F1 2018: O que poderia ter acontecido, o que aconteceu e que fim levará (Parte 2)

Dando continuidade ao balanço da Temporada de F1 2018, conforme prometido. Na verdade, o texto foi escrito de uma só vez, mas, dividido em dois posts, pois, virou capítulo, rsrsrsrs... 
Para quem não leu a primeira parte, pode conferir aqui
Seguimos?


Sainz tem nome conhecido no automobilismo, mas pode ser um destes que tudo que se tem para dizer sobre ele para por aí. Foi por dois anos e um tanto do terceiro, piloto da Toro Rosso, uma das apostas meio estranhas da equipe. Depois passou a ser piloto da Renault. Veio para equipe, em 2017 ainda, e correu por ela, nos 4 últimos GPs. Ainda era dúvidas de como seria na "nova equipe" para 2018.

O que poderia ter acontecido: Poderia ter sido bem pior, visto que não era uma grande aposta da STR e logo aceitou proposta da Renault para substituir o demitido Joylon Palmer - outro com sobrenome conhecido e só. Não havia expectativa grandiosa para ele, a não ser para quem confiasse que fosse a melhor escolha da equipe.
O que aconteceu: De fato, não muita coisa. Fez 53 pontos, abandonou apenas duas vezes e fez um quinto lugar no Azerbaijão. Sainz terminou a temporada na equipe, mas ainda vêem algo de muito especial nele, e não se sabe ainda o que pode ser. Talvez os números falem muito, mas não vejo grandes maravilhas no cara.
Que fim levará: Foi o escolhido da McLaren a substituir Fernando Alonso. Talvez, o conterrâneo tenha feito uma propaganda para o colega, mas o que se sabe é que a McLaren teria feito melhor mantendo Vandoorne, pelo menos, já que Alonso queria mesmo sair. Enfim, só o futuro dirá. Sainz terminou a temporada em décimo lugar e de todos, deve ter sido o que mais mostrou interesse em correr pela equipe que já foi grande.

Kevin Magnussen é mais um de sobrenome conhecido, mas nem destes que a gente respeita. A gente até respeita porque o cara é firme na pista. Mas não é dos mais talentosos. É bonito, sim, mas... Beleza não se põe a mesa (rsrsrsrs...)

O que poderia ter acontecido: Poderia ter superado o companheiro Grosjean, botado banca e ficado mais bem posicionado para garantir uma tranquilidade na equipe. A Haas é boa, e tinha e tem muitas chances de ser meio de grid.
O que aconteceu: Conseguiu levar a Haas em boa posição como uma das melhores além das 3 grandes, perdendo só para a Renault. A equipe, por sinal, deve ao trabalho constante de Magnussen  durante a temporada. Ele ficou bem à frente de Grosjean, em nono na classificação geral, somou 56 pontos, abandonou apenas duas vezes e marcou pontos em 11 das 20 corridas do ano. Foi desclassificado no GP dos EUA, por ter consumido mais dos 105kg de combustível permitidos pelo regulamento, mas Grosjean também teve problemas de regulamento - aquelas que só arrebentam do lado fraco. Teve dois quintos lugares, no Barein e na Áustria. 
Que fim levará: permanecerá (tranquilo?) mais um ano na Haas para 2019, com chances de evoluir na equipe e disputar mais posições de meio de grid, como já fez outrora com um "meio" rival, Hulkenberg (já sairam farpas entre os dois, e a repercussão do caso foi um dos lances mais engraçados da atual F1, inclusive) e também, disputar com o companheiro, Grosjean. 

*Pausa dramática*
Aqui fechamos a equipe Haas que terminou o ano com 93 pontos somados, e um quinto lugar, posição altamente favorável para a equipe. Em 2019, poderão disputar diretamente com a Renault novamente, pelo quarto e quinto lugares na classificação de construtores. Talvez, também poderemos contar com a Sauber, nessa briga aí, ou pelo menos, muito próxima à elas. A conferir...
***



Confesso que quando Sergio Pérez chegou à F1, achei favorável. Mas aos poucos fui perdendo total interesse pelo mexicano. Era fogo de palha. 

