Notas ácidas da F1 (7) - Políticas, filosofias, devaneios...

 Nota 1:

Sobre o GP russo, ainda que não fosse bom, também não foi totalmente péssimo. Foi uma corrida chata, com certeza, mas depois de várias ruins, inclusive o GP espanhol, não dava para esperar outra coisa dela, então, reclamar depois do "leite derramado" parece redundante.

Como não comentei semana passada, nem nessa, acho que dá para amarrar uns pontinhos sobre a corrida e antes. Um dos pontos polêmicos girava em torno do Lewis Hamilton e começou uma semana antes de chegarmos lá em Sochi. 

Antes do GP acontecer, muita gente se doeu ou simplesmente brigou com o fato da FIA ter investigado o piloto pelo uso da camiseta pedindo justiça no caso Breonna Taylor (expressando no GP da Toscana e no pódio). Para variar a internet virou uma guerra campal. Os dois lados, defendendo ou atacando a FIA e Lewis, não souberam entender a situação sem partirem para radicalismos. 

Muito tempo atrás eu ouvi um professor dizer que a coisa que ele mais odiava era uma (suposta) "era do relativismo" em que vivíamos. Vejam bem, isso aconteceu antes de eu por os pês numa universidade, ou seja, já tem, pelo menos, uns 14 anos. 

Essa nem é o maior problema hoje em dia, a meu ver. É a falta de percepção sobre nós exagerarmos nos demais nos afetos, sem pensarmos dos coleguinhas. As pessoas que defenderam a manifestação do Lewis, começaram pelo que a equipe Mercedes sinalizou em resposta a investigação da FIA: a camiseta era apenas um ato em prol dos direitos humanos. Não digo que estavam errados. Tanto que a FIA nem sequer aplicou uma multa, muito provavelmente porque entenderam sim, que era bem por esse lado. No fim das contas, soou mais como uma nota de alerta do que incisivamente um corte sobre a perspectiva ideológica do piloto inglês. 

Parecia um aviso: o caso do assassinato aconteceu nos EUA e o momento no país é sensível - eleições presidenciais é coisa séria, sobretudo numa das nações mais importantes do mundo. E é muito séria, apesar de um dos candidatos fazer disso, uma palhaçada (vide o primeiro debate entre eles). Quem olhou de fora, se "esqueceu" (ainda que momentaneamente) que o país que sediaria mais uma etapa da F1, logo na sequencia, era a Rússia! Manifestações desse nível em território russo poderia causar estranhamentos e era melhor, evitar a "fadiga". A FIA poderia ter mandado alguém chamar Lewis num canto e dado o toque? Poderia, mas com a nota a organização também elevava o tom: evitava que outros pilotos saltassem com questões de ordem política/social que nem as equipes quisessem lidar futuramente.

Isso posto, os que defenderam a argumentação da Mercedes, pautando que não se tratava de um ato político usar a tal camiseta no pódio, colocando em evidência o problema, sendo filmado e fotografado e tampando os patrocinadores e etc., copiaram e colaram o grito dos "direitos humanos" a exaustão. Essas mesmas pessoas, no afã de apoiarem o piloto e condenarem a FIA, deram mais frases prontas: "ser humano é também ser político". 

Direitos Humanos envolvem direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais de todos. Então, é o seguinte: a camiseta era um ato em defesa aos direitos humanos e isso implica, também, política; por isso, a nota da FIA. E é POLÍTICA mesmo, e não a política partidária que estamos acostumados a "vomitar" nos discursos, como política pública. O que se faz no Brasil é isso: política partidária, isto é, defesa de interesses pessoais trasvestidos de públicos, pelo rótulo ou máscara dos partidos.

