Tag Cinematográfica: Desafio dos 30 filmes (# 14)

Desafio dos 30 filmes - Dia 14: Um filme da sessão da tarde

Boa parte dos meus filmes favoritos são aqueles em que via na infância, e claro, a maioria deles assisti na sessão da tarde. Em tempos de tv paga, Netflix e celulares, a criançada não sabe o que é fazer as tarefas da escola e correr para a tv para ver um filme - ainda que fosse dublado, cortado e com pausas chatas para mais de três minutos de comerciais. 
Quando estudava à tarde, eu aproveitava os filmes nas férias. Depois que passei a levantar cedo, se tivesse filme na tv, as tarefas já estavam feitas para que eu pudesse assistir.
Um filme que eu gostava muito era "Edward - Mãos de Tesoura", mas esse fez parte da tag já no primeiro dia: Um filme que lembre a infância. Outro também que era do meu tempo de sessão da tarde, era Elvira. E esse já foi respondido no dia 10: Um filme que tem vergonha de dizer que gosta.
Outro que é de sessão da tarde e adoro é "De volta para o futuro", filme que veio na tag: Um filme que você considera um clássico.

Existem muitos da época em que eu passei a ver filmes além dos desenhos, filmes infantis, na faixa dos meus 5 anos (1992), dos mais adultos, quando tinha uns 7-9, até mais ou menos meus 15 anos, que eram além de repetidos, simples, mas muito bons. "Quero ser Grande" e "Meus vizinhos são um terror" com Tom Hanks eram verdadeiramente divertidos e ótimos. Não tão difícil admitir, a cena do piano é clássica até hoje. 




"Meus vizinhos são um terror" é bem divertido. Esses dias procurei o filme nas locadoras (sim, isso ainda existe) mas não encontrei, baixei o filme e relembrei. 
Tínhamos vizinhos estranhos quase iguais aos do filme, por isso ele é uma lenda no imaginário das pessoas daqui de casa, rsrsrsrs... Moravam numa casa de esquina, do outro lado da minha, um senhor e seus filhos, quatro homens, todos muito parecidos uns com os outros, um deles usava colete da Polícia Federal e se dizia policial mesmo - o que obviamente era mentira, já que ele não fazia nada e vivia em casa. Eles tinham um carro velho, tipo camburão, azul e branco e eles saiam de casa como se fossem verdadeiros policiais, maciosos ou seja lá o que eram, com os braços para fora e encarando as pessoas na rua. Quando vieram morar na casa, cercaram a calçada com blocos de ferro pitados de amarelo e preto, que dava mais ou menos meio metro de altura e a distância de um para outro de não mais do que 30 cm. Eles não queriam que ninguém se aproximasse muito do muro. Ouvíamos à noite, que nem no filme, barulhos de gente cavando buracos. Vizinhos de lado contavam aos outros que ouviam bebês chorando na casa. Mais tarde descobriu-se também que o senhor tinha também filhas, nem lembro quantas eram. Elas não saiam, e foram vistas uma única vez no carro com os irmãos. Fora esse episódio, elas não eram vistas por ninguém.
Anos mais tarde, uma dessas moças morreu: foi encontrada afogada numa caixa d'água, com indícios de suicídio. A polícia (agora, a de verdade) levou os irmãos e o pai, presos sob a suspeita de assassinato. Não me lembro como se deu a resolução do caso. Parece que só os filhos foram soltos, logo eles se mudaram do local para sabe Deus onde. Na casa, os vizinhos comentavam que não tinha quase nenhum móvel, e muitos colchões espelhados. 
A vida "imitando" a arte hehehehe...

Outros bons filmes, eram super legais: "Sem Licença para Dirigir", "Conta Comigo", "Os Garotos Perdidos", "Quase Igual Aos Outros", "O Anjo Malvado" - Com Macauley Culkin e Elijah Wood! 
A gente reclama da repetição exaustiva de "A Lagoa Azul", mas toda vez que passa, alguém assiste. "Ghost" foi outro que gastou a "fita", assim como "Dirty Dancing", "Footloose" e "Flashdance". Todos com tramas simples e interpretações canastronas. Mas era muito melhor do que muita porcaria de hoje em dia, tipo os filmes do Adam Sandler. Os filmes de sessão da tarde eram marcados também pelos filmes bobinhos de John Hughes - "Clube dos Cinco", "Alguém Muito Especial", "Garota Rosa Shocking" e outros. Os únicos dele que eu realmente gosto e bato palmas são "Mulher Nota 1000", "Gatinhas e Gatões" e "Curtindo a Vida Adoidado". Esse último em especial, é deveras excelente, um dos meus filmes favoritos. 