O que poderia ter acontecido: Pérez não tinha nenhuma responsabilidade a não ser permanecer mais duro frente o companheiro Ocon. Depois de disputas internas, os dois se estranharam em 2017 e isso apimentou a disputa - mas, só entre eles - eis o grande problema da F1 atual. Parece que existe duas realidades quase conflitantes na mesma categoria. 
Esperava-se que neste ano, as coisas fossem boas o suficiente para alavancar a equipe na forma de espetáculo, mas o "show" foi outro.
O que aconteceu: Sobrepôs Ocon, eclipsou ele de vez, terminou o ano em oitavo e com 62 pontos, contra 49 de Ocon. Não ajudou tanto a equipe, pois após a falência e venda, os pontos da primeira metade do campeonato foram subtraídos da contagem geral, e a antiga Force India, tornou-se Racing Point. (Os pontos contados para o campeonato de construtores foram os do GP da Bélgica em diante.) 
Pérez teve dois abandonos, um no GP francês e o outro na sua própria casa. Sua melhor colocação no ano, foi um pódio, terceiro lugar no Azerbaijão. 
Que fim levará: Pérez conseguiu convencer o novo dono da equipe, sr. Lawrence Stroll em permanecer. Vai ser companheiro de equipe do filho dele, o tal do Lance. Deverá andar bem longe do filhinho - o que não parece ser difícil - para não ter problemas. Isso, se é que a equipe vai chegar a algum lugar com a mudança de comando...

*Pausa dramática*
Como foi dito, a Force India faliu, vendeu-se e foi comprada no meio da temporada. No GP da Bélgica veio uma confusão dos diabos sobre o ocorrido e ainda um nome de príncipe para a equipe, ou seja, comprido "pra cacildis": Racing Point Force India - Mercedes. Os pontos para o campeonato de construtores foram contados a partir do GP belga, e então, foram apenas 52, fazendo-os terminarem em sétimo na classificação. Caso fossem somados os pontos anteriores (contados apenas aos pilotos), eles teriam terminado o ano com 111 pontos, em quinto, rebaixando a Haas à sexto lugar. 
Creio eu que a equipe perderá um pouco no ano de 2019 dando chance a Haas e a Renault de se fortalecerem. Pode ser que disputem diretamente com a Sauber, agora que ela tem uma dupla de pilotos nas quais um é experiente e já foi da casa e um que é novato cuja expectativas são altas. Mas, é só especulação.
***

Nico Hulkenberg mora de pantufas no nosso coração (plagiando Rômulo Mendonça da ESPN, rsrsrsrs...) e todo ano, eu espero dele melhores resultados e o coitado, fica lá, amassando barro, sem muito do holofote que lhe é de direito. 

O que poderia ter acontecido: Ter feito uma senhora temporada que lhe desse chance numa das grandes, mas pelo visto, "nobody cares about Hulk" e isso é uma das coisas mais bestas da F1 atual. Acho sinceramente que o cara merece vaga numa equipe boa para vermos se tem mesmo braço para estar na categoria, mas não há possibilidade disso. Até porque, muito cara descartável tem vaga e para o Hulk só migalhas.
O que aconteceu: Dentro das limitações, a Renault tem um carro razoável, o melhor das equipes de meio de grid, muito pelo empenho dele mesmo. Hulk terminou o ano em sétimo com 69 (pornográficos) pontos e teve muita má sorte caindo no seu colo, como foi na última corrida num acidente desesperador. Abandonou 7 vezes, o segundo que mais abandonou no ano e a sua melhor colocação foi um quinto lugar, em casa, na Alemanha. 
Que fim levará: Permanece na equipe Renault para o ano que vem, mas terá um desafio a enfrentar. Em tese, será a primeira vez que terá um companheiro muito talentoso e com sede ao pote para colocar em risco sua postura (duvido) privilegiada na equipe. Se não tomar cuidado, pode ser superado. Se tomar, será uma injeção de ânimo para mostrar seu melhor e rivalizar Daniel Ricciardo de igual para igual. Pode ser uma briga bonita nas quais, a Renault será muito bem beneficiada. 

