Temporada 2021: Grande Prêmio da Turquia

Tracei metas: "Vou escrever sobre o GP da Turquia em no máximo, cinco parágrafos e nenhum deles poderá passar de 10 linhas". 
Já comecei a redigir sabendo que vou falhar miseravelmente na tentativa.
Não que haja muito a ser comentado da corrida em si. Se assim fosse, eu não poderia achar que falharia. Bastava usar uma boa noção de síntese e contasse o que houve na corrida em 5 parágrafos, tendo 2 para o começo, 1 maior para o meio e 2 parágrafos finais com o final e levantamento do campeonato. 
No entanto, não é bem isso que eu faço aqui. 

Eu costumo fazer diferente, já sabem. E esse formato, demanda tempo. Eu comento os pontos ocorridos, pressupondo que vocês viram a corrida, e tento interpretar de algum modo, os ocorridos. 
Com pontos de vista polêmicos? As vezes. Com reclamações exageradas? Quase sempre.
Fato é que, ultimamente, fã de F1 é um fã que passa boa parte do tempo reclamando do que vê. Saibam que estou nessa a mais tempo. Eu tenho reclamado desde 2014-2015 dessa categoria, quase que de forma automática e incansavelmente.

Minto. 
Incansavelmente, não é mais o fator preponderante na temporada de 2021 - ainda que ela seja a mais empolgante desde ("meh") a metade da de 2018 (pois, depois de uma certa etapa, aquele ano ficou bobo e o previsível das últimas edições).
O grande lance está sendo a interpretação que se tem feito do campeonato, e que tem sido incômodo. Dito de outra forma: praticamente ninguém está dando o devido crédito ao que se deve e tornando quase insuportável permanecer, por exemplo, alimentado esse espaço.

Pior que isso, 2021 é um repositório de falácias empolgada regadas à achismos (algo que sempre houve) e uma torcida exagerada que não se preocupa em ser racional nem mesmo, justa (algo que era somente justificado quando era à cargo de pachequismos).

Contando que vocês viram a corrida, não vou soltar ponto a ponto do que aconteceu. Vou fazer a patética interpretação baseada em vários nadas, pois parece ser um grande sucesso no Twitter, sobretudo se você for uma mulher (atraente?) ou um jovem rapaz popular e engraçadinho. Você pode também ser um ou uma jornalista descolado/descolada e dizer certas obviedades, partilhando, repentinamente, de uma análise fajuta e fica tudo certo no contexto. Não sou nenhuma dos três tipos citados, então, porque não fazer o mesmo, para ganhar um holofote e fazer valer o tempo gasto? 

No sábado, Lewis Hamilton fez o melhor tempo. Era sabido que o segundo colocado, de qualquer maneira, era o que seria creditado como pole, já que o inglês preferido do todo mundo estava em situação de punição por uma troca de um elemento da unidade de potência. Como não foi uma troca completa, o dano seria mínimo: 10 posições a menos e ele largaria do 11º lugar. 
Mesmo sabendo disso, ele foi para a pista que estava molhada por uma chuva que tinha acontecido pouco antes. Arriscou? Não. Ele estava abordo de uma Mercedes, e sendo o campeão mundial que é, ele não correr riscos.
Chegamos a ver uns carros rabiando, uma fila gigante para sair no Q1, pois marcar um tempo logo era necessário, caso a chuva desse as caras novamente e bem... Ele tinha toda vantagem possível em fazer o primeiro tempo, algo que, sumariamente,  deixou no ar aquele tom de "voltamos ao marasmo da previsibilidade" com as Mercedes muito superior às demais. 

De novo: Mesmo sabendo disso, ele estacionou o carro com o totem de P1 à frente, comemorou com a equipe, assinou o pneu da Pirelli com cara de "vou ter que jogar mais esse fora", como manda o protocolo. 
Rimos, de doer a barriga quando Bottas soube que era o pole e o engraçado e animado Lewis ofereceu o pneu assinado por ele, na coletiva após a classificação. 
Imagina reclamar disso!! Um detalhe, certo? No entanto, parece que Fernando Alonso esteve nos atentando para algo que, já estava aí. Nós, pequenas trouxas de vento, aceitávamos com naturalidade e não deveríamos. 

