Escolha: Qual a música tema de casal mais enjoativa do cinema?

Hoje, liguei a tv na hora do almoço e caí num canal em que passava "Ghost - Do Outro Lado da Vida". E me lembrei da música. 
Se dá para resumir o filme em poucas palavras é "muitos gritos, choro e sofrência". Os dois últimos sentimentos, sempre com a música tema - seja ela na forma original, seja na instrumental - ressoando ao fundo.
Quando passa um certo tempo - e faz um certo sentido com filmes dos anos 80 e começo dos 90 - alguns filmes, apesar de ter seus roteiros bobinhos, tornaram-se cult. É o caso de "Ghost". É bem meloso, vejam bem: Um casal apaixonado está voltando de uma encenação de "Hamlet" (Coincidência? Acho que não...) e o personagem de Patrick Swayze é morto num assalto. Sem ter "ido para a luz" e como fantasminha camarada, Sam percebe que namorada, Molly (Demi Moore) corre perigo também. Para avisá-la, ele procura uma médium (Whoopi Goldberg) charlatã para proteger a amada e intermediar a resolução do caso. Bizarrices a parte, tem até um sutil "terê-tetê" sobrenatural entre o casal - a tal cena do pote de argila que era para ser sexy e romântica mas, algumas sátiras dessa cena deixou tudo mais engraçado, afinal, percebendo o lado cômico dessa tentativa, é oficial que excesso de romance - até sobrenatural/transcendental que seja - pode ser bem brega se não souber dosar.
Lembramos da música do Righteous Brothers?


Famosa? Demais! Eram tempos em que as músicas de filme tocavam incansavelmente nas rádios. A cultura popular deixava com que todos soubesse do que se tratava quando ouvissem. Podiam não saber o nome da banda, mas "é a música do gôusti" repetiriam sempre que perguntassem.  
O filme, de 1990, uma era em que se tinha computadores e internet, mas não tinha essa potência de informação rápida, sabíamos mais das coisas, do que hoje com acesso à inúmeros portais de notícias e de informação.
Mas o "ooooooh, myyyyy loooove...my daaarling..." ecoou tanto na nossa mente que sobressai o roteiro fraco, ganhou status de filme romântico conhecido e bomba até hoje, como disse, com jeitão de cult.
Porém, é para ter ciência: a canção é enjoativa pra chuchu.

Ter uma trilha romântica para uma cena romântica acometeu até filmes com a trilha mais elaborada, que optou por ter uma música para o contexto geral do filme, e um romance para apimentar a história. Eis o caso de "Top Gun" de 1986. Oposto de Ghost, tem um trilha legal, "Danger Zone" de Kenny Loggins toda vez que os pilotos estão em ação. E é boa. 
O roteiro nem é tosco para anos 80, mas tem pontos das quais a gente esconde as risadinhas atrás da palma da mão: Pilotos treinam em uma escola no afã de refinarem suas habilidades como pilotos de elite americanos. Maverick (Tom Cruise) é prepotente, irresponsável e provocativo, mais especificamente com Iceman - que não é o Kimi Räikkönen e sim Val Kilmer. Ele não só quer atenção dos colegas e treinadores como busca a atenção da treinadora de voo, Charlotte com quem tem um romance meio proibidão. Maverick enfrenta dilemas para "amadurecer", no meio do longa: a perda do amigo numa das simulações de ataque, e as punições da instituição com atitudes desmedidas.
Algumas interpretações dão conta de uma relação homoafetiva entre Maverick e o amigo e até mesmo uma tensão sexual entre o personagem de Tom e o de Kilmer. Mas só se enxerga essa ideia quem quer.
A música do casal Maverick e Charlie no começo do filme, na paquera do bar, despretensiosamente  é "The Loving Feeling" do (de novo!) The Righteous Brothers... 
Mas a cena mais quente do casal é entoada por uma canção mais contemporânea ao filme:



Da lista, é bem capaz que seja a menos chata. Brega, sebosa e portanto, pode ser enjoativa, mas nem de longe a pior. Pois, senhores e senhoras, o pior sempre está por vir.

Pensando nessa ideia de canções tema que saltaram dos filmes até mais conhecidas que até mesmo os longas das quais compõe, veio à mente: "O Guarda Costas".
Pausa para dar risada com meme de internet de gente desocupada e maldosa: clique aqui.
Por essas e outras, a gente já não levava a sério a música que foi tocada aos montes em 1992 e nos seguintes do filme. O roteiro nem é tão bobo quanto "Ghost", mas não tem nenhuma cota de química entre os envolvidos, uma vez que Kevin Costner - não se sabe se por falatório midiático, ou por preconceito latente - não beijou Whitney Houston no longa. A história peca num ponto bizarro: uma cantora pop tem um obsessivo em seu encalço. Até aí tudo bem, um pouco de drama exagerado talvez. Mas o empresário achar umq excelente ideia contratar como segurança um ex-agente do serviço secreto? Aí brincou, não? 
Ah sim, eles acabam se apaixonando, embora não haja nenhuma mais "caliente" entre a cantora interpretada pela realmente cantora Whitney Houston e Kevin Costner, como já mencionei. 
PS: Tô avisando que Houston era cantora porque tem muito "adolescente" fã de Pablo Vittar que está achando que cantor homossexual é invenção do ano, então, vai que eles descobrem que a Whitney Houston era cantora também e sai publicando no Twitter como se fosse novidade? Todo cuidado é pouco e a tia Manu aqui também quer informar. By the way, Costner é só ator, não é ex-agente secreto. #JustSaying
Só para visar também - pois não faz muito tempo que vi uma publicação de uma conhecida dizendo que estava assistindo "Dirty Dancing" e estava oficialmente apaixonada por Patrick Swayse e falando dele como se estivesse ainda entre nós -, aqui vai: Tanto Swayse quanto Houston já partiram dessa para melhor, não se assustem.

