Metallica: Just Fucking Beautiful!

Pessoas queridas! Estou de volta! ^^
Ontem estive online por alguns minutos, mas confesso que ainda um pouco cansada não pude fazer muita coisa durante o dia e o tempo se foi.
Eu preciso contar as novidades de meus 2 dias em São Paulo. Mas por hoje vou tentar escrever o texto sobre o show, sobre minhas emoções e sensações sem muitos detalhes amplos (ainda preparo alguns vídeos que gravei da máquina e até então, assistí-los tem me deixado arrepiada).

O show teve abertura do Sepultura, e foi uma boa e divertida experiência vê-los ao vivo. Cantei e vibrei principalmente nas músicas "Territory", "Roots Bloody Roots", "Refuse/Resist" e "Inner Self". Foi ótimo, e um excelente aquecimento. Andreas em algum momento com a camiseta do São Paulo Futebol Clube foi ótimo, apesar das vaias de alguns contra são-paulinos. Acontece...
Eu nem tinha idéia clara do que estava por vir em termos de emoções. Explico. Em 2008, como já comentei, estive num dos shows do Nightwish feitos pelo Brasil. Eu tenho pleno carinho e absoluta admiração pela banda finlandesa desde meados de 2000. Sei muita coisa sobre a banda, posso me considerar uma grande fã. Mas se não fosse por Iron Maiden e Metallica, provavelmente eu não seria o que sou hoje. Faz pelo menos 12 anos que ouvi Iron para apreciar e contando que ninguém em casa curtia a banda, por isso considero isso um grande feito. Metallica era por vezes acompanhado por uma de minhas irmãs, mas não afinco. Foi com Iron e Metallica que com 10 anos eu sabia que metal era coisa séria.
Daí com 13, 14 anos eu descobri Nightwish e com 16 me tornei fã deles. Fui no primeiro show com 21 anos. Quase 2 horas de show e me lembro de bons detalhes. Cantei todas as músicas, sentada no camarote e de frente para um enorme telão. Eu não podia me divertir e me movimentar tanto quanto o pessoal da pista. Se eu ficasse de pé, atrapalharia os demais do camarote. Não pisquei e não perdi um segundo. Saí do show absolutamente feliz e satisfeita. Pensando principalmente que não reclamaria se aquelas horas durassem a eternidade. Eu tinha uma plena sensação boa, confortável. E sentia que tudo estava tão bom como andar nas nuvens.

Logo que terminou o show do Sepultura eu poderia dizer que estava feliz e também confirmaria que após o Metallica estaria nas nuvens como estive do Nightwish. Mas fui surpreendida.
Quando as luzes se apagaram e gritos dos fãs começaram na multidão, o que primeiro tomou nas caixas de som do Morumbi foi a canção instrumental "The Ecstasy of Gold", parte da tradicional trilha do faroeste "The Good, the Bad and the Ugly", composta pelo romano Ennio Morricone. A música abre o álbum "S&M", que a banda gravou com o auxílio da orquestra sinfônica de São Francisco.
Os pelinhos do meu braço estavam todos arrepiados. O Morumbi todo acompanhava a música e logo pisavam nos palcos James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammet e Rob Trujillo iniciando com "Creeping Death". (Algumas das fotos que tirei, abaixo.)


Logo veio "For Whom The Bell Tolls" e eu achei sinceramente que no calor que estava naquela área das cadeiras azuis não tinha a mínima condição de sentir arrepios tão seguidos, mas era tudo muito bonito até aquela hora e estávamos apenas na segunda música (sendo que a previsão eram de 18, ao todo).
Seguiu-se para "The Four Horsemen" e "Harvester of Sorrow". Mantive-me em detalhes com tudo no palco através de um binóculo. O Morumbi tremia, lotado com o pessoal na pista enloquecendo e a turma das cadeiras e arquibancadas ajudando no coro.
Chegando "Fade to Black" eu pendurei o binóculo e instintivamente me coloquei a cantar, gritar e acompanhar os movimentos junto com todos. Veio as músicas do novo álbum (Death Magnetic) como "That Was Just Your Life" e "The End of the Line". Especificamente em "The Day That Never Comes" eu cantei com lágrimas nos olhos. A surpresa de tudo era que estava acontecendo um momento único para mim. Eu me senti no meu momento e decidi que faria tudo que pudesse até o fim para curtir ao máximo. Meus pés já doíam um pouco, mas a única coisa que eu pensava era "descanço quando acabar".
E estava a caminho uma das minhas favoritas. James citou Sepultura e nos ofereceu algo mais heavy. Era mesmo o que eu espera: "Sad But True". Nem precisava dizer que nesse momento eu já estava em pleno êxtase.
"Broken, Beat and Scarred" veio logo na sequência. A música, também do novo álbum, colou bem com Sad But True e obviamente deixou o povo mais animado ainda. E os 4 caras sairam do palco para uma sessão de fogos simplesmente esplêndida.





Era a vez de "One" e não existe nada na vida que seja interessante que se compare à "One" do Metallica ao vivo.
"Master of Puppets" foi cantada com empolgação por todo mundo alí presente. Logo, veio também "Blackened". E "Nothing Else Matters" poderia ser algo de acalmar ânimos, mas nem por isso alguém deixou de cantar em alto e bom som.
"Enter Sandman" veio para fazer o povo pular e gritar ainda mais, inclusive eu (que já tinha certeza que minhas pernas acompanhando a bateria desde "Sad But True" estaria um trapo do dia seguinte).

