Pontinhos pré Áustria


Preparados para o repeteco em Red Bull Ring? Eu estava, até acompanhar o segundo treino livre dessa sexta-feira, enquanto organizava umas coisas...

Mas vamos aos pontinhos da mesma pista, então o pós e o pré é mais ou menos a mesma coisa. 

Ponto 1:

Christian Horner exaltou a pilotagem de Max Verstappen no último GP e lamentou a parada lenta de Sérgio Pérez.
Max acabou relatando problemas nos freios no mesmo GP, mas sem afirmar que isso chegou a afetar o seu desempenho ou ameaçar a sua vitória.
Sim, isso é o que todo piloto vitorioso deveria fazer, ao invés de botar dificuldades onde não existe.
Já Pérez soube, logo depois do fim da corrida que a parada mais lenta custou caro. 
E pode ter custado mesmo, a longo prazo.

Nada de anormal nessas declarações até que Helmut Marko deu aquela famosa emocionada: O conselheiro da equipe dos touros vermelhos acredita que neste fim de semana, os pneus selecionados favorecem a equipe e assim, poderiam dominar ainda do que já foi, na semana passada.

É dessas circunstâncias que a Mercedes aproveita, se alimenta e ganha força. 

Ponto 2:

Pela primeira vez na era híbrida, as Mercedes ficaram 4 corridas em sequencia, sem vitórias. 
Crise na equipe?
Não sei. 
Ainda desconfio que o "pulo do gato" acontecerá quando a gente menos esperar. E pior: podemos já preparar que virão umas 500 mil explicações super "cientifizadas" para que fique perfeito na escrita da narrativa.
Porque digo isso?
Bom, basta pinçar as declarações aqui, ali... Vejam bem:

a) Wolff confirmou que não desenvolverão mais o carro de 2021. 
Difícil de acreditar nisso, com toda certeza. Isso seria o começo da conformidade e não é bem assim qu eles trabalham.
b)Hamilton chegou a insinuar que a Red Bull esteja gastando mais que a própria equipe no desenvolvimento do carro.
Pode até ser, mas duvido que a Mercedes tenha parado de tentar tudo que podem também, mesmo com corte de gastos.
c) Aquela história de Lewis olhando o carro, olhando o do adversário, estudando, dando o melhor de si, declarando que está direto no simulador... Faz a cama para quando vencer, montar o discurso no quentinho e conforto dizendo que venceu as adversidades e está lá, mais combativo que nunca. 

Que quadro bonito... 

Ponto 3:

A humildade é valiosa, mas pouco vista e menos ainda detectada.
Valtteri Bottas disse que o pit stop mais cedo foi estratégico para colocar ele na frente do Pérez, já que o mexicano fizera uma parada lenta na primeira corrida em Red Bull Ring, domingo passado.
O undercut não foi colocado em sua fala como, digamos, "trabalho duro dele mesmo", mas sim o "timing" certo para roubar alguns pontos da equipe rival.

Se vê valorização nisso? Claro que... NÃO.

Ponto 4:

A FIA mandou recadinho para a Red Bull: A comemoração com "burnout" de Verstappen não será tolerada novamente.
Avisaram, sob o pretexto de que é perigoso e Max, pelo visto, aceitou de bom grado, mesmo tendo dito que fez sabendo que era possível. 

Comemorações devem ser restritas à cerimônias de pódio, por exemplo, e inclui a segurança do piloto, a dos demais e a integridade do carro, previstas em regulamento...

Mas não colocar um Safety Car imediatamente depois de uma batida ocasionada por estouro brusco de pneus, aí está tranquilo, né, senhor Michael Masi?
Oras...

Ponto 5:

Mattia Binotto, chefe da Ferrari, lançou uma que caberia muito nas minhas notinhas ácidas. 
De acordo com o Motorsport BR, o senhor aí acha que a instabilidade com funcionários como chefe de motores e diretor técnico se demitirem, além de um atraso considerável com a renovação de Hamilton, gerou essa situação desnivelada na Mercedes. 

Ele pode até estar certo, mas olha quem está analisando a organização do vizinho, gente?! 
Que desaforo!!!!!

