Tabelas da Décima Etapa da Temporada 2021

Peço desculpas pela demora na postagem das tabelas. Elas estão prontas desde a semana passada, no entanto, não me dispus a começar a escrever. O desânimo de meio de campeonato de F1 bateu no meio de muitas outras atividades. Precisei procurar vontade para retornar meus textos por aqui; ela ainda não veio 100%. Bastou também um comentário depreciativo para rever toda a atitude e postura para que eu me desmotivasse com o espaço.
Acontece. 

Tivemos, na semana passada o GP da Grã Bretanha, em Silverstone. Em um formato diferente do que estamos acostumados, conferimos o primeiro teste de entretenimento da nova F1: a tal da Sprint Race/Qualyfing.
Ela serviu para três coisas: 

a) Ocupar a nossa sexta-feira, que geralmente é tomada por treinos livres, mas dessa vez precisávamos assistir, pois a classificação que conhecemos, tradicional, aconteceu na sexta a tarde;
b) Termos uma mini corrida no sábado a tarde, configurando como "mais um momento de carros na pista para nossa alegriiiiiiiaaa";
c) Bagunçar as minhas tabelas de dados sobre o fim de semana e confundir a galera sobre o que é pole, o que não é e etc.;

Isso sem contar o stress da transmissão brasileira, ensandecida, recheada de apelidinhos patéticos, uma tonelada de achismos, para não dizer também, que está, em todo cada dia mais amadora, agora, sendo empurrada para a gente por mais tempo. Um saco. Mute na TV? Agora que sabemos não existe dados de informação, não precisamos mais de som. 
Não sei se repararam, mas agora a nova é essa: ter conhecimento da coisa, não agrada o público. Ser especialista ou estudar antes de ir para o estúdio deve ser coisa de "cringe"...
Ah meu santinho, haja paciência, não é?

Enfim, vamos ao que interessa.
Primeiro, placar da classificação:

Na décima etapa, algumas coisas deixam de ser surpresa.

A Mercedes precisa impor esse resultado por razões óbvias, já que Lewis Hamilton está perdendo o "Trono de Ferro" da F1 (#entendedoresentenderão). Todavia, perder o de dentro da equipe ia ser digno da clássica fala de Sr. Omar do Todo Mundo Odeia o Chris: "Trágico, trágico!" Obviamente isso está resolvido até mesmo com disse-me-disse sobre substituição de Valtteri Bottas. 

A circunstância na Red Bull faz quase a gente dar razão para a Helmut Marko a respeito de Sérgio Pérez (não foi por falta de aviso...). O piloto mexicano não tem se aproximado de Max Verstappen nas classificações e a inconstância nas corridas será fator crítico da equipe até o fim.

É bem provável que a McLaren nunca tivesse em Daniel Ricciardo algo mais do que a Ferrari tem com Carlos Sainz. No entanto, as duas equipes investem pesado em seus pilotos principais para serem a tal terceira força e estes dois citados, os supostos segundos, serão cruciais para que suas equipes consigam a meta. 

A experiência finalmente está dando a letra na Aston Martin e na Alpine. Ambas também disputam mais expressividade no campeonato e ficar contando com os "xóvens" o tempo todo talvez não seja o viés mais inteligente. 

Previsível 10 a 0 na Alpha Tauri e na Williams. Enquanto em uma delas, a gente até entende pois Yuki Tsunoda é ainda verdinho, a pergunta que cabe, sobre a situação da dupla da Williams é: porque não se discute sobre a utilidade de Nicholas Latifi, nem se cogita a substituição dele por alguém mais "talentoso" ou que ajude a reerguer a equipe? ...

Kimi Räikkönen, na verdade, não tem feito boas classificações com a Alfa Romeo, no entanto o seu ritmo de corrida não é tão discrepante ao do companheiro. Mas na F1, os mais antigos tem seus passados e contribuições apagadas rapidamente, sobretudo quando experimentam decadência ou desmotivação. E sempre tem jovens promessas na fila, que não falta defensor para aconselhar que algum deles ocupe a vaga. 

E é aí que mora uma das várias contradições da categoria: querem jovens promessas na categoria no lugar dos "dinossauros", mas nenhum deles é razoável quando os garotinhos aparecem num carro instável como é o da Haas. Não estou dizendo que Nikita Mazepin é excelente, mas que ninguém alivia para o cara, isso já é fato. Eu sei, está perdendo para o Mick Schumacher em todas as instâncias, mas ambos estão se ajustando. Deem tempo aos caras.

