Temporada 2021: Grande Prêmio de Mônaco

Mônaco. 
Um dos GPs mais tradicionais da F1. O mais glamoroso, também. 
Ano passado, por razão da pandemia, não aconteceu.
Neste ano, com a situação apenas um pouco controlada, já se poderia falar em corrida por lá. E ela aconteceu, ontem.

Mônaco é o único GP do calendário em que os treinos livres acontecem na quinta e não na sexta. O motivo? O dia da Santa Devota fazia com que as ruas de Mônaco fossem tomadas pelos fiéis homenageando-a. Não ia dar certo ter uns carros barulhentos atrapalhando essa festa. 
Eu escrevi o tempo verbal certo: "fazia" - o dia dela é 27 de janeiro, portanto, não bate mais, já há algum tempo, com o fim de semana de GP no Principado. 
Então, porque permanecem com o salto da sexta-feira? Por tradição.

Talvez seja bobagem e não nego que seja um pouco, permanecer com a programação em Mônaco, dessa forma. Bagunça os nossos afazeres - já é complicado trabalhando ou estudando, acompanhar TLs na sextas, que dirá às quintas - e faz com que a gente se confunda com o dia da semana em que estamos. 

De uns tempos para cá, Mônaco não tem sido mais unanimidade entre os fãs. Nem é porque a "geração nutella" tem um monte de ressalvas bestas com relação à circuitos mais antigos que os pais deles. Eles tem motivos idiotas quase sempre, só que não é o caso. Não gostar mais do circuito configura-se numa insatisfação que é própria da atual F1, e não um problema da pista: os carros de hoje, são muito maiores e mais largos, o que dificulta muito a ultrapassagem no circuito de ruas muito estreitas. 
Resultado: os carros fazem curvas "quadradas" e se monta uma grande procissão (aí sim, uma homenagem à padroeira Saint Dévote?) com poucas ou nenhuma ultrapassagem - nem com auxílio da DRS. 

Foi esse o resumo de ontem? Sim, de algum modo. Mas é possível destacar pontos diversos sem ficarmos naquela pasmaceira que foi a transmissão. Opto por dar os destaques mais amplos e deixar de lado a repetição de assuntos.

No sábado, tudo que arregalou os olhos do pessoal - pelo lado positivo - foi o fato das Ferraris virem forte, desde quinta, e inclusive com chances de pole. Eu realmente duvidei um pouco, mas isso não importa. Fato é que sim, tanto Charles Leclerc quando Carlos Sainz estavam com chances de largarem na frente e quiçá, vencerem a corrida. 
Charles teve algum problema no TL1, na quinta, que me escapa o motivo. Dando apenas 4 voltas, todos se lembraram que o garoto não se dá bem com o circuito do quintal de casa. A zica voltaria a importunar? Não se sabia. No TL2 ele fez o melhor tempo e colocou uma grande expectativa em torno de sua performance para a classificação.
Havia o arregalar de olhos - desta vez, negativo - para o comportamento da Haas. Por surpresa, o personagem em questão não era Nikita Mazepin.
Mick Schumacher bateu no TL2 e no sábado, no TL3, danificando o carro a ponto de ficar de fora da classificação. Foi de cortar o coração a frustração do menino, mas acontece.
Em Mônaco, carros instáveis sofrem mais do que os outros. Na tentativa de acompanhar o ritmo dos demais, o risco de cometer erros irreversíveis é grande. Kimi Räikkönen deu essa dica na quinta-feira, em coletiva: não destruir o carro, ou poderia perder a corrida. Sem dúvidas, Kimi estava coberto de razão.

Enquanto se montava uma bancada de críticas com quem não devia ou talvez, não merecesse tanta "atenção" assim, a transmissão focava no achismo, salvo apenas pelos comentários de Celso Miranda.
No entanto, se lá não disseram o porque de Mônaco ainda ser possível numa temporada de F1, mesmo que "corrida" fosse o que menos acontecesse neste circuito com carros parecendo verdadeiros Titanics, era preciso lembrar que algumas falhas dos pilotos (todos possuem, não existe gênio), transparecem justamente lá. Seja na inexperiência ou na falta de visão, elas podem dar as caras e é preciso saber lidar com elas - e poucos sabem, como poderemos ver pelos comentários pós corrida. 
São em momentos como estes que, no extra pista, se mostra o lado bom ou ruim, de si mesmo. 