*Pausa dramática*
A Renault saiu-se muito bem esse ano, fechando em quarto lugar com 122 pontos. Ainda que muito longe da terceira colocada, a Red Bull, há de se convir que é outro patamar. A F1 não prioriza equilíbrio e isso é bastante contraditório na hora de escrever um texto como esse. Onde lá 122 pontos é bom se o terceiro colocado ficou com 419? Mas é isso que a F1 é, esse desnível, inclusive de investimento. É difícil não aceitar que um teto orçamentário deixaria tudo muito mais divertido. Mas eles lá querem dar diversão? ¯\_(ツ)_/¯ 
Seguimos como está, mesmo reclamando como velhinhas ranhetas e caquéticos nostálgicos. 
A Renault vai para 2019 com uma boa expectativa: foi bem em 2018, dentro das suas limitações e terá dois bons pilotos para a temporada seguinte. Estou particularmente curiosa para que chegue logo 2019, só para ver o que vai acontecer da terceira equipe para trás. Porque digo isso? Bem, os próximos que vou comentar, a gente já sabe o que esperar deles...
***


Daniel Ricciardo é o cara mais simpático da F1 atual. Mas sua carinha amistosa e seus sorrisos fáceis tendem a levá-lo pouco longe na categoria. Quem é formidável, logo é esquecido ou desconsiderado. Mas esperava-se que seu terceiro ano na Red Bull em 2018 fosse satisfatório.

O que poderia ter acontecido: A Red Bull perdeu a mão esse ano, em alguns momentos de corrida e deixou muitas das vezes o protagonismo especialmente no começo da temporada. Por outros anos era de se esperar que em momentos cruciais "atrapalhassem" as decisões de campeonato, e no caso, víamos com melhores olhos que Ricciardo fosse mais bem sucedido que o impetuoso Verstappen. 
O que aconteceu: Ricciardo dormiu com a má sorte. Foi o piloto que mais abandonou no ano, com 8 corridas não finalizadas. A equipe procurou o contrato com a Honda para 2019 e 2020. Essa situação pode ter contribuído para a mudança de Ricciardo para outra equipe no próximo ano, mas não deve ser a única razão, já que ele não teve muita sorte com motor Renault esse ano. 
Ele acabou terminando o campeonato, abaixo das expectativas, com 170 pontos, em sexto lugar, e superado pelo companheiro de equipe. Neste ponto, ser impetuoso contou muitos - quase 80 pontos de diferença - a favor de Verstappen. Mesmo assim, Ricciardo usufruiu de duas vitórias: uma na China e outra em Mônaco - onde largou da pole (assim como largou na ponta, também, no México).
Que fim levará: Irá estrear em 2019 na Renault, protagonizará uma alavancada da equipe com Hulkenberg e devem formar uma das duplas mais fortes do grid. 
Ou, poderá ser uma grande decepção na nova casa. É ainda complicado de prever sem ser baseando-se nos "achismos" ou nossa "torcida".

Sinônimo de capacho na nova edição do dicionário Aurélio, Valtteri Bottas poderia ser muito menos inapto do que tinha sido em 2017, seu primeiro ano na Mercedes.

O que poderia ter acontecido: Bottas tinha - em tese praticamente comprovada - um bom carro em 2017. O melhor do grid, em disparado. Mesmo assim, com a segunda metade do ano ele foi perdendo rendimento. Desculpas vinham e as críticas também. Eu cheguei a defendê-lo, pois para mim não havia forma de um recém chegado botar banca na equipe voltada para Lewis Hamilton. Fatalmente, pouco deveria ser de sua própria incompetência. 2018 seria sua redenção. Precisava ser mais durão, se quisesse que parassem de falar de sua forma de conduzir campeonatos ou compará-lo com Rosberg (que ao menos, ganhou do rei da equipe e chutou a bunda dos dirigentes). 
O que aconteceu: Ele perdeu o direito de ser defendido, se dobrando aos mandos da Hamilton Team sem sequer levantar a voz. Se antes, a gente tinha uma bancada dura de falastrões a defender Rubinhos e Massas, obviamente ninguém se levantou para defender Bottas, que sabia, tanto quanto os outros citados, que seria humilhado na equipe Mercedes. E assim foi. Terminou ainda atrás de todas as Ferraris e uma Red Bull no campeonato, talvez de propósito como um menino birrento. Mas essa birra pode ainda lhe custar a vaga, porque não foi ajudante o suficiente contra o Verstappen ou o Raikkonen. Isso vai ser contado nesse próximo ano, já que é em 2019  que seu contrato vence. 
Aparentemente ele realmente abaixou a orelha para os mandos e mais uma vez, ser bonzinho, na F1, não vale de nada. Seu saldo final é de quinto lugar, 247 pontos, um abandono, nenhuma vitória, 7 segundos lugares - um deles, deveria ser ele o vitorioso, mas abriu passagem para o Rei, sem necessidade prática na contagem de pontos - e teve apenas uma pole position. Inapto, regular, frouxo. Pior? Ainda fortificou a ideia de que a Ferrari era que tinha o melhor carro, pois ele não conseguiu ser o vice... Mas na hora H, trabalhou bonito para tirar da Ferrari o campeonato de construtores, né? ¬¬' 
Que fim levará: Vai para seu último ano de contrato na Mercedes e vai trabalhar como um cordeirinho, sendo segundo em quase todas as corridas ou vai rodar no fim do ano. Vai ser homem e piloto sagaz do nada só para garantir a vaga e atrapalhar a vida da Ferrari, ou falhar e ter a Mercedes e o Hamilton, sem pestanejar em trocá-lo por um outro carpete-capacho-tapete, LAMBE-BOTAS - com perdão do trocadilho. É perigoso, com essa última situação, ter de voltar para a Williams, de onde saiu para fazer papel de trouxa e ser esquecido por lá.




