Tabelas da Sexta Etapa da Temporada 2021

Depois do GP da Espanha, tivemos Mônaco e Baku com resultados imprevisíveis.
Não foram os melhores GPS da vida e em boa parte deles, nos últimos domingos, daria até para achá-los chatos, mas os resultados, amigos e amigas, foi uma coisa de doido de boa. 

Espero que não estejamos mal acostumados, pois o próximo GP é na França e é bem possível que a tão superioridade dos carros Mercedes voltem a nos atentar e retornaremos à previsibilidade de um campeonato "normal" da F1. 

Não vamos sofrer por antecipação, certo? Vamos aos resultados de Baku e detalhar o que precisa ser detalhado. 


À medida que o campeonato vai passando, os placares de classificação começam a fazer sentido, de modo que se usa bastante para defender (ou diminuir) esse ou aquele piloto. Dito isso, não são fundamentais para definir habilidades e mas são estatísticas "importantes" quando convém.

Exemplo: Se o Valtteri Bottas é assim tão ruim piloto e merece ser mandado embora ou substituído o quanto antes na Mercedes, porque raios ele não está tomando um 6 a 0 do Lewis Hamilton? 

Outro ponto bacana de se pensar é que, andaram dizendo que Daniel Ricciardo está muito abaixo do que se espera dele. No entanto, ele está 3 a 3 com Lando Norris na McLaren
Não seria o momento de críticas assim, tão ferrenhas. Mas...

Pegando o gancho para falar dos "novatos" das equipes, Sérgio Pérez ainda não se encontrou na classificação. Nem ele, nem Carlos Sainz Jr.. Ambos estão nas suas respectivas equipes como segundos pilotos. Essa situação geralmente conta mais nas corridas do que nas classificações e em termos comparativos, Pérez tem a vantagem de um melhor carro que Sainz, e  vantagem de Sainz é não ter um companheiro que está disputando campeonato. Ainda que as figuras de Max Verstappen e Charles Leclerc sejam as prioridades da Red Bull e da Ferrari, os companheiros suporte tem feito trabalhos razoáveis, sobretudo como pilotos em fase de adaptação.

Talvez seja por isso que Ricciardo tem recebido algumas críticas bem fortes. Não que ele não as mereça. A tendência é quase unânime: muita gente concorda que ele é um excelente piloto. O que estaria acontecendo, afinal, com ele? Cinco corridas não seria já o momento de mostrar resultados mais expressivos? Então, não seria momento de passar a mão na cabeça. Ou seria?

E por falar em quem se critica até dizer chega, falamos de Sebastian Vettel. 
Já empatou com Lance Stroll que vinha fazendo classificações melhores que o tetra campeão. Grandes experts afirmavam que ele estava acabado e isso não tardou a ser mais uma falácia da imprensa. 
Cinco etapas bastaram para que Sebastian mostrasse um pouco mais de técnica e inteligência, para calar, por enquanto, a boca dos falastrões. Duas etapas bastaram para ele parecer que ele é o filho do dono da Aston Martin e não Lance. #sarcasmo

Fernando Alonso parece que decepciona, mas a gente pode começar a dar o benefício da dúvida sobre o que Alonso quer fazer. Em algum ponto, Esteban Ocon vai mostrar ser aquele piloto descartável que eu considero, há algum tempo. O 4 a 2 ainda não é 6 a 0, mas nada diz que não posso estar errada.

A situação na Alfa Romeo não é igual a da Alpine. Entendo o 4 a 2 como  uma relação de equilíbrio entre Antonio Giovinazzi e Kimi Räikkönen. O 4 a 2 deles é 3 a 3, não tenho dúvidas, assim como o 5 a 1 de Mick Schumacher é um 6 a 0 em relação à Nikita Mazepin. O cheque do pai do rapaz pode ser gordo, mas o cara não é do tipo que vai conseguir mostrar o que sabe - se é que sabe - numa Haas

O 6 a 0 criteriosamente normal é o caso da Williams e da Alpha Tauri: George Russell vai ser melhor mesmo que Nicholas Latifi - que tende a ser aqueles pilotos que, daqui alguns anos, será um piloto de passagem rápida na F1, e por extensão, imperceptível. 
Na Alpha, Pierre Gasly deveria ser superior ao Yuki Tsunoda, que além de estreante na equipe, é também estreante na categoria. (E parece ter nervos de um pinscher, hahahaha...)