Sim, Fernando Alonso atentou para algo, na quinta-feira, que li em um blog a muito tempo atrás. A página, que não existir mais, disse uma vez que havia regulamentos para pilotos ingleses e outro, para todo o resto. Não é tão suspeito assim que a dona desse argumento fosse uma pessoa que torcia por Alonso em seu auge. Nisso, também nem poderia provar a afirmação.  
Mas, pensando com exatidão, é isso mesmo. Estranhamente, apenas os espanhol teve ainda a "pachorra" (na falta de um termo melhor) de dizer algo em torno disso na imprensa, atualmente e ser, obviamente, criticado como se fosse algo totalmente sem noção.

Mas aí está! Aquela seletividade que eu sempre disse ocorrer com as regras da categoria, pressupondo quem, como, e quando cometeu a  suposta infração, num todo facilita a vida dos  britânicos, direta ou indiretamente. Como nunca cheguei à essa conclusão, é uma falha cognitiva grande de minha parte. Nos últimos tempos, o militante e poderoso dentro e fora das pistas, Hamilton é o mais beneficiado de todas as tais regras, obviamente pelo destaque que estava alcançado ano após ano. E por essa circunstância única é imprescindível que ninguém concordará com Alonso, somente por - permitam-me fazer as aspas do senso comum - "tomou pau do inglês novato em 2007". Entende-se que se trata de ressentimento, mas me parece um aspecto que não deveria ser considerado assim.

Para se ter uma ideia, um discurso pós-classificação e pré-corrida foi repetido exaustivamente como se fosse verdade universal. O próprio Hamilton disse que seria uma corrida difícil, e foi respaldado pelo chefe Toto Wolff, reproduzido muito na transmissão (irritante) da Band.
Desde Silverstone (e isso se comenta muito na mídia exterior, mas aqui, pouca gente partilha da mesma ideia), a Mercedes tem sido expressivamente melhor que a Red Bull. A mudança nos pneus, tornando-os mais resistentes, favoreceu a "equipe alemã" em termos de desempenho, enquanto a Red Bull tentava, com o que tinha, resolver os prejuízos não premeditados e tentava também, lançar luz ao carro da rival, no afã de mostrar alguma irregularidade, por fora da disputa na pista.
Em vão, como já era de se esperar.

Fiz um comparativo muito simplificado entre Bottas e Pérez na última postagem de tabelas. Podem ver detalhadamente aqui, se quiserem. É essa base que trago como desenvolvimento para o restante desse texto: Depois das férias, o finlandês marcou 40 pontos, enquanto Pérez, somente 18. Com a corrida na Turquia a conta ficou 66 pontos para Bottas em 5 corridas e 33 para Checo, nas mesmas 5 (Bélgica, Holanda, Itália, Rússia e Turquia). Simplesmente a metade.
É aí que mostra o pulo do gato da Mercedes. Quando as coisas soaram "mais favoráveis" eles puderam dar o disparate de usar o Bottas de todo o modo que quisessem a conseguir mais pontos para o campeonato de construtores, praticamente garantidos, desde o GP britânico.

É também fácil contar que o mexicano é melhor que Bottas, ainda que eu tenha opinião pessoal que não se trata disso. Fazer analogias com coisas distintas é um erro em muitos casos, sobretudo pela escassez de similaridades. Por exemplo, comparar laranjas e maçãs só porque ambas são frutas, dão em árvore e possuem caroços, não fazem delas iguais. 
Porém, é comum ouvir e ler por aí esse tipo de parâmetro. As semelhanças: os dois são pilotos suporte de duas equipes que estão disputando o campeonato ponto a ponto. Seus chefes tem um piloto prioritário e eles são os escudeiros, peças-chaves para roubar o máximo de pontos dos rivais. No entanto, são caras com habilidades, jeitos e raciocínios completamente diferentes. Além disso, superam (ou não), a pressão de forma distinta e possuem, para todos os casos, equipamentos que não partilham equiparidade sequer dentro de suas equipes com seus companheiros... Que dirá, entre si. 
O comparativo é impróprio, mas corriqueiro e nos leva a concluir, a partir dos somatórios de pontos que fiz de modo consciente dessa diferença entre eles que o carro da Mercedes é superior.

