Temporada 2021: Grande Prêmio da Estíria

É um tanto complicado escrever  sobre a corrida de ontem,sobretudo quando temos o mínimo da informação e conteúdo da transmissão.
Não estou vendo grande diferença em relação à antiga emissora. As transmissões atuais estão pioradas pois agora se tem mais tempo e talvez até, mais liberdade em fazer um serviço, digamos... "porco".

Acho que todo mundo já fez algum serviço mais ou menos na vida: 
É um trabalho na escola da qual você fez um "enbromation", uma prova que você não estudou e "encheu linguiça" ou até no trabalho, que você já redigiu um relatório ou disse umas coisas numa reunião, pautados em vários... "nadas". 

Era o que acontecia na Globo e com as mesmas figurinhas carimbadas. Salvo alguma exceção, sempre tinha um falador (narrador ou um dos comentaristas) que mereciam ser pagos para ficarem calados. Infelizmente, isso nunca pareceu problema até pouco tempo. Haviam caras realmente insuportáveis que eram defendidos com unhas e dentes, nas redes sociais. "Ele é gente boa..." Pode até ser. Mas que não estava sendo um bom profissional, não se admitia. 

Agora, recentemente, algumas falas e comentários, passaram a incomodar. Não que eles fossem novidade, repito. Comentários jocosos sobre (alguns) pilotos, sempre existiu. Mais que nunca, eles soam desnecessários, vis e patéticos. Coadunam com uma perspectiva de juízo moral ou de gosto, que não faz parte da realidade. É sempre, em todos os casos, sem exceção, bobagem mesmo. 
Piadinhas, quando muito soltas, tendem a aparecer, cada vez mais, e em momentos inoportunos. Elas destravam o que a gente chama de "passar dos limites" e aí, fica indefensável: Machismo não era incomum, mas piadas sobre serial killers (insensível com vítimas) e acabou sendo...

Não é culpa da emissora. É culpa das personagens. E quem deu essa liberdade à eles? 
Vocês, que achavam que aquele trabalho ruim que era entregue lá na outra casa, era "divertido".
Zerou o profissionalismo e ética, já faz tempo. Agora não adianta reclamarem pelo leite derramado...

Eu estou acostumada (embora, seja a chata que reclame disso, toda santa vez). Faz muito tempo que assisto às corridas, sozinha. Procuro entendê-las, olhando para a TV, os tempos dos pilotos, os replays de cada lance e lendo alguma coisa de gente que comente de forma emocionada ou escreva click baits, para tirar as minhas próprias conclusões. 
Mas dessa vez, está difícil. O tempo é escasso. Os estudos tomam conta dos meus pensamentos até quando vou dormir. Para completar, passei por uma situação que foi do céu ao inferno, concluída com um enorme sentimento de culpa na sexta-feira que afetou meu estado emocional durante todo o fim de semana.

Talvez por isso, nem no sábado de classificação, nem mesmo no domingo de corrida, consegui me empolgar com o GP de Estíria. 
Perguntando à amigos se eles também acharam que a corrida tinha sido morna, eles confirmaram. Ainda bem que não era só eu.
Por isso, se eu soar meio triste, peço que não reparem. Vou tentar não transparecer isso, afinal de contas, não é o propósito. 




A primeira de duas etapas no Red Bull Ring, não foi, nem de longe a melhor corrida do ano, mas tenho um palpite: estávamos mal acostumados e acostumadas. Até o GP da França, nos preparamos para uma corrida sonolenta, mas Max Verstappen acabou salvando a gente dos braços de Morfeu. 
Empolgados e com expectativa para chegarmos à Áustria, acabamos decepcionados. A corrida foi ok, com poucos lances para serem comentados. No entanto é possível fazer a justiça, para caso você aí que está lendo esse texto, tenha pensado o que faltou dizer, em alguma matéria de portal famoso.

