RED BULL*

Estamos a caminho do GP da Alemanha, um dos meus favoritos.
Eu já premedito que o assunto, principalmente na imprensa brasileira - depois de estar com o ego ferido pelos pênaltis perdidos dos meninos “dourados” da seleção brasileira no último domingo – serão de textos calorosamente “vitimizados” lá pelos meados da quinta feira. Sobre a seleção? Não, sobre a F1 mesmo. Porque vítimas? São as “viúvas” do Felipe Massa que vão relembrar o jogo de equipe da Ferrari ano passado e lamuriar mais um tantão.
Não tiro razão de que foi uma coisa feia. Mas ia acontecer se quiséssemos ou não, se aceitássemos ou não. A Ferrari sempre gostou disso, porque dessa vez deixaria de ser assim? Claro, foi muito genérica e muitos falsos puritanos desceram a lenha em chamas na equipe.
Quem vive de passado é museu, claro, mas o assunto não é a Ferrari para mim hoje, e sim, a toda-boa da vez, a Red Bull. Mesmo que muitos não tenham dado a menor asa para o assunto (com perdão do trocadilho)...


Vimos todos que em Silverstone, corrida passada, Mark Webber criou asas invisíveis e botou loucura atrás de Vettel, pressionando o pobre a conseguir sua segunda posição. Christian Horner, como qualquer dirigente que se preze abriu o rádio e disse “mantenham as posições”. Ele sabe bem o que é perder uma corrida por picuinha besta dos dois. Embora a pior delas quem tenha se beneficiado, foi justamente o não protegido. Mais uma vez é só olhar ano passado e ver GP da Turquia.
Ninguém comentou muito essa última situação - até porque não surtiu efeito - que a RBR se absteve em deixar o famoso discurso do ano passado de lado. Em 2011, a briga na pista não mais é permitida assim tão facilmente. Talvez ninguém tenha xingado algum dos dois ou mesmo a equipe pelo singelo joguinho, porque foi “bem feito”, não “ofendeu” ninguém. O jogo da Ferrari ano passado foi considerado sujo e nojento, e por mim parecia que ninguém sabia o significado de equipe quando dizia isso. Uma coisa era se posicionar sempre contra, outra é achar que só quando há uma vítima – que de vítima nada tem – podemos falar horrores da situação. Nem o Massa, que cinicamente abriu a porteira e depois na coletiva fez papel de boneco de ventríloquo mudo – só se mexendo quando realmente era necessário. Isso sim foi patético. Não avisar que trabalha para uma equipe e que estava de acordo com aquilo naquele momento da pressão. Se não tivesse conivente, não estava ali sentado com aquela cara lavada que muita gente achou e acreditou que era de fato, cara de vítima. Alguns preferiram agredir Alonso. Cada um com sua opção e opinião. Eu achei tudo um grande alarde mal remediado pela própria Ferrari. Típico. E por incrível que pareça, todos seguimos bem nossas vidas depois disso. Uma novela mexicana sem motivo para ir ao ar.