A saída dos caras do palco marcava que estávamos perto do fim. Eles voltaram fazendo um cover da maravilhosa "Stone Cold Crazy" do Queen, seguida de "Motorbreath".
Faltava uma. Eu já estava agoniada com o coração mais que apertado. "Passou tudo tão depressa!" E o Morumbi em peso pedia: "Seek & Destroy" e assim James brincou com a "Família Metallica" e era hora de ouvir todos gritando "Searching, seek and destroy". Foi absolutamente tudo!


No fim, James pegou a nossa bandeira que foi jogada no palco. Em certa parte do show James perguntou ao público: "Do you feel what I feel?" ("Vcs sentem o que eu sinto?") e era fácil entender o que ele queria dizer com isso. Muitos dos momentos do show ele batia a mão no peito. O que se via era muita paixão, de verdade. Aquela turma do dia 30 está absolutamente de parabéns. Tudo o que fizeram contribuiu para que tornasse o show de todos os presentes algo inesquecível, e com certeza James, Kirk, Lars e Rob não esquecerão.


Era uma energia tão intensa que eles não puderam ficar frios diante dela. Se James disse que esperava dos shows no  Brasil muita paixão (ver nesse link ), ele teve a paixão da forma mais bela e sincera que todos puderam demonstrar. E era visível que ele ficou agradecido por isso. E me apaixonei por essa atitude de James. Alguns fãs dizem que Kirk se emocionou ao fim do show também e não duvido que isso possa ter acontecido de fato. Ele filmou a platéia com seu próprio celular. Lars chegou a citar que demoram 11 anos para retornar ao Brasil. De qualquer forma, valeu muitíssimo a pena. O baixista Robert com toda certeza estava dividindo o grande momento com os demais. Era fácil de sentir isso.
Só naquele sábado pude entender o que uma banda faz quando se torna grande como Metallica é hoje. Maduros, perfeitos e profissionais. E não só isso, mas simplesmente encaram o trabalho que fazem com grande energia que era, nesses 29 anos de carreira, algo que poderia ser deixado de lado, devido o tempo. São de uma banda em que se divertem, dão tudo de si, e não simplesmente fazem o trabalho e pronto. Eles contam, nós como presentes de seus shows, como parte do conteúdo para que torne tudo completo.
A minha sensação no fim daquele show foi surpreendente pois hoje, terça-feira, quase 3 dias depois daquele show eu sofro ainda do mal "depressão pós-Metallica". É piegas, mas eu admito que me emociono todas as vezes que vejo algum vídeo, seja meu ou de qualquer outra pessoa (que pude conferir) que estava no show também. No domingo eu senti uma dor razoável nas pernas e algum cansaço. Precisava voltar para casa à tarde. Mas eu ficaria mais naquele domingo e naquela cidade se fosse para ir no show do dia 31 novamente, com pernas doendo ou não, e agitaria do mesmo jeito, da mesma forma, como se fosse a primeira vez, sem pestanejar.

Eu realmente queria dividir um belo texto sobre o show com vcs, mas não me sinto capaz em descrever tudo de forma justa com o que se passou naquelas 2 horas. Talvez me falte talento (o que acho bem provável). Talvez me falte forças. Ou me falte palavras que o cansaço não me permita encontrar.
Talvez me falte alma...
E a minha alma esteve com eles, e se brincar partiu com eles, naquele dia 30 de janeiro de 2010...

Abraços afáveis!

PS: Agradeço os desejos de "bom show" de Ron Groo, Nelson, Ludy, Mariana, Samita, Adriana, Isabella, Adão e tantos outros. Se for pela torcida de vcs que tudo correu bem e nem choveu, vcs são verdadeiros anjos da guarda! ^^
*Logo (ao longo das semanas) coloco algum vídeo desse meu fim de semana em Sampa.

Comentários

Nossa Manu!!!! Dá para sentir a emoção só de ler o seu texto!!! Deve ter sido mesmo um show simplesmente inesquecível!!!! Que bom que a chuva deu trégua e vocês todos puderam curtir esta banda maravilhosa que é o Metallica!!!

bjs

Ludy
Ron Groo disse…
O Metallica não é das minhas bandas prediletas, talvez por que o auge deles me alcançou quando eu já estava com os ouvidos empapados de rock setentista e mudando de orientação instrumental.
Mas é impossivel negar a força de canções como Enter Sandman, One, Wisk in the jar.
Isto sem contar a cover para lá de respeitosa, eficiente e empolgante de Stone Cold Crazy do Queen.

Que bom que se divertiu Manu, espero que muitos outros bons shows venham pra sampa e que você esteja em todos.
Manu disse…
Ludy! ^^ Realmente, o show foi inesquecível! ^^

Groo, realmente cover de Stone Cold Crazy foi muito empolgante. Com certeza SP vai ser por um bom tempo minha "casa de shows" hehehe...

Abraços à vcs!
Sombrio disse…
realmente o que você disse logo a cima, são palavras sabias de uma pessoa que foi tocada de certa forma nesse show, assim como eu tinha o sonho de um dia ir no show deles, e pela graça de Deus que me deu força e empenho desde o começo, e de viajar quase 700 km de onibus para poder matar essa sede de Heavy Metal que me faltava na alma e na mente.
Me arrependeria sem fim de um dia olhar pra traz e pensar " eu não fui no show pelo motivo tal " , e isso nunca vai acontecer :)
se quiseres tenho algumas fotos e videos.
Gostei muito deste post, achei por acaso na internet..

Renan Sombrio

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