Cingapura: Entre apressados e fugitivos, o tédio

Existe alguma razão para acontecer os GPs em Cingapura. Eu só não sei qual é.
Toda vez que paro para pensar a respeito desse GP não vejo nenhuma vantagem a não ser que "os carros ficam bonitões no circuito noturno". Mas e daí, não é? Em todo caso, não é motivo.
A corrida é longa, sempre passa das duas horas, foi monótona (reparem: depois da largada, pouquíssimas coisas aconteceram e fizeram com que mudassem as posições de forma palpável), quase sempre se torna chata e para não dizer mais: é desgastante - para nós, que olhamos aquelas voltas intermináveis sem perspectiva de uma emoçãozinha sequer, tal quase uma procissão; e é desgastante para os pilotos, que sempre estão semi-mortos no pódio ou no cercadinho dos jornalistas, estampando olheiras, palidez, pele brilhando de suor, e também desidratados, provavelmente famintos e mais magros que antes.
E olhem, não aconteceu nada relevante, houve um mísero safety car e ainda assim, passou das duas horas de corrida. Dois caras, um russo e um dinamarquês (certamente desacostumados com as condições) sofreram com o desgaste, o calor e possivelmente, com a falta de hidratação. 
Dispensável, eu diria. "Ah, mas os limites..." Bem, ter sangue de barata dá nisso mesmo... Só não tem sangue de barata quando alguém bete nos outros e aí fica aquela fofoquinha e mimimi interminável. Quando tem gente morrendo de calor dentro do carro "Ah, que frescura..." Ok, então.

Mas vamos ao GP, mesmo que eu me negue a fazer um post positivo sobre.
Inicialmente tivemos uma transmissão cheia coisas repetitivas: o lance dos rádios proposto pela FIA não entraria em vigor só na temporada que vem? Porque falaram tanto disso ontem? Achei que ainda não estava decidido, mas pelo visto, me enganei ou aquele magnífico trio - mais uma vez - se enganaram. Porque não me surpreendo? Sei lá, se a FIA quer, nem adianta falar que está incoerente. Vai dar "m" de qualquer forma.

Pela largada já tivemos a tônica: Rosberg teve algum impasse com o volante e já não foi para a volta de apresentação, ficando lá na marca em segundo lugar, desesperado para que funcionasse. Se era a terceira vez que trocavam o volante, o problema então não era o volante. Porém os "mercêdicos" acharam-se na sapiência de nos me enganar com a solução rápida, mas no fim eu sabia que isso custaria a corrida do Rosberg. A troca foi em vão, e já no prejuízo ele largou dos boxes. Rosberg, custosamente, com volante pulando marchas, andava com um carro que não saía muito do lugar. Ele desistiu no pitstop quando o quarto volante também não funcionava. Um monte de gente, inclusive Toto Wolff veio falar palavras de consolo (ou será que não?) e ficou aquela aura de apoio... Fake, totalmente fake. A única carinha mais amistosa foi da esposa do Nico. 
Sem oponente, Hamilton - o "bonzinho master" - não teria problemas. E não terá. Aos poucos eles tiram Rosberg de cena, uma hora com a sombra da má sorte, outra com erros custosos. 
Eu não sei o que é pior: um campeonato em que só um vence, e a disputa fica para os vices; ou um campeonato onde dois disputam, mas está na cara que o de índole duvidosa tem uma sombrinha de proteção e ainda será considerado gênio (e na verdade não é bem assim, acredito).
Saudade do Vettel e sua Red Bull. Falo, sem medo de ser feliz.

Mas é opinião individual e então seguimos adiante. Com novo líder, "a emoção" da imprevisibilidade não teve lugar em Cingapura. Não empolgou, mas algumas coisas aconteceram. Ricciardo novamente fez uma excelente corrida, e Vettel finalmente o superou, fechando, em terceiro e segundo, respectivamente, e completando o pódio, garantindo então, a equipe que mais pontuou na corrida. Em quarto, Alonso, que arquitetou bem para ter lugar no pódio, mas o decepcionante, frustrante e ridiculamente fraco carro da Ferrari faz novamente ele (e seu companheiro) pagar todos os pecados possíveis - cometidos e os que ainda irá cometer.

