Chapter 7: GP da Bélgica

Ah, Spa-Francorchamps! É sempre uma delicia ter o circuito pelo menos uma vez a cada ano na F1.



Sinto falta (muita falta) de poder usar a frase "Só os bons vencem em Spa".
Ainda que nas duas últimas edições por lá, tenham tido resultados legais e relativamente satisfatórios, não dava para contar que a atípica temporada de 2020 nos entregasse uma excelente corrida - ainda que ansiássemos por isso. No máximo, ela seria regular.

Há quem contasse com a possibilidade de chuva no fim de semana, para bagunçar as estratégias e sonhar com um resultado que não indicasse duas Mercedes no pódio. Eu não achava que isso aconteceria...

A curva mais desafiante, a Eau Rouge, nem propicia mais, tanto desafio que comentaristas, narradores e entusiastas enchem a boca para falar sobre. Hoje, ela é encarada com naturalidade - e isso para qualquer um dos pilotos do grid, inclusive os mais novos. 

Pois bem, tentando não pensar nisso, fomos todos com boas expectativas para a corrida. Era necessário ter esperanças.

Carlos Sainz, que largaria em sétimo, já era o "um a menos" no domingo. Assim que foi para a pista, a McLaren detectou um problema no escapamento de seu carro. O espanhol já tem a "zica" como companheira, antes mesmo de ser piloto da Ferrari, tal é o poder dessa equipe com seus contratantes. 
Sainz teve de se contentar com assistir a corrida, dos boxes.

Por falar em Ferrari, Binotto tinha dito que algo especial estava programado para o fim de semana na Bélgica. Só não dava para saber exatamente se seria algo bom ou ruim. Quem conhece "as peças", já contavam com "O VEXAME" desde a classificação.
E foi isso mesmo: depois de classificarem os pilotos Charles Leclerc e Sebastian Vettel em P13 e P14, respectivamente, era de se esperar que ambos iriam sofrer na corrida. 
Dito e feito.

Apesar da largada ter sido limpa, o destaque estava para Daniel Ricciardo que aproveitou para dizer que estava à espreita, logo atrás de Max Verstappen. Com ele, Esteban Ocon indicava a melhora das Renaults - ou pelo menos - uma confortabilidade dos carros pretos e amarelos, na Bélgica. 

Dos três primeiros, não havia novidade. Valtteri Bottas quase se atrapalhou o suficiente para perder a posição, porque Verstappen não queria dar trégua. Tudo isso só ajudava Lewis Hamilton que podia escapar de uma pressãozinha extra, melhor que os demais. 

Nesse momento, Leclerc havia ganhado 5 posições. Não faltou comentários de empolgação. É como se o monegasco fosse o novo Fernando Alonso - ele faz milagres com o carro... (Hum...)
Largando do P12, ele foi ao P7 rapidinho. Mas antes de completar a volta 10, ele estava no 12º posto, de volta, sendo ultrapassado sem descanso. 
Ele voltou à frente de Sebastian Vettel que, por sua vez, manteve o P13 desde a largada e parecia travar uma luta interna para manter essa posição. Afinal, não parecia ser mais do que isso que conseguiria o alemão. 

Quando estávamos prestes a dizer que a corrida estava morna, Antonio Giovinazzi perdeu o controle do carro e bateu forte, próximo à curva Stalevot, ali na 10ª volta. Um dos pneus se soltou, veio de encontro à Russell, que vinha logo atrás. O pneu bateu na roda dianteira direita e quebrou a suspensão, ocasionando também uma batida, só que mais leve. Os dois carros - o de Giovinazzi, mais danificado, ficaram no mesmo ponto.
Os pilotos, ilesos acabaram propiciando um Safety Car para os demais. Havia muita sujeira na pista e os carros precisavam ser retirados. As paradas se sucederam. Só para variar, a Ferrari errou com Leclerc numa demora nos boxes. Vettel só parou na volta 12 e calçou os pneus duros. Os demais, faziam tudo correr em harmonia.

