Voltamos! E com um aviso importante!

Olá pessoal! Espero que estejam todos muito bem!

Chegamos ao mês de março bem rápido, repararam?
Tão rápido que o blog chegou aos 14 anos em janeiro e eu acabei não fazendo nenhuma postagem especial. 

Mas é claro que o motivo não é exclusivamente esse, do tempo.
Comecei a pensar no que vou contar aqui, antes de 2021 acabar. Em janeiro mesmo, tomei a decisão, mas decidi deixar para anunciar depois. 

Bom, certamente escolho uma semana relativamente boa para falar sobre isso e alcance o maior número de pessoas possível pode acontecer, dada a visibilidade que a Fórmula 1 está tendo mesmo somente com os testes. 

Desde 2020 eu comecei a colocar apenas textos relacionados à categoria aqui no I Love It Loud. O motivo era poder dedicar também um tempo à um outro espaço - o Musique-se - da qual Ron Groo é o "manda-chuva" e eu contribuo com alguns textos, em parceria. Assuntos de outra natureza, como os de cultura pop, seriam mais adequados que fossem publicados lá. 

Também tomei a decisão em fevereiro daquele mesmo ano, de que a página seria mais séria, com análises mais detalhadas, convidados bem sabidos de F1 e posts criteriosamente datados - com assuntos extra pista e análises pré e pós corridas, sem deixar passar o "timing". 
O plano era expandir o "Manuverso" nem que fosse um pouco mais, já que eu fazia textos sobre a categoria principal do automobilismo há mais de 10 anos e mesmo assim, não tinha lá tantos "seguidores" quanto aqueles que começaram a se interessar pelo esporte a partir da série da Netflix. Claro que, eu sou modesta e não achei que eu fosse "bombar" na internet, visto que o famigerado tipo de gente "falando bobagem" sobre qualquer assunto, na web é grande. Eu sabia e sempre soube que a concorrência seria ferrenha, mas quem sabe, quando eu menos esperasse, mais gente viria bater papo saldável sobre a F1 comigo? Tinha conseguido alguns fãs da categoria que hoje, converso todos os dias, por mensagem e isso é super gratificante. 

Então, optei por trazer conteúdo honesto, ainda que tivesse que lidar com uma pós graduação de forma concomitante.
Pois é, em 2020 eu "reformulei" o blog e também sabia que teria uma baita desafio que era tocar a página junto com um doutorado. Veio a pandemia e ficou relativamente fácil alimentar o blog, diante das aulas online (ainda que tivesse bastante coisa para ler, precisasse fazer algumas leituras extras visto que tinha mudado de área).
O ano acabou sendo tenso par todo mundo, atípico por conta da Covid-19. Afetou a F1, outros esportes, os nossos trabalhos, estudos, lazer... Mas, com capacidade de adaptação, fomos adequando o que podíamos e na medida do que era possível. 

Em 2021, eu tive a "brilhante" ideia de fazer mais pelo I Love It Loud. Passei a fazer infográficos e tabelinhas no Canva para comentar os dados das classificações e corridas, quem ficou mais bem colocado, os tempos de cada piloto, e até falava das as escolhas de piloto do dia... Tinha fichas para tudo, e textos enormes comentando cada coisa.
Tudo bem legal de montar, ainda que demandasse um considerável tempo e mesmo que ele fosse curto, eu fiz virar e insisti.
Pelo menos, até a 15ª etapa.

No mesmo ano, comecei também a participar das lives do Clube da Velocidade e finalmente, cheguei ao ponto de "botar a cara na internet" que algumas coisas já fizeram. Tem sido uma experiência bacana, embora já faz muitas edições que eu não apareço por motivos de: falta de privacidade em casa e horário batendo com reunião com grupo de estudo coordenado pela orientadora. 
Mas voltarei a participar, assim que resolverem a bagunça dos horários e eu puder ter meu sossego.

Porque eu parei de fazer postagens elaboradas na décima quinta etapa da temporada anterior? As atividades do doutorado ficaram mais intensas, e com relação à minha disposição com esporte, bem... Eu estava cansada. 

