Balanço da Temporada F1 2020 (parte IV)

Desmotivada dos meus dedões do pé até os meus cabelos (que precisam, urgentemente de um corte, ou logo me transformo na menina daquele filme, "O Chamado"...), seguimos com o Balanço da F1.
Deveria explicar porque de começar o texto dessa forma, mas melhor não ou sairei do foco estipulado para essa pagina. Posso dizer que, em breve, ficarão livres da minha (precoce?) ranhetice.

Depois das três primeiras corridas do campeonato, fiz um bom resumo, piloto a piloto, de como se encontravam na temporada. Deixo o link para conferirem e assim, consigo "afunilar" o assunto.
Dava para ver que havia pouquíssima esperança de que o campeonato fosse "empolgante" em 2020. Tanto é que não fiz mais esse levantamento nas postagens que se seguiram... Relapsa, eu? Não, foi o doutorado pegando pesado com meu curto tempo e também, não havia nada de especial que valesse o esforço.

Com a nova leva de corridas com poucos dias de intervalos entre elas, percebi uma vantagem: a primeira do segundo módulo de 3 corridas, me garantiu um dos melhores textos que já escrevi aqui no blog. Modéstia parte, ficou bem bom!
Na primeira parte, fiz como manda o figurino: escrevi uma belo texto falando de uma corrida como se fosse emocionante, desde o começo, de um jeito que devem ter encontrado em muitos portais sobre o esporte por aí afora. Na segunda metade, voltei a ser a Manu de sempre, achando tudo trivialmente providencial e forçado demais para se dizer que era emocionante. Até citei o rei Roberto Carlos como uma epígrafe para o texto!!!

Leiam aqui, acho que vale a pena (ou não, já diria Caetano, rsrs...) 

A idolatria ao Lewis Hamilton saiu explodindo na primeira etapa em Silverstone. E a intolerância também: destilaram ofensas (algumas, até graves) para quem fez pouco caso de seus feitos. Desnecessário, ter que opinar? Talvez sim. É de direito, se quiserem? É, por mais difícil que seja em admitir. Inclusive, sobre isso, é preciso aceitar que nem todo mundo pensa igual (graças!) a você. 

Canonizaram Lewis? Ainda não, mas deve estar no processo. Mais ao fim do ano, descobríamos que ele receberia título de Sir da Ordem do Império Britânico. 

Até entendo a necessidade do ser humano em ter ídolos. Desde os tempos mais primitivos, as sociedades não complexas tinham os seus. Nesse caso Sol, Lua, e etc. eram os "deuses" das proto-sociedades, tribais. Depois que se tornaram complexas, foram acrescentando sentidos ou significados que a necessidade humana requisitou como "explicações" de sua própria existência. Tudo, por mais "fantasioso" que parecesse, sempre teve um quê interessante para cada cultura.
Pena que, de uns tempos para cá, parece que viramos do avesso. Quase ouso a dizer que tendemos a ser mais primitivos que o homem das cavernas que cultuava o fogo. Hoje, os "ídolos" não precisam necessariamente ser figuras fundamentais no curso da nossa História. Basta fazer alguma coisa que a mídia encheu de elogios e *pimba!* Até honrarias monárquicas passam a ser atestado de grandiosidade.

Está bem, estou exagerando. Mas é que, eu daria esses títulos para um cara, que mudou a sociedade inglesa, instaurou teorias que foram importantíssimas para o ramo da filologia... *Jogando para o universo um exemplo que deveria ser aleatório, mas não é* Enfim. Tais títulos também, não são nada, de verdade, ainda que tenha uma galera que faça questão deles.

Voltando ao tópico de hoje, eu fiquei incomodada quando disseram, após Silverstone 2020, que "Lewis vencendo com 3 rodas é fato histórico..." Ai ai, ainda bem que já tomei meu café quando escrevo esse texto ou cairia dura no chão. "Fato histórico"? Nesse espírito, logo vai existir  "History Knowledge Coaching"!! *Fujam para as montanhas*

O que quero dizer é que Lewis vencendo com 3 rodas, não faz dele, deus. Foi circunstancial - como seria com muitos outros. Não houve destreza. Ele estava no lugar certo, propiciado por um ótimo carro, uma equipe atenta e claro, ele era (e é) o piloto principal. Mais uns segundinhos e se parte da roda se soltasse ou todo o pneu se desfizesse, não seria bacana: seria perigoso, principalmente para ele. 