Já disse algumas destas coisas outras vezes e suponho que estou me repetindo, mas é assim mesmo, sobretudo em termos de placar da classificação. 
Sobre a corrida, temos boas coisas a comentar:


Leclerc fez a sua segunda pole position seguida. A chance de vencer a corrida em Mônaco foi reaproveitada em Baku. No entanto, tratava e trata-se de Ferrari. Se ele mantivesse a posição na largada  do circuito do transcontinental país - Azerbaijão - seria por prudência dos pilotos que vinham atrás e que nada mais eram que os dois disputantes de campeonato. 
Hamilton se preocupou em manter a posição e Max, também. Logo que o ritmo de corrida começou a ganhar corpo, os dois ultrapassaram o monegasco e ele perdeu até a possibilidade de pódio.

Corridas excepcionais e individuais aconteceram: a dupla da Red Bull trabalhou lindamente como equipe, alçando, na pista tempo suficiente para tomarem a posição de Hamilton, após a parada nos boxes. A Mercedes, temendo que isso fosse um problema, no fim de semana, focou, desde a classificação, os esforços no carro 44. O 77 custou a ir para o Q3 e ainda tinha um rendimento bizarro de baixo, na corrida. 

O outro que fez uma grande corrida, foi Vettel. O alemão não passou para o Q3 por conta da batida de Ricciardo no finzinho do Q2. Impossibilitado de melhorar o tempo por causa da bandeira vermelha, ficou com o 11º lugar. Nas voltas iniciais da corrida, ele já tinha superado Bottas que era somente o nono colocado. 
Manejando uma boa estratégia (que também tinha reflexo no desempenho de Stroll), Vettel acabou liderando algumas voltas, antes de fazer a sua primeira parada. Após o pit stop ele ganhou a posição de Pierre Gasly, ficando em oitavo.

Norris também fazia uma corrida de recuperação efetivamente eficaz. Largou da nona colocação. Seu tempo era o sexto lugar, mas a FIA retirou 3 posições por ele não ter se dirigido aos boxes imediatamente sob uma das bandeiras vermelhas que aconteceu no Q2 (se não me engano foi a bandeira causada pelo Ricciardo, seu próprio companheiro).
Bom, concordo que era perigoso, mas as decisões da FIA são bem estranhas. Um cara pode bater no meio de uma classificação e interromper toda uma galera que ia abrir volta e ainda manter a posição de antes da batida, mas alguém não pode demorar para recolher o carro durante uma bandeira vermelha?
Affs...

Com o primeiro incidente da corrida - o estouro (perigoso) do pneu traseiro esquerdo de Stroll - lá pela volta 29, os 7 primeiros, que eu me lembre eram: Verstappen, Pérez, Hamilton, Gasly, Leclerc, Vettel e Norris. 
Com essa configuração, o campeonato estava da seguinte forma: 
Max iria para 131 pontos e Hamilton ficaria com 116. 
E isso deixava a coisa muito boa.

Para tirarem o carro do Stroll sob bandeira amarela, pouca coisa poderia acontecer. Os destaque era o Bottas perdendo posição para as Alfa Romeo, Lewis não chegando a ameaçar Pérez a não ser nas retas (onde a Mercedes vai deitar e rolar na França). 
A Red Bull estava saindo dos 149 para 192 pontos, enquanto a Mercedes iria dos 148 para 163. 
Interessante, porém, já estávamos meio cansados da corrida que não era empolgante. 
Assim que o Safety Car saiu, Vettel fazia uma ultrapassagem em cima do Lelcerc, tomando-lhe a quinta posição. No final da volta, ele tirou o quarto lugar de Gasly já partindo para lidar com Hamilton. 

10 voltas depois, Verstappen estabeleceu a volta rápida na volta 44 (tempo: 1:44.805) e aí o caos: seu pneu traseiro esquerdo estourou do mesmo jeito que aconteceu com Stroll. A Pirelli precisaria se explicar depois dessa. 
A liderança passou a ser de Pérez e Hamilton marcaria pontos e mudaria a situação do campeonato de pilotos:
Hamilton voltaria a liderança, ficando com 119 pontos e Max permaneceria com 105. 