Controverso desde que pisou na F1, Max Verstappen pode até ter me irritado. Tanto que cheguei a dizer algumas vezes que ele precisava amadurecer logo. Volto atrás e digo que acho imprescindível que ele exista na categoria, exatamente do jeito que é.

O que poderia ter acontecido: Esperava que a Red Bull pudesse protagonizar boas corridas desde o começo da temporada. A questão que mais me incomoda é que, geralmente, eles não rivalizam de forma eficaz a Mercedes, pois já está bem claro que com a Ferrari eles importunam faz tempo. No caso de Verstappen ele via nos carros vermelhos como as bandeiras dos touros na Espanha: alvos de ataque e destruição. Eu esperava que ele fizesse da Mercedes, pinos de boliche, em 2018. 
O que aconteceu: Teve um começo morno, mas logo ficou claro que, o carro dava problemas mais com o estilo de pilotagem de Ricciardo do que de Verstappen. Apesar de ter aprendido a conduzir melhor as corridas, ele deu das suas, especialmente no fim da temporada. Nada ainda que justifique que ele seja crucificado. Abandonou 3 vezes, marcou pontos em 17 corridas, sendo que em 11 delas, subiu ao pódio, duas delas com vitória nos GPs da Áustria e México (que poderiam ser três, caso Ocon não tivesse trabalhado bem para a Mercedes). Fechou 2018 em quarto lugar, 249 pontos, e alguns empurrões nos colegas e respostas bem dadas à mídia. Quase - por muito pouco - não passou Kimi Raikkonen na tabela.
Que fim levará: Permanece na Red Bull, agora com um certo requinte, pois tem mais experiência que o "novo-velho" companheiro, Pierre Gasly. Pode agora ser considerado - embora a Red Bull não seja dessas - o primeiro piloto e tem muitas chances de se sair melhor que Gasly no fim de 2019. Mas isso, depende muito mais do comportamento do motor Honda, do que necessariamente, de suas habilidades. Muita sorte ao Max.

*Pausa dramática* 
A RBR então fechou o ano em terceiro lugar no campeonato de construtores. Não surpreende, já que tem sido mais ou menos isso, desde a hegemonia acachapante da Mercedes. Terminaram 2018 com 419 pontos. Irão para 2019 de motor novo e isso pode ser complicado para adaptação. A confiabilidade do motor Honda é obscura. Tomara que tenham feito uma opção certa, pois, perder a chance de ver mais de Verstappen é péssimo para competitividade na F1, especialmente no patamar em que ela se encontra. Sem chances da Red Bull ser a terceira força, a Mercedes cresce muito e Hamilton ganha o hexa na metade do campeonato, pois a depender da Ferrari...
***

Kimi Räikkönen, meu piloto favorito, caso alguém não saiba, tem a minha confiança em sua capacidade. Apesar dos anos, eu só perdi a mania de defendê-lo a qualquer custo, porém continuo sendo fã. Optei assim fazê-lo conforme condiz mais com o que deveria ser um fã de Kimi - fria tanto quanto. 

