Temporada 2021: Grande Prêmio dos EUA

Já aviso que vocês lerão um texto bem fraquinho, hoje, mas com uma boa justificativa: estou sem tempo. Tenho muitas atividades essa semana e acredito que isso se estenderá por alguns dias ainda. 
Avisei na página do blog no Facebook que não pude fazer as postagens de tabelas de resultados comentada e nem a que antevem os GPS - no caso, o do EUA - por motivos não tão óbvios, mas reais: muita coisa para ler, estudar, escrever, apresentações e aulas para assistir. 

Peço desculpas. Então, hoje serei mais pontual.

Os eventos do GP dos EUA ocorreu em horários diferentes: a classificação foi às 18hs e a corrida, às 16hs. Ainda que fosse "normal" essas marcações por conta do fuso horário, mais gente do que o costume, reclamou. Até os brasileiros ficaram enchendo sobre isso, o que não fez o menor sentido, já que o GP que acontece em Interlagos, é bem semelhante ao horário americano. *revirando os olhos*

Eu gosto de corrida bem cedo, de preferência às 8hs da manhã.
Antigamente, eu ficava irritada com isso, pois domingos são dias de acordar mais tarde. Com corrida cedo, eu acordava de mau-humor. Agora, eu acho que é melhor dormir cedo e acordar cedo do que ficar desregulando o seu sono por nada. 

Ontem, a minha reclamação era que tinha de interromper jogos de futebol americano (das quais eu não me irrito com comentários aleatórios e superficiais, nem apelidinhos tocos para os jogadores) para assistir uma corrida que - ainda que não tenha feito uma grande ampla análise antes da chegada em Austin - previa ser mais uma vitória de Lewis Hamilton.

Ainda que algumas pessoas, que são seguidas por serem "sabidas" estão um pouco raivosas com o comentário de que a Mercedes tem o melhor carro, e desde Hungria (eu vou mais longe, desde Silverstone) tem tido vantagens, enquanto a Red Bull tem que correr atrás de pequenos ou grandes prejuízos, e conta com uma maturidade e frieza necessária DENTRO DE PISTA de Max Verstappen para organizar corridas e fazer o melhor que pode, fica claro o quanto é complicado entregar um campeonato competitivo e esperar que isso vai agradar a todos. 

Bem, depende de quem é que está com vantagens.

Vejam bem, em outras ocasiões eu repeti que não é questão de gostar de um ou outro piloto, mas é se surpreender com o resultado. E desde Silverstone (isso sou eu dizendo) ou desde a Hungria, então, as pessoas estavam confortáveis, felizes até, com o fato de um campeonato apertado. Mas quando Max está no topo, eles dizem que a Mercedes fez algo de errado e isso, não pode ser aceito (com razão) pelo Hamilton. Quando Lewis fica no topo da tabela, trata-se a questão com argumentos orbitando a experiência e a genialidade do indivíduo.

Eu confesso que não disse o que direi adiante, ainda. Tudo que fiz até o momento foi falar, de modo quase sem pensar muito, que a bola estava com o Hamilton e ele tinha muitas, muitas chances de levar o oitavo título, marcando um gol de pênalti.
Eu ainda acredito nisso. Há um jeitinho todo especial sendo costurado com linha de náilon transparente, por isso talvez a gente tenha que chegar perto para ver. Mas, pode ser que essa linha arrebente ou o tecido, não aguente. 

Mas isso é outra coisa. O que eu ainda não disse é que você pode ser o monarca da sensatez, mas o fato de Max, ontem, ter aberto 12 pontos de vantagem em relação à Lewis, está doendo que nem corte de papel no dedo em época de pandemia. Experimenta cortar com papel e passar álcool gel no dedo ferido. Ddepois me conta. 

Desde o fim de semana, a Red Bull mostrou que poderia ser vitoriosa, só que ela precisava contornar certos padrões estabelecidos pelo carro um pouco superior: a Mercedes. Em outras palavras, essa pista e essa corrida, favorecia a Mercedes e o Hamilton.
Vocês viram os treinos livres. 
Quem é que tinha que correr atrás no sábado de classificação e no domingo de corrida? Era o Lewis?
E desde a Hungria tem sido assim. É o Verstappen que tem ido lá e provado a si mesmo. 

