(R. I. P. Dio) - Coluna do Andreas Kisser

Como não fiz um texto legal, reproduzo a coluna do guitarrista Andreas Kisser, do Sepultura, no Yahoo.

Ronnie James Dio (1942-2010)

Todos os que acompanham mais de perto o mundo do metal sabem que o grande mestre Ronnie Dio morreu no último 16 de Maio, perdendo a luta que estava travando contra um câncer de estômago. Ele fazia sessões de quimioterapia em um hospital em Huston, nos Estados Unidos, e estava animado com os progressos que o tratamento estava mostrando. Prova disso é que o Heaven and Hell havia anunciado várias datas de shows para este verão na Europa, incluindo o festival Sonisphere com Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax. As datas foram canceladas logo depois e todos ficaram um pouco apreensivos, mas ninguém esperava a triste notícia que se confirmou.
A morte de Dio chocou o mundo da música, não só porque ele era um mestre nos palcos e estúdios, com uma voz poderosa, potente, agressiva e dócil ao mesmo tempo, mas principalmente pelo caráter, educação, respeito e o espírito gentil que todo verdadeiro mestre possui. Ele era uma pessoa rara, num meio em que transborda a soberba, a arrogância entre os músicos e profissionais, de pessoas que se acham melhores do que os outras. Ronnie era uma pessoa amável, que tinha muita paciência com seus fãs, sempre gentil com todos.
No palco, era sempre muito exigente, mas sempre com muito respeito. Os músicos que o acompanharam durante as diferentes fases de sua carreira podem comprovar isso. Os depoimentos que foram dados pelos amigos músicos que o conheciam são emocionantes, todos, sem exceção, citam a sua incrível e pacífica personalidade, desde Tony Iommi, Vinnie Appice e Rudy Sarzo, que estavam tocando com ele atualmente, até Lars Ulrich e todo o Iron Maiden, que foram influenciados por sua mágica musical.
Ronnie Dio foi parte de duas maiores bandas de rock de todos os tempos: Rainbow e Black Sabbath. Sem contar sua espetacular carreira solo, iniciada logo após ele deixar o Black Sabbath, em 1983. Sem ele, o metal seria muito pobre, não seria o que é hoje, não só musicalmente, mas especialmente pelas letras, sempre muito bem elaboradas, com influências da história medieval, os reis e seus castelo, os dragões, a mágica, as lutas entre o bem e o mal. Letras que inspiravam os mestres da guitarra como Richie Blackmore, Tony Iommi e Vivian Campbell a escreverem riffs fantásticos e inesquecíveis. P\ra quem não conhece eu sugiro estes três temas para se escutar “Stargazer”, do Rainbow, do disco Rising (ouça aqui); “The Mob Rules”, do Black Sabbath, do disco The Mob Rules (ouça aqui) e “Stand up and Shout”,  da carreira solo do Dio, que está no disco Holy Diver (ouça aqui).
Ele foi, e continuará sendo, uma das minhas maiores influências na música. Lembro que quando era mais jovem, começando a escutar metal, eu tinha um colete jeans e nas costas  dele eu mesmo pintei a capa do Holy Diver, primeiro disco solo de Dio. Eu usava aquilo como uma armadura, me sentia mais forte e protegido, era algo místico, como se eu fizesse parte de um clã ou uma tribo, lutando pelo nosso espaço.
Anos depois, eu tive o privilégio de tocar com Dio quando ele veio ao Brasil em 2006, em turnê com a sua banda solo. Ele me chamou para tocar Mob Rules, do Black Sabbath, com direito a solo e tudo…  foi inacreditável dividir o palco com o meu mestre, que escutei a vida inteira, um dos que me fizeram ser o que sou hoje. Ele assinou todos os meus discos do Rainbow, do Sabbath e da carreira solo, passamos o som, conversamos durante a tarde e foi sempre muito atencioso, um verdadeiro gentleman.
E o vi pela última vez no show do Heaven and Hell em Belo Horizonte. Foi espetacular como sempre e fiquei muito feliz em reencontrá-lo, estava com o meu filho Yohan e assistimos tudo de perto. Depois do show, ele nos recebeu com a elegância de sempre e tiramos algumas fotos para a eternidade. Obrigado por tudo mestre, você fará muita falta e nunca será esquecido.
Acesse o site oficial de Ronnie Dio e faça a sua doação para o “Ronnie James Dio – Stand up and Shout Cancer Fund”. A viúva de Dio, Wendy, e que também foi a empresária dele por muito tempo, criou esta fundação e conta com o apoio dos fãs. Condolências à família, amigos e fãs!

Adoro as coisas que Andreas escreve, de forma simples ele sempre posta em sua coluna opiniões ótimas. Ainda inconformada com a notícia da triste da partida de Dio, me despeço de vcs desejando boa semana para todo mundo.
Abraços afáveis!

Comentários

Ron Groo disse…
Bonito. O Kisser traduziu bem.
Manu disse…
Verdade Groo. Ele traduziu bem afinal Kisser tem boas amizades no ramo edeu p/ ver q Dio era um delas.
Abração!

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