Procurei poucas informações ontem, para não influenciar minha escrita. Quero dizer, eu fiz isso, não porque precisasse, mas para não exaltar detalhes de forma desmedida.
Eu começo pelo Valtteri Bottas, muito provavelmente renegado pela imprensa "especializada". 
Ele merece elogios. Apesar da tal rodada nos pits, na sexta-feira, ele lutou muito no terceiro treino livre e conseguiu fazer uma boa volta quando realmente era importante, na classificação. 
O fiasco pragmático acabou ficando para o octacampeão Lewis Hamilton, que saiu dos boxes para fazer uma volta digna de sua fama e títulos, mas foi decepcionante. 
Bottas em segundo e Hamilton em terceiro não ficou destacado, pois Valtteri seria punido por um erro besta, que fosse o companheiro, teria dado em nada. 
E é assim F1: As regras são seletivas e as vezes, montadas conforme a necessidade e aplicação.

Largando em quinto, pela punição de 3 posições, Bottas poderia fazer pouco ou ficar por perto de seu companheiro. A segunda opção seria melhor para deixarem de comentar sobre sua suposta demissão. 
E ele mostrou valor. 
Em tese, o carro da Mercedes não tinha fôlego para acompanhar as Red Bulls - colocadas por aí como os melhores carros do grid. Hamilton não conseguia fazer muita coisa, perdendo a chance de tentar lutar com Max na largada. 

Se as Red Bulls são superiores, como explicar a demora de Sérgio Pérez em lidar com Lando Norris, terceiro colocado no grid de largada? 
Assim que Pérez conseguiu passar Norris, Bottas não demorou muito mais atrás da McLaren. Se não me falha a memória, bastou uma volta para passar Lando. 
Bottas precisava de um ritmo sólido para ser o escudeiro de Hamilton antes que Pérez fosse mais uma das preocupações ao inglês genial. Isso já estava claro e então, não dá ainda para dar como vaca deitada para a Mercedes. De algum modo, eles podem estar escondendo jogo e melhorias no carro, poderiam aparecer. Além disso, Bottas não é tão péssimo assim, a não ser que você não goste dele - como parece ser o papo do pessoal da transmissão da Band. 

A resposta de Bottas veio no pit stop de Pérez, na volta 27. Um pouco mais lento por conta do pneu esquerdo traseiro, o finlandês já tinha a vantagem para pegar a terceira colocação para si e segurar o mexicano, caso ele melhorasse durante o resto da corrida. Como disse, Bottas fazia o que lhe era possível. Ninguém disse que isso era fator positivo.  

Da largada poderíamos tirar o que seria meu outro ponto: Pierre Gasly e Charles Lelcerc tocaram-se na curva 3 ou 4. Charles deu pouco espaço ao francês, que acabou com o pneu traseiro esquerdo furado e uma suspensão danificada. Era bem a cara de abandono. 
Já Leclerc, sequer foi investigado, e caiu para último quando trocou a asa dianteira tambpem danificada. A sua história ainda teria contornos interessantes, porém, polêmicos. 

Outro que fazia boa corrida era George Russell Largando da décima colocação, por contada punição de Yuki Tsunoda por ter impedido uma volta da classificação de Bottas, depois da primeira volta, Russell era oitavo e criava-se a expectativa dos primeiros pontos da grande promessa futura da Mercedes. Inclusive, molda-se uma campanha para que Bottas dê lugar o quanto antes para Russell. Mas, a "prima donna" da equipe, não o considera e( nunca o considerou) para ser seu companheiro.

Isso é outro assunto. Tanto Russell quanto Leclerc teriam capítulos reescritos. Um, do bom para o mau resultado. O outro, do mau para o bom resultado. 
Coisas de corrida? Claro. Lamenta-se por um e exalta-se o outro, desde que me entendo por gente? Sim.
Só que é nesse caminho que se perde o fio da meada!

Na torcida pelos pontos de Russell, a chance de colocar ele na Mercedes nem que seja aos berros, se torna cada vez, mais exagerada. A falha no pit stop na volta 30, fez Russelle voltar em último e, mais tarde, foi segundo abandono na corrida, na volta 38. 
Ah, que azar! Do bom ao péssimo resultado, é sempre frustrante. 
Mas, quem garantia que ele conseguiria ter ritmo e carro, até o fim, caso esse problema no pit não tivesse ocorrido? 