Assim, a discussão sobre uma camiseta transformou as redes na guerra campal que mencionei acima. Os que defendem Lewis, não perceberam o quão delicado é você atacar Estados cuja expressão social, civil, política, cultural é ou está sendo um problema de intolerância. A FIA percebeu, porque ela é uma instituição que lida fortemente com esses sujeitos de poder. Ainda que, o que dói em todos seja o fato da campanha We Race As One ser apenas fachada, em termos pragmáticos, isso acontece em todo e qualquer sistema, sobretudo aqueles que visam lucro. Então, era, desde o começo só um discurso da F1, e marketing. E fica "bonito na foto". Mas não ia ser legal chegar na Rússia tendo deixado a camiseta passar batido, então, "encenaram" a investigação para o Sr. Putin.

A FIA foi errada? Nesse ponto de vista, talvez sim. Mas não, se pensarmos que não deu em nada. Teria sido grave se tivesse multado e banido Lewis por, sei lá, uma corrida. Foi um sinal amarelo escuro, quase verde, porque estariam em território problemático em alguns dias. Nada mais. 

Isso não isenta o Lewis de não receber "ataques" por sua conduta politizada, conscientizada e (parece muito importante destacar isso agora) negro. Sim, ainda que tardiamente (esse novo Lewis demorou 13 anos para aparecer, e ainda assim, é oscilante), são legítimas as suas falas com contornos sócio-políticos. O que é necessário fazer é que seja feito com consciência e contundência. A postura, até então tem ares de oportunismo, mas isso não deslegitima o uso da sua representatividade e prol de fortes causas (seja raciais ou ambientais). 

Mas... Porque ele não poderia estar no pedestal para alguns que discordam que ele faça isso na F1, hoje? Há dois pontos aí que eu vou tentar mostrar achando que dá para pintar o quadro: a) (essa pode parecer tosca, mas existe) As pessoas procuram os esportes como entretenimento. É um tanto bobo de pensar assim, mas muita gente está ali, vendo seu futebolzinho, sua corrida para esquecer problemas, e não para ficar problematizando. É  raso? É. No entanto, acontece. 

Neste caso especificamente, dizer que Hamilton não devia "mexer com isso" não significa que a pessoa é racista. Tem gente que foi criado num ambiente de que evitar discussão sobre política, raça e religião é sábio. Seja por não entender ou por evitar qualquer discussão dessas ordens pelo simples fato de não querer brigar e poder ficar com a cabeça livre e em paz, pode ser uma justificativa razoável. O que tem demais? Há também pessoas que acham um disparate o que está acontecendo nos EUA (e aqui também, não vamos fingir demência) com relação as injustiças sofridas pelas minorias sociais, porque elas simplesmente vêem todos como um só ser, independente de cor da pele, sexualidade, religião e etc.. Mas, muitas delas, podem não querer falar sobre isso, pois não sabem "traduzir" o incômodo. Elas também não vão querer que esses assuntos interfiram no seu momento de "recreação" pois, fazem elas ficarem tristes.

b) Essa parece ser a que acontece com mais frequência: sim, tem gente que é incomodada com radicalismos, com revoluções. Tem gente que tem nervos reacionários e são contra sim essas ideias de direitos humanos e sempre se pautam nos deveres das pessoas. São capazes de dizer que qualquer manifestante é baderneiro e vagabundo. São pessoas com desvio de caráter? Provavelmente. Dão sinais de serem intolerantes religiosas, são muito preocupadinhas com a sexualidade dos outros, falam muito em meritocracia e se acham melhores que alguém? De novo, provavelmente são pessoas que seria bom evitar o contato. 

Estão errados? Sim. Mas vamos tacar pedras e desatarmos a sangria com esse pessoal? Não deveríamos. Pois as perguntas que ninguém faz são: para quê brigar? Para quê tentar incutir a sua visão de mundo na cabeça de outros? Porque essa necessidade desenfreada de ter opinião para tudo? E mais: Porque julgar o que se acha superior por ter falado uma merda sem tamanho, se alguém foi lá impor a sua opinião também?

Percebem a contradição? Não adianta argumentar comigo que os reacionários não sabem debater de forma saudável, porque eu já vi revolucionário partir para a ofensa pessoal num piscar de olhos. Somos racionais, porém puramente instáveis, das pontas dos fios do cabelo até a ponta do dedão do pé. Se admitirmos isso, então evoluímos (no sentido positivo) mentalmente.

