Pontinhos: Pré GP da Emília-Romagna

Para nos preparar para o segundo GP da Temporada 2021, selecionei alguns tópicos que ainda não tiveram oportunidade de serem mencionados, para comentar aqui.


Ponto 1:

Desde o GP do Bahrein, contamos 3 fins de semana sem corridas. Isso é tempo suficiente para a mente ociosa do fã desprovido de prioridades na vida, ficar arrumando bobagens para se ater, até que os carrinhos voltassem a pista. 
Um intervalo grande entre um GP e outro, como esse, voltará à acontecer só nas "férias" de verão, aquela pausa que acontece em agosto. 
Lá, vai ter acontecido 11 das 23 corridas previstas. Se tudo correr bem, creio que estaremos num patamar em que algumas coisas já terão dado os seus indícios de conclusão e então, serão 3 semanas de recesso com muito papo insano por aí afora. 

Ponto 2:

Como mente vazia é oficina do Tinhoso, basta dar uma olhada nos portais de notícias (não todos, claro!) para conferirem as "notícias" da categoria. Nada relevante, percebem? 
Do meu ponto de vista, considerei que 90% delas eram de análises pouco inteligentes, ex-pilotos dando pitacos indecentes sobre personas das quais eles detestam, chefes de equipe "brigando" entre si, falando de pilotos, seus e dos demais...
Nada de novo no front.
O pior dos conteúdos certamente é uma mania desenfreada da mídia que ocorre faz tempo: escarafunchar declarações tiradas de contexto para polemizar e/ou ir atrás dos "fracassados" para comentarem o que acham do fulano, do ciclano ou do beltrano.
Mas é o que se faz em relação à qualquer assunto e infelizmente não é particularidade da F1 ou esportes em geral. Inclusive, entre os fãs, o ataque a guerra campal em relação à opinião dos outros, é sempre motivo de "mimimi" como bem sabemos. 
O uso de certos termos chave na manchete, irrita, mas não surpreende. Exemplo? "Ex-piloto dispara: XXX está acabado, precisa parar". 

Nada de novo no front.

Ponto 3:

Nas rede sociais, sobretudo o Twitter, não houve um dia que essa que vos escreve não observou alguém postando Sérgio Pérez fazendo treinos físicos típicos para pilotos.
Eu estaria de boa, se não fosse a provocação na legenda, explorada à exaustão: "F1 não é esporte".
Para quem não viu o vídeo do mexicano, ele está fazendo exercícios de pescoço e girando um volante "pesado" das quais ele chega a erguer as pernas de tanto esforço que faz.
Eu não sou professora de educação física, mas eu já fiz musculação e quando eu fazia muita força com os braços, a ponto de erguer as pernas daquele jeito, ou me curvar, os preparadores gritavam comigo, dizendo que daquele jeito eu ia acabar me machucando. Eu tinha que parar tudo, negociar diminuir o peso ou fazer a coisa bem devagar até pegar o ritmo. E eu sofria, mas prestava bastante atenção com relação à minha postura. 

Dando conta de uma premissa pouco explicada, sacaram esse videozinho para atacar quem diz que F1 não é esporte. Se a ideia dessas pessoas era dizer que não havia esforço físico, talvez estivessem mesmo erradas. É claro que existe um esforço físico muito intenso.
Mas não me parece ser o caso. Quem diz isso sabe que existe toda uma preparação física (e mental) para pilotar um carro de corridas, mas  acredita que o carro é um fator que tira um pouco o atletismo da coisa.

Ponto 4:

Está bem, eu já disse que a F1 não é esporte. E eu disse isso quando estive furiosa em relação a pouca competitividade existente na atual fase da categoria. 
Vejam bem: o vídeo do Pérez é muito semelhante ao que todos os outros 19 pilotos fazem durante a semana para estarem aptos à um fim de semana de GP. Esses exercícios fazem parte do pacote de ser piloto profissional e oficial de equipes. É certo que, uns 30 anos atrás os caras não faziam isso, pelo menos não com a rigidez que é hoje. Portanto, é natural. 
Eu faço alongamento toda manhã para ficar sentada na frente do computador o resto do dia. Me dá disposição e evita que eu fique cheia de dores.
Outro bom exemplo que vale dar uma pesquisada seria saber quando os jogadores de futebol começaram a treinar, pra valer. Eu me lembro que essa coisa de academia, de treino físico mais pesado passou a ser algo feito de uns 20 anos para cá. Antes disso, os caras fugiam até dos treinos e jogavam normalmente depois. 

Mas vamos voltar ao aspecto "esforço físico" e deixar de lado todo esse papo de competitividade e preparação... O cara lá, sofrendo para virar um volante é um argumento tão besta quando dizer que "na F1 o carro anda sozinho". 
Já que é para ser pouco inteligente, mando essa: se esforço físico denotar aspecto esportivo, os caras que trabalham em cooperativa agropecuária descarregando caminhões com sacos de grãos e auxiliares de obras carregando sacos de cimento nas costas, são atletas?
É uma pergunta retórica. 

Ponto 5:

Depois de 3 semanas desde a última corrida, vamos para a segundo GP, no aguardo de ser menos "polêmico" com relação ao extra pista e punições e também que seja menos previsível em termos de resultado. 
No ano passado, o retorno da F1 à Ímola foi pouco empolgante justamente pela previsibilidade. O discurso de que a corrida seria chata foi dada justamente por aquele que acabou vencendo a etapa e tornando ela, de vez, chata.

