Capítulo 4 à vista: expectativas maiores que Game of Thrones

Creio que todos vocês devem estar contando as horas para o GP de Baku.




(Sendo bem cretina) Posso ver daqui que estão mais empolgados com o GP do que o terceiro capítulo de Game of Thrones - aquele em que o bicho pega, que todo mundo que ainda não morreu, vai morrer...
Que Jon Snow que é Aegon Targaryen o quê? Que mulher grande que virou uma Cavaleira dos Sete Reinos, uma ova! 
Querem ver é a chuva de champanhe com pilotos "que fizeram corridas no braço", não é?




Está bem, está bem. A sua vibe não é Game of Thrones. Seu negócio é filmes de super-heróis. Mas você não está dando a mínima para "Vingadores: O Ultimato". Você quer mesmo é sentir muita emoção com muitas ultrapassagens, carros disputando posições até o último milésimo de segundo e uma rotatividade enorme de líderes da corrida que você chega a ficar perdido!?! 



Se Tony Stark ou Steve Rodgers parte dessa para melhor, você ainda não sabe, mas seu coração palpita forte, e um ninja cortador de cebolas passa por você bem na hora da corrida, não é?




Vão me dizer que vocês não estão super felizes porque vai ter, finalmente, aquele GP novo, cujo nome dá altas rimas de duplo sentido?




Os zueiros podem já começar: As chances do GP em Baku ser aquele palavrão curto, de duas letras, que a gente manda as pessoas desagradáveis, tomar lá, é 99,9%. 
Sem margem de erro. 
Podem zuar à vontade, pois nem a F1 está mais levando o trabalho à sério.

Botem reparo na postagem do Instagram oficial:




Eles tem a coragem, a pachorra, A PETULÂNCIA de falar sobre "a diferença que um ano faz", comparando como o campeonato estava antes do GP do Azerbaijão (em 2018)  e como está (em 2019). 



Cacildis, como melhorou né? 



'Tá tudo muito mais acirrado!!! A competição está fervilhando! 




Se não fosse essa postagem, eu jamais saberia, o quão bom o campeonato está! Ainda bem que abriram meus olhos para isso. Preciso agradecer:




(Ok... Chega de sarcasmo... Por um momento!)

Acompanhem com a tia Manu, aqui: Ano passado, Vettel era líder, com 54 pontos. Hoje, no mesmo tempo, Hamilton tem 68 pontos; 14 a mais que o Vettel de 2018, com a super potência da Ferrari, lembram?
Bottas, terceiro colocado na mesma ocasião em 2018, em 2019 soma 62. Ainda: 12 pontos a mais que o líder do ano passado, que tinha o melhor carro do grid.

A diferença de Vettel, para o segundo colocado, Hamilton, em 2018, é de 9 pontos. Esse ano, a diferença entre Hamilton, líder e Bottas, o segundo, é de 6 pontos. Próximo, não? 
Até aí, tudo bem, sem babaquice da minha parte. Mas o pulo do gato vem agora: Em 2018 era dois carros, no topo e de equipes diferentes. Esse ano, são dois, da mesma equipe. Atestado de hegemonia carimbada no cartório. 
Podemos abrir novo documento: o de chatice. 
Ano passado, Vettel se distanciava de Hamilton em 9 pontos. Entre Hamilton e Bottas a diferença era de 5 pontos. Esse ano, a diferença entre Hamilton e Vettel é risível: 31 pontos. A minha idade.
Entre Hamilton e Bottas, estão mais afastados entre si que no ano anterior: 6 pontos. 
Mesmo se olharmos bem, entre Hamilton e o quarto colocado, Verstappen, a diferença é de 29 pontos.

De fato, 2019 está muito bom. Como disse o Galvão umas 3 vezes na corrida passada: "Como a a F1 está bonita esse ano!"