Retomando: "I Will Always Love You" se tornou hit pelo filme e é a música mais famosa de Whitney - obviamente. Uma canção que pode ser bem interpretada, romântica, mas que se tocada à exaustão torna-se enjoativa, talvez menos que a do "Ghost", mas em certa medida, pode ser descartada no mesmo saco. É muita súplica para pouca beleza, se pararmos para pensar direito.

Quando os anos 90 estavam acabando, lá em 1998, há exatos 20 anos, estreava por aqui "O Titanic" - aquela megalomania de filme, com um romancesinho xoxo e piegas. A história dá conta de um cara pobre e uma ricaça - comprometida, vale dizer - que se apaixonam e vivem um romance na primeira viagem do maior transatlântico do mundo, o Titanic. Ela (Kate Winslet) desafia a família e o arrogante noivo para viver as aventurazinhas com o cara pobre, mas bem apessoado, interpretado pelo Leonardo DiCrapio. Pasmem, mas isso ganhou Oscar de Melhor Filme na ocasião. 
O filme teve mais holofote e produção que arte cinematográfica. Construíram um navio que serviu de cenário tão grande quanto o tal de 1912 - detalhe importante que contribuiu para o oba-oba entre os críticos e a academia do cinema premiarem o longa. Teve uma sombra de romance entre os atores, que nunca se sabe se foi rumor, apenas safadeza de bastidores (que deve acontecer mais do que é noticiado), ou marketing para promover o longa - um proto conceito do que hoje o pessoal chama de "shippar" casais.
Fato é que provavelmente seja o pior filme de DiCaprio depois de "Criaturas 3" e é talvez, o filme menos desafiador que Winslet fez na vida, a não ser pelos "caldos" que tomou durante as gravações: sim, James Cameron - o diretor - fez um baita tanque para fazer as cenas do naufrágio e quase matou o elenco afogado com elas.
Tem gente que achou lindo a cena de Jack a ensinar "cuspe a distância" para Rose. Tomando cenas como a cena do pote de cerâmica ou o agente secreto carregando uma cantora pop dos braços, essa do Titanic consegue vencer de tão besta. A cena do casal com os vidros dos automóvel embaçados é conhecida, mas se botamos reparo é um tanto tosca não sendo cômica por um beiço de pulga. 

Pior que a música de Celine Dion fazendo dupla com sua Carne no Nariz (que teve influência ouvindo Bee Gees), é saber que, na tábua em que Rose ficou flutuando no mar aberto para ser resgatada, cabia Jack e ele não precisava ter morrido. A moça rica foi mimada a ponto de perder o pobretão que amava, porque não raciocinou direito. Lembremos da canção, para ficar ecoando na nossa cabeça "near, far, wherever you are":


Desculpem os adoradores, mas temos uma vencedora! Baita música enjoativa essa!

Mas vamos colocar uns panos quentes: Citem, para mim, nos comentários,  um filme, lançado há três meses atrás, uma trilha sonora que tem uma música que está fazendo sucesso... Difícil? Está bem: citem um cantor, uma cantora ou banda que fez uma música para um filme que você assistiu nos últimos 2 anos. Achou? E a canção, faz parte do conhecimento de uma massa de pessoas, ou só alguns colegas e meia dúzia de blogueiros cinéfilos?
É isso. Não tem mais essas coisas, infelizmente. E se tem, não alcança o que essas músicas já alcançaram no mainstream. Os filmes que fazem sucesso hoje com uma música bombástica, pode saber: é canção das antigas "in natura", muitas vezes rasgadas, destroçadas por uma vozinha contemporânea nasal - como acontece para matar a gente de raiva - ou remasterizada com sons tecno/dance. Por isso, panos quentes: estou reclamando do quê? Música ajuda o filme a ficar mais legal e tá em falta criatividade para a galera fazer coisa nova que faça com que os hits nos encantem tanto quanto os longas nos emocionam. 

E vocês, o que acham? Tem alguma canção de filme que vocês não gostam e que não comentei? Digam aí! ;)

Abraços afáveis!

Comentários

Mário Paz disse…
Só tenho um comentário a fazer sobre o post : hilário do início ao fim kkkkkkkkkkk...
Manu disse…
Hehehehehehe...Obrigada, Mário! ;)

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