Nota 2:

Tema espinhoso? Eu também acho. Inclusive evitei falar dele esse tempo todo e fugi - sim, na cara de pau, admito - de ter que escrever sobre o GP na Rússia. Estou perdendo todo o afeto pela F1 atual. Já vinha insatisfeita com as punições seletivas, as regrinhas que passam batido para uns e para outros são criteriosamente cruéis. Fora que, desde a implementação dos motores híbridos, sinto que todo os sistema perdeu a graça rapidamente. Tive como combater a tudo isso? Eu tentei, juro que tentei. 

Já discuti aqui sobre a seletividade e até provoquei vocês a falar do juízo de gosto interpelado pelo  filósofo Immanuel Kant. Sim, numa de suas Críticas ele fala sobre estética e beleza como algo que está submetido ao subjetivo. E por subjetivo a gente pode até traduzir aqui como particular. Não existe nenhum condicionamento racional que explique porque você gosta de jasmins e não de tulipas. Isso é seu e portanto independe se você é botânico especialista em flores ou uma pessoa comum que vê uma e outra e escolhe a que mais te agrada. 

Dá para fazer esse caminho na F1: Joana torce pelo Charles Leclerc. Ela o acompanha desde as categorias de base. Joana se encantou pelo monegasco, logo isso é uma sensação objetiva - ela o viu e ele lhe chamou a atenção. Lá em 2016, quando ele integrou a academia da Ferrari, Joana "estudou" o seu jeito de pilotar. Passou a torcer pela ascensão de Charles à F1 e saber como ele se comporta em pista. (Isso também é objetivo: o "conhecer sobre algo"....)

E ele então chegou à F1, ela acompanhou a sua temporada de estréia com muita paixão. Em 2019, ela teve um arrebatamento: ele venceu uma corrida, numa das melhores pistas da temporada - na Bélgica - e pela tradicional Ferrari. Ao acompanhar aquele GP desde a classificação, ela fez um julgamento estético: achou lindo e se emocionou - ficou ainda mais "apaixonada" pelo piloto.  Nisso, foi o subjetivo se manifestando e o prazer puro, experimentado por ela. Kant ainda afirma mais, que a gente pode acrescentar aqui: Se outros se colocarem em um mesmo estado de receptibilidade (ou seja, se colocarem no lugar do outro), sentirão o mesmo prazer, porém, em uma universalidade subjetiva, porque não há uma intuição aplicada a um conceito. 

Isso acontece com a Joana, com o Nicolas, com José, com a Cíntia... Com os fãs do Lewis, do Sebastian Vettel, do Kimi Räikkönen, do Max Verstappen... Não há conceito que delimite quem vai gostar de qual piloto e porquê. Quando se tem essa relação de "afeto", digamos assim, pouco interfere ou pouco nos coloca em posição de racionalizarmos o nosso gosto por esse ou aquele atleta. É mais difícil - ainda que não seja impossível - saber (e aí sim, juízo de conhecimento, objetivo aparece) quando o seu piloto favorito, paixão da sua vida, errou. Isso se manifesta mais comumente quando não o idealizamos demais. 

E é aí que reside o problema: Idealizaram demais Lewis Hamilton. Ele se tornou intocável. Os fãs de outros pilotos, se o critica s sobre as suas reclamações sobre pneus ou, como foi o caso no GP da Rússia, em que foi punido duas vezes - são recortados como "racistas". Gratuitamente, sem conhecer os outros no íntimo. Dizer que ele é arrogante e sempre foi? Um crime!!! Mostrar suas falas contraditórias e/ou hipócritas? Ora, passível de ser enforcado em praça pública!

