GP de Mônaco: Selando o marasmo

Há quem diga que estamos sendo grandes idiotas. Eu devo concordar. Somos idiotas em vários seguimentos da vida. No caso dos brasileiros, somos idiotas em boa parte dos 365 dias do ano. Inclusive quando dormimos. É inevitável. Ser assim, é ser dessa nação.
Mas não é sobre crises, combustíveis, analfabetismo funcional, ou obsessões latentes que me refiro nesse texto. É sobre F1. Outro ponto em que fatalmente somos, eu inclusa, bem idiotas.

Com atraso de algumas horas, confesso que tive uma enorme preguiça em escrever sobre a corrida de Mônaco. Sim, Mônaco foi altamente monótona. 
- "Cê ficou maluca, menina?! Mônaco sempre foi eletrizante, com acidentes e ... acidentes!"
Não não fiquei, não. Foi mesmo um marasmo bem desconfortável. É só conferir com alguns que assistiram a corrida, para vocês confirmarem. Mas se atentem antes de não serem fãs da RBR ou do Daniel Ricciardo.

Queiram me entender, não foi completamente chata. Quando digo chata, é quando Lewis, sem nenhum esforço, vence as corridas de ponta a ponta, sem sequer ser atrapalhado por algum adversário. Neste ponto não foi assim embora, enfadonha. Toda vez que o ponteiro Ricciardo foi ameaçado pelo Vettel, eu soube que foi apenas uma tomada de ritmo tal que o carro da Ferrari era, sim, muito mais veloz e potente que o carro da RBR. Mas não ia passar. Porque não ia dar mesmo. Como Kimi não passou Hamilton e como o finlandês também não foi ultrapassado por compatriota Bottas.

Sim, ela foi monótona. Que me perdoem os fãs do Ricciardo, mas é a verdade. Para os moldes de Mônaco, foi uma porcaria. Noutros anos foi com um vencedor menos carismático, mas, ainda assim, não tira o mérito de ter sido insatisfatória: Os cinco primeiros mantiveram suas posições intactas. Quem lá conseguiu ultrapassagens foi apenas o Verstappen e alguns gatos pingados que me fugiu agora, e que provavelmente, não foram filmados direito para que eu me lembrasse vividademente. 

Mônaco só manteve uma coisa: a tensão todo o tempo. Um erro, a gente sabe, não pode, ele é fatal para a corrida. Incrivelmente, até 3/4 da corrida, ninguém tinha errado nadinha. Nem mesmo os caras conhecidos por darem os seus blackouts.
Até o momento em que Gasly decidiu passar uma McLaren, não uma qualquer, mas a de Alonso, eu pelo menos, pensei ser apenas mais uma perseguição sem fins lucrativos para o espetáculo. De repente, Gasly ultrapassou fácil. Era Alonso com quebra de câmbio, estacionando. O primeiro a abandonar e o único até aquele momento. De fato, mais tarde, Fernando alegou ter sido a corrida mais monótona da história. Discordo. Existem 64 GPs vencidos por Lewis Hamilton. Uns 60, garantidos (se não todos) foram chatos até dizer "Chega!! Cansei!!! Vou para casa, dormir..." 
Revoltosa e já esperando pelo fim praticamente idêntico ao começo (os 5 primeiros eram os mesmos 5 primeiros da largada), Leclerc teve problemas ao sair do túnel. Freou, jogou nas zebras e no guard rail ao perceber as rodas travadas e tentar evitar de bater em alguém, mas não deu para não atingir Hartley de cheio na traseira. Fim de corrida para os dois que eram até razoáveisaté ali. 
8 voltas depois, nem tempo de SC virtual e nem uma parada para um "reclamoso" Hamilton, que "talvez" mudaria a configuração dos ponteiros, dando um pódio de cair no colo de Raikkonen. O sandbagging segue firme e forte na Mercedes: ele achava que os pneus não aguentariam, a equipe insistia em sua permanência na pista. Mentira tem perna curta, mas usa salto Luís XV na equipe prateada. Ninguém repara.

O fim dela foi marcado por Ricciardo feliz em ter cumprido a corrida como vencedor como deveria ter sido ano passado. Vettel seguiu de perto, mas assim como Hamilton, Raikkonen e Bottas, só perseguiram e nada mais. Em muitos casos, até parecia que as Ferraris ou as Mercedes, estavam mais rápidas. Mas de nada adiantava. Estagnaram nas posições. Nem mesmo os pneus foram tão preponderantes assim.
À tarde, em meio à algumas notícias, foi dito que o carro da RBR tinha 25% a menos de potência. Esquisito, mas, não surpreendente. 

Há quem diga que tem muita competitividade em jogo no ano de 2018. E que somos idiotas em não perceber isso até agora. A pauta para essa ideia está nos números, mais uma vez: 6 corridas e 3 pilotos com 2 vitórias. Tanto Hamilton, quanto Vettel e Ricciardo tiveram duas vitórias cada. Estão respectivamente em sequencia na tabela de pontos, com 110 para o inglês (que exige que Mônaco mude de formato... #ImbecilModeOn), 96 para o alemão (que está muito dorminhoco... #AcordaVettel) e 72 para o garoto sorriso da Austrália.  Bottas vem em quarto com 68, e apesar de nenhuma vitória, é muito mais constante que Kimi, em quinto com 60 pontos. O finlandês azarado está dando as caras de novo, ou de fato, tem que sair logo dos GP europeus para a senhora dona esposa não atrapalhar a remota concentração.

No Canadá vai dar Hamilton. Os últimos 10 GPs deste circuito, ele venceu (quando teve o melhor carro ou um carro mais ou menos) 6 vezes no circuito de Montreal. E ai de quem insistir em "competitividade"... Vai ser xingado por mim nem que seja mentalmente... Tô avisando!... (rsrsrsrs, #brincadeira)

Abraços afáveis!

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