A bandeira vermelha para dar chances do Hamilton passar o Pérez em uma relargada para as duas voltas finais não parecia incomodar. No entanto, parece que isso foi a pedido da Red Bull - com medo de que algum outro acidente com pneus acontecesse - que essa decisão foi tomada. 
Uma confusão de comunicação sobre carros no pit lane acabou dando a Latifi uma punição no fim da corrida. Irrelevante.

Com a decisão de uma largada parada, ou seja, nos colchetes da linha do grid, era óbvio que Lewis ia passar Pérez e ganhar a corrida.
Ele chegou a passar o mexicano, que teve uma largada lenta. Até aqui o campeonato entrava no seu terceiro cenário:  
126 pontos de Hamilton contra 105 de Verstappen. 
Mas Hamilton perdeu o traçado na curva 1, passando direto na área de escape. 
O motivo: ele regulou o sistema de aquecimento dos pneus dianteiros errado e os freios travaram. Usou o tal "botão mágico" que a gente nem sabia que existia, para regular os aquecimento de pneus e fez caquinha, quem diria? Caindo para último no pelotão, deixando o campeonato como estava no fim de Mônaco, a gente vibrou:
105 pontos para Max, 101 para Lewis. 

A vitória caiu no colo de Pérez, mas para conquistá-la, ele precisava estar no lugar certo na hora certa.
Os 25 pontos que garantiu à Red Bull faz eles darem risadinhas da Mercedes, pelo menos, por enquanto.  
Nas duas voltas finais, Vettel segurou a investida de Gasly, que travou uma bela disputa com um sedento Leclerc. Atrás deles Norris que veio de corrida de recuperação, Alonso - que tinha largado em oitavo, chegava à sexta colocação e Tsunoda, que manteve o sétimo lugar do grid eram destaques importantes. 
Sainz foi o primeiro dos 10 em déficit, além do Leclerc: o espanhol largou da quinta colocação e só conseguiu um oitavo lugar. A Ferrari não tem rimo de corrida, salvo algumas exceções. 
Ricciardo redimiu-se da batida no Q2 deixando o 13º tempo da classificação para fazer o nono lugar na corrida e Kimi Räikkönen marcou seu primeiro ponto, fechando o top 10 mais bacana do ano até agora. Já são aí duas excelentes corridas do finlandês: Ímola em que foi o nono e Baku, em que ficou em décimo. 

Houve ainda um incidente entre Mazepin e Schumacher: numa tentativa de ultrapassagem, o russo espremeu o companheiro num dos muros e quase causou uma batida. Mick retrocedeu, com medo de bater, xingou muito no rádio, mas voltou a retomar a posição pouco antes da linha de chegada. 

Lewis terminou a corrida atrás do Bottas, das duas Haas, e classificou-se na frente do Latifi que teve tempo acrescido como punição. 
Max e Russell também se classificaram por terem completado 90% da corrida. 

Como está campeonato? 
Relativamente bom:


Max e Lewis mantiveram a pontuação após Mônaco. 
Perder esses pontos vai doer mais no Max do que no Lewis. Apesar da vergonha do erro ser muito mais difícil de lidar que um estouro - sem aviso - de pneus, a chance do Hamilton recuperar os pontos dessa corrida é grande, sobretudo num circuito como Paul Ricciard, que é o próximo GP. 

Quem subiu muito: Pérez, que era quinto até Mônaco, venceu em Baku e subiu 2 posições, passando a ser o terceiro. Essa configuração dá margem para voltarem a falar que a Red Bull tem um carro melhor que o da Mercedes, mas na real, é que a Mercedes "esqueceu-se" do Bottas para garantir que Lewis ganhe o 8º campeonato.

Norris caiu uma posição. Leclerc subiu uma e Bottas perdeu duas, estando agora em sexto.
Sainz permeceu em sétimo, Gasly subiu de 9º para 8º e Vettel, em duas corridas, saiu do 0 para conquistar 28 pontos. Ele era o 11º até Mônaco, e agora é o nono colocado, finalmente entre os top 10. 
Ricciardo era o 8º e caiu para 10º. 