Eis a verdade nua e crua: Eu lia algumas coisas para fazer um pré GP, fazia uma análise pós corrida, sentava para escrever, editar todas as partes do texto, esperava que não tivesse nenhum erro patético de português. Depois começava a lançar os dados da etapa nas tabelas e fichas. Comentava cada resultado em textos bem longos e ainda fazia outras postagens com opiniões sobre o que chefes de equipe e pilotos estavam falando sobre eles e seus adversários, além dos comentários soltos sobre algumas hipóteses de "insiders".

Eu tenho leitores. Poucos, mas tenho.
E sou extremamente grata por todos vocês, não quero parecer que estou menosprezando o apoio que tive aqui, durante todos esses anos.
Mas eu sei que vocês não dizem, mas ficaram de saco cheio de postagens detalhistas falando obviedades - ou besteira das grandes e que eu, inocente, achava que estava abafando, porque ninguém teve a pachorra de me dizer "para, que está feio!"

Não vocês, mas sei também que obviedades (e também as besteiras) só são bem vindas de acordo com a sua popularidade na F1TT. O tal "engajamento" de outros na rede do passarinho azul (o Twitter) me deixou (mais) irritada e frustrada.
Talvez o termo deva ser outro. Talvez eu esteja é com inveja desse pessoal? Não sei.

Fato é que, eu escrevia pra caramba. Textão (como está sendo esse), toda semana de corrida. Gastei horas que poderia estar lendo sobre o tipos de narrador, sobre teoria literária, ou um conto do Jorge Luís Borges e fazendo um ensaio sobre isso, valendo nota.
Enquanto isso, uma bonitona (ou apenas novinha maquiada) qualquer no Twitter falava uma obviedade (ou uma besteira das grandes) e "bombava".
E isso se repetiu. Os perfis deprês dominaram. Muitos, não tinham a menor graça, mas os memes brotavam como ervas daninhas. Os portais específicos de pilotos ou equipes criaram tentáculos. O Kraken tinha um exército de defensores. Todos eles.
Vez ou outra, entravam em polêmica. Brigavam, humilhavam e depois, pediam respeito. Mais uns dias e o ciclo se repetia. Só mudava o motivo.

Aí eu mudei a estratégia. Parei de seguir uns e tentei ser generosa, fingindo que não via os comentários ruins de outros. Tinha/tem gente muito boa ali para fingir que só porque escreveu meia dúzia de coisas que eu não concordava, merecia ser excluído ou silenciado?
Não, eu tenho mais de 30 anos. Não deveria agir como adolescente.

É opinião certo? Dizer uma bobagem sobre F1 é algo que todos estamos fadados a cometer e não vamos matar ninguém com isso. Muitos de nós, eu inclusa, vamos "falar potoca" mais do que deveríamos. Mas e daí? Dizer que, por exemplo, o piloto X é melhor que o Y, não é como se errássemos um cálculo de engenharia e parte do alicerce de um prédio caísse por nossa culpa. Não é equivalente ao médico que chuta um diagnóstico, sem fazer exames, porque está querendo ir embora para casa, e com isso, deixa o paciente mais doente do que antes. 
Não é para levar a F1 tão a sério assim. 

Mas é chato, à nível de um certo piloto, perceber que toda hora tem um maluco falando besteira e tendo mais crédito que você, trouxa, que gastou um dia inteiro para preparar dois textos sobre o GP na França. Se não te revolta um bocado, cheque a sua temperatura. Você deve ter morrido e esqueceu de cair.

Desde janeiro, e desde que decidi o que decidi, estou treinando para dar risada, sarcasticamente do infeliz que comenta na rede social do cancelamento, que precisam respeitar a carreira do piloto X, às 11:59 da manhã. Às 12:00, do mesmo dia, ele está xingando os fãs do piloto Y e depreciando a carreira do mesmo jeitinho que tinha pedido para não fazer em relação ao X.
O treino se estende aos nichos: "team fulano" e "team beltrano" fazem uma guerra da contradição que não tem vencedores. E as munições são ridículas, como os soldados-fãs. 
Cansa a beleza (ainda que pouca ou inexistente), notar que se considera, sem ruborizar, que a fala de alguns pilotos ou chefes de equipe são cheias de veneno, enquanto outros só usam termos diferentes e ninguém diz nada de negativo. 

