O frustrante e o lamentável

Por uma belíssima sorte vou poder aproveitar 4 dias em casa e não apenas os dias de sábado e domingo. Felizmente meu professor de segunda feira se tocou que ficar cobrando demais por um projeto de monografia, além de deixar todos tensos, acaba não decidindo a vida de ninguém.
A minha questão nesse sentido está praticamente resolvida. Só preciso resolver um sono ,que tenho passado esses dias, que parece até que fui picada pelo mosquito tsé-tsé. 

Essa semana, tenho escapado alguns minutos das leituras obrigatórias da faculdade e feito algo para aliviar os neurônios. As vezes os meus 3 neurônios - Kimi, Mikka e Lauri - entram em colapso. Há dias, como nas quartas feiras, que dois entram em greve e o que sobra fica saltitando... O jeito é atacar com uma música e fazer um lanche lendo: "Heavy Metal - A História Completa" de Ian Christe.


O livro é um ótimo levantamento em algumas páginas retratado. Parece que falta alguma coisa, mas é uma sensação de quem gosta de saber muito sobre algo, como eu. Muitas coisas parecem comuns, como as histórias num passo a passo cronológico de algumas citações vivenciadas pelo Metallica. Eu sei praticamente tudo ou vagamente uma noção. Poucas vezes surgiu algo de que eu não soubesse. E vou dizer que as poucas que ocorreram ou não faria muita diferença na minha vida (tipo um comentário do Lars Ulrich - bateirista - a respeito do porquê passou a usar cuecas nos anos 90...). Mas tem muita coisa legal que dá vontade de entregar nas mãos de uns pseudo metaleiros que a gente encontra pelo caminho, que se dão por satisfeitos em usar a camiseta da banda favorita e fazê-los ler. Há tempos parei de usar camisetas como uniforme identitário. Primeiro porque rola um preconceito daqueles de deixar qualquer pouco esquentadinho de pá virada. Ficar se justificando que vc não é um ser subversivo e/ou ocultista, dá rugas e cabelos brancos. Segundo porque não é uma simples camiseta que te define como pessoa. Contra essa maré, as camisetas minhas são verdadeiras roupas novas, uso só quando acho que devo ou quando a ocasião me permite. E principalmente para poder ouvir outros sons que não o metal, afinal música boa é música boa indepedente do estilo. Porém é de fato meu favorito o Heavy Metal.
Lendo o livro - e já estou quase no final e devo terminá-lo até esse feriado "prolongado" - me bateu duas coisas injustas que no juízo final eu vou querer bater um papinho com Deus e perguntar: Porque o Senhor não me mandou à Terra em meados dos anos 70? Gente, eu queria ter passado minha adolescência nos anos 80!!!!


Eu nem sei bem porque, mas eu tenho uma vontade louca de ter o cabelo armado, desfiado, e com laquê e me vestir assim:





Primeiro porque meu cabelo ia ficar legal assim. Segundo que o estilo roqueiro na época soava estiloso e rebelde ao mesmo tempo. Tá certo que se criticava o Hard Rock pra chuchu, mas... tem lá seu glamour. Muitos desses caras eram mais bem maqueados que as moças do Vixen, da primeira foto. E quando digo que era criticado antes, continuou sendo nos anos 90 e talvez até hoje. Porém é aquela coisa, estava certo que a música e a criatividade eram o de menos, a preocupação era sempre em torno da imagem e as letras falavam de garotas de banda A a Z. Mas... ah... Quem não tinha na cabeça qualquer música farofa? Não era assim de todo o mau... Se bem que a ramificação do metal favorito tende mesmo ao thrash, que tbm tinha um estilo dos bons, como no caso do quarteto fantástico: Metallica, Anthrax, Slayer e Megadeth:





O estilo dos caras era um pouco mais "macho" digamos assim. Seria melhor que o Hard Rock cheio de panos  presilhas e brilho, mas eu me daria o direito afinal sou mulher. De qualquer forma as bandas em geral que tiveram o seu ápice nos anos 80 tinham estilo muito bom. Podia-se usar esse estilão mais masculinizado e não beiraria uma possível vulgaridade de uma groupie e teria a identidade de uma headbanger. Seria um bom jeito de passar a adolescência.