Vejam bem: fui contra a camiseta no pódio em Mugello por um único fator - na Bélgica ele argumentou que não boicotaria a corrida como os jogadores da NBA fizeram pois, para ele, a Bélgica não tinha nada com isso e o que ocorrera era triste, mas era em outro continente, nos EUA. Ele é passível de ter mudado de opinião em alguns dias? Claro. Mas falta ainda o sacrifício, o deixar-se exposto e vulnerável pela causa. Usar uma camiseta é fácil. Bravo mesmo é querer dar a cara à tapa pelo o que se acredita ser um passo largo para a efetiva mudança.

Mas eu não tenho nada com isso. E inclusive não argumentei isso por aqui, justamente por ter consciência da minha insignificância. Além de tudo, já disse e posso repetir, para fixar na mente: somos contraditórios por excelência. O fato de eu achar que toda essa manifestação dele é apenas marketing não deslegitima as suas ações. É um achismo que eu nem precisaria expor pois, é insignificante.

Na Rússia, suas reclamações com relação à decisão dos comissários sobre o teste de largada em local proibido tornou ele indefensável e arregalou o arrogante Lewis que, para quem está chegando agora, parece novidade. Para os seus fãs ou apoiadores, não existe nada de arrogante e segue o barco... Também não adianta ficar "amassando barro" sobre isso.

Sobrou até para outros pilotos. E isso é de uma chatice sem fim. Houveram uma divulgação de vídeos do Kimi reclamando no rádio sobre as punições esse ano e os fiscais da vida alheia lançaram: "Com o Kimi é engraçado, com o Lewis é chato?... Racistas!" Fora a manobra da largada do Leclerc... E então, todos nós entramos no balaio de gatos: somos todos racistas. Será que dá para comparar as reações e taxar assim, simplesmente?

Eu tenho certeza que não. Toda generalização é burra. Eu dou risada com os rádios do Kimi, mas vocês não me veem postando ele sendo "mau educado" com mecânicos e achando isso bacana. Eu acho graça, mas se fosse comigo, mandava às favas! Faria isso porque não idealizo o Kimi, apesar de chamar ele de Mito nas redes. Eu brinco, mas sei os limites disso, dessa relação de admiração. Não parece ser o caso dos fanáticos de plantão.

Nota 3:

A corrida da Rússia ficou comprometida para Hamilton que vinha para bater os recordes do grande Michael Schumacher. Lewis tomou duas punições, 5 segundos cada uma e reclamou delas, quase se negou a cumpri-las e depois foi pouco cordial com o engenheiro chefe sobre ter parado antes do que ele pensava ser o suficiente para recuperar o tempo "perdido". Ele terminou a corrida com uma cara de pouquíssimos amigos, em terceiro lugar. 

Logo durante a corrida, soubemos também que, pelas punições ele poderia perder de 2 a 4 pontos na superlicença, o que colocaria ele perigando ou à ponto de ser suspenso uma corrida. Se fosse dois pontos por punição, ele somaria 12 (o limite) e estaria fora do GP alemão, nesse fim de semana. Mas, como anunciado no meio da corrida, deram um ponto para cada infração e ele somaria então, 10 pontos por infrações. 

Um tempo atrás, um piloto aí, campeão mundial perdeu pontos também e muita gente dava risada sobre a situação. O tal, nunca chegou sequer a acumular 8 pontos. Mas isso é a tal seletividade que, quando aplicada pela FIA, as pessoas não reclamam: aplicadas no nosso círculo *feliz* de gostos corretíssimos, são "verdades sendo ditas, justiças sendo feitas"... Talvez não, mas vamos deixar isso para lá, afinal, logo que o erro das largadas foi um erro da equipe, os dois pontos foram retirados. O diretor de provas da MIA, digo, da FIA, Michel Masi suspendeu os pontos e Hamilton está com 8 pontos faltando ainda 4 para ser suspenso. 