Já que está nos planos ter mais duas Sprint Races (em Monza e em Interlagos -- esta última, se não for cancelada), fiz uma tabelinha para a dita cuja:


Sejamos sinceros? Hamilton perdeu a primeira colocação e só ficou à frente do Bottas porque não haveria outro cenário. No entanto, Bottas ter mantido o terceiro lugar foi um bom resultado. (Como seria na corrida de domingo).
Verstappen realmente botou banca em Pérez, mais uma vez, e no caso, o mexicano fez uma péssima sprint. Na volta 5 ele perdeu o controle do carro e caiu para último, retirando o carro da pista penúltima volta (foram 17). 
Já Carlos Sainz foi prejudicado por um toque com George Russell, o que fez o espanhol cair para a 19º colocação e ter que remar tudo de novo, completar a corrida em 11º.

O que argumenta a falta de "utilidade" para a Sprint race, sobretudo no que se refere ao campeonato. Apesar dos 3 pontos terem ficado ao líder e mais rápido piloto do ano, Hamilton ficou com 2 e Bottas com 1, mostrando que a Mercedes ainda estaria longe de estar "aniquilada". Não houve "bagunça no campeonato" ou tentativa de novidade. 

Os caras mais experientes, talvez os mais talentosos ou os primeiros de cada equipe -- fica a critério de quem está lendo, pois vou evitar esses palpites -- fizeram os seu pontinho no placar. Houveram os destaques e os "prejus" e tivemos como vantagem que a sprint é curta e indolor:


Os quarentões Alonso e Räikkönen puderam mostrar como se corre sem aquela preocupação com paradas ou gerência de pneus. Fizeram ganhos expressivos, mais que os carros. Ocon foi no embalo. Sainz até que se recuperou muitíssimo bem, dado o toque com o Russell. Mas Pérez realmente fez bobagem e pagou caro por isso.

Seguimos adiante. 
Temos agora duas tabelinhas, a primeira, um comparativo do Classificação e Sprint Qualyfing:


Botem na reguinha e sigam quem deu lugar a quem.
O destaque mais relevante para o campeonato já comentamos: Hamilton comeu mosca e não deu conta de segurar Verstappen. Essa ferida aberta seria crucial para entender o que o inglês fez no domingo. 
De resto e ainda não comentado, Sebastian Vettel teve um sutil avanço: de décimo a oitavo na corrida sprint. 

Detalhe (confuso) que precisamos ter em mente para as próximas etapas Sprints: é o vencedor dela que é considerado o pole position. Nesse caso, gritar na TV e dizer que o Lewis Hamilton foi genial na sexta-feira foi gasto de corda vocal. Max Verstappen é o pole de Silvestone 2021. Fim de papo.

A segunda tabela é da Sprint para a Corrida:


Em uma coisa Christian Horner estava certo: Hamilton foi desesperado ao atacar Max na largada e ter dado no que deu. 
Incidente de corrida, sim, no entanto, com consequências pesadas (e que, graças a Deus, não foram graves). Apesar de Max ter sido lançado na barra de contenção de pneus à 53G de impacto, ter ido ao hospital e ter que passar por todo um protocolo de exames, tudo ficou bem.
O que extrapolou aí foi o pior lados dos homens. Tanto dele, quanto de Lewis, e muito mais dos fãs de cada parte envolvida na confusão. 

A FIA irá reavaliar o acidente. A notícia saiu hoje. O lance poderia ter ficado nos 10 segundos cumpridos por Lewis na corrida e os 2 pontos na superlicença. No entanto, a Red Bull quer mais e irão apresentar outros argumentos na quinta-feira. 
É bem capaz que sancionem uma punição ao holandês...

A premissa da equipe até tem uma razão de ser, embora muita gente discorde: Hamilton  não comprometeu a corrida do Verstappen. Ele acabou com ela e tomou a vitória. 
Sabendo que "e se" não existe nesse caso, o que fica é que a punição de 10 segundos foi irrelevante, pois ele não teve prejuízo algum. 

Eu vou insistir e peço que não venham me dizer de novo coisas que eu já sei. 
Existem 3 questões aí:

1) Hamilton não estava em vantagem, nem com o carro de lado para ser isento de culpa da dureza que foi, sabia das consequências do ataque. Ele não teria dito depois do GP de Baku que não ia ser mais "bonzinho"? 
2) Max não ia aliviar porque ele não é desse feitio. Ele é um cara duro e bem turrão. Além disso, ele tinha meio carro à frente no momento do toque;
3) Os dois sabiam o que estavam fazendo. Um deles, é experiente e tem 7 títulos mundiais...

"Win or wall" é para caras duros e loucos como Max? 
O heptacampeão não é o cara inteligente cujo psicológico é inabalável?

Se bem lembro, nunca ninguém engoliu que Sebastian em 2017 ou 2018 tenha sido sincero no respeito em disputar com Hamilton. Há quem o rotulou de falso, ao passo que se Lewis o defendesse de alguma coisiquinha e exaltasse o talento de Seb frente às inúmeras críticas que vinha sofrendo, o pessoal faltava babar colorido sob o inglês. 
Quando se está por cima, é fácil mostrar magnanimidade. 

