Temporada 2021: Grande Prêmio da Áustria

Grande Prêmio da Áustria - por Ron Groo


No atletismo há uma modalidade chamada corrida de revezamento em que um maluco sai correndo com um bagulho de papelão na mão e no fim da volta passa o bastão para o próximo para que ele continue correndo.

É um momento meio que traumático desse esporte já que algumas vezes o cara que recebe o bastão deixa cair ou demora a pegar e acaba fazendo com que a equipe perca a corrida.
Não tem isso no automobilismo, mas há sim a passagem do bastão.
E as vezes ela é traumática também.

A passagem do bastão na F1, por exemplo é quando o rei velho vai saindo de cena e o rei novo tem que assumir.
Assim foi com Schumacher cedendo lugar à Fernando Alonso.
Alonso perdendo a coroa para Vettel.
Vettel largando o trono para Hamilton e agora – com fortes indícios, mas não certeza – Lewis deixando que Max assuma o controle do império.

E esses dois GP´s seguidos no Red Bull Ring é sintomático de que isso está realmente acontecendo.
Dá para cravar? Não...
Afinal, ano que vem a mudança de regulamento será tão profundo que pode ser que nada do que aconteceu – e acontecerá – em 2021 tenha algum significado mais importante do que parece.
Duas vitórias fáceis de Max Verstappen e seu Red Bull sobre a equipe mais dominante da história moderna da F1 e seu incensado piloto.
A segunda ainda mais acachapante já que Hamilton não passou de um apagado quarto lugar e nem sequer fez o ponto da volta mais rápida.

Como disse, não dá para dizer que o reinado de Lewis está encerrado, mas que entrou ao menos em pausa, isso entrou.
Max sai da Áustria mais líder que nunca e com um horizonte – a levar em consideração o quanto seu carro evoluiu (e o quanto a Mercedes deixou de evoluir) – há muito mais pistas que favorecem seu conjunto e momento psicológico do que ao Lewis.
Se isso não é ruim, também não é lá tão bom já que não estamos vendo o fim de uma era com disputas e abertura nas possibilidades de vitórias, mas apenas a mudança do dominador.
Lewis chegou monstruosos quarenta e seis segundos atrás de Max.
Uma surra.

Por outro lado, temos nomes como Lando Norris que mostra talento e carisma o suficiente para ser o outsider para quem todo mundo vai torcer.
Lando chegou em um magnifico terceiro lugar, que poderia ter sido segundo se não fosse o dia irreconhecível de Sérgio Perez e o excesso de zelo dos comissários da corrida que distribuíram punições à granel.
Só para o mexicano foram duas punições de cinco segundos cada, o que o fez cair para o quinto lugar perdendo a posição para outro dos que tem potencial para protagonista: Carlos Sainz Jr.
E por falar em punição, outro grande punido, mas com toda razão foi o mini japonês boca suja Tsunoda, que passou cruzando a faixa dos pits por duas vezes.
Dessa vez os palavrões viram dos boxes e não deles.

Por fim, um acidente de cinco títulos mundiais fechou a corrida com alguma emoção.
Os quatro títulos de Vettel se chocaram com o título de Kimi Raikkonen na última volta.
Um final estranho digno da estranha passagem de bastão e chuva de punições.
Porem poderia ser pior, acredite.
Sempre pode. 

***

A segunda estada da F1 em Red Bull Ring foi um pouco melhor que a primeira.
Precisava ser, afinal, o que queríamos era justamente que o campeonato mantivesse o nosso interesse. Uma corrida como a passada, poderia colocar isso em risco. 

Ao ver que diversas coisas aconteciam para que o nosso foco fosse outro durante a corrida  busquei, antes da metade dela, quem pudesse escrever bem, brincando com as palavras e sendo criteriosamente assertivo.
Ron Groo não decepciona. O que ele escreveu acima sobre a Áustria é um resumo perfeito do que rolou, ontem.

A gente se vê hoje, na live do Clube da Velocidade e falaremos sobre outros pontos de vista e também por aqui, ao longo da semana, destacarei alguns que parecem bacanas de se pensar sobre. 
Enquanto isso, deixem seus comentários! 

Abraços afáveis e alaranjados (risos)!

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