Pairava a ideia da troca de motor do heptacampeão. Algo que teimo que não acontecerá.
No entanto, Bottas trocava partes da unidade da potência, se não me engano, pela quinta ou sexta vez na temporada. 
Na classificação, Hamilton foi sanduichado pelas Red Bulls. Verstappen tomou a pole e Pérez, ficou em terceiro. 
Voltou o papo de que a equipe é melhor que a outra? Claro que sim!
E eu acho que disse no começo da temporada que isso duraria até o fim da temporada. Se Verstappen vencer o primeiro título, estará prontinho o arquivo de word escrito: 

"A Red Bull tinha o melhor carro...
A Red Bull investiu tudo que tinha no carro de 2021...
A Mercedes pensou no regulamento mudando em 2022 e acabou sacrificando o campeonato de Hamilton..."

Pode ser que seja isso e eu estou falando abobrinhas. 
Mas, não se enganem que o discurso inicial não muda muito, caso Lewis conquiste o octa:

"A Red Bull tinha o melhor carro (que nem a Ferrari em 2018)...
A Red Bull investiu demais no carro, mas Max não teve psicológico para lidar com Lewis.
A Mercedes é genial, tinha tudo sob controle o tempo todo e tem um piloto excepcional."

É esse o padrão. E é engraçado quem diz-se imparcial, cair numa dessas. 

A corrida começou com aquelas falas que só são provocativas quando partem de um lado da história. Hamilton esperava que Verstappen respeitasse o "fair play" e prometia atacar na primeira curva. Max desconversava com a imagem de que eles não estão se falando e que existe rixa, mas não é pessoal. 
Bom, que Hamilton não cumprimenta Max por livre espontânea vontade a não ser que largue na frente, isso é bem claro (e sempre foi assim, ou vocês esqueceram de 2016?). Verstappen não cumprimenta ninguém entusiasmadamente, nem quando larga na frente, a não ser o pessoal da equipe. São detalhes pequenos desses dois que não tem nada a ver com a música do Roberto Carlos. Depois reclamam da encenação do Drive To Survive, mas vocês montam essas cenas na cabeça e nem ganham dinheiro com isso. A Netflix, pelo menos, ganha. 

A largada se deu de um jeito bacana: Verstappen fechou Hamilton, dando a conta de que sabia que o inglês passaria, mas ele não se distanciaria, nem jogaria a toalha. Esse é o jeito dele de lidar com disputas. E não há problema algum nisso. Ao contrário do que pensam, não acho que o holandês tenha feito errado na largada. Foi uma escolha condizente. Do outro lado também tem das suas artimanhas. O lance é pautar os caras pelo pessoal, o que não deveria ser o caso.

Esperei mais de Pérez. Não ajudou como imaginei que faria.
Logo, Max ficou perseguindo Lewis e abusando dos limites de pista, ganhou aviso dos comissários e caso insistisse nisso, seria penalizado.
Ainda bem que não interferiram.

As paradas se inciaram na volta 10, e no caso, a Red Bull se precipitou: chamou Verstappen na volta 11 para colocar pneus duros.
Parecia cedo demais, a saber que pneus na Mercedes, o desgaste é menor. O undercut era a opção para tirar Max de trás de Hamilton e também, de garantir que ele não precisasse andar no limite, saindo da pista, e tomar uma punição. 

Era de se esperar que isso pudesse não dar tão certo assim. Hamilton permanecia na pista. Pérez parou na volta 13 e o inglês dizia que os pneus estavam bons. 
Não estava tanto, pois na volta 14 parou e voltou à posição de largada, ficando entre Max e Pérez. 
Era hora do mexicano fazer pressão em Lewis, no entanto, ele ficava administrando a sua posição num "passeio dominical" (embora tenha ficado sem bebida durante o resto da corrida).  

Nesse meio tempo, houve uma briga entre Alonso e Räikkönen e depois Alonso e Giovinazzi. Incidentes de corrida, com muito stress.
Pierre Garly teve problemas andou devagar e recolheu o carro.
Ultrapassagens aconteceram. Uma peça solta estava na pista, e por isso, entrou um Safety Car virtual, que durou poucas voltas.