No Q1, já se sabia que Mick era o último, portanto quatro deles, ficariam de fora. Foi aí que começamos a questionarmos o retorno de Fernando Alonso à categoria. Ainda que exista o benefício da dúvida, pois Esteban Ocon já está "adaptado" à equipe que é francesa como ele, Alonso não. Cada dia mais fica difícil afastar a ideia de que Fernando não estaria mais apto a correr na F1 e deveria ter abandonado a opção de retorno.
A transmissão atribuiu à Alonso "um salvamento" de Sebastian Vettel, na beira de nem ir ao Q2. Em condições normais de informação, eles deixariam de criticar o alemão por implicância para explicarem que a Aston Martin estava demorando muito para soltá-lo na pista. Talvez quisessem evitar um pouco de tráfego. 

No Q2, duas decepções: Daniel Ricciardo ficou no P12 e Kimi, no P14.
Empolgação: Giovinazzi passou para o Q3 e Vettel, também. O silêncio sobre essas duas coisas, na Band, era de se esperar. Informar jamais! Vamos é gritar bobagens...

Sainz parecia um pouco mais confortável que Leclerc, no entanto, tudo apontava para o queridinho da Ferrari. Ou ele, ou Max Verstappen, faria a pole.
Perceberam que cheguei no Q3 e eu não falei nada das Mercedes, sobretudo a do Lewis Hamilton? 
Pois então.: A razão disso é que ele estava não estava fazendo nada. Até Valtteri Bottas estava muito melhor por ali do que o Rei da Pole Position. Inclusive, Bottas ameaçou a pole e Lewis, não.
Curioso. 
Não era à toa que já havia condenado o lance das asas traseiras da Red Bull... Mas também vamos ser justos aqui: se para muitos, Mônaco é lugar de desafios, de poucos erros e técnica apurada para largar na frente é necessário. O pessoal que o defende sempre, dizia que ele ia fazê-lo só quando realmente fosse necessário.
Ah, mas em Mônaco isso poderia ser complicado. E rádio coach nas corridas, provavelmente não resolveria problemas particulares.

Faltando 17 segundos, Leclerc que já tinha a pole, mas errou e bateu na Piscina.
Anti-clímax total, frustração até do Sainz que disse no rádio que era muito injusto. 
E era mesmo.
Brotou até teoria da conspiração: teria a Ferrari e Leclerc feito de propósito para assegurar a pole? Defensores da equipe saltaram das moitas em que estavam escondidos até o GP passado para esbravejar que a Ferrari não colocaria em risco uma possível quebra no câmbio por uma pole que não vale nada. Fazia sentido. 
Assim, os 10 primeiros foram: Leclerc, Verstappen, Bottas, Sainz, Norris, Gasly, Hamilton (há!), Vettel, Pérez e Giovinazzi. 

Fomos para a corrida sem saber muito bem qual seria a situação de corrida do Leclerc. A Ferrari ficou no mistério: assim como o gato de Schrodinger, a caixa de câmbio podia ou não podia estar danificada. Só iam falar sobre, no domingo, o que levantava ainda mais suspeitas. 
No domingo, em pouco tempo disseram que não havia problema no câmbio, mas não vistoriaram o sistema todo de transmissão... Assim, optaram por nem deixar ele correr. Assistiria a corrida dos boxes, e dava para dizer, de casa, que devia ser, a poucas quadras dali.

A questão era: se Leclerc aceitou a maracutaia improvável para manter a pole, pagou, caro por isso. A sua reação o fim da corrida, dariam a letra que sim, estava conivente, porque aceitou todas as amarrações da equipe, como os italianos gostam. O lance é, como se trata de Ferrari, se houve mesmo uma malandragem, ela saiu pior que encomenda. Não é o caso obviamente. Foi só a Ferrari sendo Ferrari. 
E, ao contrário do que eles teriam feito, caso Vettel ainda fosse o piloto deles, haviam a possibilidade de se salvarem do prejuízo total, não errando com o Sainz, que tinha boas chances de pódio, terminando m terceiro. 

Com o lugar da frente vago, iniciamos a procissão de carros enormes em becos estreitos. Max assegurou-se de deixar Bottas em segundo e manter ritmo para permanecer na frente por 78 voltas. 
Depois disso, no máximo o que a gente pensava que era o mais "anormal" de todo o processo, era Mazepin usando os limites da pista. 
As paradas dos boxes poderiam dar algum tom de mudança na corrida que estava morna, até então.