A F1 oficial lançou essa nas suas redes. Sim, ela colocou essa tabela comparando os campeonatos, como se fosse um "vantajão".
Parece piada, a gente podia até rir. Mas ela fez uma coisa boa: esfregou, na cara de todo mundo, como a F1 está, antes da quarta corrida do ano:




Já sabemos, antes de completar 1/3 da temporada, quem é o campeão mundial de 2019. 
Eu não sei vocês, mas nos outros de "dinastias", ainda pairava uma dúvida, pelo menos no começo do ano. Quando não resta um pelinho de dúvidas sobre quem é o campeão, na terceira etapa de 21, qualquer argumento para salvar a categoria torna-se indefensável. 


Percebemos que a coisa está tão ridícula, que o único, além das Mercedes, com motivos de gostar dessa comparação "evolutiva" de um ano para o outro, é Verstappen: Escalou de 18 pontos e um oitavo lugar na tabela, para um florido 2019 com 39 pontos e um terceiro.



É. Nem dá para empolgar. Se para ele, terceiro não é suficiente, para quem clama por mudanças, não serve de nada também, especialmente a pensar que ele está 29 pontos atrás do Hamilton. A diferença, só vai aumentar.


O mais gritante dos problemas, não é o aparente, ou seja, as Mercerdes com esse tantão de pontos. A gente já sabe que os malditos tomaram a F1 e a categoria está achando ótimo. Mas é complicado ver, por exemplo a situação bem inferior do esperado em relação à Ferrari, estando com a metade dos pontos que a Mercedes conquistou. A diferença entre seus pilotos é mais ideal: um ponto, de um para o outro. 
Já essa diferença entre duplas não favorece a Red Bull, que é outro problema que ecoa: Verstappen corre sozinho, depois da saída de Ricciardo, que ano passado, ocupava o quarto lugar na tabela. Esse ano, na Renault, nem aparece na lista dos 10 primeiros pontuadores. Gasly ainda não o substituiu nem um terço do que se esperava.
A situação da Renault é, de fato, decepcionante: Hulkenberg, que era sétimo com 22 pontos, empatado com ninguém menos que Alonso, em 2018; em 2019, amarga 6 miseráveis pontos.


E sobre Räikkönen? Ainda que esteja tirando leite de pedra na Alfa Romeo, passar de 30 para 12 pontos, deve ser frustrante. Mas, no fim das contas, está bem ok, tendo em vista seu companheiro de equipe.
É esse um dos pontos: Acabamos nos contentando com mesquinharias. Ficamos felizes com o fato de um piloto ou outro poder dar um show nas corridas, ainda que seja um sexto, um sétimo lugar, uma ultrapassagem bonita ou marcar o seu primeiro ponto. 
Além disso, aquela resiliência que acaba surgindo, de aceitarmos o campeão mundial e ficarmos na expectativa a respeito do segundo ou terceiro colocado. Isso é, degradante. Principalmente pois, o segundo, o terceiro colocado, ninguém se lembra. (O mundo é só dos vencedores. Mesmo quando são os lacradores...)

E é isso que a "nova" F1 vende de entretenimento, não mais esporte. É nessas pequenas parcelas miúdas e insuficientes, que faz com que muitos de nós, ainda dedique umas horas do dia para saber como foi ou está sendo as corridas. 


Fim de semana chegando, depois de um com feriado prolongado... Como portaremos com o capítulo 4 da nossa novelinha chata, mas que somos viciados desde que a gente se entende por gente?
Eu estarei com muito trabalho, inclusive no fim de semana. No domingo, não vou ver o Baku. Vou ver Vingadores...  


Mais tarde, devo assistir Game of Thrones, embora eu já saiba alguns spoilers e não faça questão da série... 
Mas é certo, que a corrida, eu só vou ver, em gravação, pois assim, eu passo para frente, e em 10 minutos, me inteiro de seu conteúdo, mais óbvio que 2 + 2 são 4.

Aguardo comentários de vocês, sobre a corrida que está por vir. Peço desculpas pelo sumiço: apenas muito trabalho.
Continuaremos por aqui e pela página do Facebook, para troca de ideias. 
Abraços mega afáveis à todos e todas!

Comentários

diogo felipe disse…
O Gif da bosta dinossauros foi hilária!😆😆

A dinastia Schumacher tbm era chata pra caramba, tv até mais que hj 😉
Manu disse…
Adoro esse gif. Define muita coisa em uma só imagem kkkkkk...

