GP da Bélgica: Merecendo mais que isso

Já fui dessas em que dizia que só os bons vencem em Spa. Depois de 2008, deixei essa frase só na memória. As vezes, quando estou saudosista, mudo o tempo verbal: Só os bons venciam em Spa.

Apesar desse rompante ranzinza, ela ainda continua sendo a minha pista favorita da temporada. 
Muita coisa me motivaria a gostar ainda mais. Uma delas, a esperança que completa esse ano, 9 anos, em ver Kimi Räikkönen vencendo pela quinta vez nessa pista. Desde (de novo?!) 2008, estou aguardando esse momento com bastante afinco e vontade.
A vodca de pêssego estava na geladeira. Existem coisas que faz da gente seres inocentes e bobos, mas, se não tentarmos, parece que nos faz falta.

Algumas pessoas podem até discordar - e o mundo é livre para isso - mas a corrida não foi digna dessa pista. Não porque as minhas vontades não foram contempladas. (Também por isso, não vou ser hipócrita). Mas porque as expectativas boas que tanto falaram, da tal largada que pegaria fogo, foi tão... Normal que, se fosse qualquer outra pista, eu já teria desligado a atenção completa.


Alonso fez uma largada interessante. Fogo de palha que deve-se total e seguramente à sua habilidade. Nem 5 voltas completas e ele já começou a perder posições e posições. Honda está na F1 para passar vergonha. Será promessa destas de sacrifício?

Logo, se acham ainda que Spa teve uma corrida digna, repito e afirmo com segurança que não. Voltamos ao modo punições inviáveis. Estão nas regras a gente sabe, que ignorar bandeiras e outras coisas. Mas os comissários deram a colher de chá para quem estava com saudades daquelas punições a cada curva para uma meia dúzia de bobões. Criaram caso com Grosjean, Pérez e Räikkönen. Mas regras, são regras. Mas aplicadas sempre, só quando convém.

Uma das únicas coisas que deu o ar da graça de ser típico de Spa, foi o pega-pega entre Ocon e Pérez, os caras da Force India, de novo. Deu tanto problema que tiveram de colocar o Safety Car para retirar umas peças soltas do mexicano, que foi se arrastando sem pneus até os boxes.
Foi só uma suspensão de respiração e puff, já estávamos ouvindo Hamilton desesperado pela relargada. Dessa vez não reclamou da lentidão do SC, mas reclamou da necessidade dele em pista. 
Estar na situação de se empolgar com carros de meio de grid é coisa de temporada de 2015 e de pistas como aquelas que não fazemos questão no calendário, tipo Barein, Abu Dhabi ou Rússia.

Na relargada, segurando a fila, demorando demais naquela segurada, e sambando mais que passista de escola de samba, Hamilton avançou, Vettel até que mergulhou, mas não foi à fundo para tomar a posição.
Não porque não queria, mas porque não tinha tanto espaço para ser algo, limpo. Visualizei uma jogada de carro e um chororô homérico depois e pensei que se era para ficar ouvindo lamúrias e tomar punições, era melhor que Vettel segurasse o segundo lugar. Não valeria a pena, tornar-se (de novo) vilão do conto. 
Desta forma, Hamilton foi até o fim, sem nada de preocupação. Acredita quem pode que ele venceu a "pressão" de Vettel, que seguiu todo o tempo o seu ritmo, mas em poucos momentos, pode superá-lo. 

Ali no terceiro, quarto e quinto, as coisas ficavam diferentes, mas pouco relevantes: Ricciardo avançou rápido para cima de Bottas que, errou e acabou perdendo também para Räikkönen. Ricciardo foi sorridente ao pódio, enquanto Kimi voltou ao quarto lugar de classificação, fazendo uma modesta corrida com problemas externos que não condizem com o seu casamento com Spa. Bottas, caiu para quinto, mas, isso me parece só uma consequência da benevolência da última corrida. Tipo praga mesmo. 

Spa merece mais que isso. Merece mais do que um cara que vence de ponta a ponta e tem um carro impecável. Dizer que a corrida foi muito boa, me parece um tanto errado. Spa merece exagero. Exaltação por um ritmo sem erros, qualquer gamer consegueria fazer. 
Hamilton ganhou, além de holofote, a escolha de piloto da corrida. Estar na frente é fácil demais para o inglês. Piloto da corrida foi Vettel que não largou nenhum momento de estar próximo do rival. Tentou, apenas uma vez, é certo, de tomar a posição. Mas deixou o inglês aflito, depois do SC ou não teria rádios tão mal educados como teve. 
Eles estão agora separados pelo místico número 7. Só 7 pontos e Hamilton está à uma vitória de estar na liderança da temporada pela primeira vez desde o começo. 
Só por isso é que de fato Spa é bom e faz por merecer ser o "retorno" da temporada. Mas à dar pelas expectativas massivas de constantemente falarem no estreitamento do pontos, eu ainda tenho meu favorito e sigo sem mudar de visão. O outro ainda precisa fazer muito, mas muito mais para que eu volte a dizer: "Só os bons vencem em Spa". 

Abraços afáveis!

PS: Mesmo sem muito o que "comemorar", tomei a vodca.

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