Versões Boas, Ruins ou Melhores? Perfect Strangers

"Perfect Strangers" já deu as caras e agraciou os ouvidos de vocês (ou assim esperei!) recentemente, no post em que respondo uma tag musical: Música que escolheria para tocar em meu funeral.
Neste post, relatei que em mais de uma ocasião, escolhi essa música para me definir, tamanha é a ligação que tenho com ela. Ao contrário da situação da tag, aqui o contexto não bate tanto assim: gostaria que tocasse "Perfect Strangers" no meu funeral, e o contexto da letra, falando sobre reencarnação teria um sentido mais "encaixável" que hoje. Decidi fazer o post das versões dessa música justo na data em que completo 31 anos, numa brincadeira sobre o passado e o presente - a Manu de antes do 30, e a Manu, de agora. Algo como uma trilha sonora da eterna luta em encontrar o meu lugar, a minha identidade e minha estabilidade. Situações de antes, que jamais faria, hoje recobro a memória e tento agir melhor se quero buscar o que é certo. Se incomoda, se me tira a paz, custa caro demais para que eu dedique atenção. Essas coisas, fazem parte do amadurecer e embora nos torne talvez, mais amargos, essas cascas são necessárias para nos salvar dos tombos e não deixar hematomas profundos na memória e alma. 

"Perfect Strangers" vem do disco homônimo do Deep Purple, de 1984 e está também concorrendo como opção para o próximo Faixa a Faixa. Saibam que amanhã irei fechar a enquete. Se não votaram ainda, corram que dá tempo; basta apenas um clique no disco que preferir, coisa simples.
Vamos orelhar a original e em seguida, passar as opções de versões e comentários sobre elas. Sobre a original, já sabem o suficiente já que rasguei uma seda sentimental para ela. Não irei escrever mais, pois corro o risco de me repetir caso o disco vença a enquete.

Original: Deep Purple
Composição: Ian Gillan, Ritchie Blackmore e Roger Glover
Álbum: Perfect Strangers
Lançamento: outubro de 1984
Estilo: Hard Rock/ Heavy Metal


Versão 1: Dream Theater (vocal - com James LaBrie)

Álbum: A Chance of Seasons
Ano: 1995
Estilo: Metal Progressivo



O cover do Dream Theater é cara da banda: pegar uma música e transformá-la em puro exagero arrastante característico do metal progressivo, é coisa que esses caras sempre souberam em fazer. Os gritos de LaBrie, não são nem de longe naturais como poderia ser de alguém que projeta em Gillan, como vocal influência. Mas vá lá. Não detonou por completo a bela música, embora não tenha gostado.
Coloquei essa versão primeiro para dar sequencia com a versão da banda com outro vocal, muito superior e convicto fã de Ian Gillan:

Versão 2: Bruce Dickinson 
Álbum: Sem álbum - foi uma performance da banda com Bruce, na rádio BBC.
Estilo: Heavy Metal


Bem mais natural, percebem? E fluida. Bruce é o cara!


Versão 3: Jørn

Álbum: Unlocking The Past (álbum de covers)
Ano: 2007
Estilo: Heavy Metal / Hard Rock




O norueguês Jørn apresentou uma versão em seu álbum de covers muito semelhante à original, mais cadenciada e com um vocal cuja noção de referência à Gillan fica claríssima a não ser pelo final, que dá uma tendência quase Dio, com gritos mais ferozes. A pegada mais metal ficou evidente nas linhas de guitarra e bateria, com uma sacada meio "groovada". Uma das versões mais legais que pude conferir e que trago para compartilhar com vocês.
Falando em Noruega...

Versão 4: Dimmu Borgir

Álbum: Abrahadabra
Ano: 2010
Estilo: Black Metal Sinfônico




Essa eu realmente não conhecia, pois a versão é do álbum bônus japonês. A questão aqui foi obscurecer a música um pouco mais, à tom bem black metal, embora falte uma das características mais permanentes das bandas de black metal que é o bumbo duplo. Porém, o outro detalhe deste estulo é o vocal, e aqui Shagrath mistura seu gutural não muito intenso  com Snowy Shaw, o vocal mais limpo desse disco (e se não estou enganada, é ele que participou desse bônus/cover). Para quem gosta, é um prato bem cheio. Ficou bem feita.

Versão 5: Timo Kotipelto e Jani Liimatainen
Álbum: Blackoustic
Ano: 2012
Estilo: Duo voz e violão, rock acústico



Kotipelto conhecido na cena metal como vocalista do Stratovarius, dono de uma voz altamente potente, manda super bem nesse acústico. Ele usa fortemente de sua escola vocal do power metal (finlandês, um pouco diferente do power metal alemão) que eu gosto bastante e ficou excelente numa versão acústica. Jani é guitarrista e um dos membros fundadores da banda Sonata Arctica. A junção destes dois finlandeses da escola power metal, foi um achado. Blackoustic é um excelente trabalho, inclusive, não só neste recorte do cover de "Perfect Strangers". 

Quando se gosta de uma música assim, a tendência é de primeira descartar todas as tentativas posteriores. Torna-se meio que "intocável". Mas, ao mesmo tempo, elas podem ser retocadas, ainda que lutemos contra isso. Embora o retoque tenha falhado miseravelmente - na minha opinião - com Dream Theater - não falhou quando o vocal foi Dickinson. Talvez seja impossível que ele toque alguma música boa e não seja bem sucedido.  
Jørn talvez não tenha acrescentado nada aos ouvidos de vocês, uma vez que postei primeiro o Bruce. Mas o trabalho vocal dele, foi bem não se deixando levar muito pelo padrão de Ian, nem mesmo o ritmo totalmente copiado da banda. 
Borgir e o acústico, apresentam versões mais específicas: uma para quem gosta de peso, e a outra, para quem gosta de rock simplificado. 

A versão de Jørn e do Bruce são as que mais gosto, seguida de Kotipelto e Liimatainen, pois mudam algumas coisas e imprimem características dos músicos em algo já "perfect". A banda Dimmu Borgir ficou apenas com os "stranger" do título hehehehe... Embora não seja de todo mal.

Quero saber de vocês. afinal, sou muito fã da original. Comentem o que acham!

Abraços afáveis!

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