A Mercedes parou com Hamilton, que já começaria dali a chiar por suporto erro estratégico. Vai para 14 anos e o homem não sabe ler uma decisão da equipe. São 6 anos de convívio com os caras da Mercedes e ele reclama de todas as decisões mesmo quando está na frente. E esgoela desmedidamente quando está no meio do pelotão. 
Pneus duros nele - compostos mais lentos, mas os que menos desgastariam - não dariam chances dele ultrapassar alguém. Mas não havia essa possibilidade mesmo quando estava com pneus de faixa amarela. Mesmo assim, colocavam em dúvida nessa decisão e davam a deixa para alguém escrever um parágrafo com o tútulo: "Max vence e Mercedes erra com Hamilton". 
Pela volta 33, em seguida, Bottas fez a sua parada. A porca ficou presa e não conseguiram tirar o pneu, e o então ele foi caindo posições. Foi o abandono mais patético que lembro de ter visto. Nada me parecia tão propício: Bottas estava muito bem na corrida, pressionando Verstappen e até fazendo voltas rápidas. Isso devia deixar os protetores do Hamilton furiosos. Como num passe de mágica, a roda prendeu e a pistola não funcionou. 
Toto Wolff, mais tarde, diria que foi culpa do próprio Bottas. Ele teria feito a parada cedo demais. 
O nome disso é humilhação. Injustificável e podre, mas uma baita humilhação.

Esquecidos e dando de ombros para o segundo piloto deles, Hamilton era o foco. A gritaria ia ser feroz. Ele perdeu tempo para a concorrência, que também trocaram para pneus duros. A questão é que o "rei da administração de pneus", só é rei de cara pro vento. Sempre disse e reforço isso, pois nunca parece o suficiente. 
Assim, depois de uma parada melhor, Vettel voltou em quinto, e Gasly, voltou para o sexto, deixando Hamilton ainda sem Bottas (ou Leclerc), no sétimo lugar da classificação. A frustração deveria ser enorme e a gente deveria ter aproveitado ao máximo, pois, infelizmente, alegrias como essa durariam pouco.

A corrida voltou a monotonia: Verstappen, Sainz, Norris, Pérez, Vettel, Gasly, Hamilton, Stroll, Ocon e Giovinazzi eram os 10 primeiros.
Destaque para Pérez beneficiado pela boa estratégia da Red Bull para ficar mais próximo possível do companheiro. Um salve para Norris que teve bom ritmo de corrida, se beneficiando da saída de Bottas para retomar a terceira colocação no campeonato e ter a chance do seu segundo pódio no ano. E Gasly que colocava Lewis no bolso, volta após volta. 

Atrás deles, o pessoal não fazia melhores coisas. No máximo, Kimi, que havia ganhado três posições na largada e mantido ritmo semelhante ao companheiro de equipe, que marcaria o primeiro ponto da Alfa Romeo (depois da punição idiota do Kimi em Ímola, poderia ser o terceiro ponto...).

Finalmente, a Aston Martin fazia corridas boas. A experiência de Vettel se fez valer em Mônaco e ter passado para o Q3 foi crucial e importante em relação à Stroll, que andou cometendo uns errinhos no domingo, mas ficou por isso mesmo. 
O P5 de Vettel teve sabor de vitória e pode contribuir para retomada de sua confiança, mas é importante não criar expectativa, pois tudo pode dar errado nas próximas etapas. A Aston está a passos miúdos. 

No fim, Lewis fez outra parada e colocou pneus macios para conseguir a melhor volta e um ponto extra. Era óbvio que iria conseguir.

