GP de Mônaco: Herói do Dia

Um "PS" antes de falar da F-1 de ontem. Ontem mesmo, um dos vocalistas mais influentes do Heavy Metal,  Ronnie James Dio faleceu. Dio nos deixou devido um câncer (ver link) mas nosso conforto reside em suas músicas que deixam sua arte e vida como eternas aqui. "Rest in Peace, Dio!"


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O Herói do Dia

Ah, o GP de Mônaco! Ontem, por mais que eu tentasse, não conseguiria escrever algo legal para postar logo depois da corrida.
Pois bem. Ontem, além de um dia silencioso para os headbangers desse mundinho (veja o “PS” acima), aconteceu a grande e esperada corrida de Mônaco na F-1 com as novas regrinhas e novos carrinhos e equipes e blábláblás.
A questão era: quem seria o herói do dia? Então, vamos analisar essa questão com meus míseros neurônios.
Fernando Alonso tinha um plano. O treino livre antecedente ao treino classificatório ficou marcado por um erro do espanhol que o levou de encontro a uma mureta. Chassi danificado, o jeito foi ficar nos boxes, assistir aos mecânicos trabalharem, e assistir ao treino pelas televisõezinhas. E mais? Sim mais! Matutar, queimar as pestaninhas por uma pequena estratégia de recuperação para a corrida.
E foi o que ele fez. Na largada, Nico Hulkenberg perdeu, nas primeiras voltas, a chance de sentar no banco dos possíveis vencedores do “troféu herói do dia”. Com Safety Car na pista, Alonso não pensou duas vezes em usar os neurônios que geralmente a Ferrari deixa descansando: foi aos boxes e botou os pneus que lhe garantiriam a corrida toda. E acho que essa idéia partiu dele, sim, porque ultimamente a Ferrari não me parece ágil nem em pensamentos. E foi, aos trancos e barrancos (no bom sentido) ganhando as posições que poderia, e aquelas que devido a estratégia, eram suas por direito matemático. Era possível fazer isso? Sim. E por quê? Porque ele é Fernando Alonso, o bicampeão mundial. Só? Sim. Não tenho outra resposta.
Como tratar isso? Um candidato a herói do dia, até que a corrida acabasse.
Mas ainda não cheguei lá, tem mais gente no banco do troféu, oras!
Safety Car ainda na pista e “larí-lará”: aparece o líder do campeonato saindo, nada feliz do seu carro. Jenson Button, em meio uma fumaça daquelas de dar crise de tosse e pegar cheiro no cabelo recém lavadinho, abandonava a corrida por causa de quê? A equipe da McLaren esqueceu uma tampa na entrada de ar do radiador, causando o superaquecimento do carro, o que forçou o inglês a parar... Um erro humano como ele mesmo afirmou após a corrida. Eu diria um erro humano idiota. Caiu do banquinho do troféu por erro de terceiros. Pode ser que tenha outra chance... Ou não.
E o Safety Car saiu depois do mínimo resolvido e Rubens Barrichello havia feito uma largada digna de um bom piloto. Mérito próprio diria Galvão Bueno. ¬¬’
De qualquer forma, sentou no banco,áá assim que Jenson levantou, e se candidatou de pronto ao troféu.
E lá, lá na frente... O companheirinho pequenino, porém não meiguinho, de Alonso. Sim, Felipe Massa estava no banco. Largou em quarto, e como se fosse fácil, permaneceu em quarto. Um “grande feito” eu diria. Não pestanejou em sentar no banquinho e competir de igual para igual com o companheiro de equipe, em visível desvantagem, pelo título “Herói do Dia”. Afinal ele não toma “meio segundo de ninguém”. *Medo*.
No banquinho também, desprivilegiou uma suposta vantagem do Massa aí, um certo polonês. Estava certo que ele havia perdido uma posição na largada para o Sebastian Vettel. Mas, o que é um Renault na frente de uma Ferrari? O que seria um polonês que não chegou tão perto de vencer um título perto daquele que chegou e que foi vice em 2008? Nada muitos diriam. Mas esse polonês é Robert Kubica. Fortíssimo candidato à Herói do Dia.
Já que falávamos de Vettel... Ganhou a posição de Kubica, garantindo a hegemonia das Red Bulls, garantindo a dobradinha mais manjada do ano, mas não perturbou Mark Webber em nenhum momento. Como disse o Galvão Bueno, Vettel é brilhante, mas Webber é constante. Filósofo Galvão dizia não faz muito tempo “esse Webber só é leão de treino”. Agora é constante?
Falta maior exploração desse brilhantismo de Vettel, concordo. Postura para isso e talento ele tem. Webber garantiu o troféu da corrida e sentou no banco junto com o companheiro de equipe para disputar como herói. Mas e quem mais sentou no banquinho?