Sim, a dinastia Schumacher foi um tanto arrastada mas, pelo menos no começo, a gente criava expectativa de que ia ter alguém para rivalizá-lo. Eu lembro pouco, mas sei que Schumi era um cara muito comprometido com o esporte. Isso salva ele da monotonia que acabou sendo seus 7 títulos. Além disso, é o melhor piloto que já vi correr.
Engraçado que logo a F1 tentou jeitos de mudar essa situação. Agora, muda coisinhas pequenas e não afetam diretamente a Mercedes. Então, nem resolve a gente reclamar. ;)
Robson Santos disse…
Manu, manu! (aí! Manu rima com Maku!!!!!!)

Piadinhas infames a parte, "sempre houve e sempre haverá (ão) hegemonias". Lado ruim desse clichê é que ele demonstra das coisas de cara.

1) o conformismo - "ainnn se sempre foi assim por que ficar reclamando"; "ja que sempre tem isso, fazer o que né?"

2) a demonstração de preferencia - se essa "tal hegemmonia" dominante favorecer nosso piloto preferido, o tom das queixas diminui.

Quase ninguem mais entende que se isso é uma competição (seja de carros, pilotos, motores, aerodinamica, etc) deve haver competição!

a #F1 ja nao introduz mudanças, de fato! dá so uma mexidinha aqui e ali.

Daí vem minha discordancia sobre querer prejudicar M ou F ou R.

Penso que pra se pesar um piloto num #F1, os carros precisam ser iguais.

Se ainda assim essa ou aquela equipe for hegemônica, palmas pro piloto!!

Apesar de isso afetar nossa preferencia, pois vai que esse piloto com carro igual ao de todo mundo ganhe de fato 3 ou 4 campeonatos seguidos, nao for nosso 'eleito', vamos assistir uma competição de verdade.

Caso contrario, ficaremos muitissimo felizes por ve-lo ganhar e ainda amos ter o prazer de assistir uma competição de verdade.

-> tenho uma suspeita apenas, mas acho bem que Mercedes logo ali na frente vai largar mao da Formmula 1.
Meus fundamentos: nessa toada, nada mais havera pra ganhar, nenhum recorde a bater. vai perceber tarde demais que correr sozinha é muito chato.

Osculos e Amplexos

P.S.: como diria a quele personagem do Pica-Pau: "Baku é pra Jacú!!!"
Robson Santos disse…
ah sim

A hegemonia do Schumacher por pouco nao me fez deixar de assistir a F1.

Ficou chata, previsivel, irritante.

E durou muuuuuito tempo.

Tivemos sim algumas boas corridas, belas ultrapassagens, mas boas corridas, de fato, muito poucas.
Carol Reis disse…
Nossa, eu imaginei a mesma coisa quando vi essa imagem comparativa entre 2018/2019. A ideia da liberty tá mostrando isso como um sinal de competitividade foi tão absurdo que eu demorei p assimilar isso, tanto que, quando vi a imagem pela primeira vez, achei realmente que foi uma imagem feita por algum espectador da categoria, seco de indignação ao atestar o domínio da Mercedes. Só notei que a comparação era da própria F1 quando tornei a ver o post em outro lugar e ainda fiquei encarando a tela, um tanto impressionada pela cara de pau.
Carol Reis disse…
Sobre o domínio da Ferrari na época 2000-2004, também achei cansativo, tal como é hoje. Mas tem um detalhe: a Ferrari dominou por "apenas" cinco anos seguidos, assim como a Mercedes até o presente momento. A diferença é que o domínio da Mercedes vai se estender por mais tempo, ou seja, vai ser pior.

Acho que a última temporada boa de verdade que a F1 teve foi a de 2010 e isso já tem quase 10 anos (!), triste demais.
Manu disse…
Nada a declarar, caros Carlos e Carol! Vcs foram no ponto, cada um a seu modo.

Vejo a F1 como um mar de competições fake, pois nem mesmo o segundos lugares garantem emoção. Baita corridinha chata foi Baku...

Abs!

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