Não foi a corrida mais eletrizante do ano. Longe disso. Mas o seu resultado é preponderante para delimitarmos questões cruciais:
Verstappen está pilotando lindamente. Pena que, fazer o primeiro lugar e o seu rival, o sétimo, tenha colocado pouco ponto de diferença dele, na liderança.
Sainz se beneficiou da "não birra" da Ferrari com ele. Por ser segundo, ainda não tiveram motivos de prejudicar as sua chance de pódio, ontem. Mas se Leclerc estivesse na pista, duvido um pouco que teria acontecido tanta "festa".
Norris está amadurecendo como piloto e é sempre interessante de ver isso acontecer, desde o começo. Pérez foi colocado na equipe para ajudar o Max contra a Mercedes. Ainda não mostrou essa habilidade toda de ajudar a RBR, mas ainda que eu já soubesse disso, não há questão que não seja opinativa que diga que ele não seja capaz.
Finalmente podermos ver Vettel sendo Vettel mais uma vez e Gasly mostrando talento que poucos teriam em equipes como a Alpha Tauri. 
Hamilton sem que peguem na mão dele ou façam por ele, é no máximo um piloto como muitos outros. Stroll, Ocon e Giovinazzi completaram os 10 primeiros, mas nada muito grandioso pode ser dito sobre eles, além de Antonio, que se deu bem em Mônaco. 

Ah, claro, a tabela está melhor do que já esteve nos últimos anos. Mas sobre isso, falaremos outro dia, como sabem! 

Deixem as suas impressões da corrida. ;)
Fiquem bem e abraços afáveis!

PS: Hoje, às 20hs, tem live no canal do Clube da Velocidade!

Comentários

Mário Paz disse…
5 provas disputadas, Max lidera o campeonato por pequena margem, surpreendendo a favoritaça Mercedes e a própria mídia, que já havia sentenciado que o holandês “sentiu”, que acumulava muitos erros e a excelência de LH estava no auge, um Deus nas pistas...mas felizmente as disputas no asfalto estão se lixando para narrativas divinas e historias heroicas saídas da cabeça de jornalistas torcedores e “ceguidores” fiéis, para os quais o seu piloto definitivamente não é desse mundo. Dessas 5 provas, quais podem ser consideradas as mais atípicas ? Ímola com pista molhada e Mônaco por suas características peculiares é claro...mas olha só que coincidência, as duas que o LH não venceu ! E aquela bandeira vermelha hein...
Minhas notas sobre o GP
1 – Já dá para aquelas agências checadores de fatos darem o veredito sobre essa ideia que volta e meia assola o paddock : “Lewis gosta quando alguém lhe desafia e ele pode elevar seu jogo e blablabla...” FAKE !!!! seu azedume quando tem concorrência é escancarado
2 – Esse Lecler é azarado, pelamor...a pole mais vantajosa do campeonato é a de Mônaco, provavelmente será a única do ano conquistada pela equipe, e o cara não consegue largar por um problema que...não teve nada a ver com a batida! Pelo menos é o que diz a equipe
3 – Dentro desse contexto, explico porque sou mais o Charles do que o Sainz...ele tenta andar mais que o carro, comete erros acima da média, é protegido na Ferrari, mas ele faz algo que o Carlos não consegue : empolga ! Já disse que não entendo o incenso com o espanhol, é um bom piloto quando anda sozinho, mas ele tem o estranho hábito de passar despercebido, faz a sua corrida na dele e nunca aparece, para o bem ou para o mal
4 – Nunca fui simpático ao Vetel...”peguei implicância” quando ele e kimi correram juntos, e o finlandês foi explorado quase ao nível da subserviência na Ferrari, além de ter algumas corridas arruinadas/atrapalhadas por excesso de otimismo do alemão...mas é preciso ser honesto, a campanha de difamação promovida pela imprensa contra ele foi vergonhosa, este ano queriam sua aposentadoria compulsória mesmo com poucas provas disputadas...e tudo começou lá atras em 2017, quando um certo LH começou o seu “lobby do carro inferior”, tese amplamente aceita e fomentada pela mídia...então foi um ótimo e merecido quinto lugar
5 – Ricciardo em crise existencial, marcando consulta com o terapeuta e esbravejando com o nariz escorrendo “me deixem em paz” ! taí algo que me surpreende, não esperava toda essa dificuldade dele com Norris, principalmente porque eu acho o Lando um bom piloto mas sem estofo para desenvolver uma superioridade sustentável e duradoura sobre o RIC, um piloto que ainda não vi tirar mais do que o carro permite...ainda acho que essa balança vai virar a favor do Ricciardo
Manu disse…
Oi Mário!
Precisamos de mais pistas atípicas para reforçarmos ainda mais que Max está indo bem e isso está afetando o "genial" Lewis. Quem diria?
Sobre as suas notas:
1- E o pessoal lá está querendo checar e constatar que LH é mau perdedor? Jamais...
2- Sim, Leclerc é muito azarado em casa. Na verdade, pista de rua não é com ele. Em Baku, ele tbm não engrena. Mas nem vou comentar muito sobre isso, para não atrair "zica" no próximo GP.
3- Concordo com vc, Leclerc anda mais que o carro e por isso é mais sucetível a erros como aquele. No entanto, a Ferrari é tbm uma barata tonta... (Acho que era o que acontecia com Vettel e pouca gente entendeu, tbm). Mas vc está correto qt ao Sainz, é um cara que está ali, faz alguma coisa boa ou não e nossa sensação com ele permanece a mesma: beirando a nada... Coitado.
4- Até entendo a sua implicância com o Vettel. Eu via como uma aceitação do Kimi por essas condições, e uma indisposição de exigir coisas na Ferrari e acabar causando intriga. No fim, talvez Vettel tenha pagado caríssimo por isso qd trouxeram Leclerc para ser seu companheiro. Esquecram dele mais do que esqueceriam se era o Kimi. No entanto, se até vc que tem certa implicância com Vettel reconhece que a imprensa exagera com a campanha de difamação... Eu acho simplesmente, absurdo, mas não surpreendente. Esse pessoal força a narrativa a qq custo!
5- Concordo com vc em relação ao Ricciardo. Ele é um dos poucos pilotos cuja unanimidade entre os fãs de F1 é de considerá-lo muito bom. Não sei o que há com ele ainda, mas é necessário que ele tome certo protagonismo que lhe é por direito. Vamos torcer que seja logo...