Para a Red Bull, e suas recentes situações, defendendo ou não, proponho duas situações:
Primeira situação – Equipe RBR de fato queria briga só na pista, cada um por si, ano passado:
Temporada de 2010, auge do campeonato, perto de Silverstone. Horner põe seus dois pilotos sentados um de frente do outro e diz: “as ordens passadas são a seguinte: cada um por si”.
Vettel sai dali entendendo bem. Webber com mania de perseguição, acha que estão conspirando contra ele. Solta nova polêmica no pós corrida de Silverstone sobre ser segundo piloto. A equipe deixa de fato os dois se virarem.
Situação dois – A RBR fala uma coisa e age de outra forma:
Temporada de 2010, auge do campeonato, perto de Silverstone. Horner põe seus dois pilotos sentados um de frente do outro e diz: “as ordens passadas são a seguinte: cada um por si”. Webber sai e entende que era tudo fingimento quando pega Horner piscando para Vettel. O australiano tenta botar fogo na lenha para a imprensa, mas todos acreditam na Red Bull.
Parece “viajação” na maionese, mas eu propus historinhas para ilustrar apenas.
Com o desenrolar de 2010 que conhecemos, a Red Bull, mentindo sobre não ter jogo de equipe ou não ter se convencido disso, deu resultado. E porque? Imagine se ela tivesse feito o que Webber queria? Talvez nenhum dos dois Red Bull tivesse sido campeões. Ou digamos que planejaram também que Petrov plantasse raiz na frente de Alonso?
Bobagem achar que era tudo... Bobagem. Podem ter de fato, jogado verde para colher maduro, mas porque não fez Webber calar-se?
Em contrapartida, olharam 2011 com outra cara. Webber continuaria, e do contrário, a ameaça de um campeão mundial Vettel, não parecia intimidá-lo. As picuinhas eram coisa do passado e agora mais que nunca ele realmente achou que se protegiam Vettel antes, agora campeão mundial, achou que fariam o quê?
Mas ele não se colocou em busca de um novo lugar. Permaneceu. E do nada quer de novo, fazer e acontecer. Esperava realmente que a equipe falasse: sim tudo bem, manda ver?
A posição da Red Bull não é diferente mais das grandes, ou mesmo das pequeninhas equipes. É por isso que se chama “equipe”. Se Webber achava-se no direito ainda de peitar todos e dizer, “quero porque quero”. Ele teve a chance em Silverstone e ela se chamava ‘largada’. Tentar o “fazer e acontecer” nas últimas voltas no mínimo “mantenham suas posições” seria bem típico de ouvir.
Típico me parece quando se tem a experiência de um ano para melhorar no seguinte. Essa, talvez seja a idéia do pessoal da Red Bull. Com GP da Turquia 2010 na cabeça eu diria “mantenham suas posições” também. É só mais uma equipe se adequando ao meio que vive. Bobagem nossa acreditar que sempre será assim. Não dá, tudo tem um valor muito alto a se pagar.
 E se não está muito afim disso, Webber, não renove! Está realmente fazendo o que pode para bater Vettel? Com aquela última largada não me pareceu. Mas... E se acha que precisa de mais do que as ferramentas do que já tem muito me admira se renovar. Soará como se nem vc soubesse o que fazer. O que dirá a gente, de pensar.

*Texto - dia 16/07
Abraços afáveis!!!

Comentários

Ron Groo disse…
Foi, em minha opinião, uma situação bem atípica... A Red Bull estava lidando com incertezas... Se ali estava atrás da Ferrari, com o então fim do soprado e limitação de mapeamento de motor, o que mais eles perderiam para a frente?
E o pior, patrocinado pela FIA!

Então qualquer ponto a mais que Vettel fizesse poderia ser util, afinal, estavam querendo equilibrar o campeonato na marra... Por isto as ordens de equipe, que o Webber não cumpriu, diga-se, não porque é o heroi mas porque é do time do Alonso e gosta de tumultuar...

Se tivesse fazendo um campeonato um pouco melhor vá lá... mas está tomando uma surra histórica do moleque.
Manu disse…
É isso Groo. Algumas pessoas se decepcionaram com a RBR imaginando que ela era realmente favorável a um jogo limpo. Ainda creio que seja um jogo mais que limpo, afinal como vc disse com todas as letras, Webber não está movimentando o campeonato adequadamente. Só por esse fato já dá para justificar qq mando da equipe. Webber toma surra do companheiro e da equipe que prefere o certo do que o duvidoso.
Sem criar mais polêmica, creio q a Ferrari pensou da mesma forma, ano passado. Hehehehehehe...

Abs!
Ron Groo disse…
Sem duvida... SE é pra ser justo. Sem duvida que pensou.

O único senão é que a Ferrari não estava sendo sacaneada no regulamento, mas é quase a mesma situação.
Manu disse…
É isso aí, Groo.

Abs!

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