Leclerc veio alçando posições desde o incidente da largada. Parou pela segunda vez para colocar pneus médios e acabou a corrida em sétimo, tendo feito a tal corrida de recuperação que todo mundo aplaude quando acontece.
Depois de tirar Gasly da corrida por um lance mal calculado, o monegasco foi votado, com entusiasmo, como piloto da corrida. 
Errou, não foi punido, fez o sétimo lugar e deu mais emoção o sólido, seguro e competente Norris que terminou em quinto? Ou Kimi Raikkönen, que largou da 18º lugar e foi 11º, ultrapassando Sebastian Vettel numa das voltas finais, com uma mera Alfa Romeo? E o Carlos Sainz, seu companheiro de Ferrari?. Não errou, fez uma corrida ok, e chegou em sexto, mas não foi melhor?

Bem... O que dizer? Fica aí, a questão, talvez, sem uma resposta fixa.

Obviamente, perde-se o todo em detrimento de um ou alguns. Não se falou muito de  Lance Stroll que foi o oitavo e se encontrou melhor que Vettel, na Áustria. Ou mesmo Fernando Alonso, que mais uma vez, superou o grande Esteban Ocon e acabou a corrida nos pontos, em nono. Nem mesmo a situação do top 10 foi considerada: Na falta do Gasly, a Alpha Tauri teve um pontinho do pequeno Tsunoda. 

Exaltação exagerada. Entusiasmo?... É.
E por falar nisso, se engana quem diz que Verstappen está sendo carregado no colo. Não está, embora, merecesse, se fosse o caso. 
Ainda que alguns contem que sua pilotagem está muito boa, não falta aquela conjunção adversativa traíra aparecendo logo em seguida: "Max está pilotando bem, MAS Hamilton fez a volta rápida e só ficou 15 segundos atrás do holandês..."

Hamilton só largou da segunda colocação pela punição de Bottas. Sem a perda das 3 posições no grid, Lewis teria ganhado o segundo lugar graças ao seu status na equipe: A troca de posições entre eles, teria acontecido, na pista ou em pit stop. 
Lewis não foi genial e não tem sido genial desde o GP da Espanha, desde o GP de número 4. Talvez ele nunca tivesse sido esse tal cara perfeito. 
E parar nas voltas finais para fazer volta rápida, é mamão com açúcar, sobretudo quando ainda se tem um Mercedes. Quero ver fazer isso, com uma Haas e no meio de um pelotão. 

Quando ele colocava 15 segundos ou mais nos adversários, como diz meu amigo Ron Groo, ele era o cara, o maior gênio da história. Com o tempo expressivo atrás de Max, dizem que o carro não ajudou - (ou, como li, mas não chequei a veracidade) a Red Bull estaria gastando mais dinheiro no carro do que a Mercedes, por isso a superioridade deles.
Tanto é que pode ser verdade que o próprio Hamilton estaria jogando essas falas na imprensa, que desceu do carro e não parou de olhar para a sua "pantera negra", à procura não sei do quê. Ele está buscando uma desculpa que está para além de si. No entanto, está na hora de começar a reconhecer as falhas, ou não adiantará ser o cara popular que foi campeão múltiplas vezes. Se em 14 anos, estar na categoria não ensinou a reconhecer derrota, de nada vale estar na luta pelo oitavo título. 

O talento, então, para quem faz do automobilismo a sua cobertura, só é considerado quando ele atente pelo nome de Lewis Hamilton. E como Max não é muito do tipo simpático, ele não pula no pódio ensandecido, ele não sorri muito nas entrevistas, as palavras dele não são poesias sobre o trabalho duro, depois das corridas, ele perde créditos e espaço para entusiasmos. Gosta-se do cara popular e da celebridade e não do cara que faz aquilo ali, não só por aceitação, mas por não se reconhecer fazendo outra coisa. 

Só resta saber, até quando Verstappen estará nos agradando por ser um piloto de verdade, que aparentemente não tem auxílios. Resta saber se não é uma ilusão para cravarmos que o desafio está posto. Quero ver o Lewis lidar com isso tudo, e continuar afirmando que não está lhe preocupando....

Deixo vocês com os comentários. Hoje tem, como é de lei, a live do Clube do Podcast! As duas últimas semanas foram muito boas com ótimos convidados. Se inscrevam no canal (link aqui) se ainda não fizeram!
Vejo vocês às 20hs e ao longo da semana quando farei o post com as tabelas de resultados. 

Abraços afáveis!

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