Esporte é entretenimento, e assim, arrumem outros termos para designar as conquistas esportivas como grandes feitos. Genialidade para mim são aqueles mais científicos, significativas descobertas ou teorias que traçam mudanças na sociedade, que afetam vidas, que rompem paradigmas, que quebram sistemas, que mudam a nossa visão de mundo. 

Assim, acho que finalizo, dizendo que o fato de alguém ter outro "herói" do esporte, não denota caráter. É um detalhe de cada um apenas.
Ninguém sabe o que os outros fizeram para tentar resultados incríveis. Pois exemplo, o fracasso do Bottas é o mais corriqueiro de acontecer na vida real. Vão me dizer que fracasso não faz parte do dia a dia, mais do que resultados positivos? Olhe à sua volta. O mundo não é o que se diz nos cursos de coaching. Se fosse, não teríamos um punhado de gente nas terapias, sofrendo de ansiedade.

Além do mais, no aspecto fútil, o que a gente sente de emoção (ou a falta de), não é algo que a gente controla. É impossível explicar, traduzir emoções para ou outros. É também impossível fazer-se entender que, não dá para achar que a sua vida se define por quem você torce, o quê ouve, assiste, lê...
São características, gostos. A melhor coisa que faz, é não fazer deles mais importantes do que são.  

Buenas... Vamos ao que interessa: o infográfico (cliquem para aumentar) e o placar de classificações, todos comentados.

Mas antes, um adendo: para essa corrida, houve a primeira "baixa" entre pilotos por conta da Covid-19. Sérgio Pérez andou visitando países com alto índice de contágio e acabou contraindo o vírus maldito, sendo impedido de participar do GP. Muita gente criticou a postura do mexicano, mas logo isso seria um assunto relativizado - dependeria de quem fosse o contaminado, para passarem pano.
Vamos fingir surpresa para ficar mais bacana, combinados?

De todo, e torcendo para sua plena recuperação (em tese, Checo esteve assintomático e foi isolado imediatamente), chamaram Nico Hulkenberg para substituí-lo. O cara estava de volta e se não fosse por alguns detalhes, teria mostrado o seu (bom) valor.


Pelo gráfico já perceberíamos que não havia nada de novo no front. Os fracassos da Mercedes nunca são totais, e costumeiramente são para o Valtteri Bottas - uma espécie de bucha de canhão da equipe. Perderam a dobradinha, mas tiveram ainda a vitória do seu protegido. Estavam feitos.

Marcaram pontos, aqueles não citados no gráfico:

► Em quarto, Daniel Ricciardo em sua melhor colocação desde o começo da temporada. Largou do 8º lugar e deu um plus de entusiasmo aos torcedores. 
Seu companheiro, Esteban Ocon foi o sexto e largou do 9º posto. 

► Lando Norris foi o representante da McLaren entre os 10 primeiros, terminando a corrida em quinto, a mesma posição do grid de largada. 
Carlos Sainz não foi tão bem e terminou a corrida em Silverstone em 13º. Sua posição de largada no entanto, era favorável: um sétimo lugar era o mínimo que poderia se esperar.

► Pierre Gasly da Alpha Tauri ficou entre os 10 primeiros, com o sétimo lugar. Saindo da 11º, marcou seus 6 pontos, enquanto seu companheiro, Daniil Kvyat tinha um fim de semana cheio. Depois de classificar-se em 14º, recebeu 5 posições de punição por conta da troca da caixa de câmbio. Na corrida, o pneu traseiro direito falhou e ele acabou batendo, lá na volta 12. Estava na 12º colocação. 

► Em oitavo, estava Alex Albon, conforme dito no gráfico. Alex se envolveu numa colisão com Kevin Magnussen, que era o décimo segundo, nas primeiras voltas. Um Safety Car foi acionado para retirar o carro da Haas e Albon acabou, mais tarde, punido com 5 segundos, responsabilizado pela colisão.

