Mudança na Ferrari

Sabe aquele discurso de que todo mundo é substituível? 
Então, Montezemolo está de fato, fora da presidência da Ferrari (Ver aqui, reportagem de ontem)



A situação da equipe na F1 é risível desde 2008. A temporada de 2007 foi em partes gloriosa por uma somatória favorável: tinha um novo piloto na equipe sedento por vencer um campeonato e uma brecha dada pela McLaren, que tinha um piloto em potencial para tirar essa da equipe de Maranello, mas claro, fez caquinha.
Desde então, o barranco só foi caindo. Em 2008 jogaram nas mãos da incompetência para tentar conseguir outro campeonato seguido. Em 2009 foi uma bagunça. Conto, a partir de 2009 como o ano em que os problemas foram transbordando do copo já cheio. A solução - para eles - pairava na parte prática para atingir sucesso: queriam jogar fora um piloto por um melhor. De forma pragmática, isso é incontestável. Mas para 2010, o milagre também tinha que acontecer no carro. Mas para eles, não... O melhor piloto resolveria tudo.
E então à 7 anos, nada novo para eles. E à 7 anos eles provocam comentários horripilantes para seus pilotos. Mesmo assim, alguns tem um devoção à aquela empresa, que jamais entenderemos porque. 

Nesse caso, a saída de Montezemolo é o "fim de uma era" e não dá para verificar na bola de cristal o que será da empresa e especificamente da equipe daqui em diante. A péssima era já é feita, e para mim, não tem como ter outra. Daqui a diante, todo ponto um pouquinho mais positivo é lucro.

Em Monza, como escrevi na segunda-feira, a Ferrari em "casa" dispensou a festa para um festival de micos. Tal corrida só colocou no holofote, tudo de mais desmoralizante que a equipe tem passado. E por mais que falem qualquer coisa, não foi só essa corrida que foi "inadmissível" como eu incluo aí todas as outras 12 etapas, deste ano e dos anos anteriores. Se alguma vez Alonso venceu ou pisou no pódio, marcou ponto é fato consumado que foi por sua conta em 90% dos casos. 

Luiz Razia fez um comentário problemático sobre Räikkönen em seu Twitter, referindo-se à má classificação (outra) do finlandês em Monza. Comparou Kimi, erroneamente, com o Massa. Por ele - defendendo uma causa perdida - Massa no lugar de Kimi já teria inúmeras críticas, mas o finlandês não.
O lance é o seguinte Razia. Primeiro: quem é você? Segundo e mais importante - afinal, quem sou eu para questionar a sua pessoa - é: Kimi é piloto, Massa não. Por esse simples fato, é que décimos lugares no grid são inadmissíveis para Räikkönen, um cara que apesar de todo o falatório extra, tem dois vices em seu nome, um campeonato mundial, e um retorno à F1 em 2012 majestoso em uma equipe pequena e desacreditada. 
Enfrenta sim problemas na Ferrari, que fãs e torcedores normais sabem o quanto são dolorosos. Mas sabem (os normais, repito) que parte desse desempenho ruim é dele mesmo: seu espírito é de batalhar na pista e não ficar no calço do mecânico como frieira. Ele é preguiçoso para a parte fora das classificações e corridas. Fora que, está em outra maré da vida, com novo relacionamento e também filho à caminho. Sorte no amor, azar no esporte?
Não justifica discursar, bem sei. Mas se deparar com comparativos que embrulham o estômago, abro o anti-ácido e deixo dissolver no copo enquanto digo: "os números não mentem". Basta.

Estava mais que na hora que o pessoal que de fato tem respeito pela marca, empresa - e no caso equipe - Ferrari deixar de esperar que todos façam o trabalho que eles tem obrigação em fazer e assegurar que, agora com os melhores pilotos do grid, possam ser imbatíveis, sem firulas ou falcatruas: apenas contando com a ciência da engenharia de ponta e talento de dois grandes pilotos para, por ventura, proporcionar uma disputa muito mais agradável que essa que a Mercedes vem mostrando: a prioridade de um fraco que usa a mídia em favor de seu falso e fácil sucesso. Não digo que Kimi e Alonso são os únicos melhores pilotos do grid, mas são os que mais levam corridas à sério, mais trabalham por voltas rápidas, ultrapassagens limpas e momentos de tirar o fôlego por que são bonitas e não porque são perigosas. Se não sentem falta disso, eu sinto. Alguns pilotos mais novos, fazem isso volta e meia. É necessário que essa emoção incrível aconteça mais vezes nas duas horas de corrida que temos aos domingos.

E se conforta poder rir um pouco dessa saída do Montezemolo, para o bem da Ferrari, para o bem da F1... Abram alas:


E claro, quem sabe tudo não melhora de vez? 
De qualquer forma, quanto menos incompetentes por lá, melhor. Arrivederci, Montezemolo! 


Abraços afáveis!

Comentários

Ron Groo disse…
Fiquei imaginando Luca falando: "-Este Marchionni vem até minha casa, não me traz um presente, não me chama de padrinho e nem me beija a mão... Mas quer sentar-se na minha cadeira."
Manu disse…
É, ficou nítido na minha cabeça também. rsrsrsrsrsrsrs...

Abs!

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