O que poderia ter acontecido: Kimi teria de fazer de qualquer jeito um bom ano ou seria substituído por um piloto mais jovem, como os dirigentes da Ferrari já haviam deixado no ar. Claro que foi com argumentos quase fofinhos. Diziam que queriam mantê-lo, mas se fosse o caso, um piloto mais jovem não estava descartado. A se esperar de Kimi, poderia ser que de fato, ele não fizesse força para ter destaque, concluindo em aposentadoria. Não seria surpreendente.
O que aconteceu: O começo da temporada foi morno. Enquanto Vettel vencia as duas primeiras etapas, Kimi teve um terceiro e um abandono. Com a morte de Sergio Marchionne, os boatos de que Charles Leclerc iria para Ferrari, tomaram força. Aquele "disse me disse", quando não calado por nenhuma das partes, só fez a bolha crescer.
No fim das contas, o que se sabe é que Kimi ( de novo!) teve de entrar em acordo com a Ferrari. Da primeira vez, foi dispensado, lá no fim de 2009. Tenho para mim que fizeram assim, pois se dispensassem Massa, na época, acidentado, poderiam ter problemas com seu empresário. Desta vez, havia um pré contrato entre Marchionne e Leclerc. Com o falecimento do primeiro, o empresário do segundo - o mesmo do Massa - requisitou que honrassem o pré-acordo.
Para mim, parece claro que Kimi faria um bom ano e Leclerc teria de passar 2019 criando casca na Sauber. Porém, o destino tem dessas e empresários são "o bicho". O acordo teve de ser honrado como se fosse último desejo do Marchionne. No fim das contas, jamais saberemos o que passava de fato na cabeça do cara, a não ser o que foi divulgado para a mídia.
Kimi, teve o bom ano, tentou ajudar Vettel em alguns momentos, mas precisou de segurança que isso fosse realmente necessário (não que nem o Bottas, que entregou de bandeja posições nem tão necessárias). Se despediu da Ferrari pela segunda vez com 251 pontos, quatro abandonos - um deles, justo na última corrida do ano -, uma vitória bem legal nos EUA - que empolgou até quem não é fã do cara. Marcou pontos em 17 das 21 corridas 
Que fim levará: Aquele cara sisudo, que dizia não gostar de entrevistas, que dizia não querer ter filhos enquanto estivesse na F1 pois queria vê-los crescer, se tornou um cara que leva filhos e mulher para o paddock, faz festa para a criançada, e tem até rede social. Esperar que ele desse de ombros para a Ferrari e fizesse o trivial, era coisa do antigo Kimi. O Kimi 2.0 fala mais, sorri mais, e decidiu agir como jovem de novo. Fez uma boa temporada, aceitou normalmente o acordo com a Ferrari e mandou uma: volta para a Sauber, a equipe que o trouxe para a F1 lá em 2001. (Isso reforça a minha ideia de que a Ferrari ainda tinha vontade de manter Kimi e fez o melhor que podia para que ele ficasse minimamente confortável na categoria). 
Pode não vencer corrida nenhuma, mas teremos mais 2 anos de Räikkönen falando umas verdades na F1, aprontado umas e outras e fugindo das responsabilidades de ficar em casa com mulher e filhos (hahahahaha... pensa que eu não sei?!). 
Duvidam que ele vai aprontar umas? Dêem uma olhadinha nos vídeos e fotos dele no FIA Gala deste ano. Pentelhou geral, e passou vergonha no crédito e no débito. Mas foi divertido, especialmente pois, ninguém deu a mínima para (o mal vestido) penta campeão, Hamilton. 
Como não amar KiMito? 





Era notável que, eternamente, a Ferrari será segundo plano já nos começos das temporadas da F1. Quase me iludi, no começo dela, com as duas primeira vitórias do Sebastian Vettel, que esse ano seria diferente...