Se no começo do ano, o diferencial em relação aos anos anteriores estava colocando a Red Bull próxima (não superior, embora se afirme essa idiotice) à Mercedes, depois de Silverstone isso deixou de ser mais preponderante para pensamos como Max Verstappen está gerindo o campeonato. A Mercedes, na Turquia, deixou claro que, se não é o trabalho firme e potente do holandês, A RBR poderia estar em apuros, como foi em 2014.
Digo isso, baseado em quê? Na mesma premissa de pontos nas últimas 5 corridas, isto é, depois das férias, Max marcou 80.5 pontos, enquanto Lewis (que insistiu que o rival estivesse, depois do GP italiano, sob alta pressão, mesmo sem ter cometido erros crassos no campeonato, até ali), marcou 54.5. 
Na proporção, a Mercedes marca mais pontos com seu segundo piloto (no total, 120.5) do que a Red Bull com Pérez (no total 113.5). 

O diabo está nos detalhes. Depois de ambos terem sofrido punições por troca de componentes do motor, Verstappen não recebe os devidos créditos. Ele saiu do fim do grid em Sochi, com muito mais carros para lidar e acabou chegando em segundo, aproveitando-se da chuva para passar os atarantados e fazer rapidamente a troca para pneus intermediários. Sendo comumente excluído de pelo menos sinceros elogios, o holandês pode ser turrão, falar coisas impróprias em momentos inoportunos, ou set simplesmente antipático, mas não se diz com a devida proporção que, até agora, ele não mostrou resiliência, nem mesmo, falta de esportividade que não seja comum do calor do momento, de uma disputa. Enquanto isso, Lewis, que sempre soou inabalável com relação à pressão psicológica, sofre, mais que o jovem afoito, para se manter digno dos 7 títulos mundiais e a experiência de 14 anos que lhe deu algumas características para os fãs da categoria. Quais? Listarei abaixo, reconhecendo que posso esquecer de algumas e outras:

1) Conhecido como um excelente gerenciador de "borracha";
2) Rei da Pole Position, insuperável;
3) Maior vencedor de todos os tempos, com 100 vitórias; 
4) Um cara inteligente e limpo nas disputas por posições;
5) Um piloto exemplar e rápido, que desenvolve com a equipe, carros ideais e isso, reflete no (bom) desempenho de seus companheiros de equipe. 

Pontos que eu, petulantemente, faço ressalvas com o pressuposto de que todo gênio tem defeitos e desvios como qualquer ser humano: 

[1] a) Apesar de sempre reclamar do desgaste dos pneus, toda "santa" corrida;
[2] b) Com calendários inchados, com mais de 15 corridas por ano, esse feito soa muito possível para quem é tão habilidoso;
[3] c) 100 vitórias em 14 anos, correndo com o mesmo tipo de motor em todos eles, partilhando mais da metade destes anos de uma posição prioritária na equipe, além de ter ficado 7 (e agora 8) temporadas guiando o melhor carro do grid, não parece ser difícil para quem é tão bom; 
[4] d) Inteligente todos são. Rompantes de burrice, todos tem. Mas essa história de "100% limpo" é duvidosa. Ontem mesmo, sem DRS, ele penou com algumas ultrapassagens e quando chegou em Pérez, deu um "chega para lá" que ninguém viu, de tão sutil que foi, mas existiu.  Além disso, o movimento em Silverstone está na conta, queira admitir ou não. (Se quiser e tiver coragem, considere sua carga de culpa no incidente em Monza, também); 
[5] e) Se fosse um cara que tivesse aprendido bastante em 14 anos, não agiria de forma "chiliquenta" quando estratégias dão errado e nem culparia a equipe de todos os erros, como se fossem os estrategistas da Ferrari. A Mercedes é a equipe que deu à ele todos os seus títulos mundiais. Um, com o motor, e seis com uma estrutura completa. E está a passo de entregar o oitavo título (e se ele não é só pelo carro, conseguirá ser bem sucedido).
Além disso, quem desenvolveu esse carro foram Michael Schumacher e Nico Rosberg - contando com excelentes palpites de Nikki Lauda.

