Nem Mônaco salva!

O GP de Mônaco é um GP muito esperado. De 11, 10 fãs do automobilismo escolhem aquelas ruas estreitas como o lugar que mais tem "a cara" da F1. De fato, embora eu não seja fã do circuito, concordo que aquelas ruas sempre tem muitas boas histórias de velocidade para contar. E boas. Novatos não podem se iludir pelo que viram ontem.  

E o evento em 2016 já havia começado promissor na classificação. Há duas semanas era possível ver, de 10 pessoas que acompanharam o GP espanhol, 9 atribuindo boas críticas à corrida de Max Verstappen. Elogios tão bons, que ressaltavam premissas como "filho do Schumacher", "novo futuro campeão da Ferrari", etc. 
Uma semana e seis dias depois, na classificação do GP monegasco, Max se mostra agressivo e as frases depreciativas brotaram como água em mina. Ao abrir o Twitter para acompanhar os comentários nem fiquei surpresa, como muitos de vcs também não ficaram: muita gente esteve ali no micro blog só para ler as mudanças do lado do disco: de um lado, críticas positivas ao jovem campeão ao som de uma espécie de hino. Ele bate o carro e o disco vira, voltaram com a balada chata e irritadiça de "muito jovem, muito afoito"... Será que esse pessoal não tem vergonha? 

A classificação também trouxe boas coisas: uma pole de tempo muito bom de Daniel Ricciardo - o garoto sorriso. A corrida era (e ainda é, apesar de algumas coisas) dele.

Felizmente, a perspectiva de uma boa corrida, com um piloto diferente de qualquer um da Mercedes, estava por vir, novamente, pelo segundo GP seguido.
O domingo lá amanheceu chuvoso. Sem Safety Car veríamos umas lambanças, inclusive entre as Mercedes. Podia ter saído sem SC. Nem que fosse só para que isso acontecesse.
Com a perspectiva do carro #44 na pista, eu tive a certeza que teríamos uma corrida de Mônaco digna de ser esquecida. 
Dito e feito, assim que o SC saiu, com a pista já "seca" Mônaco deu as suas de mostrar a que veio: fazer com que todos agissem como novatos manetas. Verstappen (sim, ele mesmo!!) e até Kimi, fizeram das suas que deu uma espécie de vergonha alheia. 

Dali a corrida entrou em modo "zzZZzzz" porque nada de interessante acontecia. A transmissão perdeu, e só por replay mostrou um Hamilton tendo uma avenida nas ruas estreitas para ultrapassar o companheiro. Rosberg abriu sim. A Mercedes mandou com certeza. E com isso, voltamos ao martírio de 2015. Dali, tudo feito, foi feito aos moldes Hamilton, não genial, mas a seu modo: "faço, repito, e ninguém, nem nada me pára." Não pára mesmo, inclusive se cortar chicane for preciso. 

Não se sabe ainda como Pérez chegou a disputar posições. A transmissão deu enfoque à muitos carros, mas a confusa narração com um cara idiota falando sem parar deixou a gente tonto - e olha que estávamos todos sentados no sofá e não assistindo circuito oval da Indy (que por sinal era em outro canal e mais tarde). Mas sim, Pérez completou o pódio. Não se falou muito, e talvez em um momento, de Vettel. Esse um momento foi quando Massa - lento como uma lesma -, travava caminho na frente do único piloto da pista da Ferrari e mais uma fila de carros.
Mal se falou das Williams, afinal, mal fizeram algo relevante. 

A Globo voltou a falar do Nars - que nem entrevista me apareceu essas últimas corridas - assim que a Sauber deu o aviso de que o mesmo deveria deixar Ericsson passar. Ericsson fez o que faz quase sempre: tentou passar onde não havia espaço. Ficou no ar que Nars não deixou e que Ericsson forçou. Os dois fora, por uma bobagem.
Apesar das declarações de desculpa do sueco, o brasileiro não aceitou fácil. A sina brasuca de ser segundo persegue até quem é gente boa e até quem está em equipe minúscula. 

Mais a mais, aplausos para Alonso, que completou a corrida, e não só, completou em quinto. Button também esteve com pontos garantidos, finalizando a corrida em 9º. Não é grande coisa, mas digno de nota, uma vez que sinceramente, esses caras nos fazem falta na disputa pra valer. E a McLaren, aos poucos, respira, com dificuldade, mas respira.

A RBR lascou de vez com a estrela da corrida: Ricciardo. Uma parada de troca de pneus pífia, prejudicou os avanços do australiano. Para piorar, sua única chance de passar Hamilton e retomar a liderança na corrida, foi travada por mais uma rasteira nas regras do inglês. Cortou caminho, "se defendeu". A investigação veio, só para "inglês ver" e ele viu e deu risada. Nunca vai ter punição para ele. Nunca. 
E é bem por isso que não há circuito que salve a nossa alegria em ver corridas. Nem mesmo Mônaco.

Abraços afáveis!

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