O que poderia ter acontecido: Vettel tem capacidade de ser campeão de novo. Vettel é mais piloto que alguns. Porém, a Ferrari é dada a feitos que prejudicam seus pilotos. Além disso, ela em 2007, precisou contar com uma dose boa de sorte, para ter seu último campeão consagrado. Depois disso, erros cruciais, de pilotos talentosos, colocaram seus campeonatos a ruir. Incompetência exclusiva dos caras? Duvido. Com algumas apresentações, parecia que esse ano seria diferente e que a Ferrari tinha que aprender, na marra, a não esperar as coisas caírem do céu e fazer por onde por merecer a dupla de pilotos e a tecnologia que dispunha.
O que aconteceu: Vettel até teve um bom começo de temporada. Ficou na liderança, até no GP britânico. Depois errou por causa de uma chuva providencial e em casa, para piorar tudo. Aí a sorte, que já acompanhava o Hamilton, carregada num sidecar invisível, cansou de andar na carona e tomou o volante.
A Ferrari não sabe administrar pontos com larga vantagem. Vettel até sabe, mas, a pressão na equipe vermelha é tamanha, que deve ser absurdo trabalhar para eles. Assim, ele sentiu isso, desaprendeu a administrar as coisas, assim como Alonso sentira. Tenho, certeza, absoluta, que Hamilton com o carro do Vettel, teria perdido o campeonato, como o alemão perdeu, talvez de um jeito muito pior. Mas como poderia provar?
Assim, Seb terminou a temporada de 2018 como vice, sendo muito criticado. Foi pole 5 vezes, venceu também 5 vezes, teve um abandono, marcou pontos em 20 corridas, sendo que 10 delas, subiu ao pódio. 320 pontos, 69 pontos a mais que seu companheiro que era o terceiro colocado na tabela. E ainda disseram que a Ferrari tinha o melhor carro... o.O
Que fim levará: Permanece na Ferrari, agora resignado, derrotado e acabado. Não soa combativo desde o GP da Bélgica, em agosto deste ano. Está contentado com pouco, está com sorrisos amarelos e triste. Não vejo com bons olhos sua próxima temporada. Terá um novo companheiro, que chega com muita expectativa e sede de vitórias. Será complicado para Vettel, apesar da premissa (verdadeira ou não) que ele manda e desmanda na equipe.

*Pausa dramática*
A Ferrari - que tinha o melhor carro, sei...  - perdeu, o campeonato de construtores, com um abatido Bottas dando uma mãozinha - ainda que não grande - faltando uma corrida para finalizar a temporada. Os números? 571 pontos, e 5 abandonos somados entre os seus pilotos. Depois comparamos com a Mercedes e vamos ver, que papo é esse de melhor carro. Acho que seria a melhor dupla, mas carro...
A equipe Ferrari vai para 2019 com carne nova no pedaço. Mas vai dar problema. É bem provável que Vettel torne-se o segundo piloto dada a insatisfação que foi seu 2018 frente aos torcedores, comumente conhecidos como muito fanáticos e também muito drásticos quando as coisas estão ficando ruins. No entanto, Vettel não melhora a reação, está resignado como eu disse, e Leclerc vai achar que pode muito mais do que possa ser de seu talento natural, ou seja, vai achar que estando na Ferrari, pode enfrentar Hamilton... Ele até poderia, se houvesse certa equiparidade entre as equipes de ponta. 
Proponha um equilíbrio em nome da competitividade e veja a equipe Mercedes surtar primeiro que a Ferrari...
***
Por fim, Lewis "Gênio" Hamilton.

O que poderia ter acontecido: Poderia ter sido um campeonato como de 2008, com a disputa ponto a ponto, mostrando de fato, um teste de talentos e braços. Mas, essa era a expectativa? Só para os ingênuos.
O que aconteceu: Aquela premissa de não votar num certo partido, pois, se ele vencesse as eleições não sairia jamais do poder dá para aplicar na F1. Se Hamilton fosse penta, ele não só teria seu talento sumariamente inquestionável, como bateria muitos números e recordes propiciando uma hegemonia imbatível nos próximos anos. 
O sandbagging feito no começo da temporada pela Mercedes fez deles muito confiantes no quesito. Com isso, muita gente comprou a ideia de que a Ferrari tinha um carro melhor e aproveitando da melhor maneira, mascararam uma leve dificuldade de Hamilton a chegar em Vettel, tiveram a sorte do alemão ter perdido a medida das corridas e mesmo depois de sua vitória no GP da Bélgica, era claro que Hamilton venceria o campeonato ainda com larga vantagem e por antecipação. Ele venceu o campeonato com 4 corridas de antecedência, finalizou a temporada penta campeão, tendo o quarto título seguido. Ainda marcou 408 pontos em 20 corridas e abandonou apenas uma. Carro danado de desequilibrado esse, hein? Das 20 corridas em que marcou pontos, 17 foi ao pódio,  sendo que 11 delas, foi o primeiro colocado. Foi pole postition em 10 das 21 corridas.
Foi uma falácia das grandes esse papo de que foi penta "no braço": a diferença entre ele e Vettel terminou com 88 pontos. 
Que fim levará: Permanece, claro, na Mercedes. Na vida de piloto, só correu de motor Mercedes, não faz ideia do que é ficar em meio de grid com motores explodindo e guiando verdadeiras carroças. Quando fica atrás dos 3 primeiros, se desespera e fica nervosinho. Além disso, se acontece alguma falta de concentração e ele cai de posições, do nada se recupera e ninguém o segura. Parece que no grid, todos tem medo dele. 2019 e 2020 são os seus anos: será hexa e hepta num piscar de olhos. Logo, 2021, será o maior da história, mesmo não valendo a sujeira da unha do pé de Michael Schumacher. Tanto é que, qualquer mudança sugerida para os próximos anos, nunca tem sequer um "alto lá" de alguém da Mercedes... Isso diz bastante.