Antes de passarmos para os demais: Pérez diminuiu a diferença em relação ao Max - de 61 pontos para 36. Na Mercedes, a diferença permanece a mesma, já que nenhum dos dois marcou pontos no último GP e em Mônaco, Bottas foi azarado: 54 pontos separa um do outro. 
Entre a dupla da McLaren, Norris tinha uma vantagem de 32 pontos para Ricciardo. Agora, após Baku, a vantagem é de 40 pontos.
Na Ferrari, Leclerc ganhava de Sainz, mesmo sem ter conquistado um pódio. 40 para o monegasco e 38 para Sainz depois de Mônaco. Depois da última corrida, Leclerc se afastou do companheiro com uma vantagem de 10 pontos.


Outro que despencou em uma só corrida foi Ocon: de 10º para 12º no campeonato perdendo até para o companheiro que vinha deixando a desejar. Será o começo do fim?
Alonso então subiu duas posições, de Mônaco à Baku. A diferença de pontos entre ele e Ocon é de um ponto.

Stroll aparece na 13ª colocação e está em queda desde o GP da Portugal: com 9 pontos, acumulados em 6 corridas, vê Vettel fazer duas boas corridas e acumular 28 pontos com elas. Ainda é provável que a diferença fique maior com o passar das etapas, mas é preciso aguardar.

Tsunoda permaneceu em 14º desde o fim da corrida em Mônaco. Ele saiu dos 2 aos 8 pontos, entre um GP e outro mas isso, não fez diferença na classificação geral. O pódio de Gasly é que aumentou a diferença entre os dois: agora são 23 pontos de vantagem para o francês. 

Empatadinhos (e amadinhos) Kimi e Giovinazzi estão com 1 ponto cada, mas trocaram de ordem: Gio era 15º depois de Mônaco, Kimi é o 15º depois de Baku. 

Os não pontuados da Williams e da Haas mudaram todos. Depois do GP de Mônaco a sequencia era seguinte: 17 - Russell, 18 - Latifi, 19 - Schumacher e 20 - Mazepin. Depois do GP do Azerbaijão ficaram dispostos: em 17º Schumacher, em 18º Russell, em 19º Mazepin  e em 20º Latifi. 

Atualização dos Top 10, logo abaixo - cliquem na imagem para melhor visualização:


Foi a primeira vez no ano que não tivemos as duas Mercedes no top 10, ou pelo menos uma. Foi a primeira vez também que não tivemos Max Verstappen entre os eles, desde o começo do campeonato.
Vale lembrar que, as duas vezes que Lewis não esteve sequer no pódio, nesta e na corrida passada, foi por erros das quais ele também teve sua carga de responsabilidade, sobretudo o erro em Baku. Agora, Max, não errou nenhuma vez a ponto de considerarmos ele fraco para vencer esse campeonato. Esteve sempre fazendo o possível para não se afastas de Lewis quando este o superava (por ter o melhor carro). Fora da zona de pontuação, Hamilton também ficou.

O campeonato de construtores, até Mônaco estava assim:


Agora, está assim:


A Red Bull aumentou a diferença de um ponto em relação à Mercedes, para 26 pontos. 
Apenas as duas estão na casa dos 3 dígitos. Faltam 6 pontos para a Ferrari chegar nos 100 e 8 pontos para a Mclaren. 
A Ferrari passou a McLaren com 2 pontos de vantagem. Eu avisei para tomarem cuidado no post de tabelas passado, não avisei? (link aqui)
A Alpha Tauri passou a Aston Martin por ter pontuado com os dois pilotos enquanto a equipe dos carros do James Bond só pontuou com um. 
A Alpine continua com o sétimo lugar ainda longe da Aston em 12 pontos. 
A Alfa Romeo já pinçou dois pontinhos em duas corridas (que deveriam se 4, se não fosse a punição de Kimi no segundo GP do ano. Sim, eu vou repetir muito isso ainda...)
A Haas era a última após Mônaco e a Williams passou a ser a última após Baku. As duas não tem pontos e duvido que terão, logo. 

Ufa! Na segunda-feira, eu volto.
Comentem o que quiserem e fiquem todos bem!
Abraços afáveis!

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