Chapter 12: GP de Portimão - por Paulo Alexandre Teixeira

 Voltamos com mais um ótimo texto do Paulo, do Continental Circus. Ele mandou um ótimo texto para a gente sobre o circuito (publicado na sexta-feira, se não leu, acho que deveria) e agora, uma bela resenha sobre a corrida do domingo. Confiram!

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Segunda-feira - que é quando estou a escrever isto - é um dia de rescaldo, e agora que a Formula 1 já fez o seu trabalho de nos visitar após 24 anos de ausência, desconhecendo se nos irá visitar de novo tão cedo - todos esperamos que sim, dado que ouvi apenas elogios ao circuito - há coisas que queria falar sobre esta visita da Formula 1 ao meu país.

Toda a gente conhece as circunstâncias da sua chegada, e toda a gente sabe que se não fosse uma pandemia mundial a bater-nos à porta, não teríamos Lewis Hamilton, Charles Leclerc, Kimi Raikkonen, Valtteri Bottas, Max Verstappen e outros por estas bandas. E daquilo que se anda a ouvir, é provável que poderá haver nova visita se certos países não poderão resolver este assunto a tempo da nova temporada. Mas as impressões são positivas: os pilotos adoraram as subidas e descidas da pista, a natureza improvável do asfalto - camada nova, colocada de propósito para esta prova - e as primeiras voltas do Grande Prémio, com chuva fraca a baralhar a hierarquia, pelo menos temporariamente - fizeram com que toda a gente tivesse adorado a estadia da Formula 1 em Portimão.

Claro que nem tudo foi perfeito. Não há muitas estradas de acesso ao circuito, que fica nos arredores da cidade - quem ia de carro, a fila demorava em média três horas, evitando os transportes públicos - não havia sítios onde as pessoas poderiam comer, e os que haviam, eram caros; e o limite de 27 mil espectadores fizeram com que algumas pessoas, que tinham bilhete, fossem rechaçados porque a policia fechou os acessos. Claro, as reclamações foram inevitáveis.

De resto, a corrida teve um inicio maravilhoso, com pessoal a comparar o arranque do Kimi Raikkonen ao do Ayrton Senna e de Rubens Barrichello no GP da Europa de 1993, em Donington Park - curiosamente, outro "one off" - e ver Carlos Sainz Jr. na frente de um Grande Prémio por oito voltas, ao volante de um McLaren, deve ter alegrado muitos corações, antes dos Mercedes e de Lewis Hamilton repor a normalidade, mas este tinha de acontecer, porque o resultado foi especial. Afinal de contas, depois dali, ele sairia de Portimão como o piloto mais vencedor de sempre, e se calhar o primeiro a ter cem vitórias na sua carreira.

Em jeito de rescaldo, fiquei feliz por ver a Formula 1 por ali. Sempre achei que aquela pista merecia a competição. Foi feita para ela, e na sua primeira experiência, foi aprovada por todos. Agora, é trabalhar para o seu regresso mais definitivo, do qual espero que seja em breve. Na minha ótica, merece cada tostão investido.

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Resumo básico e completo e depoimento de quem pode ter um GP em seu país em meio à um complicado ano. Obrigada Paulo pelo tempo disposto mais uma vez!!!

Agora, se me permitem, vou deixar uns comentários pessoais: Ontem, sobretudo com o início da corrida, quis mesmo que Portimão se tornasse um circuito fixo em todas as temporadas da F1 daqui em diante. É mesmo muito boa e legal de acompanhar.

A normalidade ter voltado antes das 10 voltas iniciais tira um pouco do meu entusiasmo, mas isso sou eu. Ainda me sinto desconfortável com algumas reações sobre a F1 atual que perpassam a mentalidade da maioria dos fãs como algo que entusiasma, mas pouco significa para mim. E sim, eu falo sobre o alcance de 92 vitórias na carreira por Lewis Hamilton. Ainda que esses números lhe confira um status de "maior do mundo", e isso está escrito na história, digo que isso pouco me enche os olhos. Ultimamente, não tenho estado propensa à endeusamentos. Deixo para quem quer fazê-lo.

Parabéns ao Big Lewis. Deve ser realmente incrível conseguir tais feitos. Logo, veremos mais matérias  na mídia sobre sua carreira e a fanbase se encherá de alegria por ele ser o cara que tem 100 vitórias (e contando). Queria saber, como estarei eu, daqui uns 20 anos, quando surgir um garoto novo e fenomenal na categoria, e os jovens desse futuro estiverem exaltando-o como o próximo "maior da história"... Mas não vou pensar em mim, com 53 anos... Já fiquei um pouco assustada com isso.

No mais, algumas questões rápidas (prometo, pois tenho muito trabalho acadêmico por fazer):

1) Grande arrancada de Räikkönen! Eu me surpreendi (e confesso que me animei muito) com Kimi na sexta colocação logo depois das primeiras voltas. Juro que nem liguei para o Sainz colocando a McLaren entre os primeiros. Sinceramente, não tenho ligado para o que Sainz faz ou deixa de fazer, embora, não tivesse nada contra o espanhol (mas algumas coisinhas tem me deixado um pouco, com o e atrás em relação à ele).

Quem tiver um tempo, procure o vídeo onboard do Kimi. É bem legal. E para quem torce pelo Kimi, é de aplaudir mesmo. Ainda que queiram a aposentadoria do velhinho, parece que não vai acontecer, não é mesmo? E esse papinho de "fulano já deu o que tinha que dar", tem que acabar. Por uma questão bem prática: não pode desmerecer os feitos do Lewis Hamilton, que é falta de bom senso ou (radicalizando geral) sinal de racismo, mas ficar dizendo que certos pilotos não servem para mais nada - como disseram a respeito de Romain Grosjean e Kevin Magnussen nessa última semana - é bacana? Oras... 

2) Mattia Binotto é seguramente o cara mais repulsivo que já vi desde que comecei a acompanhar a F1 para sair palpitando na internet sobre. Suas declarações em relação ao Sebastian Vettel, logo após o GP de Portugal é de deixar a gente revoltada e de estômago embrulhado.

Dizer que o carro de 16 e o carro 5 da Ferrari são iguais, é uma das maiores bobagens que já li da base de fãs da F1, também. Em tempo, a bizarrice só aumenta, quando jornalistas "especialistas" reforçam o discurso, sob o argumento de que a Ferrari perde muito no campeonato de construtores "sabotando" o seu segundo piloto, da forma que tem feito. 

Só digo uma coisa: quantas vezes a Ferrari não agiu de forma desmedida? Então, porque é que  sacanear o seu segundo piloto parece tão difícil de acreditar que seja algo que eles façam? 

Como disse Vettel: os carros não são iguais e ele não é idiota, mas pelo visto, a maioria dos fãs da atual F1, são.

3) Dica da Manu: Eu parei de votar em piloto da orrida, viu? Nas poucas vezes que entrei no site, cliquei em um piloto e apareceu outro na tela. Achei que era meu celular que estava "doidão", mas isso já aconteceu umas algumas vezes, e esse ano, aconteceram duas. Sugiro que parem de votar também. É bobagem, mas diz muito sobre que tipo de coisa a F1 quer marcada na suas páginas... 

Volto em breve, só não sei quando. As atividades acadêmicas estão tomando muito tempo, mas eu darei meus pulos. Fiquem bem e fiquem em casa (se puderem)!

Abraços afáveis!

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