*Pausa dramática*
A "Hamilton Team" foi campeã no campeonato de construtores, com 655 pontos somados contra 571 da Ferrari. O melhor carro do grid perdeu 84 pontos na disputa e somou 5 abandonos, enquanto a Mercedes somou dois abandonos - um para cada piloto e na mesma corrida - no GP da Áustria. Parece estranho afirmar isso e dizer que foram erros dos demais que propiciaram a diferença entre os quatro carros comparados. Nem mesmo dizer que por Vettel e Kimi terem concluído a temporada em segundo e terceiro, enquanto Bottas foi apenas sexto e Hamilton o primeiro, é questão de perspectiva. Para mim, não diz nada mais do que isso: Bottas foi muito ruim o ano todo. 
Em 2019, a Mercedes seguirá com os mesmos pilotos, exaltando um e massacrando o outro. Talvez até, dê boas armas ao Bottas, para que ele seja escudeiro mais efetivo, como Irvine foi para Schumi. Em tese, terão Leclerc e Vettel para afastar, além de Verstappen - caso Honda combine com a RBR. Mais ainda parece ser um ano bem fácil para equipe, mesmo com essa possibilidade de terem mais concorrentes. Eles já vem, há 5 anos, rachando de ganharem dinheiro - e claro, gastando nem a metade, pois estão tendo muito pouco para ajustar do carro, em comparação com as outras. Quem está correndo, atrás do prejuízo, segue sendo a Ferrari e a RBR, e as demais - estas, quase numa categoria à parte, dada a discrepância de mais de 290 pontos entre a terceira e a quarta equipe. 
***

Seria muito complicado para mim dizer que foi um ano bom. Também seria injusta se dissesse ter sido a pior temporada dos últimos 10 anos. Se me permitem, ficarei em cima do muro, e na sombra, fugindo do sol. Hora me sentindo confortável, hora afobada porque o sol está chegando e fritando a pele. 
Acho que é necessário, pela saúde do esporte, que a competição fique um pouco mais direta, não forçada. Que o jogo fora da pista não seja tão maior que o interno. Pedir teto orçamentário é súplica, mesmo que não seja concedida, e implique muito mais coisas que eu mesma possa entender.
Ainda há brilho na F1: há bons momentos, boas pistas - ainda que raras. 21 corridas ao ano, parece bom pois ficamos mais tempo com a F1 no ano. Porém, pistas como Singapura, Rússia ou Abu Dhabi são, por exemplo, muito chatas e a gente questiona a necessidade delas no calendário.
É preciso ter um pouco de paciência, e saber aproveitar o além daquilo que desagrada. Então, digo um até breve à F1, e aguardo para falar sobre a temporada de 2019, assim que as apresentações dos carros, e notícias sobre o novo ano, forem surgindo. 

Aproveito e agradeço a companhia de quem leu meus textos curtiram a página do blog no Facebook. Gosto de escrever, e vez ou outra recebo elogios por isso. Agradeço especialmente aqueles que dedicaram um minuto a deixar comentários. Vocês são os responsáveis por continuar escrevendo por aqui, mesmo quando o tempo me assalta todos os dias. 
Escrever sobre F1, foi uma escolha que acabou dando certo para o blog (cujo intuito inicial era fazer crônicas). Hoje, me sinto confortável, apesar de não ser nada mais do que uma exposição de opiniões particulares, que não movem nem uma pedrinha. 
No entanto, faço e espero sempre que agrade.

Ah, claro: comentários abertos! ;)

Abraços afáveis, boa semana a todos! 

PS: ainda volto com o último post do ano.

Comentários

diogo felipe disse…
Jacques Leclerc? 🤔😜
Manu disse…
Senhor!!!! Piada interna postada...

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