Lembrando então: ano passado, tivemos a pole do Valtteri Bottas, pouco caso do Lewis Hamilton e no domingo, dobradinha dos pilotos da Mercedes, com a inversão de posições - Lewis em primeiro e Bottas em segundo.
Para piorar, aquela ideia de que a Mercedes começaria enfrentar dificuldades em 2020 não se concretizou (oooh, que surpresa!) justamente nesse circuito. Com 4 etapas para acontecer, a Mercedes já conquistava - com folgas - o campeonato de construtores.

Ponto 6:

No ano passado, não acreditei nas "dificuldades" da Mercedes. 
Neste ano, ainda que mais intensas, não comprei a ideia que eles teriam um "carro inferior". 
No entanto, escrevi coisas lá no dia 15 de março que não mudou em relação ao GP 1 de 2021. Esse post é o do de balanço sobre o GP Emília-Romagna do ano passado, e eu escrevi coisas pertinentes, inclusive para o pós Bahrein 2021. Quando reli, me surpreendi um pouco, pois parecia que eu tinha visitado um futuro bem próximo, por alguns minutos. 
Destaco para vocês não terem que ler o post de novo:


Eu queria ter essa habilidade de prever as coisas para ganhar na loteria.

Ponto 7:

Já que falei em futuro, percebi que não só eu sou a "adivinhona" da parada. Aparentemente, é possível, com uma só corrida, sentenciar os rumos das carreiras de alguns pilotos do atual grid:

a) Yuki Tsunoda é a nova estrela;
b) Sebastian Vettel está acabado.

Sim, parece que foram lá em dezembro e já puderam ver todas as corridas de 2021, e soltaram essas duas premissas como fato. 
Aceito, até porque, quem sou eu na fila do pão?

Mais que isso, é possível já vender histórias, sendo a principal:

Max Verstappen é o favorito à vencer em Ímola.

Com outros jeitos de dizer a mesma coisa e relacionado à essa ideia, nada mais são que subterfúgios que vão corroborar com o discurso já firmado no primeiro GP. 
Qual? Aquele que as Mercedes são inferiores à Red Bull, e que "o pulo do gato" da equipe é que eles tem um piloto excepcional.

Ponto 8:

Talvez os especialistas da mídia nem precisem gastar os neurônios. 
Depois do TL1 em que rolou um pega entre Esteban Ocon e Sérgio Pérez (que adoram se estranhar) e umas rodadas do Nikita Mazepin, veio o TL2. Dêem uma "urubuservada" (observada de urubu em lixão de prefeitura) nos melhores tempos, sobretudo o P1 e o P2 e depois chequem para saber o que houve com Max Verstappen...


Ansiosa para saber como é que vão contar contos da carochinha no domingo, com dobradinha de Mercedes...

Ponto 9:

Eu nem ia me dar o trabalho de comentar, mas já que mencionei... 
Nikita Mazepin rodou algumas vezes. Não vi, nem sei precisar quantas foram. Soube, através dos twitteiros de plantão. 
O cara está claramente forçando a barra e é, ainda por cima, novato. Entretanto, rola um julgamento moral (um tanto imoral, diga-se) à seu respeito que além de pouco inteligente, não dá folga. Há até "jornalistas" que trabalham com outros esportes, torrando a paciência com as piadolas em cima do cara. Uma coisa é perfil "zueiro" soltar umas brincadeiras. Outra é perfil (sério) fazer comentários de natureza duvidosa só porque está na moda odiar o cara.
De novo: é pouco inteligente e infantil até. 

Mas não surpreende. A 5ª série quando senta no banco da Praça é Nossa, é para torrar a paciência. 

Ponto 10:

Participei na segunda passada de uma live com os meninos do Clube da Velocidade, Márcio, Ron, Diogo, Felipe e Gabriel. 
Venci a vergonha e fui lá dar umas risadas e comentar de filmes que envolvem automobilismo, em especial F1 como tema. 
Então esse é um ponto merchan e dica para vocês passarem a seguir o canar e conferirem esse e outras lives no Youtube!
Segue o link do canal: Clube da Velocidade Podcast. (A live com a minha participação é o Episódio 12). 
Ativem o sininho para receberem notificação das lives, ok?

Abraços afáveis e tenham um bom fim de semana! 
A gente volta na segunda. Cuidem-se!

Comentários

Carol Reis disse…
Sabe que eu também tenho um problema em chamar automobilismo de esporte? É competição, claro, mas esporte? Xadrez também pode ser chamado de esporte? Se bem que chamam até videogame de esporte hoje em dia...

Pra mim "esporte" é aquela atividade física competitiva que depende única e exclusivamente da força física e da habilidade do atleta.

Um piloto de F1 tem condicionamento de atleta, mas ter condicionamento de atleta não é exatamente "ser atleta". Se eu evoluir a ponto de ter um condicionamento assim, vou continuar não sendo atleta do mesmo jeito.

O pessoal do motor costuma desfazer do balé, mas na boa, uma competição de balé é mais esporte que F1.
Manu disse…
Carol, estou de pleno acordo com vc.
E acho que é bem por isso, que eu não chamo de esporte. Condicionamento físico? Qualquer um pode ter. Competição existe até nos e-sports como bem lembrou. E a tal da aptidão e habilidade... Muito subjetivo de identificar. No caso, balé é mais esporte mesmo, que F1. Visivelmente é possível perceber e obter um consenso, mesmo que sejamos leigos no assunto.

Abs!!

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