O SC saiu na volta 15 e a relargada não teve nada de especial. Aquela altura, dos 10 primeiros, apenas Pierre Gasly, Sérgio Pérez e Alexander Albon não haviam parado quando o SC estava na pista. E Gasly foi o único de todos, que saiu de pneus duros e sustentava uma quarta colocação. 
Depois, Pérez não conseguiu conter os avanços de Ricciardo e Albon, decidindo fazer a sua parada e caindo para último.
Foi nesse tempo que Vettel ultrapassou Leclerc e ocupou a 13º posição. Imaginem só, que desastre!

Confesso que pouco depois dessa relargada, perdi o interesse na corrida. Dava olhadelas na tv e fazia outras coisas. 
Houve uma ultrapassagem de Kimi Räikkönen sob Vettel. 
Leclerc fez outra parada e caiu para último e ficou por lá boas voltas. Nem ele, nem nós entendemos o porquê do pitstop. Só suspiramos por mais uma estratégia amalucada da Ferrari. Seu companheiro quis outra parada para trocar de pneus, algo que foi negado pela equipe usando o Leclerc como exemplo. 

A Ferrari não sabe o que faz, e as próximas semanas podem ser bizarras, pois estarão "em casa".
Lembrando que Mattia Binotto sinalizou que havia algo especial para a Bélgica, eu começaria a duvidar se semana que vem, eles não viessem um pouco mais "fortes". Mesmo assim, anotem que alguma coisa será arrumada para Leclerc, sobretudo em Monza, que já é no próximo fim de semana. Arrisco até dizer que dá pódio para o monegasco. À conferir.

De destaque, nesse meio tempo, era a corrida do Ricciardo era que fazia um show a parte. Terminou a corrida em quarto com requinte de vitória - já que mal se filmava as duas Mercedes ou mesmo Verstappen. Outro também que se destacava, era Gasly, em oitavo, colocando luz para a Alpha Tauri.

Talvez menos do que 10 voltas para o final da corrida (muito, mas muito chata) Hamilton saiu do traçado. Um gráfico previamente mostrado, indicou um desgaste muito alto dos pneus do carro 44. 
Quem acreditou que isso daria em alguma coisa? Só os trouxas! 
E por falar em trouxas, é isso que o Hamilton faz da gente toda santa corrida: Não demorou para que mostrassem que ele reclamava no radio sobre as condições de seus pneus. 
No fim, ele venceu sem maiores problemas, como era de se esperar.

Verstappen teve uma corrida solitária e ele também temeu que os pneus não durassem até o fim das 44 voltas. De qualquer modo, disse uma verdade no pós-race: a corrida tinha sido muito, mas muito chata. 
E é Spa!!! Ter a pasmaceira que foi essa corrida de domingo, na Bélgica... Beira o sacrilégio!!! Posso estar exagerando, mas isso deixa a gente com o coração miúdo. Não tem como achar legal pra caramba, nem sob decreto!...

Já Bottas, no começo da corrida, pediu um "power" extra que foi respondido que não poderia ser usado contra o companheiro. Ele devolveu que não havia ouvido nada sobre isso, como se fizesse propositalmente de desentendido. Pode ter passado a corrida toda próximo ao Lewis, mas em nenhum momento perturbou a sua liderança. 
No fim, declarou que Lewis foi muito superior. Mas nada garante que o companheiro não esteja liberado de usar qualquer recurso de seu carro contra ele. 
O que paira é a opinião de que o finlandês é um "segundão" de grife. 
Isso não significa que precisem sentir falta de Nico Rosberg: Os ocorridos em 2016 jamais voltariam a se repetir. E ele sabia disso, por isso, "cascou fora". 