Desse ponto, volto à corrida. 
Com a pista molhada, o GP da Turquia aconteceria com todos de pneus intermediários. Apenas Alonso rodou na largada (caindo para o fim do grid) por conta de um toque de Pierre Gasly - por sua vez, sanduichado por Pérez. O espanhol ainda, pouco depois, tocou em Schumacher fazendo-o rodar e cair para último. As condições da pista, ainda eram escorregadias, mas não catastróficas.


Bottas fez uma largada boa, e sem atrapalhar Verstappen, pensou em si e na vitória. Fez bem o finlandês. Trabalhar para a equipe que sequer bate palma para ele, no alto do pódio, não vale a pena. Ainda mais que no ano que vem, está fora de lá. 

Hamilton foi escalando. Era óbvio que o faria e teria chances de pódio. Ficou umas 5 voltas (ou mais) preso atrás de Yuki Tsunoda. Pairava no ar que ele seria o "boi de piranha" para atrasar Hamilton - artimanha menos incisiva do que a Mercedes fez com Bottas, em Sochi. E o menino segurou bem. Não o suficiente, mas bem. 
Lewis ainda teria, no caminho, mais 2 carros da família Red Bull: Gasly e Pérez. 
Sem nenhuma grande amarra, abriu-se investigação para o toque de Gasly em Alonso e de Alonso em Schumacher. A primeira, era incidente de largada que seria, como já foi em outras ocasiões, sem punição. No entanto, acho que vocês já perceberam o que rolou. 
Com +5 segundos para Gasly, era menos uma preocupação para Hamilton, mesmo que o francês oferecesse dificuldades para ultrapassagem (o que não fez, sendo sumariamente decepcionante).
Alonso também levou +5 pontos por ter prejudicado Mick, mas nesse caso, parecia justo. 
Somente Pérez ofereceria (ou deveria oferecer) dificuldades para Lewis. Ele passou as Aston Martin rapidamente, como se fosse um ás da velocidade. A McLaren de Lando Norris nem chegou, também, a oferecer algum empecilho. 
Parecia vitória fácil do inglês e inclusive todos almejavam uma disputa entre ele e Max, novamente. Se ocorresse, estava bem claro quem se daria bem.

No meio tempo, tivemos uma boa não,  excelente corrida do Carlos Sainz, apesar da Ferrari ter estragado tudo. Não se diz muito sobre ele. É uma quebra de assunto aqui no texto, mas para uma grande maioria, somente um ocorrido sem importância. 
Sainz transforma as adversidades em ser segundo piloto e ainda na Ferrari de forma surpreendente. Arrisco dizer que rola um preconceito com o cara - por ditos ou posturas, não sei dizer ao certo - que é irônico quando olhamos para os mesmos grupos, sempre levantando a bandeira do respeito na categoria, ignorarem os feitos do espanhol.
Mas, como eu disse no começo do texto, a relevância das interpretações, baseadas em vários nadas, só ganham notoriedade pela popularidade do interlocutor. Se você é um rapaz que se pinta de engraçado e amigo, você tem engajamento até quando escreve um tweet sem pontuação (e sem conteúdo). Se você é uma moça atraente, é bem possível que apareça um ou outro "troll" de internet para te criticar, mas a quantidade de "fadas" e "magos" que aparecerão para defendê-la da sua bobagem dita e divulgada, deixa, como dizem, o "coração quentinho" e você continua usando da sua influência para ganhar mais seguidores e elogios. 
É assim que funciona. 