Schumacher! Claro! E ele não perderia por nada nesse mundo estar no meio da moçada! Na largada deixou as cordialidades de lado e deixou Rosberg para trás, que no caso, nem teve chance de sentar no banquinho. Mas ficou de pé à espera de algum deslize de algum para se sentar com os outros.
Os que abandonaram a corrida como De La Rosa, Kovalainen, Di Grassi, Glock, Kobayashi e Senna, nem puderam fazer como Rosberg, aguardar nem que fosse de pé uma vaguinha no banquinho. Já seria grandes feitos se não fossem suas equipes desprovidas desses grandes feitos. Fato é que os que tomavam lugar do Rosberg (coitado!) eram Trulli e Chandhok! Por quê? Uai, manter-se na pista é grande, grande evolução para eles.
Sutil e Liuzzi estavam fazendo bom trabalho, mas acabaram por juntar-se ao Rosberg, ali conversando os três como se não quisessem nada. Sabiam os três que, como na dança das cadeiras, na hora que a música parasse o mais rápido pegava o lugar abandonado por algum. Buemi e Alguersuari vinham assoviando como se não soubessem de nada, e também lá deram suas espiadelas na conversa dos três. Petrov que sempre me parece deslocado, observava os cinco de longe, enquanto via o companheiro mostrar a que veio lá no terceiro lugar da corrida.
Que faltava na festinha do banco da dona Baratinha? O Lewis Hamilton! É verdade!
Pois sabe de uma? Ele dividiu perna com perna o espaço do banco com Massa.
O Troféu estava em jogo. Eliminados aqueles que abandonaram a corrida, alguns estavam na disputa. Rubinho foi o primeiro a dar lugar à Rosberg, que mais esperto que os outros, tomou o lugar o brasileiro. Uma batida, uma desculpa, um arremesso de volante como se fosse um bumerangue (só que ele não voltou ao dono, como o brinquedo) e uma evolução na largada que... Não adiantou bulhufas. E Safety Car na pista. E Webber que podia ter uma corrida tranqüila, tinha todos coladinhos à suas costas. Ninguém podia errar. Caso a pista fosse liberada, um deslize e alguém mais esperto tomava a posição do outro. Tensão!
Mas nada aconteceu. Schumi já havia passado Rubinho na voltas dos boxes. Isso garantiu chance que desse um espaço ao Rosberg no banquinho. Schumacher já grudado no Alonso, que em sexto, já passeava com a idéia de recuperação feita até sem grandes esforços. Nada mudando... Porém o banco estava apertadinho ainda.
E... A tampa de um bueiro sai? Safety Car na pista para dar “emoção”. Todo mundo junto! Fila indiana. SC fora e nada chocante acontece.
Nada chocante? A corrida acabando e Trulli faz Chandhok ver a vida passar diante de seus olhos. Os dois fora num acidente daqueles que se abre a boca e diz: “desafio da física?” o.O Um minuto de bobeira do italiano. Pena. Muita pena.
Safety car na pista de novo e todos apertados e colados. Tensão novamente!!!!!! Viva! Sutil e Luizzi sentam nos banquinhos com os outros, Buemi e Alguersuari olhando torto.
SC sai para a bandeirada final e Schumacher aproveita um espacinho e passa Alonso. Rosberg se não fosse fechado, faria o mesmo. Estava seguindo os caminhos do supremo heptacampeão. E Alonso fez “na-na-ni-na-não”. Mas Schumi já comemorava o troféu Herói do Dia se os comissários não tirassem o doce da criança. Certos ou não, estava Schumi fora do banquinho, junto com Rosberg, que por seguir o caminho dele se tivesse mais tempo levaria punição também. A decisão do troféu ficou com:
Alonso - aquele que raciocinou uma estratégia de recuperação. Largou e último e foi constante até o sexto lugar;
Massa e Hamilton – “em quarto larguei, em quarto fiquei” e “em quinto larguei em quinto fiquei”, respectivamente;
Sutil e Liuzzi – os desprezados fazendo milagrinhos com uma tal de Force India, que para os desavisados não está tão ruim nesse ano;
Kubica – o polonês danado;
Vettel – o garoto brilhante, porém não constante;
Webber – o velhinho constante, porém não brilhante...

Carambolas. Agora bateu o problema. A corrida acabou. Passei o domingo inteiro, mais a amanhã de segunda toda sabendo, afinal que, todos correram para conseguirem o “Troféu do Herói do Dia”.


Não achei o vencedor do troféu digno de Mônaco e temo escolher algum e ser injusta. Alguém se atreve?

Abraços afáveis!

Comentários

Ron Groo disse…
Tudo sobre a corrida eu acabei escrevendo no blog... Só não contava com a morte de um dos heróis do metal.

Ronnie James Dio é parte da história deste estilo. Fiquei triste pra caramba.
Manu disse…
Realmente Groo, Dio é parte da história do Heavy Metal. Momento triste, viu? Mas ficará eterno por suas interpretações que com certeza foi influência para muitos por aí.

Abs!

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