Fechei 2021 então, com as postagens de cada etapa e não voltei mais a fazer as fichas no Canva. Estava cansada que receber migalhas pelo tempo gasto, estava com coisas mais importantes sendo deixadas de lado para fazer o que tinha prometido. E um babão ou babona escrevia uma idiotice qualquer no Twitter, sem pontuação adequada e todo mundo: "fada sensata", "não passa frio eim, coberto de razão". 

Por isso, entendo se você que está lendo isso, assuma que eu tenho inveja desse pessoal. Talvez até seja. Mas o que parece para mim é que não consigo conviver com a contradição, nem com a hipocrisia.

Não consigo ver uma corrida sem me irritar com a transmissão podre, rasa e gritalhona que a TV aberta proporciona. Se for para não ter informação, e uma tonelada e meia de achismos e juízos de valor, acho que posso fazê-lo sozinha. 

É bem bizarro achar que minha vida se resume ao piloto que eu torço e por isso, eu deva queimar todo o meu tempo livre defendendo ele de ataques de um bando de Zé das Couves e Marias Alfaces. Vai ter hora para fazer isso? Vai. Já fiz isso? Já.
Mas não gastei minhas energias e cada vez que fiz aniversário, eu fui parando de fazer isso.

Rompantes de fúria sobre merecimento de vagas também dariam um show de stand up à parte. Todo mundo acha que alguém merece mais a vaga A e os argumentos são dos mais razoáveis aos mais bestas possíveis e imagináveis.
Do nada, alguém anuncia que um fulano pegará a vaga do ciclano e começa um verdadeiro chororô. De que tipo? Vou listar alguns:

- "Ciclano não tem nem pódio, que quer fazer lá?";
- "Sequer fez uma boa temporada, no ano passado e "tomou pau" do companheiro";
- "Só está na categoria porque o papai comprou a vaga";
- "Só enchem a bola dele porque tem sobrenome";

Em 2000 e bolinha, pode ser que o piloto que concorre pela tal vaga, brigou com não sei quem, ou falou mal de alguém, ou foi preconceituoso com um grupo de minorias sociais, ou apalpou uma moça, ou namorou uma conhecida e era um relacionamento abusivo... Ou, sei lá, foi a causa da demissão da equipe antiga foi o repositor de sabonetes no banheiro do motorhome que não gostava dele;

Está bem, esse finalzinho eu inventei, mas o próximo, existiu mesmo:

- "Cara mó feio, parece um *****" (Tradução do *****: pejorativo para órgão sexual masculino).

Eu sei até que, a cada frase lida, vocês pensaram em um nome de piloto. Eu também pensei neles para redigir esses tópicos. Não foram arbitrários. 
E mesmo que eu tenha usado algum desses argumentos para justificar porque a equipe tal deveria contratar esse ou aquele para a vaga, eu fiz sabendo que era a Capitã Idiota, e com direito a capa e pose soberba de super-heroína. 
É esse o ponto: eu não sou jornalista de emissora que cobre a F1. Posso falar besteira. Mas também eu tenho que saber o limite disso. 

Não consigo achar legal, por exemplo, gente que critica o tempo todo (com certa sobriedade e palavras que a gente não costuma usar no dia a dia, traçando um perfil intelectualizado) os pilotos pagantes. Mas, do nada, começar a fazer campanha para piloto brasileiro ter apoio de empresas para ter vaga na categoria. Diante da eterna crise que o país vive, eu teria vergonha de levantar essa questão, com tom palavras de ordem: "alguém tem que fazer alguma coisa!!!" Imagino que em alguns casos, só faltou espernearem.

Acho inclusive (aproveitando a menção) um absurdo que a pessoa diga isso em sua rede social sabendo que tem gente nesse país que passa fome, que não tem sequer água tratada em casa e precisa de caridade para comprar um botijão de gás. Preocupar com piloto brasileiro sem patrocínio para entrar na F1 enquanto uma guerra, uma pandemia, e eleições estão orbitando a nossa cabeça, além de tantos outros problemas de ordem pessoal e social também estão nos importunando, me parece infantilmente... babaca.