Em terceiro e tendo escalado muito rápido do 11º lugar até lá, Lewis começou o seu nervosismo. O homem ficou pilhado, mas ficaria ainda mais quando se aproximasse do fim da corrida. A Mercedes não acreditava que os pneus intermediários aguentariam depois de ter disputado, mais duramente com (irônico) dois pilotos. Ele negou a ida aos boxes uma vez. Ao que tudo indica, queria até colocar pneus slicks, entendendo que a pista tinha melhorado. 
Sebastian Vettel, um estrategista e piloto inteligente, tinha ido para os boxes um pouco antes e tentado os pneus médios. Se houvesse a possibilidade, vestiria o chapéu de burro por conta da tentativa e escolha, apoiada pelos asnos da Aston. Ficou ziguezagueando na pista até ir para os boxes de novo e com os intermediários. Ainda bem que existem os carros da Haas, ou ele teria ficado em último.
Está certo que Vettel não tinha nada a perder, mas Lewis de algum modo, também não. Faltou o ímpeto de campeão e pouca gente concordará com isso, desviando para outro assunto e fazendo acusações ridículas. 

Assim como em Sochi, Norris teimou em ficar na pista, com a chuva, o que era ainda pior e mais arriscado, reclamaram das críticas à ele. Foi tachado de ingênuo, e correram procurar o esfregão e passar pano para o menino. Eu mesma gastei umas palavras, aqui, em defesa de sua decisão. Se aprende mais com erros dos que acerto. É clichê, é coach, mas significa. Lewis quase repetiu o feito do inglesinho. Se o jovem foi "grosso" com equipe, Lewis também teve a sua cota de falta de educação que, assim como abominei Lando na corrida anterior, abomino Hamilton por isso.
Não justifica ser grosso com que trabalha por você, se priva da família por você, está lá, ganhando menos que você, mas entende-se. No calor do momento, você grita com quem supostamente te atrapalha, mas estão é te ajudando. 

Chamado para trocar os pneus, depois de Charles Leclerc decidir ir até o fim da corrida com os mesmos e começar a zambetar na pista, a Mercedes entendeu que não dava para arriscar. Mas, Hamilton não saia da pista, não escorregava. Hamilton não peitou mais a equipe, garantindo que ia até o final daquele jeito.
7 vezes campeão mundial. E os jornalistas apostam nele como vencedor em 2021 por ser inteligente e experiente. 
14 anos de Fórmula 1. Quase nunca faz vistoria das pistas com engenheiros. Eu nunca vejo ele nos boxes, especulando sobre os ajustes de carro. Apertar botões em momentos errados são fantasmas que o assombram desde Interlagos 2007. 
O cara não sabe sentir as condições de pista e ler seus instintos? Se ele estava desgostoso com a parada, seguro que dava para ir até o fim, porque aceitou parar?

Com tal falta de atitude, comparada com a do Norris como se ele tivesse sido pouco humilde, a gente pode considerar outro ponto: Hamilton, depois de Sochi, não devia mais nada a ninguém. 100 vitórias conquistadas, apesar da mãozinha da chuva tirando o bom senso do ponteiro, era o trunfo máximo do "melhor de todos os tempos".
Será? 
Em 2007, ele não segurou a pressão de ser campeão mundial logo no primeiro ano.
Em 2008 ele só conseguiu graças às falhas da Ferrari e do piloto da equipe, na disputa (destaque para o Balé de Silverstone, naquele ano).
Em 2009, outro inglês era o queridinho da vez, algo que se estendeu para 2010 quando foi contratado pela McLaren. E Hamilton não lidou bem com a presença do tal na sua equipe, sobretudo em 2011 e em 2012. 
Substituindo um grande piloto, Hamilton tinha uma (nova) casa bastante estruturada em 2013. Com a mudança do regulamento, não duvido que um piloto mediano de uma equipe também média, por exemplo, iniciaria múltiplos títulos pela Mercedes. Mas quem fez isso, foi ele. Contra fatos, não há argumentos.