Não resisto e digo que é mais fácil aparecer uma sacola com 1 milhão de dólares  no quintal das nossas casas do que o Hamilton tomar essa suspensão. Ainda que ele seja passível de fazer barbeiragens homéricas desde 2007, isso não vai acontecer. O lance é que, desde o ano citado ele sempre se estressa com as punições mais que os outros, e soa fortemente que ele não é capaz de admitir erros e é mau perdedor. Umas horinhas lendo o regulamento não vai arrancar pedaços e podem até ser interessantes para diminuir as injustiças traçadas pelos diretores e comissários de prova. Mas não pode ser feito apenas para defender os seus interesses... Lembrem-se que a "diversidade" deve ser aplicada...

Nota 4:

O que deveria estar em pauta, não esteve. Enquanto houve choro por parte do inglês, o que era preponderante não saltou nos comentários dos "sensatos" fãs (fãs?) de automobilismo (raro poucas exceções): Quem mais treinou largada fora do local permitido? Nenhum outro piloto, e somente ele. Então, é taxativo: é a regra, então, cumpra! 

Passível de discussão é o critério usado para punições: para boa parte dos "incidentes" são dados 5 segundos. E é bobagem punir o piloto por algo que aconteceu antes da corrida e (em tese) não prejudicou o andamento dela. Mas é a regra. Tem que ser cumprida e os outros pilotos e equipes sabem disso. Não adianta esguelhar. Tem que dançar conforme a música e "respeitar" a hierarquia.

Acho que assim, finalizamos o assunto.

Nota 5: 

Com as punições de Hamilton, Valtteri Bottas teve caminho livre para poder vencer a corrida e isso incomodou boa parte dos fãs (fãs?) da categoria, por alguns motivos. Um deles, era um desconforto da maioria dos fãs do inglês: tardava-se um recorde do Hamilton e soava como se fosse um boicote. Discutível, claro. Ainda que as regras sejam quase sempre injustas e normalmente seletivas, não foi o caso. O que ocorre é que Lewis comumente era aquele que se safa de qualquer punição, leve ou grave. Tanto que nem se percebe que ele faça manobras fora das regras pois por muito tempo ele sequer foi colocado para investigação. 

Sobre esse recorde, ficou aguardado para que acontecesse no próximo GP, na Alemanha, num cenário perfeito para – de alguma forma – começar a "destronar" de vez Michael Schumacher como maior da história. 

Ficar magoado por isso, parece um grande crime para nos novos fãs da categoria. A narrativa que eles conhecem é apenas que Schumi era o "Dick Vigarista" o que não é nem perto da totalidade de seu legado – se é que é possível mensurar isso. Então, quando alguém diz que fica triste com o Hamilton chegando às marcas do alemão, há muito grito e ofensas.

Tanto é que, na semana passada, Fernando Alonso deu uma série de declarações, e a de destaque foi a que disse que Schumi era para ele o melhor. Ora, quando Nico Rosberg diz que Hamilton é o melhor, pois está pensando que conseguiu superá-lo em 2016, tudo bem. Entretanto, Alonso não pode ter a mesma linha de raciocínio? E daí  se ele acha que Michael é o maior da história? Ainda que falte bom senso, se comprometeram tanto a criticar o espanhol, mas se esqueceram que no mesmo momento, ele defendeu que Hamilton não venceu 6 campeonatos por sorte.

Isso é questionável, ou ninguém perguntaria para ex rivais ou ex companheiros sobre o que acham dos campeonatos vencidos pelo inglês. Mas parece improvável que se chegue num consenso - ainda mais agora - pois Lewis está no auge e "um piloto é tão bom quanto a sua última corrida" (já disseram por aí e faço um copia e cola, aqui). Talvez quando começar a sua derrocada, as escamas caiam dos olhos.

Não é necessário retomarmos a discussão do juízo de gosto, é? Cada um com a sua opinião, não precisamos fazer de algumas falas, um dilúvio (a não ser que elas sejam ditas para serem realmente provocativas, para gerar animosidades). Vamos deixar as paixões de cada um com eles, e respeitá-las. 

Finalizamos outro assunto? Está bem.