Em quinto, Massa. Sim, eu chamei ele de atraso de vida no post anterior. Não, eu não volto atrás. Principalmente depois da declaração à Globo que "guiou o carro que nem uma vovó". Pela primeira vez curti o que o Galvão falou "Vovós sabem das coisas". E assino embaixo. Sabem mesmo. E seria bom se houvesse uma associação de vovózinhas porretas para mandar um "VSF" em uníssono para ele. Mó "pataquada" essa "modéstia" súbita agora. "Pilotei tão leve e calmo e nem assim me incomodaram... Eu sou demaaaais!" ¬¬' No pique que estava Pérez, que causou o primeiro safety car e passou 3 carros de uma vez e terminou em sétimo; e no pique que Vergne também estava, depois de duas punições ainda conseguindo manter o sexto lugar; queria ver se haveria o mesmo "otimismo" quando esses dois tivessem chegado junto nele. Choveria "mimimimi" novamente.
Os dois, Vergne e Pérez, não tomaram conhecimento de um trio que estava disputando chances de superar o outro por muito tempo: Bottas, Raikkonen e Hulkenberg. Bottas teve problema hidráulico, mesmo assim segurou bem os dois loirinhos atrás. O desespero tomou conta quanto quando Pérez - que não tem o menor medo das coisas - passou o companheiro, nem buzinou para Kimi e de certa forma desestabilizou Bottas, que logo perdeu também para todos os outros e para Vergne que vinha chegando também.
No fim das contas, logo depois do sétimo de Pérez, Kimi ficou em oitavo (putz, Ferrari!), Hulk em nono e Magnussen em décimo, nos segundos finais da corrida.
Bottas acabou se arrastando e mantendo até apenas o 11º lugar, ficando sem trazer um ponto a mais para a Williams. Pena. Já sabem que em termos de Williams, Bottas me conquistou para seu fã clube. E olha que ele não é o finlandês mais bonito que já vi, muito menos o mais da F1... *Mas chega de assunto menininha.* 
Atrás de Bottas, nas posições 12 e 13, Maldonado e Grosjean. A Lotus foi do céu ao inferno de um temporada à outra. Acho engraçado, porque certas coisas, não deveriam ter sido feitas como foi. Hoje se paga por isso. Em seguida: 14º Kvyat, 15º Ericsson, 16º Bianchi e 17º Chilton.
O primeiro a abandonar foi o Kobayashi, que foi tão relevante que ninguém comentou muito bem. O carro do japonês pegou fogo antes mesmo da corrida acontecer. Depois foi a vez de Rosberg que jogou a toalha com razão. O problema não era o volante e só agora os gênios da Mercedes sabem.  O vento da má sorte mudou de direção, mas é aquela coisa... Se for verdade, Galvão comentou que Hamilton está na cientologia, então, talvez seja melhor mudar as crenças, Rosberg! Quem sabe não ajuda? 
Gutierrez recolheu o carro e arremessou as luvas em tom bem revoltado, nos boxes. Justificável. A Sauber não tem um pontinho sequer sendo que até a Marussia tem 2 pontos na conta. Sutil abandonou depois, e como é mais meigo que Guti não se irritou nem nada. Por último, Button, que vinha fazendo uma corrida até boa, teve a sombra da confiabilidade do carro deixando-o na mão.

No geral, Hamilton tomou a ponta da tabela, com 241 pontos e Rosberg está à 3 pontos do inglês. Alonso retomou o quarto lugar que havia perdido para Bottas, na corrida anterior. O prejuízo do Bottas foi trágico; com o 11º ele perdeu o quarto lugar para o espanhol e Vettel também subiu, estando agora em quinto. Bottas tem o sexto lugar no geral com 122 pontos, enquanto seu companheiro é o nono com 65 pontos. Button e Hulkenberg estão empatados, em oitavo e sétimo com 72 pontos, assim como Pérez e Kimi, ambos com 45, em décimo e décimo primeiro, respectivamente.

Nada mais justo para meu título: entre apressados (Pérez, sempre afoito. Hamilton, que depois do Safety Car deu um jeito só porque tinha de trocar pneu contrariando a tudo e todos. E Vergne, que aprontou alguma coisa no meio do caminho e surgiu do nada - ou eu estava dormindo de olho aberto?) e fugitivos (os que atacaram as faixas de tinta para não bater ou ser atingido, ou para ganhar vantagem mesmo, e daí?), instaurou-se o tédio. (Assim como na corrida, tédio para ler esse meu post... Fazendo jus, apenas. Peço desculpas por isso, hehehe...)

Abraços afáveis! Amanhã, umas fotos do fim de semana na F1.

Comentários

Ron Groo disse…
Isto mesmo. Tédio. com T maiúsculo.

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