Pois é agora que a gente vê o pior lado dos caras -- seja nas declarações pós acidente, seja nas atitudes desesperadas na pista. 
E eu sei que é difícil admitir que o cara que você admira, que tem tantos fãs, que é politizado, bonito, popular, consciente e "modernex", tenha saído dos trilhos. É mais comum achar que o molequito doido e com a cara de poucos amigos, tenha sido o culpado. 

Destaques da corrida:

Se colocarmos as reguinhas ali, veremos bons trabalhos de alguns. 
Leclerc finalmente fez uma boa corrida, na qual eu realmente acho digno de aplausos. Quem disse que ele teve pódio caído no colo não estava prestando atenção.

Discordo também que Bottas tenha feito pouco. Criticaram ele por ter ficado atrás de uma Ferrari, mas Lewis só conseguiu passar à duas voltas do fim. Não havia tanto tempo e o foco era a corrida do Lewis. Deve ter sido uma surpresa para o pessoal da Mercedes quando viram Bottas em terceiro e no pódio. 

Norris e Ricciardo um próximo do outro é tudo que um fã da McLaren quer ver. 

Sainz fez outra boa corrida, e na medida do possível, sair da 11ª posição e terminar na 6ª não é tão ruim. Mesmo assim, não houve o devido crédito, de novo.

Alonso seguiu em sétimo, pescando mais pontos e aos poucos, volta a dar "insights" do antigo Fernando Alonso. 

A Aston Martin tem sorte de ter Vettel, que é um grande cara, mas ele não teve sorte no domingo. No seu lugar, ficou o Stroll, então o prejuízo da equipe não foi dos piores. 

Ocon e Tsunoda fecharam o top 10 da corrida. 

Foi a primeira vez que o Yuki ficou na zona de pontuação e à frente de Pierre Gasly na temporada. 
E foi a primeira vez também que Mazepin terminou uma corrida a frente de Schumacher, aparentemente sem polêmicas.

Fiz uma tabela de placar de corridas, que nem se faz sobre classificações. 
Considerei apenas as corridas em que os dois de cada equipe estavam na pista, ou seja, Baku e Silverstone não deram pontos no placar para Pérez, pois Max não chegou até o fim. Essa tabelinha ficou assim:


Aí as coisas "estranhas" saltam aos olhos. 
► Vemos que a Mercedes tem problemas de constância? 
► Que a Red Bull tem o melhor carro, mas é só para o Verstappen?
► Que Ricciardo deixa a desejar mesmo? 
► Que a Aston Martin e a Alpine são discrepantes? 
► Que a Ferrari, a Alpha Tauri e a Williams tem piloto que manda mais?
► Que na Alfa Romeo, um é das classificações e o outro, das corridas?
► E na Haas, pode ter dinheiro, mas o que vale é sobrenome?

Vai saber?

Indo direto às perfumarias, para deixarmos o "take a take" dos pontos no campeonato para outro dia e a parte 2. 

Tivemos uma volta rápida na corrida, marcado pelo Sérgio Pérez, mas não foi entre os 10 primeiros e foi ponto desperdiçado: 


O placar de voltas rápidas temos:
Max Verstappen com 4 (Espanha, Azerbaijão -- não computada --, França e Áustria), Lewis Hamilton com 3 (Emilia-Romagna, Mônaco e Estíria), Valtteri Bottas (Bahrein e Portugal) e Sérgio Pérez com uma, nessa última. 
Dos 5 pontos extras que a Red Bull poderia contar de galo, apenas 3 foram para a conta. Já a Mercedes guardou os 5 conquistados pelos seus pilotos. 

E tivemos mais uma escolha de piloto do dia para Leclerc. Dessa vez, ele bem que mereceu:


Só não deu para entender a escolha do Lewis, em segundo. Com aquela largada? Nem entendi os votos para Max. A não ser que tenha sido porque ficaram com pena dele ter ido para o hospital e tudo o mais, é sempre estranho quando se escolhe um piloto que nem estava na corrida. 

Pior do que estes dois foram os votos para Norris - que fez uma corrida normal para o seu padrão do ano e Pérez, que na verdade tinha que receber um redondo 0. 

Em 10 corridas, temos, escolhido duas vezes o piloto do dia:
 
► Lando Norris, Sérgio Pérez, Sebastian Vettel e Charles Leclerc;

Apenas uma vez: 

► Lewis Hamilton e Max Verstappen. 

Como está o campeonato depois de Silverstone? Bem aberto. E é por isso que o pessoal da Red Bull ainda não engoliu o acidente entre o seu piloto e o rival. 
Mas a gente fala disso, mais no fim da semana... 

Abraços afáveis!

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