Abu Dhabi e a crítica do campeonato

Se me perguntassem qual a minha pretenção em escrever esse post hoje eu responderia que é nenhuma. Eu queria ter feito ontem, se eu tivesse como. Queria ter feito logo depois da corrida se eu tivesse a liberdade para isso. Mas não fiz. No fim das contas eu tenho a remota ilusão de que escrevo melhor quando um tempo passa. 
Remota não, tenho a plena ilusão. A ficha só cai quando eu clico para ver a postagem publicada e penso melhor.
Quase nunca arrependo do que escrevo, mas nunca acho mesmo que minha opinião é sumariamente importante. Por isso penso antes e depois de escrever qualquer coisa.
Mesmo assim insisto. Gosto de escrever. É onde treino meus discursos. Não quer dizer que sou boa nisso, mas uma hora serei um pouco melhor do que agora, de tanto que faço.

Abu Dhabi não me reservava nenhuma surpresa. Aquele circuito! Bem sabemos que não reserva nada do que um visual chamativo que enche os olhos e mantém sua atenção por talvez cinco minutos? Por aí.
Não vejo sequer vantagem alguma para um circuito como esse ser palco de decisão de campeonato, mas enfim... Era lá que aconteceria a decisão, então voltamos nossa atenção para lá.

A corrida foi chata, como de esperado. Eu não sei por onde exatamente começar a fazer uma análise profunda do que aconteceu em minutos arrastados alí. Fato é que isoladamente a corrida foi um porre. Fora o incidente entre Liuzzi e Schumacher que me fez abrir a boca em tom de "essa foi por pouco" nada mais depois me voltou a não ser as pequenas idiotisses de percurso que nem vou comentar. Só fiquei melhor quando vi Vettel sendo campeão. 
Além disso, a Mclaren fez um belo trabalho nessa corrida, com o Button sinceramente mostrando que não é um mero cara educado e justo, mas é um belo profissional que ao contrário do que eu imaginei não se abateu pela presença do queridinho da equipe, Hamilton.
Se é para falar de personalidade, está alí o cara exemplar, esse Button. Obviamente ele não te m absolutamente nenhum crédito por isso, a não ser em momentos raros de devaneios aqui e alí.
A Ferrari teve o que mereceu. Não falo do caso da Alemanha. Falo da má administração. Ainda me pergunto se Fernando precisava mesmo passar por essa. 
...Ai, sobre Petrov. Achei engraçado o tom pretencioso do russo que até então não era nada além de um cara novo que estava mais passeando atrás do Kubica nesse temporada do que tudo. Teve os "15 minutos de fama" ( tecnicamente bem mais que isso) numa situação que eu não gostaria de estar nem pagando. Da para imaginar o quanto lembrarão disso por eras. E da mesma forma que ele não estava errado enquanto corria, Alonso não foi errado em reclamar. O povo esquece que com cabeça quente bobagens brotam do nada. Um gesto é o de menos.
Mas uma nuvem negra no céu sempre é sinal de tempestade. Daí vem trio global falar esportividade. Eles esquecem dessa palavrinha quando se fala dos queridinhos.
Passado!
Passado assim como era para Mark Webber já na classificação. Ainda é, claro. Ele mesmo acha que não é aúltima chance de ser campeão. Que tempo foi gasto tentando uma nota de confiança da equipe e no fim todos olharam para ele com aquele ar de "se tivessemos dado crédito à vc, teríamos vencido assim?" . Foi a queda para ele. Eu sempre achei Vettel melhor. Não vejo nada de enormemente absurdo nas atitudes do garoto. Ele só faz tudo na cara de quem quer ver. Os outros ocultam seus momentos de meninos mimados. Mas eu não achei que era a vez de Webber mesmo. Poderia ser, como havia muitas possibilidades.
Não o culpo em ter buscado ajuda. Era inédito o que a Red Bull queria, essa hosnestidade na decisão. Querendo ou não eles planejaram muito bem feito que ficou parecendo que já sabiam. Conseguiram o que queriam e achei mesmo que foi justo. (Digam o que quiserem, mas eu achei justo)

10 poles

Que se danem minhas pomposas narrativas anteriores aqui no blog. Desde o início do ano eu torci pelo Vettel e para o Button. Porque?  Não tinha Kimi. Ficar assistindo a corrida para ouvir o trio global não é meu passatempo favorito de fim de semana. Revoltar com as bobagens deles, muito menos. Para mim eram duas opções: Vettel ou Button. Não acreditava no Tri do Alonso, porque não acredito mais na Ferrari.
Eu podia escolher e escolhi. Um venceu ano passado, e o outro foi vice. Só não botei todas as minhas fichas no Button porque eu bem sei quem manda na McLaren.
Tudo por apenas mais um dos recordes de precocidade conquistado por Vettel desde sua estreia na F-1: Foi no circuito de Monza, em 2008, que o alemão se tornou o mais jovem piloto a vencer uma etapa do Mundial de F-1, debaixo de um temporal e pilotando um carro da Toro Rosso. Em 2006, ele se tornou o mais jovem piloto a participar de um treino, no GP da Turquia. Em 2007, o mais jovem piloto a marcar pontos e a liderar uma prova. E, no ano seguinte, o mais jovem a conquistar uma pole. Em Monza. 
Pois o "Baby Schumi", como era chamado se tornou um bebê mesmo na imprensa, porque era "mimado demais". E os jovens nunca são? Eu já fiquei várias vezes com raiva quando perdi em algum jogo. Então tenho absoluta certeza que na F1 eu seria a criatura mais chata que se pode imaginar. Imagino que muita gente seria assim, como muitos alí são.
10 poles em 19 corridas. Ele disse que ia fazer e acontecer. E fez. 
Por mim, justo. Mais que isso, satisfeita. Foi um campeonato muito legal, o melhor depois de 2007. Sincero, como 2009.
Se Webber tivesse seguido o que disse... E feito, no caso, vencido: também teria sido justo. Mas ele não fez.  Quando mais precisou, ele não fez.
Se Alonso, como disse que iria para Abu Dhabi apenas com um segundo lugar e já feliz. Excelente, teria sido justo, aos moldes ou não da Ferrari, justíssimo.
Sem mais X, Y ou Z. Apenas isso. 
É o que tenho para dizer por agora. Personalidade não vence campeonato. Carros e pilots não são 50% - 50% para cada. Carro ajuda, mas não é tudo. Quem mais dependeu de carro, mais sofreu e perdeu. Quem fez por onde, chegou lá.


