Chapter 5: GP dos 70 anos da F1 (por Paulo Alexandre Teixeira)

Sem o mínimo da capacidade de trazer um conteúdo descente, procurei alguém com notoriedade no assunto para escrever sobre o GP de comemoração de 70 anos da F1. 

Achei que poderia fazê-lo, mas fui muito inocente acreditando nisso. Por isso, pedi rapidamente, ontem, (torcendo para que desse certo e aceitasse, dado o prazo curto) que o meu amigo virtual, Paulo pudesse fazer um dos seus bons textos para minha página e poupá-los de destaques bobos e algumas abobrinhas. 

E ele aceitou e o resultado foi (como era de se esperar) magnífico! Espero que gostem do mesmo tanto que eu!

***

O DIA EM QUE DESCOBRIMOS A FRAQUEZA DAS MERCEDES (por Paulo Alexandre Teixeira) 

Quando a Manu me pede para escrever para o sitio dela, é praticamente uma ordem para mim, porque como poderia recusar fazer uma crónica destas num sitio tão simpático como este? Logo, a única coisa que fiquei preocupado, quando aceitei, foi o pouco tempo que tinha para escrever isto.

Explico: graças ao ano excepcional que temos – que nos fechou muitas portas, mas abriu algumas janelas – as corridas estão acotoveladas umas em cima das outras, e iremos ter corridas quase dia sim, dia não. E a corrida dos 70 anos, acumulada com duas corridas da Formula E em Berlim e as 4 Horas de Spa-Francochamps, é praticamente de tirar o fôlego. E agosto, que normalmente é o tempo das férias, este ano vai ser o contrário, por causa do descanso forçado.

Mas voltando à Formula 1, quando li o que iria ser esta segunda corrida em paragens britânicas, lembrei-me das corridas extra-campeonato que existiram até ao inicio dos anos 80 nos circuitos britânicos como Silverstone, Brands Hatch ou Oulton Park, onde boa parte dos pilotos apareciam, bem como algumas equipas, para se exibirem perante dezenas de milhares de fãs, com nomes como Race of Champions ou International Trophy, ou Gold Cup. O primeiro era em Brands Hatch, o segundo em Silverstone e o terceiro em Oulton Park. Logo, ver o “The 70th Anniversary Grand Prix” no local onde a 13 de maio de 1950 o automobilismo moderno começou, é uma recordação desses tempos já longinquos e dos quais não regressarão mais. Tal como os campeonatos nacionais de Formula 1...

A corrida aconteceu uma semana depois da outra prova de Silverstone, onde foi aborrecida até a duas voltas da meta, quando os pneus duros decidiram rebentar porque ninguém avisou que era mesmo ali que iriam alcançar os seus limites! E neste domingo, havia outras preocupações. A temperatura estaria alta, e a escolha de pneus faria com que existissem duas ou três paragens.

E foi nessa altura que se lembraram da fraqueza da Mercedes: não tem pneus em temperaturas altas, ou de outra maneira, direi que o carro trata mal os seus pneumáticos a temperaturas altas, mais de 40ºC no asfalto. Por outro lado, na Red Bull, o carro porta-se melhor, bem melhor.

E na grelha, apesar de Valtteri Bottas ter por fim superado Lewis Hamilton e na partida, ele ter aguentado os seus ataques, quem deveriam todos olhar era para Max Verstappen. No dia em que iria igualar o número de Grandes Prémios de “Jos, the Boss”, seu pai, ele poderia por fim mostrar porque é o candidato número um para quebrar o monopólio dos Mercedes nesta temporada. Em contraste, Sebastian Vettel exagerou na curva 2 e caiu para o fundo do pelotão, fazendo um fim semana ainda mais miserável e acabando na 12ª posição, aproveitando pelo meio lavar a loiça suja em direto e a cores, enquanto lutava posições com... Haas e Williams. Também aparecia Alexander Albon pelo caminho, mas era mais na sua senda de recuperação até ao sexto posto final...

Também havia o secreto desejo de ver Nico Hulkenberg a triunfar sobre a adversidade, agora que teve a sua chance de ser um “Super Sub” num ano que arrisca ser mais movimentado desde 1994 (posso estar enganado, mas...) contudo, a corrida relativamente boa que teve acabou com uma decisão no mínimo estranha, ao pedir que fosse colocar pneus moles nas voltas finais, para ver se conseguia alguma coisa. No final, o que conseguiu foi o quinto lugar para Lance Stroll... o canadiano é bom, não precisa dessas ajudas, papá Stroll!

Claro, a corrida foi uma observação quase obscena, pornográfica, sobre as bolhas dos pneus da Mercedes, para ver se rebentariam como na semana anterior, mas a Pirelli pediu para alterar um pouco a pressão das gomas e eles lá andaram no limite, mas sem furar. Contudo, o interessante foi ver como se comportavam com calor. Afinal de contas, é o pico do verão na Europa e... a Mercedes não é boa! Há uma “kryptonite” naquelas Flechas Prateadas! E quem aproveitou fortemente? Red Bull, que tem um bom carro nessas condições.

E foi o que vimos. A certa altura, até Charles Leclerc se juntou ao percurso, andando ao mesmo ritmo que os da frente, mas o quarto lugar final o deixou mais ou menos onde ele está, realmente, em termos de competição. Com ameaças da McLaren, Renault, Racing Point... o meio do pelotão, numa temporada onde, já foi dito, Sebastian Vettel anda a contar os dias para sair de Maranello... a não ser que haja algo que o faça dizer chega.

Depois de cinco corridas. Hamilton está a caminho de vencer o título em Portimão. Mas o verão na Europa é quente e longo, logo, em Barcelona poderemos ter mais surpresas... ou não.

Despeço-me. Voltarei aqui quando a Manu me pedir de novo. Espero que seja ainda nesta temporada!

(Paulo é jornalista, autor de blogs, inclusive o ótimo Continental Circus)

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Sempre me agrada as participações nessa página e fico genuinamente feliz de poder contar com conteúdos como este. Vocês também devem gostar pois, são presenteados com bons textos, sóbrios e empolgantes e não os meus que ainda são fortemente recheados de paixões e bobagens.

Obrigada Paulo, mais uma vez, e pode ter certeza que outros convites virão!! Um já está aguardando o aceite! 

Abraços afáveis a todos e boa semana!

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