Citei ali acima, "Quase Igual aos Outros". Não sei se alguém já viu ou vai se lembrar dele (vejam o trailer aqui). Era filme com um tom feminista, mas na realidade, bem leve e pouco radical como seria se fosse feito hoje. Uma moça perde a chance de um estágio de verão e convencida que foi vítima de machismo, se veste de homem para tentar o cargo por outra escola. No fim das contas o que sobressai é que o professor diz que o texto dela é bom, mas é chato. Como homem ela continua com a mesma crítica. Só por conta de uma experiência com um novo amigo da qual ela se apaixona, é que ela melhora a sua escrita. 
Fiz o destaque desse filme pois, certamente não terei outra oportunidade de comentar sobre ele. Ele é bom, Terry - a personagem - tem um irmão muito engraçado, um adolescente tarado, que ensina ela como se portar como homem e tudo o mais. Mas, apesar de tudo, a trama tosca e tal, não era filme para mim, no meu auge dos 7 anos mais ou menos, em meados de 1994, ver um filme destes. 
Na realidade, praticamente nenhum destes que já citei eram adequados para crianças. "Quero ser grande" é um menino que fica adulto por conta de um desejo feito à uma máquina num parque, e se relaciona intimamente com uma mulher mais velha. "Sem Licença para Dirigir", é um adolescente sem noção, que mente para os pais sobre a carteira, leva uma moça para sair no carro do avô e carrega ela bêbada e arrebentando o carro noite adentro. "O Anjo Malvado" é um menino psicopata e sádico. Os outros, tem temáticas adultas e insinuações ou temas de morte, drogas ou sexo. Hoje, as senhorinhas do politicamente correto fariam muitos textões... Mas lá em 1994 e até mesmo antes dos anos 2000 e pouco, "Quase igual aos outros" era filme de sessão da tarde mesmo que no desfecho, Terry ao provar ao amigo que ela é uma mulher ela decide o prático: Abrir a blusa e mostrar os peitos, nada pequenos e discretos. 
Depois que eu me atentei à esse fato - depois dos 15 anos, sempre depois dessa idade- a Globo passou a cortar a cena, mostrando ela de costas com a blusa aberta e o cara olhando, chocado. E enfim, também, depois de 2000, o filme já tinha 15 anos e foi miando cada vez mais a sua exibição.

Felizmente (ou não) meu filme de sessão da tarde é para qualquer idade e é ainda, depois de 32 anos, bem divertido: "Os Goonies".


Dirigido por Richard Donner, produzido por Steven Spielberg e escrito por Chris Columbus, "Os Goonies" é de 1985. Acho que é o filme que salta na mente quando se fala em sessão da tarde para mim. Alguns produtores e até Sean Astin - o Mickey Walsh no filme - estariam por trás de uma continuação ou reboot, uma coisa que, se não tiver todo mundo junto, além de achar desnecessário, pode ser desastroso. Mas sabendo que Sean não faz besteira, se ele souber que há uma história boa, talvez seja uma ideia legal a ser colocada em prática.
(Embora eu seja contra reboots só porque "fez sucesso antes, vamos tentar repetir com os atores do momento". Pataquada: certas coisas pertencem aos tempos e aos envolvidos daquele período. Bobagem querer revitalizar na esperança de trazer algo novo, se no máximo que for adquirido de resultado é uma nostalgia dos que viveram a época, ou uma "homenagem" mimética da coisa - vide "La La Land", uma bobagem com áurea de Oscar só copiando e copiando os passos dos clássicos musicais. Novidade? Maravilha? Nenhuma. É preferível os antigos? Certamente).

E vocês, qual filme de Sessão da Tarde que gostavam e assistiam toda vez que era exibido?

Posts anteriores da tag:

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aquaman post

Corrente Musical de A a Z: ZZ Top

Boas festas 2021!