"Quando você está certo, ninguém se lembra. Quando se engana, ninguém esquece." (Paulo Coelho)

Abraços afáveis!

Comentários

Nelson disse…
No dia em que houver uma corrida interessante em Abu Dhabi o fim do mundo está decretado, eu só não dormi por causa da tensão pelo campeonato, engraçado é o pessoal da RGT falando que o circuito é espetacular, tudo é uma maravilha, parece até que estavam recebendo do ministério de turismo dos EAU para falar bem.

Surpreendeu-me o bom ritmo da McLaren nessa corrida depois de ficar bem pra trás depois de Monza, também me surpreendeu a postura da equipe na disputa Hamilton - Button. O desempenho do Button também foi uma surpresa para mim, se mostrou o piloto mais inteligente com estratégia de corrida e deu trabalho pro Hamilton (sim, eu achava que ele ia tomar sal).

Domenicali é fraco. Ponto. Coitado de quem pilota para ele.

Eu já discordo quanto às reclamações do Alonso no final da corrida, tudo bem, ele estava de cabeça quente, mas o que ele queria do Petrov? (que, aliás, vai usar isso como se fosse a galinha de ovos dourados dele para argumentar que merece ficar no ano que vem).

O Alonso tem uma personalidade que não sabe reagir com autocontrole quando as coisas não saem como ele planeja, aliás, essa personalidade chiliquenta impede que eu tenha qualquer simpatia a ele, mesmo considerando-o o melhor piloto do grid (não que isso importe a alguém...).

Webber amarelou, simplesmente, ele fez tudo certo fora da pista, inclusive jogar a opinião pública a favor dele, mas na pista... resta esperar se essa espiral descendente dele continua no ano que vem ou ele vai fazer valer o que falou. (O que não mata nos torna mais forte).

Justo foi, foi legal ver o Vettel campeão, o choro dele no rádio foi um negócio emocionante, não tem como não simpatizar e achar que não foi justa uma conquista dessas.

Eu só acho que o Vettel tende a evoluir, errar menos, aprender a vencer uma corrida saindo de trás e não acho que a Red Bull vai deixar de ter um carro que lute pelo campeonato... eu não queria ser adversário dele.

Enfim, foi uma boa temporada, agora vem a síndrome da abstinência...

Só para concluir, devo dizer que os capacetes do novo campeão mundial são horríveis. Desse ano, eu só gostei do que ele usou no Japão.
Ron Groo disse…
Nunca pensei que fosse dizer isto. Mas finalmente alguém achou uma utilidade para uma frase do Paulo Coelho. hehehehe

O título ficou em ótimas mãos, não poderia ser melhor.
Ou poderia, se fosse o Hulke pilotando a Williams.
Manu disse…
Tbm acho Nelson que corrida boa em Abu Dhabi será um tanto difícil.

Domenicali é uma coisa. Nem sei definí-lo em palavras. Concordo que ele seja fraco, mas acho que fraco é apelido.

O Alonso é um cara complicado, devo dizer. Em meias palavras o signo dele é leão como minha irmã ressaltou, então acho que esplica essa personalidade ora mansa ora explosiva. Nunca daria certo com o Massa que é touro. Meu pai é touro e nunca pode ser contrariado. Lendo essas bobagens de horóscopo faz sentido.
O chato até agora está sendo o Petrov ainda falando nesse assunto. Acho que já deu para trocar o disco.

Concordo com vc a respeito do Vettel. Acho que ano que vem ele virá bem preparado p/ não fazer nada que dê brecha p/ ser criticado. Eu acho que continuará molecão por ser de sua personalidade, mas ele estará muito seguro de si e tbm acredito que 2011 será "o ano" p/ ele. Duvido que a RB deixe de evoluir, aparentemente ela tende a ser novamente a melhor equipe ano que vem... Mas... vamos ver!

Nem me fale de abstinência. Qd a coisa voltou a ficar legal, acabou... :(

Ah, eu gosto do capacete! Bem, eu escolheria assim, se eu fosse usar, embora sem muitas dessas propagandas que acho que perde a graça. Confesso que é meio feminino, esses brilhos... O do Japão foi legal mesmo.

Groo! Eu até gosto das frases do Paulo Coelho, só não gosto muito da popularidade que ele tem agora que acabou tornando ele um escritor banal. De qq forma, quase sempre acho alguma boa função para esses pensamentos dele. No caso, foi viável.

Pois vc diz sobre o Hulke e lembrei que ele não tem mais a vaga da Williams por causa do tal Maldonado. Eu ficaria com o Hulke, sem pensar duas vezes... Mas...

Abs!

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