Como hoje usar jeans colados e jaquetas/coletes? Corro o risco de re-inovar o estilo e sofrer o absurdo de ser associada aos Emos e ser copiada  por eles, se apropriarem e virar essa panaquice que a gente vê constantemente pelas ruas. Não que eu seja a rainha da moda, mas sei que tenho o bom senso. Tenho vontade de usar, mas sei que é uma vontade e não algo para a vida toda porque o tempo passou e moda é quase sempre fútil.
Nasci em 1987 e tenho pavor dessa moda juvenil agora. Essas calças coloridas, esses óculos de grau sem lente, esse cabelos de retardados... Me frustra ainda mais saber que nasci no fim da década e nem pude aproveitar minha adolescência no auge do rock pesado, no auge da moda roqueira, mesmo que ela não fosse comum a cada esquina. Essa é uma das desvantagens da circulação rápida das informações. Ontem os emos vestiam preto e xadrez copiando os pais (os punks - que deles vieram os pop-punk que tem a toda e completa culpa por criarem esses monstrinhos de hoje) e hoje já usam o colorido berrante dos anos 80, deixando o estilo da época tirando do brega, para o demente.
Temo o tempo em que eles roubem e transformem as roupas comuns em estilo próprio e nós, o pessoal com senso crítico ter que ser obrigado a usar só roupas íntimas. É só o visual. Tudo que importa é sua "coloridez" chamando a atenção como placa de neon avisando: "oi, sou um(a) babaca". No fim é tudo futilidade. 
Os cara dos Hard Rock eram bem espertos. Tinham as mulheres que queriam e com um simples riff grudento vendiam milhões. A geração de hoje o que faz? Só corrompe cada vez mais uma juventude que já era fadada ao fracasso. É óbvio que é uma fase, mas eu arrisco dizer que essa é a pior sem dúvida. Nem o axé e o funk são fases tão tensas, pois entendo que pela promiscuidade que está em torno desses cenários, de sensualidade e afins, é um pouco digamos, fácil de assimilar. O ser humano sempre gosta de uma vulgaridade. Lógico que muitas vezes extrapola, mas é assim mesmo. Tudo que é ruim e não presta desperta um interesse.
A fase adolescente de agora é deprimente, triste, triste...
Como não se vive de nostalgia numa situação dessas? Pareço uma velha quando ouço coisas de tempos em que nem nascida era. Faço cara de dúvida quando me falam de anime/mangás, de música de rock asiático, de Lady Gaga, de Restart, deCrepúsculo... Eu não condeno essas coisas a não ser gostar de bandinhas chulés como essas bandas emo. Ler saga Crepúsculo abre caminho para ser um leitor sempre que possível.  Eu mesma li e se fosse adolescente aproveitaria a fase para tornar a leitura uma rotina. Eu mesma comecei com Harry Potter e Senhor dos Anéis. Hoje tenho o costume de ler pelo menos dois livros a cada 3 meses. Ruim é ficar apenas na saga Crepúsculo e se achar um verdadeiro vampiro até quando estiver com 40 anos.  Ruim é se vestir como personagem de mangá e sair para procurar emprego aos 30. Ruim é querer ser um "japinha" roqueiro aos 27 e nem ser descendente. Ruim é achar que a Lady Gaga é criativa,  ter 16 anos e não entender que  no mais o que ela quer ser é polêmica. Como muitas foram, como a Madonna foi e vc nem era nascido. Ruim é extrapolar na máscara virtual que usa e no fim dos 25 anos ter uma crise de identidade.
É a falta de equilíbrio que deixa as coisas assim tão supérfluas e tão estranhas, que dá a sensação que estamos mesmo na era do fim do mundo. Parece que muitos esquecerm que precisarão crescer, não sabem dividir lazer das responsabilidades, do senso de ética e do ter personalidade.

Talvez eu esteja errada, talvez eu esteja com a doença da velhice precoce. Mas é assim que eu vejo as coisas, como uma mistureba de paranóias e idolatrias e se espremer tudo, não sobra o essencial dos outros.

Contar com esse pessoal do futuro para "salvar" o que restará do meio ambiente ou mesmo da política dos países, inclusive e principalmente o nosso, me faz desejar que chegue logo "o 2012". Eu não contaria nem comigo mesma, que tenho lá meus defeitos. Quanto mais esses que vivem num mundo florido de conto de fadas (mesmo que sejam as fadas mais bizarras que se pode imaginar)...

Bom fim de semana e abraços afáveis a todos.

Comentários

Hades (Αδης) disse…
Li esse livro há algumas semana. É um ótimo registro sobre o Heavy Metal. A unica parte, digamos, sem muita necessidade é quase uma mini-biografia do Metallica. Um panorama geral sobre o estilo, todos eles tiveram um destaque na obra, até mesmo o tão escrachado Glam Metal (que, alías, tem muitas bandas ótimas). Indicado para qualquer Headbanger.

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