Nota 6:

Voltando ao Bottas: O finlandês acabou conquistando mais uma vitória no GP da Rússia e mais uma nesse ano. Ainda que seja insuficiente, pelo menos ele garantiu uma aproximação ao companheiro/rival e administrou bem uma corrida sólida e sem intromissões – inclusive da equipe, que estava bem mais preocupada com o desempenho de Hamilton e sua possibilidade de garantir um pódio. 

Não que a Mercedes tivesse virado as costas para o seu segundo piloto (como a Ferrari tem feito). A situação de Hamilton exigiu muito mais atenção e tudo o que podiam fazer por Bottas era o que já estava programado antes da corrida: dar à ele condições de não deixar Max Verstappen abocanhar a sua posição ou (remotamente) evitar que ele disputasse diretamente com Hamilton pela vitória. As paradas rápidas e uma estratégia já estavam decididas.

Ao fim da corrida, Bottas mandou uma indireta-direta no rádio para os seus críticos com direito à palavrão e tudo. As pessoas reclamam dos "novos" pilotos, por serem mais "frescos" e "reclamões", mas quando aparece um "cuspindo marimbondos" sobre as críticas que recebe é interpretado por muitos como uma atitude patética. 

Afinal, ele não disputou posições no braço, nem mesmo fez mais do que seria normal de um ocupante do melhor carro do grid... Eis o meu argumento para poder não gostar das corridas vencidas pelo Lewis "de cara para o vento" e chamá-lo de "fantástico" logo em seguida. No entanto, dizer a mesma coisa para Bottas - inclusive associar corridas ruins ao seu nome - não tem problema nenhum?!?

Mas a incoerência reina entre os fãs (fãs?) da F1. 

Mesmo que Bottas viva em constante pressão - não por ser inferior ou coisa parecida - mas por ser companheiro de Hamilton, um nome criado e moldado para meter medo, ele tem e teve o direito de extravasar o seu incômodo sobre ser colocado como o fraco da disputa como quiser.

As pessoas precisam parar de pensar que tudo gira em torno de Lewis - o cara vai ser hepta com folgas e não existe nada que bloqueie isso. Já salientei várias vezes esse ponto, antes mesmo das corridas começarem em julho. E eu não estava errada. Por isso, porque não "deixar" que Bottas comemorasse (raivosamente) pela conquista? Bem sabemos que isso só acontece, quando a Mercedes erra e Lewis deixa sobrepor o seu ego. Então, se Valtteri capitalizou o resultado... Deixem o cara!

Ficamos com mais um fim de questão.

Nota 7: 

Eu queria falar de mais uma grande falha da Ferrari...  Usar Sebastian Vettel de escudeiro e compará-lo aos resultados de Charles Leclerc, dá nos nervos, especialmente da forma cretina como fazem. 

Adentraria ainda, no tópico que eu já previa: logo, algum "sabichão" colocaria problemas sobre a contratação de Vettel pela Aston Martin. E já teve "pateta" ganhando notoriedade com esse tipo de comentário, algo que não surpreende, mas desmotiva a gente a manter redes sociais ativas. 

Mas eu já escrevi coisa demais aqui hoje. Além do mais, criticar a Ferrari é chover no molhado. (E vocês já estão de saco cheio de me ler...)

Por isso, acabo por aqui. Desejo a todos um fim de semana legal com a F1. Tomara que todos saiam satisfeitos dessa etapa. Pena que tivemos dois treinos livres cancelados hoje por conta do mau tempo. 

PS: sinto inveja do frio que está lá na Alemanha.

Abraços afáveis! Fiquem bem!

Comentários

Por textos maravilhosos como esse é que sou cada vez mais teu fã. Concordo totalmente com cada palavra e vírgula e fico imensamente feliz por saber que (ainda) existe vida inteligente na internet.
Por textos maravilhosos como esse é que sou cada vez mais teu fã. Concordo totalmente com cada palavra e vírgula e fico imensamente feliz por saber que (ainda) existe vida inteligente na internet.
Manu disse…
Obrigado Eduardo, de verdade. Mas acredite: vc só diz isso, pois sabe que somos "almas de gêmeos" hehehe...

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