Obrigada pelos comentários como sempre! Abração!
Mário Paz disse…
Kkkkk minha implicância pelo Vetel é passional, ele é gente boa...como eu sou longevo nesse ofício de olhar as baratinhas correndo, eu vi a estreia do Kimi na Austrália em 2001, ele conquistou um ótimo sexto lugar com uma Sauber meia boca, tinha zero de experiência e um talento incrível, um fenômeno das pistas. Mas então porque Kimi não "aconteceu" como LH, Alonso e Vetel na F1, já que tem só um título e menos de 1/3 das vitórias deles ? Simples, porque Kimi não quis ! Deliberadamente e conscientemente, ele se recusou a viver aprisionado na cela mental dos grandes campeões, onde tudo gira e se alimenta de competição, e pior ainda, exigido pelos chefões das equipes, pela mídia e pela torcida, até a última gota de suor e energia...eu apostaria sem medo de que Kimi apreciava muito mais competir sem essa obrigação de ser campeão e até hoje eu penso que aquele "apagão" que ele teve em 2008 foi uma auto retirada da luta, uma espécie de "chega", "já fui campeão ano passado, não vou agora ralar todo ano, onde fica o prazer de pilotar" ? Então Kimi provavelmente via com bons olhos o Vetel trabalhando duro e horas intermináveis de reunião com engenheiros, enquanto ele era deixado em paz para apenas pilotar...Kimi sempre se recusou a encarar as pistas como um trabalho, ele queria e ainda quer curtir e ter prazer, então esse é o verdadeiro racer, aquele que ama o esporte, que corre para sentir o "vento na cara", e isso o torna um dos grandes da categoria, o verdadeiro espírito do automobilismo
Manu disse…
Sem dúvida nenhuma, Mário! Achei fantástico a sua colocação sobre o Kimi e acredito, como fã dele desde esses tempos de 2001, que de fato, Kimi gosta de estar num carro e não no holofote de campeão.
E talvez, ele sempre teve uma boa relação com Vettel pois ambos são um pouco parecidos nisso. Digo essas coisas, pois, pelas obrigações e situações de pressão, Vettel já deu sinais de que, se não for para estar trabalhando junto com uma equipe, e isso ser significativo, ele prefere ir cuidar da sua vida particular com filhos e fazenda.
Kimi na Alfa é muito mais livre e solto; percebe-se um prazer latente em estar na pista pelo simples fato de entrar em um carro, e um desconforto de 20 anos com o blábláblá da imprensa. Por isso ele dura na F1 tbm, creio. Ele vai lá e faz, sem choramingos e levando as coisas de forma muito mais simples. Os chefes deveriam amar isso.

Adorei seu comentário! Vc articulou a impressão do Kimi de forma muito mais contundente do que jamais faria. Fantástico!

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