Ponto 6:

Olhem que sequência bacana do site Motorsport BR:


Deixei a propaganda ali para verem que de fato, é uma sequencia de publicações que, para mim, se tornaram, engraçadas. 
De baixo para cima, temos um "otimismo" de Lewis. 
Chamar de otimismo aquilo que o cara já conquistou 7 vezes, é chover no molhado, não? 
Ainda mais em se tratando de Hamilton, um cara vaidoso que não dá o braço a torcer. É óbvio que ele está otimista. O ego dele anda de sidecar com ele pelo paddock, tem conta própria no banco e quem carrega nas viagens é a escrava preparadora física, Angela Cullen. 

Em seguida, temos uma matéria que é uma fala mais sóbria. Max não "canta de galo" como dizemos aqui no interior. Sabia que, depois de Estíria, a Mercedes não dormiria até resolver as falhas. Por isso, constatava que ele mesmo teria maior desafio no fim de semana seguinte.

Por fim, toda aquela bobagem reforçada hoje, nas transmissões da Band dos Treinos Livres 1 e 2, de que Hamilton está até indo para o simulador, coisa que ele já admitiu que não gosta de fazer, para poder retomar o protagonismo no campeonato, são os tais acertos e encaixe de atualizações que fariam com que ele "se entendesse" melhor com o carro e voltasse a ser genial.

Taí! A gente aqui, na ilusão do "habemus um campeonato" e tals, mas soa muito mais como uma grande e maravilhosa fim de carreira e aposentadoria do ReiMilton com o oitavo título conquistado com muito suor, só para nunca mais haver brechas de soltarem o impropério que ele só teve sorte e carro bom em 2/3 de sua carreira. 

Vai faltar adjetivo para os emocionados jornalistas escreverem sobre ele, heim? 
Recorram ao tio Aurélio, caso falte formas de elogiar o cara...

Ponto 7:

Pois mal respiramos e lá vamos nós para outra rodada no circuito da Áustria. 
No ano passado, visitamos Áustria duas vezes também. Na ocasião, mudaram de nome e ficou tudo por isso mesmo. 

A primeira, foi com o nome de GP da Áustria, o primeiro circuito a aceitar a F1 em meio a pandemia da Covid-19, com atrasos e alguns cancelamentos. 
Quando recebeu o nome do país, teve pole e a vitória de Valtteri Bottas. 
Apesar do (des)gosto que se tem por aí pelo finlandês, o campeonato começou com uma corrida boa: Valtteri fez tudo o que Lewis, não pode: pole e vitória contra muito discursos de ordem extra-pista e umas punições de quebra. 

Hamilton tomou duas punições em duas situações diferentes em um só fim de semana. A primeira veio da classificação: perdeu 3 posições no grid por não diminuir a velocidade no Q3 em um trecho da pista que estava com bandeira amarela por conta de um incidente com Bottas.

Depois, ele teve outra na corrida: foi punido com 5 segundos em seu tempo final por causar uma colisão com Albon na volta 64. 
Já era a segunda vez que ele se atracava com o então piloto da Red Bull. A primeira tinha sido no GP do Brasil, em 2019, quando sentimos nostalgia ao lembrar como é Lewis defendendo posições de quem "não tem medo" de atacá-lo... Bons tempos!
Com essas, Hamilton tomou pontos na superlicença. Mais tarde, perigaria ficar uma corrida fora pela quantidade de infrações cometidas. 
Não deu em nada. 

Ele terminou a primeira corrida do ano, em quarto e além de Bottas, tivemos Charles Leclerc e Lando Norris, no pódio. Nenhum deles colocaria perigo no campeonato do Lewis, mas a gente achou uma corrida bem boa para a abertura de um ano tão complicado no âmbito saúde pública.

Uma semana depois, para manter bolha de proteção e tudo o mais, o GP no mesmo lugar veio com o nome de Estíria. E o evento já não teve graça nenhuma: dobradinha da Mercedes, com Lewis fazendo pole, e obviamente, ganhando a corrida, colocando 13 segundos sob Bottas e mais de 30 sob Verstappen, o 3º colocado. 

Ainda que 2021 tenhamos uma diferença, é possível que, em uma semana, Hamilton e também Bottas, repitam a dobradinha do ano passado, sobretudo por conta das artimanhas que estudaram para esse GP.

Ponto 8:

Da corrida passada para essa, temos uma mudança nos pneus. A Pirelli selecionou os compostos mais macios para o GP da Áustria e a expectativa, inclusive do Helmut Marko era de que iriam ter o mesmo domínio, se não, melhor.

