GP dos EUA: O que seria certo?

O GP dos EUA de 2017 foi marcado por alguns levantes que ouso dizer que, serão pouco explorados pela mídia especializada da forma que abordo.
Afora daquele clima de eterna festa que os americanos sabem como ninguém fazer, a largada escancarou que, por mais que se babe colorido pelos feitos de Lewis Hamilton, quando ele se coloca a prova, arrisca, tenta se virar, ele perde. Por 3 majestosas voltas Vettel saboreou estar na frente do campeão, depois de um competição limpa por parte dele, e mais bem executada que o rival. É uma grande pena que isso tenha durado 3 voltas. A competição e o estreitamento da diferença dos pontos seria muito, mas muito mais vantajoso do que pressupõe - novamente - a mídia especializada e até mesmo, a organização da categoria. Para nós fãs, seria um deleite. Faz tempo que não vemos, duas equipes, disputando ponto a ponto.
Após essas 3 voltas, Vettel perdeu a primeira colocação para o motor da Mercedes. E é esse motor que tem todo o mérito de tudo, neste ano, pela 4ª vez consecutiva. 

O certo realmente seria que tivéssemos pouca disparidade entre os carros. Porque o que acontece é um ranço grande gerado por saudosistas, tradicionais e até mesmo jovens fanáticos, que vez ou outra, com radicalismos ou não, sempre arregalam um fator que cutuca a ferida aberta que teima em não cicatrizar: a previsibilidade e falta de competitividade da categoria. Toda aquela nossa vontade de discursar bonito sobre ultrapassagens de encher os olhos fica morna e sem gosto, simplesmente pois, no levantamento geral de cada etapa, acontecem isoladamente ou por fatores tão extra corpóreos, e a gente esquece logo, afinal, o atleta ficou apagado, embora tenhamos o esforço de exaltá-lo. Mas pouca gente percebe isso. A maioria prefere não pensar a respeito, engolir corridas como se fossem grandes pinturas, e depois, comentarem suas expectativas nas redes exaltando feitos que - na verdade nua e crua - nada mais são que atos de obrigação. Saldo final: não reclama-se da falta de competitividade e mascara a falta de talento dos caras, com uma áurea de genialidade. Opta-se por criar picuinhas acusando e ressaltando questionamentos dos talentos daqueles das quais "não se vai com a cara", que perderam ou fizeram más escolhas no caminho e fica assim mesmo.

Por essa razão, ninguém vai dizer que os nomes da corrida foi Vettel, Kimi e Verstappen. O primeiro porque "perdeu" mais uma para o "gênio" Hamilton. O segundo porque foi capacho. O terceiro porque tentou ser esperto. O primeiro não perdeu tanto assim. Se trocássemos os motores, a história teria personagens em lugares opostos, mas escrita do mesmo jeito. Kimi deve fazer o que fez, espera-se isso dele. Se estamos insatisfeitos, basta que a gente troque de piloto favorito. Vestappen precisava tentar. Mesmo que seja regra, passar com o carro todo nas faixas extrapista, ele precisava tentar. E ainda bem que tentou, pois há quem já tenha feito isso e nunca foi importunado. Depois é Grosjean que é o invejoso em apontar regras que são aplicadas em uns, mas nunca em outros. Dessa vez, Verstappen viu isso da forma mais dolorosa e chata. Bem vindo à F1, garoto. 
Eu diria que todos os três são vítimas de uma construção midática talvez muito pouco verdadeira, mas que é certamente impossível de comprovar o preto no branco. Estou deveras cansada de me fazer explicar. Mas a questão é que, na F1, os que pagam pelos pecados, não são os mais pecadores. 

O que resolve? Nada. Hoje, como em alguns dias, portais recheiam suas linhas com elogios à Hamilton que 66 pontos à frente de Vettel, confortavelmente tranquilo agora, com o troféu já escrito o seu nome. 
Ainda não apurei, mas parece que Alonso disse (em outras palavras) que Hamilton merece mais os campeonatos do que Vettel, dizendo que tem mais talento e que teve mais percalços. Teve é? Discordo piamente do asturiano. Mas concordo que a mentalidade dele, é a mesma da maioria acachapante que acompanha a categoria: são enlouquecidos por tudo que o inglês faz e se convenceram disso, desde 2007 quando ele era chamado de "fenômeno". Só que, ao contrário do Alonso e todo o resto, foi neste mesmo ano em que tudo começou a perder sabor e naquele mesmo ano, mal sabíamos quem era Vettel ou Red Bull...  
Mas, cada um, cada um... 

Abraços afáveis!


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