Hamilton perseguiu Verstappen, mas não o ameaçando propriamente. Logo, a segunda parada viria e cogitava-se a hipótese  do inglês ir até o fim.
Na volta 30, Max fez a parada. Voltou em segundo. Ele poderia até chegar no inglês tão rápido que o tal encontro entre os dois era aguardado com olhos atentos. 

Começaram aquelas projeções: Lewis era fantástico, poderia até ir até o fim da corrida. Ele dizia que os pneus estava bons, nisso, todo mundo confiava. Parecia ainda que a Red Bull tinha se precipitado. O carro de Lewis não parecia realmente sofrer com desgaste. 
Só na volta 37, a equipe o chamou e Hamilton fez a parada. Calculava-se que os pneus da Red Bull não aguentariam nas últimas voltas. Me perguntei como isso era possível, já que a ideia de que a RBR é o melhor carro... #sarcasmo
Fiquei olhando a tv, um pouco irritada com os cortes de fala da transmissão, os palpites bobos e as notícias inúteis. Excruciante.

Relevei e apostei que Lewis ia retomar a primeira posição, faltando poucas voltas. Fiquei no aguardo, indo no canal em que passava futebol americano, para checar o placar. 
A 11 voltas do final, Hamilton estava muito perto de Max. A tensão aumentava, e a gente aguardava a canetada do "roteirista".
A transmissão escolhia Hamilton como piloto da corrida. Estava claro que não era bem assim. Leclerc e Ricciardo, faziam corridas muito mais expressivas e obviamente, foram ignorados. 
O juízo de gosto sentou na poltrona e pediu que trouxessem petiscos. Não havia lógica na escolha, mas se fazia "sala para o convidado ilustre". 

Apesar da distância ideial para usar a DRS, Hamilton não chegou a ameaçar a posição de Verstappen. O holandês poderia estar com pneus gastos, mas não cometia erros. Lewis chegou à 1 segundo e meio de distância, quando abriu demais uma curva, perdendo um tempo crucial para o tão esperado ataque. Diriam as manchetes que Max sustentou a pressão, mas ela não houve de forma tão forte. Duvidam?

E foi ali que Max venceu.
A disputa era decisiva em torno dos pneus, não cometer erros era expressivo no resultado final.

Depois de ontem, a ver uma corrida movimentada, tensa (mas não excelente, ela foi regular), e mostrando que não tem essa de quem merece mais (a não ser que você faça a sua escolha por gosto pessoal), percebe-se (mais uma vez) que a galera não quer campeonatos apertados e disputados. A maioria quer inventar rivalidades com fins de espetáculo e exaltação do Hamilton. 

De onde tirei isso? Oras, muita gente se irritou com mais uma vitória do Verstappen. Poucos defenderam a questão de que foi uma disputa justa, com os dois mostrando o que sabem fazer, com um plus de créditos ao Max Verstappen. Havia quem apostasse que o holandês ia errar em algum momento "por pressão", como diz a manchete acima.
Mas, de novo, ele não se abateu, ele não errou. É difícil admitir, por falta de simpatia com a pessoa Max Verstappen que ele tem sido um pouco melhor que o heptacampeão. Bem, assim é Fórmula 1. Não sei o que vocês assistiam antes.

Não foi dessa vez que gastaram os adjetivos para falar do Hamilton, embora, a tal ideia da Red Bull ter o melhor carro, acabou sendo empurrada de novo. Duvidam, de novo?

*Suspiro*
Fato é que essa vitória aconteceu justo em um território que se diz propício para a Mercedes. E se isso não deixa ToTo Wolff e cia. tensos, é porque tem muita carta na manga ainda, inclusive, melhorias no carro, que estão sendo planejadas. 

Saberemos a cenas dos próximos capítulos em duas semanas, quando a gente visitará o autódromo mexicano. Dizem que lá, a chance de Verstappen ter mais uma vitória é grande também. E se isso se confirmar, vai ter gente arrancando os cabelos, que ainda nem nasceram, e aos berros.

Abraços afáveis e acompanhem o Clube da Velocidade, hoje, às 20hs! Ah, e cuidem-se!

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