► Lance Stroll foi o nono. Seu "novo-velho" companheiro, Hulk acabou nem largando. Após a volta de apresentação, o carro falhou e ele largaria dos boxes. Nem isso aconteceu. Hulk assistiu a corrida inteira, de fora, como fizera desde o começo da temporada. O argumento da Racing Point foi um problema na unidade de potência. 

► Em décimo, Sebastian Vettel, conforme está no infográfico.

Demais pilotos:

► Em 11º, Bottas, sem marcar pontos, ficou preso atrás de Vettel. Seu pneu estourou faltando 3 voltas para o fim da corrida, quando caminhava para fechar a corrida, em segundo. Recuperar-se do prejuízo era quase impossível.
O companheiro dele, já sabem: tem a bunda virada para a Lua. Arrisco a dizer que o brilho da Lua não é mais por reflexo da luz do Sol. Deve ser do "popô iluminado do Hamilton" que proporciona isso... *Terra-planistas, corram aqui!*

► Para alegria geral da nação, George Russell fazia um belo resultado com o P12, tendo saído da última colocação. Seu desempenho na classificação foi bom: passou para o Q2 e fez o 15º tempo, porém, por ter acelerado durante bandeiras amarelas, ele foi punido com 5 posições.
Já seu parceiro, Nicholas Latifi foi o 15º na corrida e classificou-se no P20. Na largada, ele saiu do 18º lugar, beneficiado pelas punições de Kvyat e Russell.

► Em 13º, Sainz (já comentado), em 14º o primeiro carro da Alfa Romeo - o de Antonio Giovinazzi. Seu companheiro, o campeão mundial de 2007, Kimi Räikkönen, sofreu a corrida toda e terminou em 17º (e último, dado os abandonos).

► Latifi foi o décimo quinto e terminamos os classificados com - ainda ainda não comentado - Romain Grosjean, em 16º.

Abandonos: 

► Hulkenbeg, que nem largou, deixou o seu 13º lugar no grid, vago. Magnussen, logo nas primeiras voltas, por colisão com Albon, foi o primeiro a se retirar e o o segundo, por fim, foi o Kvyat.

A tal tabela da discórdia:

Contei acima apenas levando em conta os tempos de classificação. As punições não foram consideradas. O * em Stroll x Pérez, não foi acrescentado com Hulkenberg no lugar, pois, era um tanto óbvio que Lance se classificaria à frente e até, terminaria na corrida, à frente. Filho do dono, digamos.  Outro ponto era que, não dava para contar que ele retornasse depois no lugar de Pérez. Mesmo assim, o 13º lugar de Hulk foi notável, levando em conta que ele estava parado esse tempo todo. 
Mas para os tarados e taradas do placar, aqui vai: Stroll 1 x 0 Hulk.

Interessante (mas nem tanto) destaque: empate na Ferrari e na Haas e a ainda injustificada troca de Hulk por Ocon, na Renault... Está bem, parei.

Especificidades:

Piloto do dia: Lewis Hamilton da Mercedes. Sim, só por conta de um pneu furado.
Roteirizado para a Netflix? Que isso, nem parece...!

► Depois dessa corrida a classificação geral ficaram os cinco primeiros: 

Hamilton abriu 30 pontos em relação ao Bottas - somando 88 e 58 pontos, respectivamente. Em terceiro, Verstappen, com 52 pontos. Norris em quarto com 36 e Leclerc acabou subindo de sexto para quinto depois de conquistar o seu segundo pódio no ano, ficando com 33 pontos. 

No campeonato de construtores, a Mercedes ia à perder-se de vista: 146 pontos contra apenas 78 da Red Bull. Em terceiro, a McLaren, com 51. A Ferrari saltou para quarto com 43 pontos, e deixou cair a Racing Point, que ainda ficou encostadinha com 42.

Parece que foi eletrizante, mas na verdade foi ilusão... 

Não sei se dava para confiar que melhorasse. Spoiler? Só relembraremos o que rolou, daqui uns dias. 

Comentem o que quiserem! Abraços afáveis!!!

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