Não garanto que um Felipe Massa teria sido campeão na Mercedes a partir de 2014. Mas um Nico Hulkenberg teria, pelo menos, 3 títulos se fosse contratado para substituir Schumacher. 
Especulação? Claro. No entanto, essas coisas não ofendem quando vem de algumas bocas consideradas "sensatas". 
Ainda mais se a gente acha exagerada a reação raivosa de um piloto da qual não critica nenhuma de suas ações. Basta esperar segunda-feira para ler um texto bem redigido, se redimindo e se justificando na rede social, para suspirarmos em devota admiração.

Ao fim do GP turco, somente - vejam bem! - 6 pontos separaram Hamilton de Verstappen (que terminou a corrida, solidamente conduzida, em segundo). Todo o nervosismo do Hamilton, mostra aos atentos a sua indisposição em aceitar que está sendo superado. Os rádios com a equipe foram um tanto cruéis. 
A Mercedes errou? Sim, sobretudo a saber que eram muito rápidos de reta e podiam ter parado mais cedo, e ainda teriam boas chances de vitória na corrida.
Ainda que esteja um pouco apertado, ele disse que não estava se divertindo com a competição? Quando se gosta de algo, não se irrita tão facilmente.

Bottas venceu no circuito que, em tese, tinha Verstappen como favorito. Hamilton então, chega como favorito nos EUA. Não há nenhuma dúvida de que vai vencer em território norte-americano, voltando ao topo da tabela. 
Faço aqui uma projeção: Das corridas seguintes à essa que acontece daqui a duas semanas - México, Brasil, Qatar, Arábia Saudita e Abu Dhabi - ele teria vantagem no Qatar e quem sabe, na Arábia. Se Lewis vence essas duas, ficando em segundo nas outras 3, ele somará 104 pontos. Mais os 25 e o ponto extra do EUA (muito possível de que aconteça) totalizará 129 pontos.
Garantindo que Max faz o segundo lugar nos EUA, ganha México, Brasil e Abu Dhabi e é segundo no Qatar e na Arábia, ele somará também 129 pontos.

Baseada em toda a premissa de quem é o piloto Lewis Hamilton e com a Mercedes, ele consegue vencer 3 corridas facilmente com ponto extra em todas elas, já que o Bottas mostrou a saúde do carro "alemão". 
O que não dá para garantir é que a Red Bull sairá vitoriosa em 3 corridas e vice em outras 3, com Verstappen. Se depender da calma que ele transparece, sim. E nessas circunstâncias, será por miseráveis 3 pontos. 

Como eu disse no primeiro parágrafo: falhei em entregar uma coluna do GP da Turquia em 5 parágrafos. Mas podem ficar felizes. Eu não voltarei com textão antes da semana que vem! ;)

Fiquem bem e seguros. Hoje, o Clube da Velocidade terá a sua rotineira Live de segunda-feira, às 20hs. O link, para quem quiser acompanhar é esse: Bottas vence o banho turco.

Abraços afáveis!

Comentários

Mário Paz disse…
Adorei os postulados que "provam" a genialidade de LH...e são de fato usados de forma categórica pela mídia automobilística, gerando aquela sensação na gente de "menos, menos..."
Postulados estes muito bem rechaçados pela Manu, diga-se de passagem...sobre o primeiro, LH ser "mestre da borracha", é de um exagero que beira a tolice, eu já perdi as contas de quantas discussões via radio entre o piloto e a Mercedes por causa dos pneus já presenciei, tudo regado a destempero e passionalidade do piloto, com Lewis exigindo respostas da equipe, invariavelmente a Mercedes tem de convence-lo da melhor estratégia
Bottas provando seu valor, Max maximizando seus resultados, Perez fazendo uma defesa impressionante contra Lewis e Leclerc surpreendendo na liderança...pra terminar, como eu queria ver Alonso num carro competitivo antes da aposentadoria...
Manu disse…
Obrigada, Mário!
Tentei ao máximo colocar todos os problemas da exaltação de pilotos pela mídia, mas já sabe: isso nem chega a ser algo que incomoda muita gente, e segue sendo assim, cada dia pior.

Abraço!

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