Isso não pareceu entrar em acordo com o que Verstappen pensa sobre a segunda rodada na casa de sua equipe. O holandês conta com a torcida em peso, e até o favoritismo. Mas ele esteve certíssimo em pensar que o rival iria melhorar o desempenho. A redução da diferença, por enquanto está sendo colocada de forma bem simples: Lewis passou muito tempo no simulador algo que não gosta de fazer.
Quanto ao Bottas, já vinha bem desde sábado passado e ninguém deu um pio sobre isso.

Como ninguém questiona o porque de Lewis não gostar de ralar um pouco no simulador (parece arrogância e ar de superioridade do piloto inglês), e engolem com farinha no almoço esse fato, é muito, muito, mas MUITO difícil de acreditar que ele seguiria com dificuldades de chegar em menino Max, mesmo com uns dias de intervalo entre uma corrida e outra.

E então, como levantei cedo e lá fui ver o Free Pratice 1:


Hamilton só conseguiu o 7º tempo, o que levantou uma desconfiança, no início, das suas pretensões com o treino. Estaria ele testando ritmo de corrida? Ou não, estava mesmo, tentando entender o carro?

Pensando, enquanto fazia uma arrumação, que a fala sobre ele estar no simulador durante essa semana... E ainda, a imagem da escrava digo, sua preparadora física, andando atrás dele e catando as coisas que ele ia soltando e deixando pelo caminho, indo direto para conversar com os chefes, depois que o TL1 terminou, pensei que não demorava muito para que a Mercedes desse o ajuste mágico e ele, começasse a a mostrar, pelo menos, um ritmo semelhante ao de Bottas - até aquele momento, o quarto colocado a pouco mais de 0.3 segundos de Max...

Exagero meu? Talvez não.

De surpreendente, vimos que a Ferrari estava para iludir um pessoal, Pérez não vinha andando tão bem, Kimi, em contra partida, estava até entre os 10 primeiros e Callum Ilott dava um rolê no carro de Antonio Giovinazzi. Além dele, Alonso tinha cedido lugar ao Guanyu Zhou e Roy Nissany andava na Williams de George Russell. 

Ah, alguns perigos na entrada dos boxes causaram uns sustos nos pilotos que vinham rápido e topavam com outros mais lentos. E deu o que falar. 
Claro que o vilão estava dado e por mais que tentem mudar a imagem de Nikita Mazepin, com piadinhas e até manifestações amenas envolvendo ele e a equipe nas redes sociais, os fanáticos "Made in Brazil" seguem gritalhando todo o tipo de xingamento e emanando ódio ao russo, sem se preocupar no tanto que é uma atitude bem babaca e não leva à nada. 

Mas, dizer o quê?

Ponto 9:

E então, tomei uma banho quente, coloquei uma roupa ainda mais quentinha e sentei no sofá para ver o TL2. No meio dele, Lewis fez o melhor tempo, e nada de relevante mudou em seguida. Bottas inclusive, deu as caras de que é possível até pensarmos em dobradinha no domingo.


Eu não disse que todo aquele assunto de falar o que estava sendo feito de improvisação, do nada, ia parecer ser a genialidade do Lewis voltando à baila?

No FP2, não teve Ferraris tão bem assim, nem Räikkönen brilhou. 
Os pilotos originais - Alonso na Alpine, Giovinazzi na Alfa Romeo e Russell na Williams - voltaram, mas só os dois primeiros fizeram bom treino.  
Pérez seguia fazendo um treino amornado. 
A surpresa ficou (ou seria a ilusão da vez?) com as performances dos pilotos da Aston Martin: Lance e Sebastian fizeram P4 e P5. 

Como da água para o vinho, isto é, do TL1 com as piadinhas sobre "strolladas" para o TL2 com elogios à boa evolução dos carros da Aston, era de pedir para sair correndo e nunca mais voltar à transmissão da Band. Sorte que estava no fim e poderíamos pensar em outras coisas..

Ponto 10:

Preparados para pole position do Hamilton amanhã?
Eu não. 
Achei que demoraria mais um bocado para ele sair da marca de 100 poles. 
Na verdade não achei. Eu torci por isso, confesso.

Acho também que temos vitória da Mercedes com o drops de dobradinha. Corrida mais chata que a da Espanha, à vista? 
Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim!
Espero voltar aqui, na segunda, e dizer que estava errada. 

Me digam nos comentários o que vocês estão apostando que vai acontecer.
Desejo tudo de bom, boa corrida e envio os meus abraços afáveis e quentinhos (caso esteja frio onde vocês estão) e volto na segunda!

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