caminhava para acertar foi quando Rosberg assinou por muito tempo com equipe (5 anos, produção?). Logo em seguida, o choramingo do inglês garantiu que a "má sorte " mudasse de carro e Rosberg começou a ter mais problemas para se manter líder. Demorou, mas perdeu o posto para o inglês que de repente, começou o discurso que está vivendo o melhor ano da vida dele. ¬¬'
Chato como um político falastrão, Hamilton é ovacionado em todas as corridas que vence, na mídia local, especializada e mundial. De repente, Rosberg, O vilão por algumas tentativas de se fazer tão bom ou melhor que Hamilton, foi esquecido subitamente e todos começam a falar em cama montada para o Hamilton dormir como bicampeão. 
O segundo indício foi quando a equipe matematicamente se consagrou campeã dos construtores. Mesmo assim, não quiseram abrir mão da regra da "boa conduta" em pista e não liberaram a disputa de ambos. Emoção para quem assiste ainda à essa categoria? Pra quê, não é mesmo? Melhor encher os bolsos, porque o plano inicial está à todo vapor. *Apito de trem*
Tanto é que ainda à frente de Rosberg, Toto Wolff sente "medo" dos pontos dobrados em Abu Dhabi.  O resultado, não muda pra equipe, mas mesmo assim, ele não acha que pode ser uma boa ideia...
Se ainda não deu para entender, ele teme o seguinte: o único a ameaçar o campeonato do Hamilton, é o também piloto da Mercedes, Nico Rosberg. No lugar do sorriso de orelha a orelha pois, um ou outro, são pilotos da sua equipe, um campeão e outro, vice, eles optam por dizer abertamente que o resultado pode mudar e é temeroso. 
Se ambos são pilotos da mesma equipe, algo que faz tempo que matematicamente não é possível... Tanto faz, certo?
Errado. Optam por fingir que ambos tem chances, mas de certa forma, amarram um na cadeira. Saudades da briga Vettel e Webber. Naquela situação, sabíamos que Webber pouco fazia por onde. E quando fazia, punha a boca no mundo. O contrário aconteceu na Mercedes, e eles cederam deslavadamente. 
E por esse errado que a temporada, finaliza com o GP dos EUA, para mim, como o mais patético e ridículo de todos esses anos. Nem quando Button venceu antes do fim das etapas, nem quando Vettel fez praticamente todas as poles tirando a chance das disputas. Desde 2009, quando Button venceu, pelo menos houve disputa pelo segundo lugar. Dessa vez, além de sabermos que o segundo lugar era ou Hamilton ou Rosberg, ainda temos a convicta ideia, que de nada adiantou Rosberg vencer Mônaco, ou se manter à frente na tabela em mais de 2/3 do campeonato, quando acionistas e conselheiros são falavam em um salvador dessa pátria. Já sabemos o segundo lugar, inclusive. Ficar surpreso e feliz pelo terceiro lugar do Ricciardo, percebe-se que não é só a crise das nanicas que faz a categoria ter chegado num patamar triste.

Porque fazer um campeonato assim, quando se planeja até o resultado dele? As crises das pequenas equipes até parece brincadeira de criança, quando a gente percebe que algumas outras já roubaram o jogo e levaram pra casa. "Deixem que brinquem sozinhas", eu diria para os que querem comprar Caterhams e Marussias da vida.
Cada dia mais no circo da F1 só sobra a evidência para os Palhaços. E como tenho fobia da classe, eu passo.

Vamos nos arrastando para o fim da temporada, ou mantemos a esperança de um bom resultado e um campeão inédito? Deixem suas impressões!

Abraços afáveis!

Comentários

Eu discordei de você meses atrás, quando disse que a temporada nem estava tão chata assim.Pois é.Dou minha cara a tapas agora.Está chatérrima e nem tenho mais coragem pra torcer contra o Newmansell e esperar o choro inconsolável das Hamimimiltetes nas segundas pós corridas.
Como você afirmou, essa temporada caminha para ser uma das mais chatas.

Se a "Bruxa do Bernie" não conter sua ganância e tomar atitudes mais humnas e menos financeiras, corremos o risco de ver a categoria minguar de vez.
Ron Groo disse…
não perdeu nada mesmo...
Manu disse…
Temo que irá minguar de vez então Eduardo. O velho Bernie quer só "money" mesmo. Enquanto tiver equipes agindo como ele, teremos essa pataquada sem competição pelo resto dos próximos anos.

Se não perdi nada, fico mais aliviada.

Abs aos dois!

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