Fórmula 1 é entretenimento. Quer torcer para que um brasileiro volte a compor o grid? Fique a vontade. Mas não fique falando disso como se fosse resolver os problemas de todo o mundo. É futilidade demais, não acha? Comenta e pronto. Passa para outro assunto ou abstenha-se de insistir como se fosse um disco furado na vitrola. 
Quer torcer para o Max Verstappen? Ótimo. Direito seu e você deve estar feliz em saber que o seu suporte teve saldo positivo em 2021 (guardadas as devidas proporções).
Gosta do Lewis Hamilton porque ele é mais popular? Melhor ainda. Deve ser ótimo saber que seu ídolo que é sete vezes campeão.
Está triste porque o Kimi Räikkönen não está mais na F1? Eu também, mas acredite, vamos sobreviver. 

E etc. Curta o que você quiser e quem você achar que combina contigo. E não encha o saco dos demais!

Por isso, eu acredito que errei em tratar do assunto com seriedade por aqui, embora, não tenha feito sem os meus sarcasmos.
Devia ter feito um monte de chacota de todo piloto que "ninguém" gosta.
Devia ter colocado apelidos carinhosos nos amadinhos.
Devia ter feito ranking do mais bonito, corrente de orações pelo santo-piloto e protestado, no fim da temporada, exigindo a cabeça do "ladrão" Michael Masi. 
Certamente não teria parado de fazer muitos posts na 15ª etapa. 
Talvez até teria feito um canal no YouTube e estava cheia de "seguimores". 

Tenho certeza que se tivesse entrado nessa onda, não estaria fazendo esse texto que vocês estão lendo.

Provavelmente estaria contando que a página continuaria comentando F1 mesmo sem tempo por conta do doutoramento. 
Mas, infelizmente, o doutorado é mais importante. E diante de todo o trabalho e tempo que consome, tentar ser o mínimo razoável por aqui, se é para fazer de qualquer jeito, que nem a galerinha atual, que acompanha a categoria faz, prefiro não fazer, sobretudo, em respeito a quem me acompanha aqui.
Em respeito à quem acha (possivelmente louco/a) que eu sou boa nos comentários também. E em respeito à minha saúde mental, de alguma maneira.
Não está divertido, tanto quando deveria ser, se eu soubesse lidar com esse lado abusivo do engajamento na internet.

A página seguirá aberta? Sim.
Eu posso, algum dia destes, querer escrever algo por aqui sobre as corridas, sem compromisso, ao longo do ano de 2022? Sim também. 
Estou empolgada com a nova temporada? Não. Vou assistir relaxada e sem expectativas. E vou tentar não deixar que os comentários frívolos de internet não me irrite. 

Continuarei no Clube da Velocidade, com o Márcio Kohara, o Ron Groo, o Diogo Felipe, o Gabriel Medeiros e o Felipe Midea. As vezes é difícil coordenar a minha participação, mas estou com eles para impulsionar o canal e bater papo, sempre que precisarem.
Irei usar a página do Facebook Manu Loves It Loud para anunciar as nossas lives, no YouTube e agora na Twitch. Ocasionalmente, posso anunciar aqui também. 

E é isso. 
Agradeço à todo mundo que já esteve aqui e bateu papo comigo. Quem me conheceu por esse espaço e gosta do que eu falo, de verdade. Vocês ainda podem falar comigo, via Twitter também e através do Clube, que mesmo que eu não apareça na tela, eu estou dando mãozinhas.

Deixo aqui, as redes sociais de contato meu, do Clube e o meu abraço apertado e afável, à cada um que chegou até o fim dessa postagem. 



Apesar de estarmos caminhando para o fim de março: bom 2022 e até breve! 

Comentários

Robson Santos disse…
Bahhhh
Nao gostei de saber disso não, viu, moça?

Já ri muito com suas postagens, em muitas ate comentei, apesar de não ser regular.

Em muitos pontos concordo com seu ponto de vista em outros discordo, mas nao vamos nos degladiar por isso não é?

Então, Manu, fique em paz. Torço pra sua carreira profissional decolar e que vc atinja aquilo almeja.

Continuo te seguindo no Twiter, viu?

Como Buzz Lightyear: "Ao infinito e além!!!"

Ósculos e amplexos!!!
Manu disse…
Obrigada pelo apoio, Robson!!!

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