Lewis fez o de sempre e segue sendo considerado genial, sobretudo quando usa de outras coisas para ter a sua imagem muito bonita retratada na história. 
Ele não decepcionou: Adentrou no discurso de que foi uma corrida difícil e disse que ficou com medo de que o ocorrido em Silverstone, há algumas semanas atrás, acontecesse novamente. Costumeiro!
Disse ainda que sabia que era ruim para todos que a mesma equipe vencesse sempre, mas que eles não comemoram - eles saem das corridas e trabalham duro na fábrica para que esses resultados sejam alcançados todo domingo. 
Assunto banal que - de novo - fica bonito no jornal com uma foto colorida acompanhando, fazendo o gesto do "Wakanda Forever" em homenagem à ao ator Chadwick Boseman, que faleceu no sábado (sempre triste quando essas coisas acontecem, mas tendo em mente o legado deixado, é um conforto...) 
Quem gosta desse show todo, bate palma. 

As Ferraris ficaram com P13 e P14, Vettel e Leclerc respectivamente. O melhor piloto, com motor Ferrari, foi um dos melhores no circuito: Kimi Räikkönen terminou a corrida em 12º. 

Seguimos nessa, sem poder voltar a dizer que "só os bons vencem em Spa". Ficamos apenas concordando com as declarações de Verstappen sobre a corrida ter sido chata. 
E se ela foi chata, o que vai sobrar para o GP russo, no fim do mês? (Já que, gracas aos deuses do automobilismo, não temos corrida na França esse ano...)

Respirem. 
Semana que vem tem Monza, e o vexame da Ferrari vai continuar só nas costas do Vettel. No que diz respeito ao resto, seguirá inabalável. 
Lewis já venceu o campeonato, na terceira corrida da temporada. Sugiro entregarem o troféu para ele em outubro e mandar a galera para casa. Ele mesmo já sinalizou estar tristinho porque não está vendo a família...

Abraços afáveis!

Comentários

Carol Reis disse…
Essa prova foi nível paul ricard em emoção. Eu até fui fazer outras coisas enquanto a prova rolava.

Vc me fez ver a situação do Bottas em outra perspectiva q até então eu não estava considerando. Bottas pode ser inferior ao Hamilton? Pode. Mas ele também não tem a chance de enfrentá-lo quando a oportunidade surge. O Toto Wolff quase infartou em 2016, não vai querer passar por isso de novo. O Rosberg só ganhou pq ficou na dele, mantendo seu espaço e quando todo mundo viu, já tava disputando campeonato.

O Gasly fez boa prova? Fez, mas quem merecia mais o título de piloto do dia era o Ricciardo.

Já o Carlos Sainz herdou a zica do Alonso, coitado. Essa carroça da Ferrari é uma benção p Vettel no fim das contas. Ele vai dar graças a Deus em não ter que pilotar isso de novo no próximo ano. Vai ficar na sua casa confortável, rindo alta das trapalhadas. Coitado do Leclerc, gastando anos importantes da carreira nessa banheira.

É inacreditável que queiram ter corrida com público, ainda por cima. A humilhação já não é grande o suficiente?
Manu disse…
Carol, perdão pela demora em responder. Mas concordo com tudo, basicamente o que disse.

Sobre a questão do Bottas, eu acho que é isso mesmo. Existe uma diferença de potencial entre ele e Hamilton, mas isso vai ficar meio que escondido, uma vez que o inglês tem uma postura diferente dentro da equipe. É o preferido. Além disso, creio que pouca gente analisa sob esse viés - de que por mais que o Bottas tenha algum resultado extraordinário, rapidamente ele é minimizado e sobreposto pelo Hamilton porque ele tem a prioridade.
Para mim isso é muito claro: A Ferrari trouxe o Leclerc e era questão de tempo para que ele tivesse melhores resultados que Vettel, existe uma proteção grande da Red Bull com o Verstappen e assim por diante. As equipes grandes, em especial, sempre escolhem um. E nem sempre é a melhor opção, veja bem, mas no caso da Mercedes, funciona dar o suporte ao Hamilton então, porque mudar?

Quando aos demais pontos. Concordo com tudo!
Abs!

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